Love Way escrita por TessaH


Capítulo 15
Capítulo 14 - Mentiras e Abandonos.


Notas iniciais do capítulo

Ooi pessoas! Desculpem-me a demora. Mas está aí. Iria ser maior, sendo que já está tarde e preciso postar. Obrigada pelos comentários e acompanhamentos!
Esse capítulo precisa de música >http://www.youtube.com/watch?v=FqNc2cLFfBA&feature=related
A tradução não importa tanto. Mas o título quer dizer: Amo o jeito que você mente. Algo assim. Se a música acabar, repitam-a até terminar o capítulo KKKKKKKKK, please.
Bom, acho que só.
Esse só é para mostrar como estão as coisas do outro lado do oceano, mas o próximo é a explicação.
Enfim.
Beeijo.
Boa leitura! Divirtam-se!



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"Contos de fadas existem não para mostrar às crianças que monstros são reais. Elas já sabem que monstros são reais. Os contos de fadas existem para mostrar às crianças que monstros podem ser mortos".

LENE

Seattle, Washington, Estados Unidos - 15:00 p.m.

Eu estava fitando o teto branco da minha sala, quando senti o meu celular vibrar no sofá. Peguei-o e olhei o identificador de chamadas. Sabe, eu saí do trabalho mais cedo. Não estou mais suportando ter que ficar lá o dia todo, e nem ficar mais sozinha em casa. Está super chato, tedioso. E nessa horas, cadê a ruiva?

Desconhecido, havia na tela. Abri-o.

– Alô?

– Marlene McKinnon, vá agora para a casa de seus pais. Você gostará de ver algo - com uma voz super grossa, a pessoa disse e desligou. Super direto.

Estranhei, claro. Poderia ser trote, mas e se estivesse acontecendo algo mesmo?

É melhor se prevenir do que remediar, não é?! Então decidi ir logo. Joguei o celular dentro de minha bolsa, peguei meu sobretudo e calcei os sapatos, correndo logo para fora de casa.

–-----*----------*--------*--------------*

O conjunto que eu já tão conhecia chegou as minhas vistas. Sorri para o porteiro, que como me conhecia, não precisou nem avisar lá na casa de meus pais.

Uma coisa é que: eu não sou tão ligada aos meus pais. Eles meio que só me criaram para o "mundo", como diz o velho Charlie McKinnon. Mas tenho um grande respeito e admiração por eles. Foi minha base. Tudo bem, que quase não tive infância ou adolescência por causa da pressão, mas foram eles que me ensinaram tudo. E além do mais, são os meus pais. Sou a única família que eles têm, eles eram minha única família. Eram. Até eu encontrar pessoas com quem decidir sozinha que quero que participe da minha vida; Lily, Sirius, Emma etc. E de uns tempos para cá, está havendo muitas brigas na família; mamãe com papai, papai com mamãe e até eu entro no meio, para brigar com os dois.

Eles não aceitam o que eu quero. Tipo, minha mãe não aceita Sirius como meu namorado. Já meu pai, não aceita meu emprego. Sempre brigam comigo por algo, mas não há nada a fazer.

Uma pessoa também muito importante em minha memória é Eva. Minha ex-babá. Ela que fazia mais o papel de mãe: zelosa, carinhosa, legal... Ela deixava-me fazer o que qualquer criança pede e a mãe rejeita. É, ela sempre foi muito boa. Até hoje, ela ainda trabalha lá. Não sei como, no meio de tantas brigas na família.

Eva teve uma filha, a imprestável da Isadora. Ela cresceu comigo, mais ou menos. Isadora passava mais tempo na casa da avó, e, durante um momento na minha vida, senti-me uma pessoa horrível. Eu tirei qualquer direito que Isadora tinha de ter sido criada com a mãe. Ninguém nunca soube quem era o pai dela.

Eu até gostava dela, até o dia em que levei Sirius para casa de meus pais para apresentá-lo. Ela estava lá e deu, na minha cara, em cima do Black. Não prestou, claro. Ela teve o que mereceu naquele dia. Nunca mais a vi; ela foi estudar fora, com bolsa, e não tornou mais a voltar. Mas jurou-me vingança. Não tenho nem medo dela.

Saí de meus pensamentos quando o carro deu um solavanco.

– Merda! - exclamei quando vi que passei por um buraco extremamente gigante.

Parei no acostamento da grande casa amarela e desci, apressadamente.

Corri até a porta e a abri, calmamente. Sem o menor ruído.

A sala estava no mesmo estado que eu a vira da última vez, no caso, seis meses atrás. Como disse, eu estava meio que evitando o contato com meus queridos pais.

A sala estava impecavelmente limpa e arrumada, como sempre.

Andei, sorrateiramente, até a escada. Tentando observar tudo. O único barulho que conseguia ouvir era meus batimentos cardíacos acelerados. Nem a minha respiração eu ouvia.

Subi, cautelosamente, e ouvi algumas pessoas conversando no quarto que era dos meus pais.

Aproximei-me e esgueirei-me pela porta para observar pela fresta o que estava acontecendo, e então, eu vi e escutei; Eva, a pessoa que eu tinha como referência na infância, estava de roupa íntima e vermelha; meu pai, a pessoa que foi meu herói, estava sem camisa, vermelho, com a gravata solta. Detalhe: no quarto havia roupas pelo chão, e a cama estava desarrumada.

Minha mãe estava de frente para os dois, vermelha - e sei que não era de vergonha -, berrando com eles.

Escutei.

– E DEPOIS DE TODOS ESSES ANOS, CHARLIE?! AINDA COM ISSO?! PENSEI QUE TIVÊSSEMOS RESOLVIDO ISSO HÁ VINTE QUATRO ANOS ATRÁS! PENSEI QUE PODIA CONTAR COM SUA PALAVRA! - ela berrara.

Meu pai, meio com vergonha, respondeu:

– Desculpa, Maria! Eu... Nós não pensamos muito! Desculpe-me! - ele implorava.

O meu pai, o cara que não saía de sua pose, sério, frio, implorava perdão.

– E VOCÊ, EVA?! DEPOIS DE TUDO QUE CONVERSAMOS! QUE DISCUTIMOS E COMBINAMOS! E VOCÊ FAZ ISSO! TRAIDORA!

– Desculpe-me, dona Maria! Mil desculpas! - com vergonha, Eva se encolhia diante da figura raivosa de minha mãe.

– NÃO QUERO MAIS DESCULPÁ-LOS! NÃO POSSO E NÃO CONSIGO! - Minha mãe, a mulher que nunca me deu carinho, chorou diante deles. Desabou. Ali, vunerável.

– Você estragou nossa vida, Charlie. Acabou tudo. Não posso mais - mamãe disse, sentando-se na poltrona.

Resolvi que era hora de entrar e ver se tudo aquilo que eu vi, batia com tudo aquilo que eu pensava.

– O que está acontecendo aqui? Ou melhor, o que aconteceu? - perguntei, calma. Fitei mamãe, papai e Eva. Passava meu olhar por cada um.

Eles estavam em pânico, a expressão facial denunciava. Traíras.

– Quem vai me dizer?

– Filha... Eu...

Papai interrompeu mamãe:

– Não, Maria! Não diga, por favor. Deixe-a que tenha uma boa recordação de mim. Por favor - ele implorou de novo.

– Por quê? Para ela crescer de novo em um lugar cheio de mentiras? Não, não mais. Ela vai saber de tudo.

– Dona Maria, a menina nunca mais vai nos perdoar!

– E vocês acham que eu não sei?! E vocês acham que só eu sou vítima? Eu tenho minha parcela de culpa e vou assumi-la. - minha mãe disse-lhes.

– Marlene, - ela pigarreou. Meu pai vestiu-se e sentou-se na cadeira, encolhido, e o mesmo fez Eva. - Você sabe que nossa família é uma família que preza o nome, não é? - ela perguntou-me, levando-me até a beira da cama.

Assenti, sentei-me e engoli seco.

– Bom, na época em que fiquei grávida de você, eu e seu pai ficamos imensamente felizes, afinal, finalmente uma herdeira, mesmo que fosse apenas um filho, ela seria nosso sangue e daria linhagem a nossa família, mas, pouco tempo depois, descobri que seu pai meu traiu com a minha empregada. Que para mim era até mais que isso, era minha amiga. E ela acabou ficando grávida - Maria disse e limpou algumas lágrimas que caíram.

Minha garganta ia se fechando mais e mais.

– Ela era a Eva - arregalei meus olhos, surpresa, atônica. Mamãe continuou: - E eles me pediram desculpas. Imploram. Eu não queria, mas tinha que zelar por nosso nome. Tinha que zelar por um lar para minha filha que iria nascer. Mas confesso que me preocupei mais o nome que tínhamos por aí. Se nos separássemos, todos iam falar e nosso nome iria a lama. Não queria isso. Estava tão feliz por finalmente ter conseguido casar-me com seu pai. - ela pausou e respirou fundo. Apertou mais fortes minhas mãos, geladas, e prosseguiu:

– Então, deixei que tudo se resolvesse com tempo e fingi que esqueci, porém com a promessa deles que isso não tornaria a acontecer. Acreditei, ingênua! Deixei até que Eva tivesse sua filha e até permanecesse no emprego. Aí ela teve Isadora - minha mãe parou e me olhou com entendimento.

Arregalei mais meus olhos, se pudesse, e faltou-me um pouco o ar no pulmão. COMO ASSIM ISADORA ERA MINHA IRMÃ? Esse pensamento gritante rondava minha cabeça. Por isso, apertei minhas têmporas e fechei os olhos. Minha dor de cabeça começava a assolar.

– Marlene, fique calma. Eu sei dos seus problemas de cabeça e algumas dores fortes já te levaram ao hospital, até desacordada - meu pai ousou dirigir a palavra a mim.

O fitei, encarando aquela pessoa que apenas destruiu o meu passado, que eu só tentava lembrar das coisas boas, que já eram difíceis de aparecer.

– Você não fale mais comigo. Quem você pensa que é, agora, para poder se preocupar comigo? Preocupou-se tarde demais com sua filha! - exclamei, revoltada, contra ele.

– Desculpa - ele sussurrou. Fingi que não escutei.

– E então, passou todos esses anos e... Fui enganada. Trágico - murmurei, apertando mais minha cabeça. Parecia que ia explodir. Decidi manter a calma, afinal, a dor iria piorar e eu não queria cair desacordada.

– Quer saber? Eu vou embora. Não quero vê-los durante um bom tempo. Não se preocupem comigo e finjam que não existo. Estou morrendo de raiva de vocês e quero que vão para o inferno! Não vou gritar e nem berrar. Resolvam e se quiserem, morram. Não se preocupem comigo e nem minha vida! - decidi naquela hora. Eu queria apenas ir para casa, tomar o medicamento e esperar o Sirius chegar para finalmente pensar sobre isso. Minha família destruída.

– Filha! Não nos deixe! E não diga isso. Não sabe o quanto me dói ouvir isso de você! - minha mãe disse.

Olhei para os três. Olhei para Eva e para papai com repugnância.

– Mãe, depois conversamos. Só quero... Quero ir para casa e... Preciso falar com Sirius - apesar do Black ser um louco, às vezes insensível, era a única pessoa com quem eu sentia que precisava conversar e abraçar. Por mais que fosse ele, ele saberia o que fazer.

– Não acredito, Marlene! Não fique dependente dos homens! Eles te enganam e te machucam, filha! Não se deixe levar! - Maria disse-me.

Olhei-a sem acreditar.

– Como? Sirius foi a única pessoa que ficou sempre comigo. Apesar de tudo, sei que posso contar com ele. Não ouse falar dele! Você não vale nem a metade - cuspi as palavras em sua cara. Há muito tempo minha mãe precisava ouvir minhas respostas.

– Marlene, ele vai apenas te usar, filha. Você não vê? - minha mãe tentou, acho que pela última vez, fazer-me desistir de Sirius. Eu era mais forte que ela.

– Eu apenas vejo a pessoa sem coração que você se tornou pelo dinheiro.

Saí. Deixei todos lá, ao léu, com suas culpas e acusações. Só queria ir embora, esfriar a cabeça e chorar. Chorar por pensar que tudo talvez tenha sido em vão. Tentar conquistar o orgulho e admiração dos meus pais. Ver pessoas que seriam tão ligadas a mim, odiando-me. Ver um orgulho e admiração cultivada e semeado há anos, ir embora em apenas segundos da minha existência. Chorar por apenas ver tudo desmoronar.

Corri porta a fora. E a pergunta que martelava em minha mente já perfurada por dores fortíssimas, era: Quem me mandou a ligação? Quem já sabia de tudo?

Estava claro que nenhuns dos três foram, bem, até por suas expressões. Eles iriam, mais uma vez, esconder tudo de mim. E, finalmente, entendi aquele sentimento que batia cada vez mais forte em mim; fui enganada a minha vida toda. Fui traída pelas pessoas que pensei que mais confiava. Minha confiança quebrada e destruída.

Avistei meu carro e o abri. Entrei em disparada e vi, olhando-me com mistura de arrependimento e desculpas, ela estava ao lado da árvore na porta. Isadora observava-me, atenta.

Lancei meu último olhar de agradecimento, por parte, ela me mostrou a verdade; raiva, por ter tirado tudo de mim; e aceitação, que por tudo, ela era minha irmã. E lembrei-me de tudo que ela havia feito contra mim e endureci meu olhar.

Arranquei com o carro.

–---------------------~-------------------~------------------------~----------------------------~-

Minha visão estava turva. Embasada. A dor de cabeça doía mais e mais. Minha cabeça ia explodir!

Apertei fortemente os olhos.

Peguei rapidamente o elevador e logo cheguei à minha chefa.

– Quero me demitir. Estou partindo - disse, direta. Minha decisão estava tomada. Não dava mais para adiar.

Ela arregalou os olhos.

– P-para quando? - gaguejou.

– Agora. Hoje. Nesse exato minuto! - exclamei alto. A dor aumentava e tive que sentar-me na cadeira de sua sala. Não dava mais para ficar em pé.

– O.k. Mas, Marlene, não é melhor conversarmos? - ela perguntou já pegando os papéis.

– Não! É agora.

– Tudo bem. Esteja aqui daqui a meia hora.

– Tudo bem. - eu disse e saí.

–-------------~----------------------~-----------------

– Está aqui, senhora. Tenha uma boa viagem - a atendente me disse.

– Obrigada - não me dei nem o trabalho de projetar um sorriso. Peguei minha passagem para daqui a um mês e a guardei.

(...)

– Está aqui, Marlene. E eu espero que quando você se decidir, conte-me o que houve - minha chefa sorriu e eu peguei minha carta de recomendação e demissão.

– Obrigada. Depois explico tudo. Tchau - disse e saí, deixando minhas coisas de trabalho por lá mesmo.

–----------~---------------~------------------------~-------------------

– Olá, Marlene - animadamente, como sempre, Emma me recebeu.

– Tio, tia, eu vou embora daqui - anunciei, sentando-me no sofá.

– Marlene, você está bem? Está pálida e com os olhos fora de foco. - Emma disse e comecei a ouvir sua voz de longe.

Bufei. Iria desmaiar.

– Eu preparei tudo. - disse, crendo que seria minha última frase.

– Marlene, calma, iremos chamar o médico - Tio Will disse e Emma apertou o botão para chamar.

– Desculpem-me por deixá-los aqui. Sinto muito - murmurei, sentindo-me sem sangue e com dificuldade para respirar.

– Os médicos já estão vindo. Marlene, depois você fala, querida. Fique consciente. Fique falando comigo - Emma disse ao meu lado. Pegando em minha mão. Por um momento, seu toque pareceu o de minha mãe.

– Chamem o Sirius, por favor - sussurrei. Essa, sim, foi minha última frase antes de ver tudo preto.

–----------------------------/------------------------------------/---------------------------------------/-

– Lene, querida, amor. Está acordada? - ouvi, mais perto, a voz de Sirius.

– Black - murmurei, apertando meus olhos.

– Sim. Eu mesmo - ele riu. - Está melhor?

– Acho que sim - abri os olhos e o observei. Seus cabelos estavam soltos e rebeldes, como sempre, e seus olhos azuis acinzentados eram preocupação.

– Você teve outra crise. Precisou ser internada. Quase morri de susto quando me ligaram.

– Desculpe.

– Bom, o que houve para ter a dor de cabeça?

Respirei fundo. Não queria contar, pelo menos não agora. Estava cansada.

– Estou cansada.

– Lene, é melhor contar. Podemos resolver, você sabe. Sei que foi algo pesado para causar isso novamente.

– Sirius, agora não - disse, sendo, sem querer, um pouco rude.

– Marlene! - ele reclamou, mas não disse mais nada. Ele foi até a mesa ao lado da maca e pegou minha passagem para a Inglaterra.

– Isso, por acaso, tem algo a ver? Está planejando me deixar? - ele perguntou, sério. Como nunca o vi antes.

– Sirius, quem mandou mexer na minha bolsa?! - exclamei, nervosa. Não era para ele ficar sabendo das coisas desse jeito. Mas eu nunca resolvo certo as coisas, sempre faço ficar pior.

– Você vai me abandonar, vai embora, Marlene?! E sem me dizer? - ele me acusou, bravo.

– Sirius! Não é nada disso! Eu quero te contar, mas não agora! Não dá!

– Essa é a sua vingança? Só por causa da festa? Você está se vingando? - ele perguntava cada vez mais alterado.

– Não! Sirius! Eu explico! - berrei, sem nem poder respirar direito.

– Mas agora não quero mais ouvir suas explicações - ele disse, soltando a passagem na mesa, com força, e batendo a porta do quarto.

Encolhi-me na cama e deixei algumas lágrimas escaparem.

Novamente, as pessoas me deixavam. Novamente, eu pedia explicações para os abandonos.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não me matem! Please! Desculpem-me por ele ser tão melancólico. Tsc tsc
Enfim, o próximo vem essa semana mesmo. Sério.
Até Domingo, máximo. Estou empolgada para escrevê-lo KKKKKKK
Bem, obrigada! Comentem!
Beeijo!
Até!
XD