Santuário escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 3
Festa na piscina


Notas iniciais do capítulo

Oieeee! Mais um capítulo saindo do forno!



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- Grrrrr! Eu não acredito que você convidou a Irene!

- Eu convidei? Foi a Carmen quem convidou!

- Isso porque você falou pra ela que não tinha problema!

- E não tem problema mesmo, ué! Quem tá de picuinha com a Irene é você, não a gente! Ninguém aqui tem que ficar de mal de ninguém só porque você quer!

- Ela não é minha amiga e vocês sabem disso!

- E daí? Você diz que não gosta quando lhe falam o que fazer e fica aí querendo dizer com quem a gente deve ou não fazer amizade.

- Eu... eu... ora, você também fica fazendo a mesma coisa tentando empurrar a Irene pra cima de mim!

- Não tô querendo empurrar ninguém pra cima de você, só não acho justo ela ficar isolada por sua causa. Agora, se você tá tão incomodada assim, então...

- Termine a frase e quem vai ter que sair daqui será você e em cima de uma maca! Tá pensando que é dono da casa pra dizer quem fica e quem vai por acaso?

- Eu não, mas você tá!

Os dois discutiam em um canto separado, tentando não atrair a atenção de ninguém. Perda de tempo, pois todos já estavam acostumados com as brigas que eles tinham todo o tempo.

- Será que foi mesmo boa idéia eu ter vindo? Não queria ver ninguém brigando por minha causa...

- Esquenta não, fofis. A miss teimosia ali é que precisa tomar jeito. Ela esperneia no início, mas com o tempo acostuma. Anda, vamos aproveitar a festa que é muito melhor!

As moças foram jogar vôlei na quadra de esportes e Magali resolveu chamar a Mônica também. Aquela discussão estava ficando chata e se continuasse daquele jeito, ia acabar estragando a festa de todos.

- Ai, acho que já deu, né? Vocês vão ficar brigando o dia inteiro?

- Eu não quero, mas parece que a cabeça-dura aqui não quer dar o braço a torcer!

- Não enche, eu só não entendo por que você faz tanta questão de colocar a Irene na turma!

- Ih, não começa com isso de novo não!

- É, Mô! – Magali falou puxando a amiga pelo braço. – vem, vamos tomar alguma coisa. E puxa, deixa a Irene se divertir um pouco também, né? Ela não tá fazendo nada de errado!

Por mais que não quisesse admitir, ela sabia que Magali estava certa. Durante toda a festa Irene mal tinha chegado perto do Cebola. Talvez ela pudesse relaxar um pouco. O que ela não aceitava de jeito nenhum era que tentassem forçar uma amizade entre as duas. Aquilo tinha que ser no seu ritmo.

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Ao ver que a discussão tinha acabado e que tudo estava em paz novamente, ele decidiu sair dali e procurar outra coisa para fazer quando ouviu alguém lhe chamando.

- Ô Ângelo, dá um chego aê véi! – Cascão acenou para ele com uma bola de futebol debaixo do braço.

- É cara, aproveita a festa também! – Cebola convidou com um copo de refrigerante na mão.

- Foi mal, gente, é que eu preciso trabalhar sabe...

- Ah, Anjinho! Mas nós precisamos de você aqui. Se eu cair na piscina e me afogar, vou precisar de alguém pra fazer boca-a-boca! – Denise falou se requebrando e fazendo um bico enorme para ele, arrancando risadas do pessoal.

Ele ficou com o rosto vermelho e começou a engasgar.

- É Ângelo, não anjinho! E e-eu não sei fazer boca-a-boca!

- Então vem cá que eu te ensino, gatz!

Suas asas bateram fortemente fazendo com que ele arrancasse dali com a velocidade de um foguete, o que aumentou ainda mais os risos do resto da turma ao verem a cara que a Denise tinha feito.

(Ninbus) - Ô Denise, você espantou o Ângelo, coitado!

(Jeremias) – Agora ele vai ficar traumatizado!

- Quem vai ficar traumatizado é você quando eu te pegar!

Ela saiu dali correndo atrás dele e se cansou em menos de dez metros de corrida, fazendo com que Jeremias risse ainda mais dela. Após anos fugindo das coelhadas da Mônica, escapar da Denise tinha sido moleza.

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“Humpt, fala sério! Aquela Denise é muito assanhada mesmo! Se bem que ela estava só brincando, sei lá... por que eu fiquei tão irritado?”

Ele se sentou no alto de um prédio para descansar um pouco as asas. E após refletir um pouco, ele viu que não fazia mesmo sentido se zangar com a Denise. O problema era que ele andava um tanto irritadiço ultimamente, sem saber por que. Não deu muito tempo para pensar naquilo e ele logo viu D. Morte caminhando pela rua com sua foice sobre os ombros. Aquilo só podia significar uma coisa e ele decidiu investigar.

- D. Morte!

- Ângelo? Olá. O que faz aqui?

- O de sempre, protegendo pessoas... a senhora sabe.

- Ah, sei.

- E a senhora? Tem alguém para levar hoje?

- Sim. Vê aquele rapaz?

O anjo viu um rapaz que não parecia ter mais de quinze anos atravessando a rua. Aquilo não teria nada de mais se não fosse por um carro em alta velocidade que tinha avançado o sinal. Ao perceber a tragédia iminente, Ângelo tentou alcançar o rapaz, batendo as asas com toda a força e algo pareceu impedir seus movimentos. Com aquilo, o pobre rapaz tinha sido atingido em cheio pelo carro, caindo morto no chão.

D. Morte foi até ele e usando sua foice, cortou as ligações que o espírito do rapaz tinha com o seu corpo e preparou-se para levá-lo dali. Ângelo não conseguiu conter a raiva.

- Por que a senhora fez isso? Eu podia ter salvado a vida dele!

- Estava na hora dele, Ângelo. Se não fosse por esse acidente, teria sido por qualquer outra coisa. Quando chega a hora, não tem jeito. Só me resta fazer meu trabalho.

- Não é justo... ele era tão jovem...

- Cada um tem seu tempo na terra. Agora eu preciso ir. Ele tem que ser encaminhado para o lugar certo. E Ângelo, não se preocupe com o que acabou de acontecer.

- Como não? Eu falhei!

- Você não falhou. Como eu disse, era a hora dele. Quando é assim, nenhum anjo da guarda pode fazer nada. Se não fosse a hora dele, você teria conseguido salvá-lo como sempre faz. Até mais.

Ela saiu dali levando o espírito do rapaz, deixando-o parado no meio da rua. Uma pequena multidão tinha se formado ao redor do corpo e ele não conseguiu disfarçar a tristeza e frustração. Ao ver que não tinha mais nada a ser feito ali, ele deu um longo suspiro e resolveu ir embora. No fundo, ele sabia que D. Morte estava certa. Se era mesmo a hora daquele rapaz, então não havia nada a ser feito. Pelo menos ele tinha morrido de maneira rápida e sem sofrimento.

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- Aí ele saiu voando que nem um foguete, foi engraçado demais! – Cascão relatava enquanto as meninas riam, apesar do emburramento de Denise.

- Pois é, fofa... parece que o garoto angelical não quer provar dos seus lábios. – Carmen falou venenosamente, colocando mais lenha na fogueira.

- Então ele não quis ficar pra festa, que pena... – Magali falou, lamentando a ausência do amigo.

(Mônica) – Engraçado... é impressão minha ou o Ângelo tem andado meio que distante da turma? Vai ver ele ficou bolado de tanto o Cebola falar que a gente não precisa dele!

- Vem com essa não que você também falou a mesma coisa, tá!

- Você falou primeiro e mais de uma vez!

(Quim) – Ei, calma aí vocês dois!

- Humpt! – eles falaram ao mesmo tempo, virando de costas um para o outro.

Quando ficou mais calma, Mônica notou Irene meio isolada do pessoal e não pode deixar de sentir um certo peso na consciência. De que adiantava ser convidada para a festa e não poder se divertir como todo mundo? O problema era que seu orgulho não lhe permitia aproximar da moça. Pelo menos não perto do Cebola, que iria ficar se vangloriando por ter vencido sua teimosia. Não, aquilo era muito abuso para o seu gosto.

Titi e Jeremias deram um grande pulo dentro da piscina, apostando quem ia espalhar mais água e logo os outros rapazes, tirando Cascão, entraram na brincadeira. Foi quando Cebola se lembrou.

- Caramba, tô doido pra ir naquele parque aquático que eles estão anunciando!

(Xaveco) – Ah, é! Só que vai levar um tempão pra construir. Essas coisas demoram, viu?

(DC) – O que eu quero mesmo é andar no Tobozilla! E vai ser de costas!

(Nimbus) – Tá doido, mano? Você vai é se lascar!

- Todo mundo escorrega de frente. Como eu não sou todo mundo, então vai de costas mesmo.

- Você não tem jeito, viu?


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