Prisioneiras do Terror escrita por Bruno Silfer


Capítulo 16
Capítulo Final: 27 de agosto de 2009 - Lembranças




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Hoje estamos em pleno ano de 2009... Tudo está diferente, moderno, nem parece como na minha época. Antes que eu me esqueça, eu sou o Gaara e decidi voltar a escrever depois de achar o meu caderno, o mesmo que usei na guerra, dentro de uma das gavetas do meu quarto. Então vou aproveitar e contar um pouco do que vivi depois da guerra.

Depois daquele julgamento não havia muito o que fazer na Alemanha. O que mais se via eram escombros que mostravam que daria muito trabalho reconstruir tudo. Com o investimento internacional, por conta da disputa entre americanos e soviéticos, pudemos começar de novo e esquecer os seis anos do conflito que arruinou esse país. Essa disputa que hoje chamam de Guerra Fria dividiu a Alemanha em dois e Berlim também foi dividida ao meio, sendo que ficamos na parte ocidental de Berlim. Tivemos sorte. Em pouco tempo a cidade se desenvolveu e absorveu muitos trabalhadores, o que me possibilitou conseguir dinheiro e erguer uma casa. Eu sabia que não era a casa dos sonhos da Ino e que ela merecia mais, mas eu vi os olhos dela brilharem quando viu que aquela casa era só nossa, o começo, ou melhor, o recomeço.

Duas semanas depois de nos mudarmos se completaram os meses de gravidez da Ino e ela teve o nosso filho no hospital central de Berlim. Ele nasceu ruivo e com os olhos azuis. Agora eu teria que conseguir alguma ocupação em que eu pudesse ganhar mais dinheiro para suprir as despesas do meu filho e sabia que só existia uma ocupação que me ofereceria esse ganho a mais: fazer parte da pequena força militar que a Alemanha poderia ter. Pelos tratados que foram assinados pela nossa derrota essa força não poderia superar cem mil homens e por uma pitada de sorte e um pouco de malandragem consegui que não me tirassem de Berlim Ocidental, assim não precisaria me afastar de casa.

Nem preciso contar que a Ino não gostou nada quando eu disse que ia voltar para o exército. Por um segundo a lembrança da guerra passou pela mente dela, mas eu a confortei e entrei outra vez para a carreira militar. Permaneci no exército por muitos anos e com o ganho a mais pudemos ampliar a nossa casa. Outra coisa que tranquilizou a Ino foi a ausência de conflitos. A preocupação era apenas a segurança interna da cidade e posso dizer que, depois de perder duas guerras mundiais, a Alemanha aprendeu a lição.

O tempo foi passando e mais filhos chegaram. No total tivemos seis: dois homens e quatro mulheres. Eu brincava com a Ino dizendo que eu era muito fraco já que dos seis, quatro eram a cara da mãe e somente o primeiro e o quinto pareciam mais comigo. Falando em filhos, agora lembrei do Naruto. Ele casou com a Hinata e teve cinco filhos com ela depois que voltaram da Itália. O fato é que tivemos muitos filhos porque na época não existiam esses métodos de controle de natalidade como são usados hoje e, se existiam, eu não conhecia. O Naruto teve sorte. Não precisou passar pelo julgamento e não foi preso. Hoje eles moram em uma casa perto da nossa e sempre nos reunimos para conversar.

A melhor fase da minha vida foi, sem dúvida, quando fiz essa casa e trouxe a Ino para cá. Todo dia as crianças me viam chegar vestido de soldado e elas sempre diziam que eu ficava mais bonito assim. Elas nunca cansavam de ouvir a história de como conheci a Ino, do esforço que tive de fazer para evitar que ela morresse e como ela me defendeu no meu julgamento. Também contei sobre as guerras na França e no norte da África, das batalhas navais no mar báltico, do couraçado Bismarck, que era o mais poderoso da Kriegsmarine alemã junto com seu irmão couraçado Tirpitz, e como ele dominou os mares até ser até ser sacrificado; por fim contei sobre os grandes militares como o grande General Erwin Rommel e o Almirante Karl Doenitz, comandante da Kriegsmarine e sucessor do Fuhrer. Os meus filhos homens gostaram tanto do que eu contava que resolveram se tornar militares; o mais velho, hoje, é general e o outro está a uma promoção de se tornar almirante. Eles chegaram muito mais longe do que eu, que nunca fui além de soldado. Mesmo com as atrocidades que fizemos eu me orgulho de ter feito parte do mais poderoso exército que esse mundo já viu e posso garantir que dificilmente outro país vai montar uma força militar tão bem organizada como aquela. Hoje eu e a Ino estamos velhos e nem de longe temos a força que tínhamos antes, mas o mundo continua se matando a troco de nada. Eu e o Naruto somos considerados heróis de guerra mesmo com a má fama dos alemães, mas eu trocaria esse heroísmo pela tão sonhada paz que todos querem e ninguém faz nada para alcançar. Mesmo depois de tanto tempo eu amo a Ino como da primeira vez que a vi e assim como esse amor o mundo também não mudou nada. Aqui eu posso aplicar uma frase que eu li e diz tudo o que eu quero: “Tudo muda, menos o espírito humano”.


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Notas finais do capítulo

Bom, aqui termina a narrativa de "Prisioneiras do terror". Espero que tenha conseguido passar um pouco do contexto da segunda guerra para voces. Sei que as vezes demorei a postar, que essa fic nao fez tanto sucesso como eu esperava mas mesmo assim eu nao me arrependo de tê-la escrito. Podem esperar que daqui a algum tempo a Brunu's Century Fox irá surpreender voces com outra super produção.É isso. Até a próxima aventura.



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