Hades engasgou com a própria saliva. Teoricamente, conquistar Perséfone podia ser fácil, mas ele podia apostar que na prática não era.

- Já? – perguntou com os olhos esbugalhados.

- O que você quer? Esperar uns dez anos? Pelamor, a hora é agora – Afrodite respondeu entusiasmada.

- Mas e se ela...

- Argh. “Mas, mas, mas”... Sua vida é cheia de “mas”. Escuta – ele ergueu o rosto para ela – Eu já te treinei e sei que você está preparado. Está bonito, elegante...não tem motivos para ficar inseguro!

Ele pensou. É, a hora só podia ser essa. Mas, e se Perséfone o rejeitasse? Não. Isso não irá acontecer.

Resolveu arriscar:

- Bom... Então... Onde ela está? – disse, concordando.

Afrodite sentou ao seu lado e falou, muito feliz:

- Em sua casa fixa. É perto da cachoeira no Campo de Aliz. Se você for agora, chegará antes de Deméter chegar.

- Ei, espera. Eu vou sozinho?

O medo foi crescendo. Estar sozinho com Perséfone pela primeira vez era temeroso. E ainda mais Deméter... Ele escondia, mas só seu nome o dava calafrios.

- Mas que pergunta... Claro – Afro respondeu - Esse é um momento importante e romântico, onde qualquer “intruso” pode mudar o final da história.

- Ok, que seja. Passa-me logo o endereço e vamos acabar com isso.