Prisioneiras do Terror escrita por Bruno Silfer


Capítulo 8
Capítulo 8: Reviravoltas




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Estamos em dezembro. O tempo passou muito depressa e eu quase não o percebi. Folheando meu caderno, eu vi que escrevi muito pouco durante esse ano e aconteceu muita coisa que não pude registrar aqui. Antes que eu me esqueça, o alarme tocou ontem porque estourou uma rebelião de prisioneiros na ala oeste do campo e fomos chamados para sufocar o tumulto. As meninas ouviram o tiroteio e quando voltamos a curiosidade delas não tinha limites.

– Você está bem? O que aconteceu?

– Alguns presos escaparam das celas e libertaram mais e mais gente. Assim começou uma verdadeira rebelião.

– Eram muitos?

– Quase duzentos.

– E aqueles tiros?

– A tolerância com indisciplina por aqui é zero. Por isso fomos ordenados a atirar.

– Então vocês...

– Matamos todos eles.

– To-todos?

– Todos. Depois cremamos os corpos.

Ela ficou triste ao ouvir isso, afinal quase duzentas pessoas foram mortas por querer a liberdade. Não pudemos conversar por muito tempo; logo depois um outro soldado veio nos dar um aviso:

– Ei vocês dois! – disse ele ao chegar

Então ele viu as meninas e, pela sua reação, gostou do que viu.

– Olha aê! Quem são essas?

– Não interessa. – respondeu Naruto

– Ah já entendi. Por isso que vocês gostam de ficar aqui... mesmo sendo prisioneiras dá pra se divertir um bocado.

– Ta bom, ta bom. – encerrei o assunto – O que quer aqui?

– É que o comandante quer dar um comunicado para todo mundo.

Então fomos até lá fora onde todos já se reuniam. O comandante foi muito firme ao falar o que pretende fazer para evitar novos motins naquele campo. Sua decisão afetou os soldados e quase metade dos presos que sobreviveram ao massacre de ontem; eu e o Naruto não gostamos do que foi decidido e enquanto voltávamos, discutíamos o assunto.

– Isso não é bom. Agora vai ficar mais difícil salvar as meninas. – começou Naruto

– E eu não sei? – respondi – O regime lá é mais duro que aqui.

– Precisamos pensaaaaar.

– A vida delas vai ficar o mais perto possível do insuportável.

– O que podemos fazer?

– Por enquanto é não sair de perto delas, depois achamos outra solução.

– Tem razão.

Ainda conversávamos quando chegamos na cela. Ficamos pensando e trocando soluções sobre o que estava por vir. Depois disso decidimos contar para elas que, ao nos aproximar-mos, chegaram perto da grade e nos olharam.

– O que houve? – perguntou Hinata

– É que foram tomadas algumas medidas. – comecei

– E não gostamos nada dessas medidas. – completou Naruto

– Como assim?

– Os superiores não gostaram nada do que aconteceu ontem, por isso resolveram tomar providências.

– Que tipo de providências?

– Eles dizem que os rebeldes precisam ficar em um lugar que não os deixem pensar besteira.

– Então eles resolveram transferir metade dos presos daqui, e vocês também estão nessa. – disse eu

– E pra onde vão levar a gente? – perguntou Ino

Respirei fundo e disse:

– Para o campo de Auschwitz-Birkenau.


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