O quarto ano... Levei Pansy ao baile de inverno, mas as investidas dela estavam me enchendo, realmente pensava que um dia eu poderia talvez me casar com ela, triste.

Enquanto a musica tocava a todo vapor, consegui me desvencilhar de seus braços que pareciam mais seis ao invés de dois e fui procurar algo para beber.

Felizmente Hogwarts oferecia uma serie de opções. Após pegar uma cerveja amanteigada fui ate as portas que davam para o pátio, festa era bom, me fazia sentir vivo. Só que festa misturada a vários imundos desanimava qualquer um.

Lá fora não estava tão melhor, pessoas se agarrando, indo para o escuro, brigando, dentre outras coisas, resolvi que estava na hora de me retirar, mandei Goyle avisar a Pansy assim que a visse e segui para as masmorras.

Enquanto ia para a masmorra o som era abafado, a quantidade de pessoas tinha diminuído. “Cobra sangrenta” disse a senha e a parede se moveu. Dentro era frio, e luxuoso como deveria ser. Não tinha ninguém no salão, ou melhor, apenas uma garota no sofá.

Assim que se virou vi que era a irmã da amiga de Pansy, ela tinha os mesmos olhos azuis, mas dessa vez brilhavam e estavam vermelhos.

― Já acabou? ― perguntou meio gaguejando, então percebi que ela tinha chorado.

― O que? Ah, o baile? Não. ― respondi passando direto para os dormitórios.

Sentia os olhos dela me seguindo, garota pirada, mas senti um pouco de pena. Ela provavelmente não tinha sido convidada ao baile, e para uma garota deve ser bem... Constrangedor.

Antes de sair de sua visão me senti obrigado a fazer algo.

― Olha, nem estava tão bom, ok? ― disse a ela me virando novamente.

Ela que me olhava assustada em uma piscada seu semblante tinha modificado e ela sorria, mulheres são tão estranhas.

Virei rapidamente e entrei no dormitório. Draco não podia estar amolecendo, nunca. Mas bem lá no fundo sabia que tinha ficado com pena dela seja lá por que, o que me fez ressaltar como a festa estava sem graça.

Claro que eu não perdia o tempo de provocar o Potter depois que ele foi selecionado para ser um dos campeões de Hogwarts, aquele tremendo idiota conseguiu sabe-se lá como burla regras e magia. E colei na torcida do Cedrico para atazanar o cicatriz.

Mas aconteceu algo estranho, e tenebroso. Durante a última prova era perceptível a mudança de clima, o céu estava fechado, como se recusasse viver. Fleur foi encontrada azarada, e o Victor sobre efeito da maldição Imperius. Quando os dois garotos apareceram com a taça, ninguém sabia quem tinha vencido.

Mas as comemorações foram abafadas por gritos de pavor, Cedrico estava ali morto, Harry Potter gritando a todo vapor que Voldemort tinha retornado. Meu estomago revirou fortemente enquanto fitava o olho vidrado do Diggory e ouvia o outro. O enjôo não passou apenas piorou.

E sentei-me rapidamente, não podia deixar que ninguém percebesse o quão apavorado eu estava. Abaixei minha cabeça colocando entre os joelhos, minha mãe dizia que resolvia, ela devia saber.

Como ele era? A aparência de você-sabe-quem? Eu tinha certeza absoluta que Harry não mentira. A visão paralisada pela morte do Diggory refletia que Voldemort tinha retornado.

Senti uma mão fria na minha testa, era aliviador... Mas e se fosse ele, o lorde das trevas? Estremeci erguendo rapidamente minha cabeça.

Bem na frente estava a garota, Greengrass, me olhando ansiosa e preocupada. Merlin, como sou fraco em demonstrar minha preocupação.

Bati com minha mão espantando a dela.

― Pensei que você estava passando mal. ― ela disse.

― Pensou errado, garota estúpida!

E me levantei dali, se essa criatura contasse a alguém que fique impactado com tudo que tinha acontecido, eu juro que ia fazer da vida dela um inferno.

No trem eu tentei provocar Potter, eu já sabia pela minha mãe que era verdade, e Voldemort tinha retornado. Meu pai estaria explodindo de pavor, e eu não tinha muito que fazer.

Nunca evitei tanto as férias como esse ano.

Nossa ultima refeição em Hogwarts foi tensa, quase a minha frente estava Astoria, apertei os olhos numa ameaça silenciosa, ela que não se atrevesse a contar qualquer coisa sobre meu estado durante a ultima prova do torneio.

Ela mantinha o olhar em mim, mas parecia ser inofensiva.

Chegar a casa e não ter a recepção calorosa e melosa da minha mãe foi previsível. Meu pai não estava e fiquei sabendo que ele só chegava tarde aqui. Minha mãe estava com medo, me contou tudo.

Que o lorde das trevas convocou os comensais, que estava com ódio mortal por não ter conseguido matar o Potter, e ate que Igor Karkaroff tinha sido assassinado por ele.

Disse para que eu evitasse ficar no salão principal enquanto tivessem visitas, diga-se de passagem, os comensais. E para eu evitar Harry Potter durante o quinto ano, ela tinha certeza que Voldemort iria investir de todas as formas no garoto, ao que parece, Harry tinha algo que o lorde queria.