Prisioneiras do Terror escrita por Bruno Silfer
Estamos em dezembro. O tempo passou muito depressa e eu quase não o percebi. Folheando meu caderno, eu vi que escrevi muito pouco durante esse ano e aconteceu muita coisa que não pude registrar aqui. Antes que eu me esqueça, o alarme tocou ontem porque estourou uma rebelião de prisioneiros na ala oeste do campo e fomos chamados para sufocar o tumulto. As meninas ouviram o tiroteio e quando voltamos a curiosidade delas não tinha limites.
– Você está bem? O que aconteceu?
– Alguns presos escaparam das celas e libertaram mais e mais gente. Assim começou uma verdadeira rebelião.
– Eram muitos?
– Quase duzentos.
– E aqueles tiros?
– A tolerância com indisciplina por aqui é zero. Por isso fomos ordenados a atirar.
– Então vocês...
– Matamos todos eles.
– To-todos?
– Todos. Depois cremamos os corpos.
Ela ficou triste ao ouvir isso, afinal quase duzentas pessoas foram mortas por querer a liberdade. Não pudemos conversar por muito tempo; logo depois um outro soldado veio nos dar um aviso:
– Ei vocês dois! – disse ele ao chegar
Então ele viu as meninas e, pela sua reação, gostou do que viu.
– Olha aê! Quem são essas?
– Não interessa. – respondeu Naruto
– Ah já entendi. Por isso que vocês gostam de ficar aqui... mesmo sendo prisioneiras dá pra se divertir um bocado.
– Ta bom, ta bom. – encerrei o assunto – O que quer aqui?
– É que o comandante quer dar um comunicado para todo mundo.
Então fomos até lá fora onde todos já se reuniam. O comandante foi muito firme ao falar o que pretende fazer para evitar novos motins naquele campo. Sua decisão afetou os soldados e quase metade dos presos que sobreviveram ao massacre de ontem; eu e o Naruto não gostamos do que foi decidido e enquanto voltávamos, discutíamos o assunto.
– Isso não é bom. Agora vai ficar mais difícil salvar as meninas. – começou Naruto
– E eu não sei? – respondi – O regime lá é mais duro que aqui.
– Precisamos pensaaaaar.
– A vida delas vai ficar o mais perto possível do insuportável.
– O que podemos fazer?
– Por enquanto é não sair de perto delas, depois achamos outra solução.
– Tem razão.
Ainda conversávamos quando chegamos na cela. Ficamos pensando e trocando soluções sobre o que estava por vir. Depois disso decidimos contar para elas que, ao nos aproximar-mos, chegaram perto da grade e nos olharam.
– O que houve? – perguntou Hinata
– É que foram tomadas algumas medidas. – comecei
– E não gostamos nada dessas medidas. – completou Naruto
– Como assim?
– Os superiores não gostaram nada do que aconteceu ontem, por isso resolveram tomar providências.
– Que tipo de providências?
– Eles dizem que os rebeldes precisam ficar em um lugar que não os deixem pensar besteira.
– Então eles resolveram transferir metade dos presos daqui, e vocês também estão nessa. – disse eu
– E pra onde vão levar a gente? – perguntou Ino
Respirei fundo e disse:
– Para o campo de Auschwitz-Birkenau.
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