Convivência Por Contrato escrita por cellisia


Capítulo 9
Capítulo 9 - Dia Seis: 21/05


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna-san! Então, então... O cap. saiu mais rápido dessa vez, mas não se animem, ficou uma carniça! Postei mesmo só pra desencargo de consciência, porque aí eu me livro logo desse peso e me foco no próximo u.u
Vocês que tinham grandes expectativas quanto a esse capítulo, por favor me perdoem. Sinto desapontá-los. Foi o pior que eu já consegui escrever! Aff Natália --'
Vcs vão me crucificar, eu sei (não porque tenha acontecido algo ruim, mas pq ficou podre mesmo). Desculpem a tia Nat =/
Tô até com vergonha de postar, mas... Não me abandonem, onegai!!!!!!! Prometo que o próximo será melhor muahahahah...
Ps: Gostaria de agradecer, especialmente, à SakiSasu por ter recomendado a fic. Fiquei tão feliz quando vi... Obrigada viu linda? Amei *-*



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Na manhã seguinte, apesar do cansaço e do desmedido desejo de continuar na cama, Sakura acordou cedo. Por volta das 07:00h mais especificamente.

Gostando ou não, ela teve que o fazê-lo, afinal aquele seria o dia em que voltaria a trabalhar.

Ao mesmo tempo em que estava empolgada, estava também temerosa e cansada.

Empolgada por finalmente poder voltar a fazer o que tanto gostava; temerosa por retornar ao hospital, fazer outra burrice e acabar sendo demitida; e cansada porque a festa de casamento do dia anterior acabara com ela.

Ela levantou-se parecendo um zumbi. Tinha os olhos pesados e sentia como se seu corpo tivesse sido esmagado por um rolo compressor.

"Graças a Kami não gosto de sakê". - Ela pensou enquanto abria o chuveiro - "Imagina a enxaqueca que eu não estaria tendo agora se fosse viciada como a Tsunade-sama..."

Quando terminou sua higienização e voltou para o quarto, Sasuke, logicamente, continuava dormindo, afinal não tinha que trabalhar e nem se preocupar com nada. Ele provavelmente vadiaria o dia todo.

A rosada então começou a se arrumar. Ela parou em frente ao espelho, o qual refletia a cama à suas costas e penteou o cabelo.

Enquanto deslizava a escova por entre suas mexas róseas e observava o Uchiha dormir tranquilamente, um acontecimento do dia anterior lhe voltara à memória: O beijo que compartilharam.

Ela sabia claramente que eles beijaram-se apenas porque seus amigos insistiram - e ameaçaram -, apenas para sustentar a mentira de que eram "felizes e recém-casados", mas ainda assim não conseguia parar de pensar.

O modo como ele a beijou sem pressa ou grosseria, o modo como a segurou...

Instantaneamente ela passou o dedo nos lábios enquanto um sorriso brotava. Apesar dos apesares, finalmente conseguira um beijo de Uchiha Sasuke.

"Shanaroo! Meu primeiro beijo foi com o Sasuke-kun!" – Pensou ela com um ar de triunfo. Mas logo em seguida se repreendeu: - "Tsc! Aquilo não se passou de encenação. O Sasuke-kun não gosta de você, Sakura! Não acredito que está tão feliz por isso! O primeiro beijo deve ser especial e não por obrigação ou ameaças. Basicamente você foi usada e ainda assim continua feliz?! Tsc!... Sou mesmo tão fútil e idiota assim?"

Imediatamente espantou esses pensamentos e desceu para o primeiro andar. A primeira coisa que fez foi ir ao quintal dos fundos.

O barulho da porta sendo corrida fez com que o cachorrinho, que dormia encolhido debaixo de uma cerejeira, abrisse os olhos. Ele espreguiçou-se, latiu e correu até ela enquanto abanava o rabo.

Sakura sorriu e ajoelhou-se. Imediatamente o cãozinho apoiou as patas dianteiras em suas pernas, ainda balançando o rabo e com a língua de fora.

–Você parece gostar de mim... - A rosada afagou a cabeça dele - Mas vou ter que te devolver para o Kiba.

O animalzinho inclinou a cabeça para o lado, como se tivesse entendido, e latiu.

–Você é engraçado. E é tão fofo... Precisa de um nome. Você parece ser fêmea. Você é fêmea, não é?

Ele latiu.

–Certo. Que tal Saeko? É, eu sei que é nome de gente, mas tem uma garota da qual não gosto muito, e ela tem esse nome. E sabe? Ela tem uma cara de cachorro... Acho que ela ter o mesmo nome que a minha cadelinha é um elogio. Ela deveria ficar grata. Concorda, Saeko?

A cadelinha latiu e abanou o rabo.

–Mas pensando bem, a cada vez que eu te chamar, eu vou lembrar dessa garota. O que acha que devemos fazer então?

Saeko escondeu a cabeça na saia dela. A rosada riu e a pegou no colo.

–Vem, vamos nos despedir do Sasuke-kun.

Sakura entrou novamente e subiu para o quarto.

O moreno continuava em seu sono profundo e tranquilo. Ela então colocou a cadelinha em cima de seu peito e subiu na cama. Imediatamente Saeko começou a lamber a cara dele e mastigar seu cabelo.

Ao sentir aquela baba fria e pegajosa em seu rosto, Sasuke abriu os olhos assustado e, instintivamente, jogou a cadela no chão, a qual soltou um ganido de protesto.

–Sakura, o que você está fazendo? - Ele perguntou entre dentes ao vê-la em pé ao seu lado.

–Só vim avisar que estou indo para o hospital - Ela disse com um sorrisinho falso.

–E desde quando eu me importo? - Ele ergueu uma sobrancelha.

–Não precisa se importar comigo. Apenas despeça-se da Saeko.

–De quem?

Num movimento rápido e bem arquitetado, Sakura o chutou da cama.

–Você ficou doida? - Ele rosnou ao bater a bunda no chão.

–Essa - ela apontou para a cadelinha, ignorando-o - é Saeko.

–Não brinque com a sorte garota irritante - O Uchiha sibilou enquanto levantava-se.

A rosada riu inocentemente e pulou de volta para o chão.

–Por que está tão irritadinho, Sasuke-kun? Você fez a mesma coisa comigo outro dia, lembra-se? Apenas retribuí a gentileza.

O Uchiha bufou e voltou para a cama.

–Itekimasu - A Haruno murmurou e virou-se para sair.

–Cuidado na hora de atravessar a rua. - Sasuke disse - Não deixe uma carroça te atropelar. Ou deixa. Tanto faz - Ele soltou um riso seco e deu de ombros.

A rosada revirou os olhos e deixou o quarto.

–Vem, Saeko.

Imediatamente a cadela latiu e correu pra fora, seguindo-a.


***


Quando deixou a casa e o Bairro Uchiha, antes de ir para o hospital, Sakura passou na casa dos Inuzuka com Saeko a tira colo.

Ainda estava cedo para perturbar a paz alheia, mas ela não se importou. Bateu na porta, e após algum tempo, justamente a pessoa com quem queria falar apareceu: Inuzuka Hana.

Hana tinha o cabelo todo bagunçado e revirado, a cara amassada, leves olheiras embaixo dos olhos e pêlo de cachorro no pijama com estampa de patinhas.

–S-Sakura-san!? Ohayo...

–Hana-san! Ohayo.

A Inuzuka coçou os olhos e bocejou, exibindo seus caninos pontiagudos.

–Eu sei que está muito cedo, mas vim devolver a cadelinha.

Instantaneamente Saeko latiu e pôs a língua pra fora.

–O-O quê?! Por quê?! - A morena coçou a cabeça confusamente.

–Apreciamos o presente, mas não temos tempo de cuidar dela. E o Sasuke-kun, bem, ele não tem paciência com ela.

A cadelinha rosnou ao ouvir o nome do dono temporário.

–E ela não gosta dele - Hana observou.

–É, pois é... Enfim, ela se chama Saeko. Agradeça ao Kiba por mim.

A Inuzuka assentiu e pegou a cadela no colo.

–Comporte-se garota - Sakura afagou a cabeça dela e sorriu.

Despediu-se e caminhou em direção ao hospital.

Durante o caminho, passou em frente à uma livraria, e é como dizem: "Deus ajuda a quem cedo madruga". Logo cedo o dono já estava lá, sorridente, exibindo e fazendo propagando do jornal da vila.

A rosada parou para ver, e, como já era de se esperar, a manchete era sobre o "casamento do ano". Não era surpresa para ela.

Konoha, sendo a vila que era, e cheia de habitantes fofoqueiros e curiosos, é claro que comentariam por bastante tempo sobre o acontecimento e fariam mil especulações tentando descobrir como a Haruno conseguira fisgar o cobiçado Uchiha.

A foto da capa era nada mais nada menos do que Sasuke a beijando. Mais uma vez ela não se surpreendeu.

Com tantos intrusos e xeretas naquela festa, era óbvio que pelo menos um deles seria aspirante a jornalista ou fotógrafo amador.

Enquanto lia rapidamente as palhaçadas e abobrinhas que estavam ali escritas, o dono da livraria começou a mexer com ela, fazendo piadinhas e insinuações.

Sakura teve que se segurar e usar toda sua força de vontade para ignorá-lo, caso contrário acabaria apelando para a violência - como sempre fazia -, e no fim teria que se entender com Tsunade.

Assim que deixou a livraria, seguiu direto para o hospital. Mal chegara e já fora incumbida de uma tonelada de tarefas e mil pepinos a serem resolvidos, afinal Shizune não estava mais lá, o que a tornava, automaticamente, a "chefe".

A verdade era que, Shizune, já sabendo que Sakura retornaria naquele dia, nem aparecera por lá. Os dias em que fora tinham sido apenas para substituí-la, pois era a rosada a enfermeira-chefe e a coordenadora geral - apesar de ser meio irresponsável, Tsunade confiava que ela era apta para o cargo -, mas, às vezes, ela [Shizune] aparecia para dar uma ajuda - como aconteceu no dia em que a Haruno injetara água nas veias de uma senhora e desencadeara toda a história.

O fato é que, Shizune, apesar de amar ser médica, amar a medicina e amar seus pacientes, estava feliz em voltar ao seu antigo cargo: conselheira e ajudante de Tsunade. Até porque a prefeita andara aprontando durante sua ausência.

Sem Shizune para "reprimi-la" e "controlá-la", Tsunade andara passando da conta na bebida e nos jogos, adquirindo assim novas dívidas. E além de gastar seu próprio dinheiro, comprometeu a vila, usando parte do dinheiro público em seus jogos e apostas.

É claro que Shizune era a única conhecedora do fato, e agora cabia a ela resolver a confusão.


***


Durante o decorrer daquele dia, Sakura ficara atolada no hospital, e Sasuke, por estar sendo constantemente vigiado pela prefeita (sabe-se lá como), estava proibido de "aprontar" com Karin ou com qualquer outra garota - mesmo não gostando da ruiva, ele saía com ela de vez em quando para "se divertir", mas isso agora lhe era impossível - por isso não saíra de casa.

Ele então convidou Naruto até o Distrito para beber, jogar e bater papo. Sem a Sakura ali para que pudesse infernizá-la, aquilo era tudo o que podia fazer.

Entretanto, nas ruas da vila, a história se seguia diferente.

Entre todas, ou quase todas as garotas, ocorria uma espécie de competição "silenciosa". Todas buscavam a mesma coisa: Uchiha Sasuke, e após a "Grande Revelação", como já era de se esperar, Sakura ganhara, automaticamente, algumas inimigas.

E Karin se aproveitara disso.

Apesar das diferenças, uma coisa que as garotas da Vila da Folha tinham em comum era o ódio pela ruiva, mas depois que a notícia do "casamento" fora divulgada, Karin, que não gostava da rosada, ganhara algumas seguidoras, as quais compartilhavam do mesmo gosto: Nakimura Yachiyo e Yamada Inori.

É claro que havia outras garotas, mas algumas (poucas), apesar dos acontecimentos recentes, continuaram preferindo Sakura á Karin, e ainda havia aquelas que não gostavam de nenhuma das duas, decidindo assim, ficar fora da jogada.

No fim, eram apenas as três: Karin, Yachiyo e Inori.

Yachiyo era a mais velha das três, com 21 anos. Tinha uma franja que ia abaixo das sobrancelhas, lhe cobrindo os olhos, e o cabelo longo que batia na cintura, e assim como Karin, era ruiva. A diferença era que seu cabelo possuía um tom alaranjado, enquanto o de Karin era vermelho-sangue.

Tinha os olhos castanho-claros, quase mel e um sorriso gentil. Vestia blusa verde, calça preta e sandália.

Inori, por outro lado, era a mais nova, com 17 anos. Tinha a pele um pouco mais escura - Apesar de ser natural da Aldeia da Folha, sua mãe era da Aldeia da Nuvem, no País do Trovão, por isso a pele mais escura -, olhos castanho-escuros, curtos cabelos pretos, os quais chegavam abaixo das orelhas e um olhar malicioso. Usava um vestido azul-anil que batia nos joelhos e sandália de dedos.

O objetivo principal daquele grupo era perturbar e sacanear a vida de Haruno Sakura.


***


Naquele mesmo dia, um garoto de cabelos brancos levemente azulados e íris arroxeadas aparecera na vila. Chamava-se Hoozuki Suigetsu e se dizia um espadachim.

Ele era da Aldeia da Névoa, no País da Água, e dizia estar andando de país em país, de vila em vila, a procura de uma certa espada, conhecida como Zambatou.

Mal ficara em Konoha e já havia se convencido de que sua espada não estava por lá. Quando estava indo embora, vira Karin e suas novas "amigas" paradas em frente à uma loja de conveniências.

–Escutem, garotas - Karin dizia -, o que acham de contratarmos um estuprador?

–Karin-san, isso é perigoso. - Yachiyo falou - E um pouco exagerado...

–Hunf! Perigoso para ela - Karin fez um gesto de desdém com as mãos e riu maldosamente.

Inori, com um sorriso irônico e malicioso disse:

–Meu irmão tem uns amigos... Ele diz que não, mas tenho certeza de que ele faz parte de uma gangue. Podemos pedir a eles.

–E o que eles fariam por nós? - Karin ergueu uma sobrancelha enquanto arrumava os óculos.

–Qualquer coisa, ora. Assassinato, sequestro, roubo, estupro...

–Inori-chan, acho que vocês estão levando isso muito a serio - Yachiyo tinha os dedos nos lábios e uma expressão temerosa.

–Yachiyo-san, não me leve a mal, mas, afinal o que você está fazendo aqui?

–O-O quê?

–Ué, você não está querendo colaborar com nossas sabotagens contra a Sakura. Então me diga: qual é o seu motivo?

–Isso não é verdade! Só não quero fazer algo perigoso... Não chega a ser ódio, mas eu realmente não gosto da Sakura. Não porque ela se casou com o Sasuke-san, pois eu na verdade nem gosto dele. Meu problema com ela é devido ao seu comportamento violento e o fato de ela bater em todo mundo.

A morena revirou os olhos.

–Então o que você sugere? - Ela ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços.

–Eu... Pensei que iríamos apenas pregar um susto nela...

–Yachiyo-san, é preciso estar disposta a correr riscos! Além do mais, se você...

–Já chega Inori. - Karin a interrompeu - A Yachiyo tem razão. Até porque, não posso arrumar confusão aqui, caso contrário a Tsunade-sama me manda de volta pra minha vila. Tudo tem que ser feito por debaixo dos panos, e...

–Ora, ora, ora! - Suigetsu tinha um ar debochado e um sorriso irônico - Vejam só se não é a Karin. Planejando crimes ainda por cima. Tsc, tsc... Que feio.

–SUIGETSU! - Ela rugiu enquanto arrumava os óculos - O que você está fazendo aqui?

–O mesmo de sempre, você sabe... Procurando a minha espada, e como pode ver, eu ainda não a encontrei.

–Vocês se conhecem? - As outras duas perguntaram olhando de um para o outro.

–Ah sim. - Ele riu irônico e divertido - Nas minhas andanças a procura da Zambatou, passei pela Aldeia da Grama e me deparei com ela - Apontou para Karin desdenhosamente.

De má vontade, Karin balançou a cabeça positivamente.

–Nós tínhamos um caso, uma paixonite. - Suigetsu continuava com seu sorriso irônico - Pena que não deu certo.

–Verdade. - Ela assentiu novamente de má vontade - Peraí! O quê?!

Yachiyo e os demais riram enquanto a ruiva ficava possessa.

–Bem, bem... - Ele apoiou o braço no ombro dela - Esse seu plano infantil aí... É contra quem?

–Ninguém. Vá embora, Suigetsu!

–Eu poderia te ajudar, Karin. Deixa disso...

–Se não tirar essas mãos de mim agora, você vai se arrepender!

Ele suspirou e afastou-se dela.

–Tudo bem. Sei quando não sou querido. Já vou indo, até porque minha amada Zambatou ainda está por aí. Apenas esperando que eu a encontre...

–Não dou a mínima, Suigetsu. Isso mesmo. Vá embora! - Ela arrumou os óculos e dirigiu-se às garotas: - Como eu dizia, acho que...

Ele virou-se para ir embora, mas antes, passou a mão na bunda dela.

–SUIGETSU, SEU ATREVIDO! - Rápida e repentinamente Karin virou-se, dando-lhe um pontapé que o jogou no chão. Foi até ele e começou a chutá-lo e pisoteá-lo com violência e ferocidade.

–Adoro pancadaria - Inori comentou animada.

–Inori-chan! - Yachiyo murmurou.

–Tsc! Você é gentil de mais, Yachiyo-san. - A morena bufou - Você não tem estilo para ser maligna.

–Ah, e você tem? - Ela ergueu uma sobrancelha.

–Lógico! Adoro ver a desgraça alheia. Principalmente se eu tiver provocado ou, no mínimo, ajudado.

"Cruzes!" – Yachiyo pensou chocada.

Enquanto isso, Karin continuava chutando o "coitado" do Suigetsu. Ou ele estava bastante ferido, ou simplesmente não queria defender-se.

–Agora chega, Karin-san! - Yachiyo se impôs e usou um tom de garota mais velha e responsável.

A ruiva o chutou uma última vez, arrumou os óculos e afastou-se. O garoto ficou lá gemendo, mas ainda tinha forças para fazer o que mais gostava: Irritar a Karin.

–Karin, você bate como uma garota.

–Eu sou uma garota, baka!

–Com essa força e o fato de se reta quase como uma tábua dá a impressão de ser outra coisa.

–COMO É QUE É!?

Ela estava prestes a partir pra cima dele novamente quando Yachiyo a segurou.

–Você acabou de dizer que não pode arrumar confusão. Quer ser expulsa de Konoha?

–Yachiyo-san, pare de ser chata! - Inori reclamou.

–Não, ela tem razão. - Karin concordou ofegante - Eu... É só que... Esse garoto me faz perder o controle.

–Isso tudo é porque você me ama - Ele soltou uma risada seca.

–SUIGETSU!

–Agora é sério, Karin. Acho que você me quebrou uma costela...

–Hunf! Bem feito seu pervertido!

–Tsc! Vamos embora... - A morena suspirou frustrada e impaciente.

–É, vamos. - A ruiva de óculos concordou - Esse garoto é perda de tempo. Simples ocupação de espaço.

–O quê?! Você vai me deixar aqui?

Karin e Inori riram maldosamente e deram de ombros enquanto se afastavam.

–Yachiyo! - A ruiva a gritou.

Yachiyo lançou um último olhar ao garoto de cabelos brancos e correu atrás das outras duas.

***


Apesar do olho inchado e alguns arranhões pelo corpo, aparentemente, Suigetsu não estava tão mal a ponto de não conseguir se mover.

Aparentemente.

No fim das contas fora parar no hospital, mas ele tinha a certeza de que não fora sozinho. Provavelmente alguma alma caridosa o levara pra lá.

Sua tese então fora comprovada: Do lado esquerdo, estava mesmo com uma costela quebrada, o que dificultava sua respiração e sua locomoção.

–Sakura-san, o paciente do quarto 96 precisa fazer uma ressonância magnética. - Uma enfermeira a seguia com uma prancheta em mãos - O do quarto 09 de raio-X e o do quarto 1526 precisa fazer exames de rotina.

–Hai - A rosada respondeu dura e impacientemente. Já estava estressada e desorientada.

–E aquele ali - ela apontou para Suigetsu, que estava sentado na área de espera e tinha uma mão nas costelas e a expressão de dor - precisa de curativos. Já mandei tirar o raio-X. Ele quebrou uma costela.

–Mande o Kitou atendê-lo. Tenho muitos assuntos a resolver.

A enfermeira, no entanto, já havia ido embora, deixando-a falando sozinha.

“Tsc! Está tudo tão apertado hoje! Como, em menos de uma semana, acumulou tanta coisa assim? Shizune-senpai, você não deveria ter ido embora hoje e me deixado aqui ao vento! Além do mais, tenho a ligeira impressão de que estão me sabotando!...” – Sakura pensou ressentida e foi até Suigetsu - Escuta, garoto, você não pode ficar aqui.

–Que maravilha, pois eu também não gostaria de estar - Ele exibiu um sorriso divertido e debochado.

–Você não é da Folha.

–Não. Sou da Névoa. Mas que problema há nisso?

–Não posso te atender. Quero dizer, preciso dar preferência às pessoas de Konoha. Além do mais, justamente hoje estou atolada!

–Mas eu estou com uma costela quebrada, vê?

–E há pacientes mais problemáticos do que você espalhados pelos quartos e corredores. Aliás, estou perdendo tempo aqui. Tenho muito a fazer.

–Exatamente por esse motivo que você deveria me atender. Meu problema é muito simples em relação aos demais. Você acaba rapidinho e me despacha de uma vez.

–Acontece que...

–O que você espera que faça então? Estou longe da minha vila, e rir, andar e respirar me é praticamente impossível de tão doloroso. Como vou procurar minha espada desse jeito?

–Espada? Ah!... Você é o tal Hoozuki Suigetsu ou qualquer nome que tenha. O garoto que se diz um espadachim - Ela disse incredulamente.

–Ei! Eu sou um espadachim! - Ele parecia ofendido - Só preciso encontrar a espada perfeita. E a Zambatou é essa espada!

Sakura suspirou cansada e assentiu lentamente.

–Tudo bem. Venha comigo.

–Decidiu me ajudar? - Ele perguntou enquanto se levantava vagarosamente e emitia gemidos de dor.

–Bem, eu não queria te atender porque pensei que você poderia ser um criminoso tentando se esconder e refugiar aqui na aldeia ou sei lá, mas pelo que fiquei sabendo, você está aqui com o consentimento da própria Tsunade-sama, então não tem problema.

–Nossa, a sua mente é muito fértil. Eu tenho cara de bandido?

A rosada o olhou de cima a baixo e ergueu uma sobrancelha.

–Certo. Não responda - Ele riu bem humorado, o que lhe provocou uma careta de dor.

–Vamos, estou com pressa - Sakura falou secamente e saiu andando.

–Espere! - Suigetsu pediu dramaticamente, fazendo com que a rosada parasse - Antes de eu me apresentar você já sabia meu nome e sabia quem eu era. Quer dizer que sou famoso? Meus grandes feitos e aventuras a procura da Zambatou já estão sendo contados por todo o mundo? Todos já conhecem o grande Hoozuki Suigetsu e seu... - Se ele estivesse bem, provavelmente teria feito pose heróica.

–Não. - Ela o cortou - Nunca tinha ouvido falar de você até hoje. Eu nem fazia ideia da sua existência. Sabe o que é? As pessoas daqui simplesmente não conseguem manter a boca fechada. Sempre dão com a língua nos dentes.

Ele suspirou desapontado e a seguiu lentamente. A Haruno então foi ao almoxarifado e pegou o que iria precisar - gases, soro fisiológico, tesoura, faixas e afins.

–Sente-se aqui - Ela apontou para uma cadeira.

Ele obedeceu, e ela imediatamente começou a trabalhar. Enquanto limpava suas feridas, ele ficou olhando-a fixamente.

–Pare de olhar para os meus peitos! - A rosada rosnou e apertou, propositalmente, um corte que ele tinha na testa.

–Ai! Eu não estava fazendo isso. Estava apenas pensando...

–Em quê?

–Você é muito linda - Ele tentou usar uma voz galanteadora, mas pareceu um bêbado.

–O-O quê?! - Ela assustou-se e corou ligeiramente.

–E então? Quando termina o seu turno?

–Escuta, Suigetsu, eu não flerto com pacientes. Fique calado.

Ele sorriu, mas não se calou:

–Deixe eu adivinhar: você está pensando que eu sou um pivete por me envolver em briga e arrumar confusão.

–Mais ou menos isso.

–Eu não arrumei confusão. Apanhei inocentemente. Tsc! Uma garota me bateu sem piedade.

–Provavelmente porque você estava rezando - Ela exibiu um sorriso irônico.

–Hunf! Se eu tivesse minha espada isso não teria acontecido. Aquela garota folgada...! Ainda vai ter troco.

–Por que ela te bateu? Duvido que fora sem motivo. Homens apanham porque merecem. O que você fez?

–Bem, eu... Eu passei a mão na bunda dela.

–Eu sabia! Pervertido. - Sakura resmungou, e apertou um arranhão que ele tinha no pescoço - Bem feito! Eu não disse? Sabia que você tinha aprontado alguma. Aqui só tem pervertido. Que bom que existem garotas como ela! Aliás, quem te bateu? Foi a Aoi? Provavelmente. Depois de mim e da Tsunade-sama ela é a que melhor põe esses safados na linha. Ou foi a Temari-san? Ou a Tenten-san?

–Não, não conheço nenhuma dessas. Foi uma garota chata, metida á besta, se acha melhor que todo mundo, ruiva, usa uns óculos fundo de garrafa, um micro short que dá pra ver o útero e...

–Karin...! - A Haruno rosnou entre dentes.

–Ah! Então já conhece a peça?

–Baka! - Ela lhe deu um soco na cabeça - Por que não estava com a sua espada? Eu não vou te perdoar por isso!

Ao invés de ficar irritado, Suigetsu riu. Ou tentou.

–Pronto. Limpei os arranhões. Esse olho vai ficar inchado por um tempo. Agora... Tire a camisa.

–Como é?! Aqui no meio do corredor? Não mesmo.

–Anda logo!

–As pessoas vão me ver.

–E daí? Você é homem. Deixe de frescura! Estou com pressa!

Ele exibiu um sorriso irônico e ergueu uma sobrancelha.

–Ótimo! - A rosada começou a juntar as coisas - É bom que me poupa o tempo.

–Tudo bem. - Ele ainda sorria - Mas é só porque você está insistindo muito e está desesperada para ver o meu corpo.

Ela o encarou, como se esperasse que ele derretesse ante seu olhar mortal, mas repentinamente exibiu um sorriso falso.

–Não gosto de pervertidos. - Sua voz era extremamente gentil. Todos que conheciam Haruno Sakura deveriam saber que um sorriso falso seguido de uma voz macia e gentil era sinônimo de perigo. Suigetsu, é claro, não sabia disso - Se você continuar com essas gracinhas, não serei tão piedosa como a Karin.

Entretanto o sorriso irônico e debochado não lhe saia da cara. Ele então assentiu.

–Você vai ter que me ajudar. Não consigo tirar a blusa. Dói...

Ela imediatamente pegou a tesoura e cortou a camisa dele de cima a baixo, expondo seu peito.

–Ei! Por que fez isso?

–Como é que eu vou tirar sua camisa sem que você levante os braços? Vai doer de todo jeito. Então não dê bedelhos e não reclame dos meus métodos!

–Certo, certo. Sem estresse. Mas você acabou de admitir querer tirar minha camisa. E o jeito que você está passando as mãos no meu tórax... Hum... Acho que você está me desejando.

Na mesma hora, Sakura lhe apertou a costela quebrada. Ele soltou um grito tão agudo que fez com que vários médicos, pacientes e enfermeiros o olhassem extasiados.

–Eu avisei.

–Kami... - Ele ofegou - Que maldosa você, hein? Eu... Eu só estava brincando. Na verdade você nem faz meu tipo...

Ela ficou em silêncio enquanto continuava trabalhando.

–Ei, até agora não sei o seu nome e você já me bateu duas vezes.

–Hunf! Meu nome é Sakura - Ela sibilou.

"Sakura? Será que é dessa garota que a Karin e as amigas estavam falando?" – Suigetsu pensou com uma sobrancelha erguida - Além de você, existe outra Sakura nessa aldeia?

–Pouco provável. Mas se existe, eu desconheço. Por quê? Durante suas andanças pela vila você ouviu todo mundo fofocar e queria conferir se era de mim que eles falavam?

–Falavam? Sobre o quê...?

–Pois é! - Ela irritou-se - Tudo o que esse povo sabe fazer é fofocar! Não conseguem cuidar da própria vida!

–Sakura-san... Do que você está falando?

–Só isso que se fala nessa vila: "Uchiha Sasuke e Haruno Sakura: O casamento do ano". O que há de tão interessante nisso? As pessoas se casam o tempo todo! POR QUE NÃO PODEM SIMPLESMENTE CUIDAR DA PRÓPRIA VIDA!?

A essa altura ela já estava berrando. Em contra partida, o pessoal do hospital a encarava extasiados, e Suigetsu tinha os olhos arregalados e uma expressão assustada.

–C-Certo. Mas por que o escândalo? Estamos em um hospital...

O ar irritado desapareceu, e Sakura pareceu voltar a realidade.

–Ah, é claro... Mas sou eu quem deveria dizer isso. - Ela sorriu gentilmente - Desculpe meu descontrole, mas essa situação já está mais do que irritante...

Ele deu de ombros e assentiu, levantando os braços levemente para que ela pudesse passar a faixa ao seu redor.

–Então você é casada... É sempre assim. As mais lindas sempre vão primeiro. Fazer o que né? - Ele riu fracamente - E ainda por cima com Uchiha Sasuke. Além de linda é poderosa. Não dou sorte mesmo...

–V-Você conhece o Sasuke-kun?

–Ahn? Ah, não. Pessoalmente não, mas quem nunca ouviu falar de um Uchiha? O grande, poderoso, importante e influente Clã Uchiha da Aldeia da Folha. Todo mundo conhece, você sabe. Dizem que uma doença desconhecida, violenta e incurável os atingiu, matando todo o clã em menos de uma semana. Quero dizer, menos o tal de Uchiha Itachi e o irmão mais novo dele, esse Sasuke. Eh mundo pequeno, não?

–Ah sim. Principalmente quando só há fofoqueiro nele.

–Hum?

–Nada. Enfim, já terminei. - Ela sorriu - Se você sentir dor, e com certeza vai sentir, eu indico que tome qualquer coisa, e es...

–Mas que tipo de enfermeira é você?! - Ele a interrompeu - "Tome qualquer coisa". E se eu tomar veneno?

–Será um pervertido a menos no mundo. - A Haruno sorriu falsamente - Enfim,...

–Tsc! Sakura-san - Suigetsu novamente a interrompeu -, você tanto me xinga de pervertido, mas... Você não pode culpar a mim ou qualquer outro homem por causa disso...

–Ah, mas é claro que eu posso! Vocês, que não conseguem manter a braguilha da calça fechada, não merecem o mínimo de piedade!

–Hunf! - Ele revirou os olhos, voltando ao seu raciocínio: - Não me admira saber que há tanto pervertido por aqui, como você diz. Tendo aquela mulher, Tsunade-sama, no comando da vila, isso não é surpresa...

–O-O quê? O que você está insinuando?

–Tsc! Você é cega por acaso? Já viu o tamanho dos peitos dela? Parecem duas melancias ambulantes.

Naquela instante a Haruno cerrou os punhos e trincou os dentes.

–Tudo bem que eles estão cobertos pela blusa - continuou ele - e por aquele sobre tudo verde, mas ainda assim, só de olhar já provoca um intenso sangramento nasal.

A rosada o ficou encarando por alguns segundos como se estivesse decidindo se valia a pena sujar as mãos com o sangue dele. Até que disse por fim:

–Por eu ser uma enfermeira, e para o seu bem, vou ignorar esse seu comentário desnecessário. - Ela tinha o olhar maníaco - Como eu dizia... Cuidado quando for dormir, não faça movimentos bruscos e não entre em brigas, entendido?

Ele, que estava com os olhos arregalados, assentiu imediatamente, exibindo um sorriso debochado logo em seguida.

–Eu agora preciso ir. Tirando o fato de você ser um pervertido, foi um prazer te conhecer.

–E tirando o fato de você ser uma “uma santa virgem que abomina a perversão”, o sentimento é mútuo. Quero dizer, virgem? Nah! Com certeza não. É impossível alguém casado ser virgem.

Repentinamente Sakura pôs a mão no peito dele e foi descendo até o lado direito.

–Sabe - ela tinha a voz gentil -, as pessoas dizem que eu tenho uma força monstruosa. Que tal eu testar em você? Com um pequeno movimento eu te quebro outra costela. Você vai estar sem sorte. Uma costela quebrada de cada lado. Tsc, tsc... Se você já está sofrendo assim, imagina se eu quebrar outra?

–Certo! Já calei! - Suigetsu arregalou os olhos - Por favor, sem violência! Você é uma enfermeira, não se esqueça.

A rosada exibiu um sorriso falso e tirou as mãos dele, começando a juntar suas coisas.

–Uma última coisa, Sakura-san: onde tem uma máquina de bebidas por aqui? Preciso urgentemente de um yogurt. Estou desidratado.


***


Após isso, nada mais de importante ou interessante aconteceu no restante do dia da rosada.

Até o fim de seu turno, ela ficara resolvendo os problemas burocráticos do hospital, o que a impossibilitou de fazer o que gostava: cuidar dos pacientes.

"Hoje foi bem chato... Shizune-senpai, não acredito que você me deixou com todos esses pepinos! Você poderia, pelo menos, ter resolvido as coisas antes de ir embora!" – Ela pensou frustrada e ligeiramente ressentida enquanto caminhava em direção ao Distrito Uchiha - "E ainda por cima, acho que o pessoal estava me sacaneando. Parecia uma espécie de complô contra Haruno Sakura. Tsc! Bem, o menos pior é que, já que não interagi muito com os pacientes, não corri o risco de ferir e nem prejudicar ninguém. Mas ainda assim... Tsc!".

Novamente, como já era de se esperar, enquanto andava os olhares, as fofocas e as risadinhas a seguiram, cessando apenas quando ela pisara no bairro fantasma.

Assim que abriu a porta de casa, a primeira coisa que sentiu foi o forte, exagerado e nauseante odor de álcool, seguido de risadas exageradas e conversas sem sentido. Era óbvio que Sasuke passara o dia inteiro bebendo.

–Aí ele disse: "Tire a mão da minha mulher, seu desgraçado! Quer que eu te quebre a cara?" - O Uchiha ria como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo.

–E aí? O que aconteceu? - Naruto gargalhava.

–Mmfff... Não lembro! HAHAHA!

"Kami! Tenho dois retardados em casa" – Sakura pensou enquanto fechava a porta e se dirigia à sala.

–Então já que você não se lembra, deixa eu contar uma coisa. - O loiro chegou bem perto de Sasuke e passou um braço ao redor dos ombros dele - Mas é segredo. Shhh...! As paredes têm ouvidos, dattebayo.

–Certo - O moreno sussurrou de volta.

Naruto chegou mais perto com um sorriso sacana e arrotou no ouvido dele, seguido de gargalhadas.

–O que é isso? A reunião dos mentalmente retardados? - A rosada estava parada à porta da sala.

Os dois garotos assustaram-se e a olharam estupefatos. De repente começaram a rir descontroladamente, chorando e rolando no chão. Sakura, que não estava achando nenhuma graça, tinha uma sobrancelha erguida e os braços cruzados enquanto os encarava.

Apesar das gracinhas, da bebedeira e da falta de equilíbrio, Naruto, ao perceber o olhar mortal que ela lhe lançava, tratou de calar a boca. Devido a sua vasta experiência em apanhar da Haruno, ele já sabia direitinho quando o pau ia quebrar.

–Ah, bem... Nós... - Ele gaguejava enquanto se levantava do chão - Yo, Sakura-chan! - Sorriu enquanto coçava a cabeça, pensando freneticamente em alguma coisa que o ajudasse a não apanhar no final - Tudo bem? Fiquei sabendo que você voltou para o hospital hoje, 'ttebayo. A fofoca, você sabe... Como foi?

Antes que ela pudesse responder, Sasuke, que já tinha se levantado do chão, foi cambaleando até ela e passou um braço ao redor do seu pescoço.

–Não, não Naruto. - Ele balançava um dedo em negativa e a segurava fortemente para que não perdesse o pouco equilíbrio que lhe restava e caísse de cara no chão - Ela é muita séria com o trabalho. Não brinque com isso ou ela fica chateada e ainda te bate. Tsc, tsc...

–Sasuke-kun, você não está falando coisas com sentido. E ei! Afaste-se de mim! Você, suas roupas e seu hálito fedem a sakê e salgadinho de bacon. Você está me machucando! Me solta!

Ele, que estava esfregando o nariz no pescoço dela, riu e a apertou mais para junto de si. Enquanto ela tentava empurrá-lo, mais Sasuke a apertava e murmurava bobagens sem sentido.

–Sasuke-kun! Você...

–Tsc, tsc! Que feio, Sakura-chan! - Naruto a interrompeu - Depois de um dia inteiro sem ver o Sasuke, é assim que você o cumprimenta? Cadê o amor e a chama da paixão? - Ele tinha um sorriso malicioso.

–Calado! - Ela sibilou.

–Ele tem razão, Sakura. - O moreno parou de apertá-la e começou a aproximar seu rosto do dela - Vai dizer que não sentiu minha falta? Vou adivinhar: Você passou a tarde inteira suspirando de amores por mim, desejando desesperadamente voltar para casa e me agarrar.

–S-Sasuke-kun! - Sakura ficou vermelha de vergonha.

Ele riu ironicamente e, repentinamente, a prensou contra o batente da porta.

–Me solta. Você fede! - Ela murmurou.

–Ué, Sakura-chan. E os votos? "... na alegria e na tristeza, no fedor e na cheiresa" - O loiro tinha a voz debochada.

–Como é que é?! BAKA! Não tem nada disso! E "cheiresa" não existe!

–Sei disso, sei disso. Era apenas pra rimar.

–Acontece que se você...

Ela não pôde concluir o que estava falando, pois naquele momento o Uchiha a beijou. Bem, pareceu um beijo, mas foi algo meio estranho.

Ele encostou seus lábios nos da rosada e empurrou, violentamente, sua língua pra dentro da boca dela.

Ela, que fora pega de surpresa, ficou parada com os olhos arregalados.

Se Sasuke não estivesse fedendo, bêbado e simplesmente brincando com seus sentimentos, ela teria adorado a sensação. Se.

Quando "voltou" a si, o que não levou mais que seis segundos, a Haruno o empurrou brusca e violentamente. Ele riu com ironia e a soltou.

–Vocês dois são estranhos. - O Uzumaki constatou e pegou outra garrafa de sakê em cima da mesa, sentando-se no sofá logo em seguida - Mas não existe casal perfeito, dattebayo. Por falar nisso, sabia que o Neji...

–NA. RU. TO...! - Sakura rosnou perigosamente.

O loiro imediatamente deu um pulo do sofá. Ele não sabia o por quê da hostilidade e da intenção assassina de sua amiga, mas tinha a certeza de não querer descobrir. Após balbuciar alguma coisa, saiu correndo cambaleante da casa.

–Tsc, tsc... - O moreno murmurou enquanto exibia seu habitual sorriso irônico.

–O que foi aquilo? - A rosada disse entre dentes.

Sasuke riu e deu de ombros, indo, cambaleante, para a cozinha.

–Você acha que pode chegar me beijando assim do nada? - Ela o seguiu.

Ele então parou no batente da porta, ainda com seu sorriso irritante. Virou-se para ela e lhe deu um tapinha no ombro.

–Olha como você é sortuda, Sakura: Beijada por mim duas vezes em menos de 24 horas! Nunca em minha vida pensei que faria uma loucura dessas! - Ele deu de ombros - Bem, nem tudo é como planejamos. Fique grata!

Dizendo isso, entrou na cozinha. Sakura apertou os punhos morrendo de vontade socá-lo e se segurando para não fazê-lo. Ele e aquela maldita arrogância...

"Ah como eu quero socar esse garoto! Rrr..." – Ela entrou na cozinha também - Olha aqui, eu não acredito que vou dizer isso, mas se...

Pela terceira vez naquela noite, a rosada fora interrompida, não conseguindo terminar de falar.

Ela quase caíra pra trás com a visão que tivera: A cozinha, que já estava imunda, parecia ter sido vítima de um furacão.

Havia garrafas de bebidas e sacos de chips espalhados pelos cantos. Sakê, água e chá escorrendo pela bancada, se misturando aos salgadinhos e biscoitos que estavam jogados no chão, criando assim uma maçaroca grudenta e gosmenta, e copos plásticos de rámen instantâneo, vasilhas, garfos e hashis quebrados jogados por todo lado.

Aquilo realmente parecia coisa que só o Naruto faria. Com a ajuda de Sasuke, é claro.

–Kami... Q-Que bagunça é essa?!... - Ela gaguejou chocada e horrorizada - Mas... Mas o que vocês fizeram aqui?

–O quê? Isso? - Ele apontou para a bagunça desdenhosamente, como se não fosse nada de mais.

–É obvio que você vai limpar isso!

–Ahn... Não - O moreno sorriu com arrogância e começou a procurar entre a bagunça.

–Como assim?! Por que... Tsc! - Ela suspirou, contando até dez para se acalmar - Ah, mas então você vai me ajudar, com certeza! - E sibilou em seguida: - O que é um absurdo, porque não sujei nada!

–É claro que eu vou. - Ele soltou uma gargalhada e agarrou a bancada antes que perdesse o equilíbrio - Ahá! Achei um que ainda está fechado! - Exclamou e pegou um saco de batatas fritas.

Sakura tinha uma sobrancelha erguida enquanto o encarava duramente.

–Vou ajudar. Sim! - Ele ria enquanto a olhava - Hum-hum. Mas... O que eu vou ganhar? Vamos falar de números. Quanto você vai me pagar?

As sobrancelhas da rosada tremeram.

–COMO É QUE É!?

–Ué, as pessoas pagam empregadas, então por que você não pode me pagar? - Ele constatou como se fosse óbvio - Meus serviços não são de graça, sabe?

–Mas você é um sem vergonha mesmo! Fez a sujeira e ainda quer que eu pague para você limpar! Ah mas é muito cara de pau! Olha que nojo esses biscoitos derretidos boiando no chão...

–Ah, Sakura... Então já que você não vai limpar, vai continuar desse jeito.

–Mas isso vai começar a feder! Vai dar bicho e... Como é que você aguenta viver nessa sujeira, Sasuke-kun?

–Se eu consigo aguentar você, o resto é fichinha. - Ele abriu o saco de salgadinhos e comeu alguns, oferecendo-os também à sua "esposa" - Isso aí nem se compara ao quanto você é irritante e desagradável - Dizendo isso, ele voltou pra sala.

Sakura apertou os olhos e mordeu os lábios, decidindo-se entre a vontade começar a chorar ou arrebentar a cara daquele Uchiha.

Ela desejou intensamente que o mês terminasse logo. O que no início lhe pareceu uma festa, a excelente oportunidade de conviver com Uchiha Sasuke, fazê-lo gostar dela, e falsas expectativas do tipo "Não tem problema Sakura. Conviver um mês com o Sasuke-kun é o melhor que pode te acontecer. Mesmo que seja um mês de pura briga e confusão você vai poder morar com o garoto que você ama!", agora não se passava de uma grande chateação.

Ela se arrependia grandemente de ter proposto aquela confusão. E se ressentia de Tsunade por ela ter aceitado.

De qualquer forma, chorar não iria adiantar nada, até porque já tinha decidido que seria fria e insensível.

Se esforçaria bastante para isso acontecer. Já estava cansada de ser humilhada e pisoteada por aquele garoto arrogante.

Suspirou profundamente para se acalmar e voltou à sala.

–Então está bem, Sasuke-kun. - Ela disse com uma voz seca - Já que você adora essa bagunça, espero que se divirta bastante com ela, porque você vai passar a dormir aqui no sofá. Aliás, deveria ter sido assim desde o começo.

–Sakura, por que você não vai dormir e me deixa em paz? - Ele murmurou monotonamente.

–Tsc! Quando o maravilhoso cheiro da cozinha atingir o seu nariz e os ratos começarem a subir em você, quero ver se ainda vai continuar inerte, porco e preguiçoso.

Ele bebeu um pouco de sakê e suspirou antes de falar:

–Muito bonita a sua preocupação, mas eu não me importo nem um pouco, você sabe.

–Hunf! Então o problema é seu, porque eu já disse que não vou limpar nada.

Ele fez um muxoxo, tentando ignorá-la.

–Uma última coisa: Não esqueça que você tem que trabalhar amanhã. Se eu fosse você, curava essa bebedeira de uma vez.

–Sakura...! - Ele sibilou impacientemente.

–Certo. Isso é só pra você ver como eu sou uma esposa compreensível - Ela exibiu um sorriso falso e subiu para o quarto, trancando a porta.

É claro que ela tinha razão. O Uchiha sabia bem disso. Se chegasse novamente com um comportamento alterado e violento à Força Policial, a situação se repetiria, e ele não acreditava que o Capitão Yamato seria tão condescendente dessa vez.

O problema é que Sasuke não iria admitir isso. Não daria o braço a torcer pela rosada. Então, só pra contrariar, novamente ele chamou o Naruto e os policiais aos quais era "mais chegado" pra beber, jogar e farrear a noite toda.


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Notas finais do capítulo

Ó eu aqui traveis!
Bem, bem... Eu avisei que esse capitulo estava lixoso... Vocês leram por sua própria conta e risco, então agora não tem mais jeito. Sem direito a devolução u.u
Como a desculpa de "Eu estava sem inspiração" já tá muito batida, vou dizer que é porque é preciso dar chance aos outros personagens. Até porque essas duas garotas que eu criei serão importantes na fic u.u
O próximo capítulo vai demorar pra sair, mas prometo que vai compensar esse aqui.
Tsc! Ignorem minha ladainha e aguardem o próximo que será melhor *-*
Enfim, não se esqueçam dos reviews
Ja ne