Lily desceu as escadas, radiante. Só em pensar em parque, Londres, eventos alegres e com uma companhia totalmente agradável era ótimo. Seria bom sair de casa e andar por aí.

James observou seus movimentos minuciosamente. A ruiva estava com o cabelo solto, que fazia cachos nas pontas e lhe caía nas costas. O vestido de alças, que ia até o joelho, um pouco rodado, marcado na cintura, era branco com flores laranja e rosas.

Até o vento parecia estar em sintonia com a ruiva. Cada passo dela parecia que deslizava por cima de tudo, fazendo James prender ainda mais sua atenção a ela. Ou talvez ele que quisesse apenas olhá-la.

– Bom, como estou? Está bom para irmos ao parque? – Lily perguntou um pouco envergonhada, mas não perdeu seu sorriso. O sorriso.

James pigarreou e respondeu, sincero:

– Está linda, Lily.

– Ah! Você também está lindo. – ela disse, encantada. James estava com uma bermuda preta, uma camisa com o recorte ‘V’, cinza. Seus cabelos estavam bagunçados, como todo dia.

Ele ajeitou os óculos, sem jeito.

– Obrigada. Vamos?

– Claro. – Lily acompanhou Jay, e eles foram para o carro. Rumo às apresentações no parque.

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O Greenwich Park estava totalmente enfeitado e cheio. Ao seu redor, cercando-o, havia muitas fitas coloridas. Do lado de fora, vários carros estavam parados. Na entrada, havia um arco gigante, com mais faixas e fitas coloridas e em cima, do arco, como a maior faixa, estava escrito:The Show!

Jay parou o carro ao lado do parque e desceu com Lily em seu encalço.

Indo em direção à entrada, como um ímpeto, James pegou a mão de Lily. Um pouco confusa, Lily permitiu-se apertar de volta. Segurando-o também.

Ao pisarem na entrada, realmente aquele lugar estava em festa, circo, alegria.

À esquerda, o campo verde estava coberto de brinquedos e crianças. Crianças rindo e junto de mais outras, que traziam suas mães e pais. Qualquer parente. Também tinha vários casais: deitados, abraçados, beijando-se, brincando... Mas todos eles estavam rindo.

À direita, havia várias pessoas fantasiadas de diversas coisas de circo. Elas faziam apresentações para mais pessoas que os aplaudia e pedia sempre mais. Com barraquinhas de comidas e etc. Junto com vários brinquedos e mais crianças, mães, pais etc. Várias pessoas.

À frente, havia um palco grande. Onde tinha uma banda: uma menina – que aparentava ter seus dez anos -, e dois meninos gêmeos, que tocavam enquanto ela cantava. E havia mais pessoas ao redor do palco fazendo diversas coisas, seja cantando junto, pulando, brincando, dançando, ouvindo e batendo palmas no ritmo da música.

– Uma flor para outra. – uma voz despertou Lily. Ela olhou para o lado e viu um homem: ele estava vestido um tanto quanto engraçado. Parecia o curinga dos baralhos. Seus guizos faziam barulho com o mínimo movimento. O rosto maquiado com cores alegres e vivas.

– Oh, obrigada. – Lily murmurou quando viu o homem entregar-lhe um lírio vermelho.

O homem sorriu e saiu. Lily olhou para James. Ele estava com um sorriso de canto.

– Deixe-me colocar isto. – ele disse e pegou o lírio da mão da ruiva. Colocou delicadamente em seu cabelo.

– Combina com você, Lírio. – ele sorriu, bobo.

– Obrigada, de novo. – Lily deu uma pequena risadinha, com embaraço.

James sorriu maior e a puxou.

(...)

– Sabe, eu gosto desse tipo de festa. É alegre! – Jay riu.

– Eu também. É muito divertido. – Lily disse acabando seu sorvete. Eles estavam embaixo de uma árvore, conversando.

– É contagiante, não é? A música, o lugar, as pessoas. – com o olhar perdido nas pessoas que se divertiam na frente do palco, James disse.

Lily acompanhou seu olhar, sorriu e respondeu:

– Sim. Muito.

James virou-se com tudo.

– Vamos dançar, Lily.

Lily arregalou os olhos.

– O quê, Potter? Está louco? – Lily riu, desacreditada.

– Não, claro que não. Vamos, vai! É divertido! Será divertido, te prometo! – James fez um cara que sabe que ninguém resiste.

Ele espremeu os olhos.

– Potter...- ela tentou protestar.

– Nada de Potter! Vamos, Evans! Por favor! Não irá se arrepender! – ele implorava.

Lily bufou, não acreditando que estava cedendo.

– Tudo bem. – murmurou.

James riu.

– Vamos, não irá ser ruim, ruiva.

(N/A: Coloquem a música para tocar)

Ele a puxou para o meio das pessoas em frente ao palco.

A música que tocara anteriormente havia acabado.

A menina que cantava disse no microfone:

– Olá, pessoal! Bom, essa música é em homenagem a tudo isso! – ela disse feliz, abrindo os braços. Todos riram e murmuram vivas.

Ela assentiu e começou os primeiros acordes da música.

I'm just a little bit

Caught in the middle

Life is a maze

And love is a riddle

I don't know

Where to go

Can't do it alone

I've tried

And i don't know why

Eu estou um pouco

Presa no meio

A vida é um labirinto

E o amor é um mistério

Eu não sei

Onde ir

Não consigo fazer isso sozinha

Eu tenho tentado

E não sei por quê

Jay puxou Lily pela mão e a rodou. Ela riu contra o vento. Voltando para os braços do moreno, Lily ria, divertia-se. Junto com ele.

Slow it down

Make it stop

Or else my heart

Is going to pop

Cause it's to much

Yea, it's a lot

To be something i'm not

I'm a fool out of love

Cause i just

Can't get enough

Desacelere isso

Faça parar

Ou senão meu coração

Irá estourar

Porque é muito

É, é demais

Ser algo que eu não sou

Eu sou uma tola sem amor

Porque eu apenas

Não posso ter o bastante

No meio de todos que também dançavam. Lily e James pareciam que, por mais que houvesse todos ali, dançando, rindo, só existiam os dois ali. Dançando, se divertindo. Na dança, Lily só se importava de voltar para os braços de James, quando rodava e ele a abraçava, gargalhando.

O coração de Lily pulava contra o peito, fortemente. Estando ali, deslizando entre todas as pessoas e só ao som da música, Lily soube o porquê de ainda estar em Londres. Ela sobre muito mais sobre si mesma apenas dançavam, sendo ela mesma. Divertindo-se como não fazia há muito tempo. James despertava esse lado: alegre, divertido, verdadeiro.

I'm just a little bit

Caught in the middle

Life is a maze

And love is a riddle

I don't know

Where to go

Can't do it alone

I've tried

And i don't know why

Eu estou um pouco

Presa no meio

A vida é um labirinto

E o amor é um mistério

Eu não sei

Onde ir

Não consigo fazer isso sozinha

Eu tenho tentado

E não sei porque

James teve a sensação de estar totalmente fora de sintonia.

Totalmente solto ao mundo. Estava paralelo ali. Seus sentidos pareciam desligados. Só tinha apenas uma sensação no tato: a de Lily. Que Lily voltava e o abraçava, junto à música, apenas. A audição não era nada. Só as árvores tinindo contra o vento e dançando, também, com ele e a ruiva. O olfato só conseguia sentir o perfume de lírios que emanava do corpo de Lily, e, quanto mais ela dançava e balançava-se ao vento, o cheiro se dispersava. Os cabelos ruivos que batiam contra o vestido e o vento emanavam o mesmo cheiro, um cheiro natural. A visão estava embaçada, porém embaçada o suficiente para só ver Lily, que parecia voar. Uma visão aguçada o suficiente apenas para vê-la feliz e gargalhar ao seu lado. E o paladar gustativo o suficiente para saber o verdadeiro gosto da felicidade. Finalmente havia provado de tudo que sempre havia procurado. Com quem menos havia esperado.

I'm just a little girl

Lost in the moment

I'm so scared

But i don't show it

I can't figure it out It's bring me down

I know

I got to let it goooooo

And just enjoy the show

Eu sou só uma garotinha

Perdida no momento

Estou tão assustada

Mas eu não demonstro

Não consigo entender

Está me deprimindo

Eu sei

Eu preciso deixar passar

E apenas curtir o show

Parecia suficientemente irreal, para os dois. Afinal, quando é que Lílian Evans poderia saber, finalmente, que poderia ser feliz? Quero dizer, àquela felicidade que se vê nos livros românticos e em filmes, que parece até irreal, claro. Ali, parecia que Lily estava tendo uma amostra grátis de tudo. De tudo que poderia ter. Ou quase poderia ter tido.

The sun is hot

In the sky Just like

A giant spotlight

The people

Fol-low the sign

And syn-cro-nize

In time It's a joke

Nobody knows

They got a ticket

To the shoooooooow

Yea

O sol está quente

No céu

Igual a

Um holofote gigante

As pessoas

Seguem o sinal

E se sincronizam

No tempo

Isso é uma brincadeira

E ninguém sabe

Eles tem o ingresso

Para o show

Yeah

James poderia ficar assustado. Sempre procurou aquele tipo de sentimento - que crescia a cada segundo que respirava - com Kate, sua esposa. No entanto, nunca achou. Na verdade, achou que nunca encontraria. Poderia ser brincadeira de quem sempre amou de verdade.

Just enjoy the show

Oh, oh, oh

Apenas curtir o show

Oh, oh, oh

E Lily voltou. Sua última voltou no ar. Prendeu-se aos braços de Jay. Ele a segurou forte, talvez ela pudesse escapar. Lily sentiu que poderia cair a qualquer momento, clichê? Claro que sim. Agora a música soava um pouco distante. Distante, que só era ouvida pelos dois como uma música de fundo. Mas a música perfeita. James moveu sua mão até a bochecha quente da ruiva. Tocou-a delicadamente, fazendo Lily fechar os olhos, angelicalmente. Absorvendo cada momento e sensação. O turbilhão de sensações que os rondava era muito para ser descrito. Em uma parte do consciente, queriam muito continuar, afinal, eram os instintos que os levavam. Outra parte do consciente suplicava culpa e pedia para parar, havia uma esposa e um voto a quem James cumpriu. Seu casamento não era o certo, básico, mas ele prometeu. Pena que o consciente que gritava com isso era fraco, muito fraco. E perdia para o outro lado. Mas o certo era que quem estava os levando era não era a consciência, então não ouviriam nenhum dos lados.

James fechou lentamente os olhos e aproximou-se de Lily. Ouvia a respiração descompassada da ruiva, poderia até jurar que os corações estavam no mesmo ritmo frenético. Debatiam-se contra a caixa torácica com uma força inimaginável. Parecia querer estourar.

A pele macia e quente de Lily era delicada. Aproximou-se mais lento e, finalmente, selou seus lábios aos da ruiva. O quente - a pressão de Lily poderia estar nas alturas, os lábios poderiam estar vermelhos - e o frio - ao contrário, o sangue de Jay parecia que estava em falta - eram contrastes. Contrastes suficientes para cada um sentir o sabor do outro. Cada um delirar com o outro. Cada um absorver um pouco de tudo: sentimento, momentos, emoções... Lily puxou James para mais perto de si, permitindo-se um contato maior. James a segurou pela cintura e enlaçou suas mãos.

Parecia perfeito. Poderia parecer perfeito.

A nd just enjoy

The show

Dum-di-dum

La-dum-di-dum

Just enjoy the show

La-dum-di-dum

La-dum-di-dum

Just enjoy the show

E apenas curtir o show

O show

Dum-di-dum

La-dum-di-dum

Apenas curtir o show

La-dum-di-dum

La-dum-di-dum

Apenas curtir o show

Ali, juntos em um parque, fazendo alguma que não se arrependeria, até seria erro, mas que estavam burlando uma promessa, Lily pôde ter certeza de três coisas importantes e suficientes em sua vida a partir dali:

1) Morreria de culpa.

2) Poderia ter quase certeza de quê estava loucamente, desesperadamente, apaixonada por James.

3) Estaria muito encrencada em um futuro próximo.