Love Way escrita por TessaH
Notas iniciais do capítulo
Heyyyyyyyyyyy pessoas! Olha eu aqui de novo! Queria agradecer muitooooooooooooooo pelos comentários! Mesmo que sejam pouco :( mas................. vocês são os MELHORES leitores que algum poderia ter!!!!!!!!!!!
Bem..... esse cap. pode ser triste... but foi necessário.
Está chegando a reta final da Fic ~chora o rio Nilo~
Sem mais delongas, eu não quero mais falar do fim.... falemos depois.
Boa Leitura!
Enjoy it!
LILY
- Lily! - assustei-me quando ouvi, de repente, a voz de David.
- O que houve? - perguntei curiosa por sua repentina aparição sem aviso prévio.
- Tem uma foto sua beijando o Potter! - ele exclamou.
- O quê?! - perguntei mais por um comando do que por não ter escutado direito. Como saiu uma foto minha beijando o Potter?
- Como assim?
- Olha aqui - David me jogou uma revista.
A revista era de onde Lene trabalhava e dentro de umas das matérias, havia uma foto minha com Potter. Não dava para ver que era a gente! Foi quando nós beijamos ontem e até a luz escura não dava para nos reconhecer na fotografia. As únicas coisas que mostravam que não era um foto em preto, era a cidade iluminada que é Londres. Sendo iluminada pelas luzes da cidade, a luz da montanha russa, a luz da Tower Brigde...
- E como você nos reconheceu nessa foto? - perguntei. - Nem dá para reconhecer ninguém! Não mostra os rostos, David! - exclamei já meio alterada.
- Não sei. Apenas reconheci e vejo que era verdade - ele me olhou de um jeito estranho. Perguntei-me se ele estaria magoado com isso, mas afinal eu nunca prometera nada a ele. E ela até me apoiava em relação a James.
- Mas... Eu... - balbuciei sem saber o que falar. - Você está chateado?
- Não... - David abaixou a cabeça. Sentou-se ao meu lado. - Eu preciso te contar uma coisa.
- O quê?
- Eu liguei ontem para o James, à tarde, dizendo que você queria ir embora - ele confessou. - E ele conseguiu te fazer mudar de ideia?
- David! Por que fez isso? - perguntei não querendo acreditar que tudo que James fizera e dissera ontem foi a pedido de David.
- Lily, não quero vê-la indo embora! Não entende? - ele me olhou. - E ele é o único que pode fazer isso.
- Então quer dizer que me usaram... ?
- Não! - Jones apressou-se a negar. - Claro que não! Como eu já disse, eu sei que James gosta de você, ruiva. Isso apenas foi um empurrãozinho.
- Eu não sei o que dizer... Eu... - pus as mãos em cima da perna.
- Lily, não foi culpa dele. Eu sei que ele já queria isso. Eu apenas o fiz enxergar de vez - David afagou minhas costas com sua mão. - Você não tem culpa se ele é um idiota míope. - Jones deu uma leve risada.
- Mas... - tentei falar alguma coisa, mas nada saía.
- Nada. Você não tem argumentos. Está desarmada - Jones brincou comigo.
- David, isso é sério! Você também não vê que não importa isso? A gente pode se gostar, mas tem a Kate, o bebê, a família... Eu não sei - suspirei. - Não quero ser a destruidora de lares. De famílias. Não quero ser a figura ruim para esse bebê - toquei minha barriga. - Eu não quero que ele tenha a mesma imagem que tive de uma pessoa na infância.
- Não será assim, ruivinha. Ele te ama.
- David! Não fale isso. Não sei se posso mais acreditar nessa história de 'eu te amo' - disse.
- Mas uma hora terá que acreditar que o que você sente por ele não é mais um simples gostar - David disse e me aborreceu.
- Não! Eu posso estar apaixonada, mas...
Fui cortada pelo Jones:
- Você é muito teimosa. Terá que admitir que o ama. Uma hora ou outra.
- Não! E também não sei se quero acreditar nas pessoas que dizem que me amam. É tudo mentira - eu lhe disse. - Tem uma hora que você não acredita mais.
- Bom... - ele ia tentar argumentar.
- David, eu quero ir ao apartamento da Lene.
-- X -- X -- X -- X --
- Marlene! - irrompi a porta adentro do apartamento de minha melhor amiga.
- Mas que diabos é...?! - ela não terminou sua frase, pois quase derrubou o quadro que tentava pendurar.
- Lene, você publicou a foto? - indaguei entrando.
- O quê...? - ela me olhou confusa e depois disse: - Ah! Sim, foi a foto perfeita.
- Marlene! Você sabia que o James tem esposa?
- Que não vale nada, só para destacar! - David veio atrás de mim e segurou o quadro para Lene.
- Lily! Você disse que eu podia tirar a foto! - Marlene deu um sorrisinho amarelo, mas não perdeu sua pose de mandona.
- Sim, mas não beijando o marido dos outros! - exclamei meio irritada. E se James não gostar dessa exposição?
- Para com isso, Lílian! - David murmurou enquanto tentava colocar o quadro. Depois de dirigiu a Lene: - Ela anda assim por causa da gravidez. Nervos à flor da pele.
- Eu não estou raivosa! - repliquei irritada, não ajudando muito na minha afirmação.
- Quem disse que estava? - Lene brincou comigo. - Mais para a direita, Jones.
- Assim? - David ajeitou a posição do quadro.
- Vocês que ficam falando de mim! - exclamei mais uma vez tentando não ser interrompida por David ou Lene.
- Fica calma, ruiva!
- Não me manda ficar calma, Jones! - irritei-me de verdade. David olhou para Lene e riu. Isso me aborreceu profundamente.
- Olha, vem cá - ele chegou do meu lado. - Olha como ficou lindo.
- Verdade. Eu sou um gênio! - Lene olhou feliz para seu quadro exposto. E ela não poupou elogios a si mesma, logo depois.
- E não se esqueça de humilde, Marlene! - David falou e eu concordei rindo de leve, esquecendo nossa pseudo briga. Marlene o olhou feio.
O quadro estava com várias colagens, percebi que todas eram sobre a gente. As fotos eram dobradas em algum ângulo e era exposta ao lado de outra e mais outras fotos. Formando o quadro. E na foto do meio era a foto da revista.
Ouvi meu telefone tocar no meio da briguinha sem noção de David e Marlene.
- Alô.
- Oi, Lily. É a Kate - ela se identificou. - Então... Sobre a consulta, tem como você vir aqui em casa? Daí a gente vai já daqui.
Achei estranho seu pedido.
- Hm... - ponderei, mas não tinha alternativa. - Tudo bem. Já estou indo.
- O.k. - ela desligou.
- Eu tenho que ir - informei.
- Eu te levo - David se prontificou.
- Não precisa. Ajuda a Lene aqui - eu peguei minha bolsa e casaco.
- É, Jones. Ajude-me aqui com algumas coisas. Preciso achar o presente de namoro para o Sirius - Lene falou enquanto abria alguma revista.
- O.k., mas leve celular, Lily. Ficarei te ligando - David disse.
- Tudo bem, Jones. Ficarei bem - dirigi-me a porta até ouvir meu nome sendo chamado.
- Oi?
- Lily, espero não ter deixado-a em maus lençóis com a foto. Eu sinto muito - Lene olhou para mim em um pedido silencioso no olhar de perdão.
Sorri sem mostrar os dentes.
- Não tem problema.
~*~*~*~*~*~**~*~*~**~
- Kate? - chamei quando entrei na casa.
Havia chamado por Kate inúmeras vezes e nada de resposta. Então resolvi entrar já que a porta estava aberta.
- Aqui, querida! - ouvi a voz forçada de Kate no andar de cima. - Venha aqui um segundo, por favor!
- O.k. - murmurei e deixei minha bolsa e casaco pendurados no sofá.
Subi cautelosamente as escadas.
- Aqui - ouvi a voz de Kate novamente de um dos quartos.
- Olá - cumprimentei-a quando entrei no quarto e a vi sentada na cama folheando uma revista.
- Olá - ela retribuiu e tirou seus olhos da revista, fitando-me. - Você gosta de revistas, Lily? - Kate perguntou-me e se levantou da cama.
- Bem... er... - pigarreie. Meu coração gelou. Eu conhecia a revista. - Não. Não gosto muito.
- Nem as de fotografia? - Kate arregalou seus olhos ameaçadoramente em minha direção.
- Não. - neguei novamente. Pude sentir a coloração de meu rosto sumir.
- Ah... - Kate andou até mim. - E por acaso você gosta de acabar com famílias? Destruí-las?
- Não. Claro que não. - disse firme. Não sairia como a ruim. - Só acho que não se pode chamar de família algo que foi construído a base de mentiras, falsidades e, possivelmente, o amor de só uma pessoa - alfinetei.
Kate virou sua cabeça subitamente para me fitar.
- O que disse? - ela disse entre dentes. - Eu acho que não escutei direito, sabe.
- Foi isso mesmo - respondi sem baixar minha cabeça ou meu olhar. - Acho que você faz muita ilusão onde NUNCA existiu nada.
- Você não sabe do que está falando, sua ruiva miserável! - ela disse voraz.
- Não é a verdade? Se não fosse você não ficaria feito uma fera! - comecei a também alterar meu tom de voz.
- Fica. Quieta. - Kate tentou me intimidar.
- Não, Kate. Está na hora de você ouvir algumas verdades.
Kate deu alguns passos em minha direção.
- Você sabe que James nunca te amou e nunca irá te amar.
- E VOCÊ ACHA QUE AQUELE ESTÚPIDO TE AMA? POR ACASO, ACHA? - ela gritou comigo. - SUA BURRA! ELE TE USA COMO USA A TODAS! AQUELE MISERÁVEL! IGUALZINHO A VOCÊ, EVANS!
- NÃO OUSE ME XINGAR! - berrei de volta. - E NEM AO JAMES! VOCÊ NÃO SUPORTA OUVIR AS VERDADES, SUA GAROTINHA MIMADA!
- CALA A BOCA! - Kate gritou e levantou a mão.
- Nunca mais ouse levantar um dedo para cima de mim, ouviu bem? - grasni para Kate quando parei bruscamente sua mão no ar.
- Você é uma burra, estúpida mesmo, viu! - ela arrancou o braço. - Você não vê nada. Não sabe de nada.
- E você acha que está certa fazendo tudo isso? ESTÁ? - gritei.
Kate me olhou baixou e sorriu em escárnio. Quase eu mesma levantei a minha mão.
- James ousou fazer as malas para ir embora daqui - Kate cuspiu as palavras rancorosamente. - Aquele idiota acha que é algo sem mim. Deixar-me. É isso. E tudo por culpa sua! Se não fosse você, ele não ficaria louco e ousaria ir embora!
- O quê? - eu a olhei, incrédula.
- Claro que eu apenas joguei meu veneno sobre ele contando tudo de ruim de você. E acho que ele até acreditou, pelo menos uma parte, a necessária para fazê-lo ficar por mais uma noite e esquecer essa ideia maluca. Ele não sabe de nada - Kate resmungou e chutou as malas que jaziam ao lado do guarda-roupa.
- Ele não acreditou - murmurei mais para mim mesma do que para defender-me.
- Foi assim que o fiz ficar comigo por mais um tempo. Mas eu sei que... - ela me olhou dura e psicoticamente. - essa noite ele voltará a fazer isso. E eu não tenho mais argumentos para fazê-lo ficar. A não ser o bebê, claro. Mas você ainda não o teve. Sua lerda! - ela gritou e sorriu irônica.
- Você só está mantendo o James?
- Claro, sua burra! Eu vivo para ele e com ele. Ele que me dá tudo. Tudo isso! - ela girou loucamente pelo quarto, sorrindo maquiavelicamente. - Eu o amo!
- Não ama nada! Isso é obsessão! - exclamei enojada das sujeiras, falsidades e mentiras de Kate.
- Você que não sabe o que é amor! - ela berrou de novo.
- Você só quer o bebê para manter o James...
- Sim! Porque mais razão James ficaria comigo? Eu sou ótima, mas ele é difícil - ela deu de ombros, aproximando-se de mim. - Você apareceu na hora perfeita para me salvar.
- Saí! - empurrei Kate, mas acabei por andar para trás. - E eu não te darei mais o bebê. Você só quer usá-lo como faz com James.
Kate gargalhou andando mais e mais em minha direção, fazendo-me sempre recuar. Eu não quero brigas.
- Eu irei contar tudo a ele. Ele confia em mim - murmurei para ela, e ela parou.
- Você é tão... Ingênua, Lílian! - ela exclamou. - Você não percebe que ninguém irá ficar no meu caminho?
- Dessa vez não será assim.
- Claro que será! Sabe por quê? Porque eu irei me livrar de você... e, infelizmente ou felizmente, - ela parou para pensar e depois riu loucamente. - o bebê irá morrer também, mas... Então como manterei James? - ela pensou sozinha.
Tentei escapar enquanto ela pensava e virei para correr.
- ONDE PENSA QUE VAI?! - Kate gritou e puxou minha blusa, apertando logo meu braço.
- Largue-me, Kate! - bradei com ela e pisei em seu pé.
- Ai, sua... - tentei sair correndo, mas ela puxou meu pé fazendo-me cair.
- Ai - murmurei quando bati com tudo no chão.
- Sua vadi... - Kate virou-me e pisou em minha barriga. Urrei.
- Cala a boca! - ela exasperou e ia aperta novamente, mas pus força no corpo e o impulsionei para a frente, derrubando Kate, batendo seu corpo na parede, consequentemente escorregando-o pela parede.
- Não fale mais de mim, entendeu?! - berrei com Kate enquanto apertava seu braço no chão e a deixei com a testa no chão.
Saí correndo.
- Você não vai sair tão ilesa, querida! - Kate pegou meu braço e o apertou na hora em que eu iria descer as escadas.
- Solta! - berrei e ela ousou me soltar, mas eu iria cair da escada. Segurei-me no corrimão.
- Você quer cair, Lily querida? Será que você morreria se caísse? - ela riu divertida.
Grunhi e a empurrei fortemente, mas ela não me soltou.
- Não importa! - ela disse. - Você será uma etapa comprida! - ela soltou meu braço.
Segurei-me a tempo no corrimão e isso me impediu de cair da escada para o chão. Minha cabeça estava tonta por conta da queda no chão, além de que sentia-me sangrar.
- Caía! - Kate urrou e me empurrou para a escada. Soltei a mão do corrimão, mas puxei o braço de Kate, levando-a comigo para a escada.
- Não! - ela berrou e deu um forte empurrão nas minhas costas.
Senti minhas forças esvaindo-se enquanto caía rapidamente pela escada. Ouvi Kate segurar-se em alguma coisa e não mais cair, mas minha visão ficava turva. Sentia-me imponente diante da queda eminente e apenas coloquei as mãos na barriga vã tentativa de tentar salvar o bebê.
A última coisa que senti foi sair rolando da escada e bater todo o meu corpo e força que tinha na estante à frente.
Olhei para minha mão e sangrava, queria gritar pelo socorro do bebê.
Vi Kate se aproximar, e mesmo machucada pela queda lá em cima, ela sorriu novamente para mim e pegou um vaso de vidro. Quebrando-o em mim.
Não senti mais meu corpo.
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- Lily? - a voz de David fez-se presente. Tentei abrir meus olhos, mas as pálpebras estavam pesadas.
Soltei um gemido rouco.
- Lily!
Tentei mais uma vez e consegui. A visão do quarto branco não ajudou em nada na claridade em meus olhos, fazendo-me fechá-los quase que imediatamente.
- Ah, Lily! Que alívio, ruiva! - David jogou-se em meu corpo, abraçando-me. - Sente-se bem, ruim, péssima?
- Eu... - minha voz finalmente saiu. - O que aconteceu depois?
- Lily! - David suspirou aliviado. - Pensei que demoraria para acordar, baby girl.
- Como me acharam? - perguntei novamente.
David me olhou intrigado, mas falou:
- Tentei te ligar depois para saber da consulta, mas não atendia e resolvi ir na casa do Potter. Encontrei a perícia e a ambulância lá. Uns vizinhos ligaram dizendo que ouviram barulhos, gritos. Eu te procurei e te vi já machucada e ligada na ambulância. A perícia estava lá dentro e não me deixaram entrar. A Kate estava dando um depoimento e chorava, dizendo que estava triste por você. Depois eu não quis saber de mais nada e vim contigo para cá. Ligando para os outros depois.
- Faz tempo que cheguei aqui? - tentei me levantar um pouco, mas as minhas costas doeram.
- Já é noite do outro dia, querida - ele alisou minha mão.
- Fiquei muito ferida, David? O que disseram do que houve lá? - perguntei confusa. - Não consigo lembrar muito! - coloquei as mãos nervosamente nas têmporas. Eu tinha que lembrar daquilo, era algo importante, mas a memória escapava-me.
- Você teve que passar por uma cirurgia para... - sua voz se perdeu. - Sinto muito, Lily.
- O quê? - senti minha garganta se fechar e um nó se formar na mesma. - Não me diga, por favor.
- Lily, você ainda estava no começo do segundo trimestre e não deu... A sua pancada foi muito forte. Não deu - ele sussurrou mais uma vez e seus olhos ficaram marejados.
- Não, por favor... - sussurrei e olhei para minha barriga. - Não. Não. Não...
- Shiu... Shiu... - David abraçou-me enquanto eu chorava.
Eu havia perdido meu bebê. Algo que nunca me pertenceu, mas que era meu de uma forma ou de outra.
- Não, David... E agora... - as lágrimas saíam.
- Calma, querida... - ele afagou minhas costas. - Ficará tudo bem. Eu sei que era importante, mas acontece.
- Não acontece, não! Eu fui vítima de um atentado à morte! - exclamei, saindo do abraço. Pequenos fragmentos do que aconteceu veio à minha memória.
- O que disse, Lily? - David olhou-me intrigado.
- Isso, Jones... Eu tenho certeza que não foi acidente... Disseram-lhe alguma coisa sobre o que houve? - perguntei também forçando a minha mente à trazer as memórias.
- Bem... Disseram ontem que pelo o cenário, houve briga. De você e de alguém, mas não havia mais ninguém lá. E pelo que parece você caiu da escada e bateu muito o corpo fazendo... - sua frase dançou no ar. A compreensão bateu-me forte e revirou minha cabeça novamente. - Eles falaram com Kate, ela chegou em casa não deu nem três minutos da perícia lá. Eles falaram com ela, e ela disse que estava te procurando até que se cansou, indo para casa.
- Mas não foi isso! - repliquei raivosa com as mentiras de Kate. - Eu lembro-me muito bem de que ela me chamou para ir a casa dela para irmos juntas. Depois... - forcei de novo. - Não lembro - suspirei frustrada.
- O médico disse que você talvez tivesse amnésia temporária mesmo.
- E quando voltará? - perguntei receosa. Não perdi muitas memórias, mas mesmo assim algo me faltava.
- Voltará normalmente. Como algo que você esqueceu. E o tempo... No máximo, três meses.
- TRÊS? - exclamei. - Mas assim a polícia não vai mais querer saber quem fez isso comigo...
- Então, ruivinha, vê se sua mente acelera as coisas um pouco. - David saiu de meu lado. - Vou chamar os outros.
- David! - chamei-o.
- Er... Será que poderia chamar, agora, apenas o James? - indaguei. - Eu queria muito falar com ele. Sinto-me perdida em relação ao bebê e... - suspirei e meus olhos lacrimejaram.
- Tudo bem, baby girl. Depois descanse. Virei logo em seguida - David deu-me um beijo na testa e saiu.
Fiquei sozinha no silêncio.
Eu tenho que lembrar-me do que houve. Do que me fizeram. E a Kate sabe disso. Digo, eu lembro bem de até vê-la no quarto na casa. Ela não pôde ter me deixado lá e...
Levei minhas mãos à minha barriga lisa. Sem nada. Oca. Sem o bebê.
Apesar de ter as melhores pessoas na sala de espera, preocupadas por meu estado, eu sentia-me sozinha, perdida. Por quem eu lutaria para ter uma boa alimentação, dar carinho, cuidar-me e até cuidar daquela vida? Por mais que tivesse várias pessoas ao meu redor, ninguém faria eu sentir-me igual quando estava grávida. Um sentimento único.
- Oi - escutei a voz rouca e abatida de James.
- Oi - forcei minha voz a sair. Vendo-o triste como eu antes o vira era destruidor. Todo aquele brilho que aparecia em seus olhos quando ele falava do bebê havia sumido, deixando apenas os olhos castanho-esverdeados opacos.
- E então... Você está bem? - ele se aproximou da minha cama, sentando-se na beirada ao meu lado.
- Er... Cansada emocionalmente e fisicamente.
- Ah! Então eu volto depois que você descansar - James fez a menção de se levantar, mas eu peguei seu braço.
- Não... Eu quero falar com você.
- Hm... - ele hesitou. - Tudo bem. Eu fico.
- James, eu queria dizer que eu... Sinto muito - murmurei derrotada. - Sinto muito por não estar mais... - não consegui terminar de falar. James sufocou-me com seu abraço quente.
- Não, Lily... - ele sussurrou enquanto eu chorava, perdida. - Não foi culpa sua... Digo, alguém te machucou. Sei que você estava feliz com o bebê e tudo e eu... - ele parou de falar. Senti que suas lágrimas quentes molharem minha roupa de hospital.
- James, eu sinto tanto! - abracei-o com força.
- Eu também. Não se preocupe. - ele saiu do abraço e limpou os olhos por debaixo do óculo. - Er... Ficará tudo bem.
Eu quis gritar dizendo que não. Que nada ficaria bem e muito menos para ele. Mas fiquei calada, engolindo a angústia. Sufoquei meu grito de socorro.
- James, eu quero que me perdoe.
- Lily, não foi culpa sua. Fique calma. Sério - ele afirmou veementemente, mas eu não acreditava. Algo sempre me culparia. Por quê não fui mais forte e não deixei-me sair como a derrotada?
- Eu... Eu quero muito lembrar quem fez isso comigo porque tudo isso é culpa dele ou dela - confessei.
- Eu sei - ele segurou minha mão.
- Jay, eu lembro perfeitamente que vi Kate na casa e... Estávamos no quarto - murmurei.
James enrijeceu.
- Como assim?
- Tudo o que eu me lembro de ontem... David e Lene são testemunhas de que ela me ligou. E lembro claramente de vê-la lá. E até falar comigo - eu disse e James olhou-me torto.
- Lily, está insinuando que possa ter sido Kate que tenha feito isso com você? - James perfurou-me com seu olhar.
- O quê?! - sobressaltei-me. - James, eu não disse isso, mas a Kate foi a única que eu vi por último. E não podemos tirar essa hipótese porque a sua esposa não é uma pessoa...
- Não, Lily! - James levantou bruscamente. - Você está errada em punir a Kate.
- James, mas é verdade! E não estou culpando-a! Só estou dizendo os fatos. Se não acredita em mim...
- Lily! - James colocou as mãos no cabelo e andou impaciente pelo quarto. - É que eu vivo há um tempão com ela! Eu a conheço e não ela não pode ser essa pessoa que possa fazer isso!
- Mas as pessoas mudam e sabem enganar, James! - exclamei exaltada. - Não estou culpando ninguém, veja bem. Mas a Kate já deu indícios de que não gosta de mim e...
- Lily, você pode ser pôr no meu lugar? - ele se aproximou de mim. - Eu vivi anos com ela. Vivo. E ela nunca poderia ter feito isso com você, ainda mais quando queria tanto o bebê também.
- Jay, nunca duvide de uma pessoa. Nunca subestime alguém. - disse séria. - E quanto ao bebê... Isso pode apenas para te manter, digo... Ela nunca se importou com o fato de você querer formar uma família.
- Não, Lílian! - James gritou e assustei-me. - Eu não consigo e... - ele olhou para mim e voltou para meu lado.
- É que eu não consigo... - ele segurou minhas mãos.
- Não consegue acreditar em mim. - eu completei sua frase, suspirando e puxei minhas mãos. - Você está certo. Digo, acreditar em mim, uma mulher que nem conhece em um ano, a acreditar na pessoa que viveu anos com você. Está certo. Não te culpo.
- Não quero que fique com raiva de mim. Sério - ele disse. - Mas... Eu não sei.
- James, tudo bem, sério - eu o cortei. - Será que você pode... Eu quero descansar um pouco.
Vir-me-ei para o lado oposto à porta e não o vi, mas ele murmurou cansado:
- Tudo bem... Volto em outra hora.
Ouvi novamente a porta bater. Não quero mais ficar aqui. Não assim.
Fechei meus olhos e, por incrível que pareça, o dia de ontem veio como uma tempestade em minha cabeça.
Apesar de lembrar toda a briga e o que Kate fez comigo, não senti forças suficiente para sair ou chamar por alguém para contar.
Engoli a seco e decidi se conto ou não a alguém o que aconteceu. Afinal, a única pessoa que eu queria que soubesse não acreditava em mim. Mas não o culpo. Porém sinto que mais nada me prende à Londres. Nada com o Jay voltará a ser como antes, e nem eu fui capaz de realizar seu sonho como ele quisera.
Minha mente foi mergulhando novamente na escuridão e o meu último pensamento foi que eu preciso dizer a Lene que eu vou voltar para os Estados Unidos.
O filósofo Kahlil Gibran escreveu "Do sofrimento, emergem as almas mais fortes. Os personagens mais impressionantes estão coalhados de cicatrizes."
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí.........? Gente, por favor, deixem um review!!!!!!!!!!!!! Estou implorando!!!!!!!! :::::::::::::::::::(
E deixem sugestões para como vc acha que acabará a Fic.
Só isso, produção?! Enfim........ amo vcs!!!!!!!!!!!!!
Beeeeijo!
Até!!!