Convivência Por Contrato escrita por cellisia


Capítulo 2
Capítulo 2 - Uma Proposta Impensada




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As ruas de Konoha já estavam mergulhadas na noite. Apenas os postes e as luzes das casas estavam acesas. Devia ser 22:0Oh e os três estavam na rua. Sai e Sakura assistiam Ino trancar a floricultura.

—Então boa noite, Sakura-san. Boa noite Yashanaga. - Sai falava formalmente - Hoje fora... Agradável - Dizendo isso, ele caminhou até desaparecer na escuridão.

—É Yamanaka! - Ino gritou com sua voz estridente enquanto acenava para o lugar onde uma vez Sai estivera.

—Psiu! Já está tarde, Ino. Pare com esse escândalo!

—Eu não consigo. Estou tão feliz! Me sentindo mais leve que uma nuvem - A loira suspirou apaixonada.

—Nuvem? Você está convivendo muito com o Shikamaru, você não acha? - Sakura tentava fazer graça.

—Hoje vai ser a noite mais perfeita da minha vida. - Ino ignorou o comentário da rosada - Vou me entregar a ele de corpo e alma.

—Ai meu Deus! Não preciso ter essas cenas na minha cabeça, sua pervertida!

—Daqui uma hora o Sai-kun vai estar mais pra lá do que pra cá, e então será minha chance de aproveitar!

—Isso é muito baixo, Ino! Até agora não acredito que concordei com esse plano. Onde estava minha ética e minha moral?

A Yamanaka nem respondeu. Ela estava suspirando apaixonadamente e planejando como seria sua noite. Ela parecia estar em outra dimensão.

—É sério, Ino! - Sakura gritou chamando sua atenção - Apesar dos apesares, o Sai é meu amigo, então se você fizer algo a ele, eu juro que nunca vou te perdoar!

—Relaxe, Testuda! Como você pode achar que eu faria algo ao meu Sai-kun? Você não confia em mim?

—A verdade? Não. Nesse momento eu não confio. Até porque você é meio doida e problemática.

—Problemática? Hum... Então não sou a única que está convivendo com o Shikamaru.

Sakura encarou a loira duramente com seus olhos verdes. Rapidamente Ino parou de rir e fazer gracinhas.

—Sakura, eu te dou a minha palavra de que nada acontecerá ao Sai-kun. Apesar de ele estar dopado, prometo que cuidarei bem dele - A Yamanaka bateu continência.

Sakura fechou os olhos e suspirou como se pedisse a Deus que desse juízo à Ino.

—Tudo bem...

—Obrigada! Agora tenho que ir e me preparar. Fui!

Sakura despediu-se e começou a andar em direção a sua casa.

Ela então sentiu sua visão embaçar momentaneamente. Mal dera seis passos e tropeçou, indo de encontro ao chão.

—Ei, Testuda?! - Ino correu até a amiga e a ajudou a levantar-se - Tudo bem?

—Hum, acho que sim. Apenas tropecei...

—Nossa, você é muito desastrada! O que você arrumou aí? A testa enorme está te fazendo perder o senso de equilíbrio? - Ela soltou uma risada sarcástica.

Sakura a encarou colericamente e lhe deu um soco na cabeça.

—CALA A BOCA, INO-PORCA! Eu tropecei numa pedra, acho. Foi só isso! - Ela disse impacientemente.

—Ok! Não precisa ser agressiva! - A loira esfregava o local atingido.

—Hunf! Ja ne, Yashanaga— Sakura riu maldosamente e voltou a andar.

***

Enquanto andava, estranhamente, a Haruno começou a sentir sua cabeça girar, seus pés tropeçarem mais que o normal, e a ouvir zumbidos. De repente ela começou a rir descontrolada e exageradamente como se tivesse acabado de entender uma piada há muito tempo contada.

Quando sentiu o cheiro típico de rámen, seguido de gargalhadas estridentes e escandalosas, percebeu que estava parada em frente ao Ichiraku.

"Deus! Como eu vim parar aqui? Minha casa é na outra direção, acho".

—É sério gente! Quando ela viu que ele a estava espiando, lhe deu um soco tão forte que seu rosto ficou irreconhecível por uma semana! - Naruto gritava, ria e comia tudo ao mesmo tempo.

—Aquele pervertido não toma jeito, não é chefe? - Konohamaru estava lá também.

—Ai... Não acredito que eu tô perdendo minha noite aqui. Ouvindo baboseiras de dois idiotas como vocês! - Shikamaru reclamou - Isso é muito problemático.

—Ah, eu não tô nem aí! - O loiro gritou - Nós fizemos uma aposta e você perdeu! Agora vai ter que pagar quantas tigelas de rámen eu quiser comer!

—Certo, chefe! - O Sarutobi concordou.

—Que problemático! - Shikamaru segurou a cabeça com as mãos enquanto pensava no suado dinheiro que estava indo embora diante de seus olhos.

—Olá, rapazes! - Sakura entrou no restaurante gritando e rindo.

—Sakura-chan!? - Naruto quase engasgou com o macarrão.

—Sakura?! A cada hora que passa a situação fica mais problemática...

—Shikamaru-kun! Naruto-kun! Amigo do Naruto-kun! - Ela gritou mais alto, passando os braços em volta do pescoço dos amigos.

—Meu nome é Konohamaru!

—Naruto-kun?! - O loiro assustou-se - Sakura-chan, você está bem? Você nunca me chama de Naruto-kun...! Além do mais o que você está fazendo aqui a essa hora? Acho que o Sr. Haruno não vai gostar muito disso...

—Já sou maior de idade! Não tem problema - Ela riu e tropeçou nos próprios pés.

—Sakura-chan!? Tudo bem aí? Você tem convivido muito com a vovó Tsunade, não acha não? Está até tomando o sakê dela e ficando bêbada... - Naruto pôs as mãos na nuca e soltou outra de suas risadas estridentes.

—Não fale asneiras! - Ela gritou e lhe deu um soco na cara.

—Chefe!!! Garota, qual é o seu problema!? - O Sarutobi gritou, mostrando os punhos pra ela.

—Viu? É como eu sempre digo: problemático! - Shikamaru suspirou.

—Ai... Eu só estava brincando Sakura-chan! - O loiro lastimou-se enquanto Konohamaru o ajudava a levantar do chão.

—Hunf! - Ela bufou e assentou-se ao lado do Nara.

—Sakura-chan! - Naruto gritou animado como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse acabado de apanhar da amiga - Já que você está aqui, quer comer uma tigela de rámen? O Shikamaru vai pagar! - Dizendo isso ele pediu outra rodada do macarrão.

—Não, obrigada.

Naruto deu de ombros e começou a devorar o conteúdo da tigela que acabara de receber.

De repente ela soltou uma gargalhada, assustando os demais.

—Sakura?! Você está bem...? - Shikamaru a olhou desconfiado.

—Vocês não sabem da novidade. - Ela não parava de rir - Hoje eu vi o Sai beijar a Ino!

—O quê?! - Os três garotos exclamaram em uníssono.

—Isso é impossível... Ele a despreza mais do que o Sasuke despreza você. - Konohamaru comentou - Impossível!

Se estivesse com seus sentidos funcionando normalmente, a rosada teria lhe lançado um olhar mortal ou lhe dado uns tabefes, mas ela preferiu ignorar. Não estava se sentindo bem pra ficar arranjando confusão.

—Eu vi... Mas ainda não acredito - Ela concluiu.

—Nossa mente nos prega muitas peças, Sakura-chan. - Naruto afirmou dando pouca importância ao fato - Principalmente depois de beber o sakê da vovó Tsunade.

—Eu não bebi nada! - A Haruno explodiu, mas antes que partisse pra porrada, acalmou-se - E então? Por que vocês estão aqui? - Ela começou a brincar com os hashis.

—O Shikamaru perdeu uma aposta que fizemos. Agora ele tem que pagar! - Ele riu e comeu mais rámen.

—Aposta idiota... - Shikamaru resmungou.

—O que vocês apostaram? - Ela perguntou distraidamente enquanto as coisas começavam a "dançar" à sua frente.

—Shikamaru-san disse que o Naruto-niichan era um baka, covarde, fracassado, tapado, cego e um tanto de outras coisas por não notar que a Hinata-san sempre gostou dele. - Konohamaru começou - Aí ele desafiou o chefe a convidá-la para sair.

—E eu ganhei! - O loiro exclamou animado com a boca cheia - Convidei a Hinata pra comer rámen e, depois que acordou do desmaio, ela aceitou. E como o Shikamaru perdeu a aposta, ele tem que pagar quantas tigelas de rámen eu aguentar comer! - Os olhos dele brilhavam de alegria.

—Rámen?! - Sakura não acreditava no que acabara de ouvir - Você, um marmanjo barbado, convidou uma garota pra comer rámen?! Que tipo de primeiro encontro é esse!? Não vou ficar surpresa se, depois disso, Hiashi-san nunca mais deixá-la olhar na sua cara.

—Mas, Sakura-chan, não existe nada melhor que rámen! A Hinata vai gostar, você vai ver! Eu já planejei tudo. Primeiro nós vamos comer rámen, depois conversar sobre os diversos tipos de rámen, e por último vamos jogar o jogo do "Qual é o seu sabor de rámen favorito?", e quem perder vai ter que pagar uma rodada de rámen pro outro.

—Não sei como você não cansa de ser baka - O Nara murmurou.

—Esse é o seu plano!? Sério? Você deve estar brincando! - A rosada estava pasma.

—É verdade, Sakura-san. Eu beijo a sua bunda se não for! - Konohamaru acudiu o "chefe".

—Beijar a min... O quê!? Seu pervertido! - A rosada lhe deu um soco que o deixou com os olhos roxos e com um ou dois dentes a menos.

***

—Agora já chega! Baderna é lá fora! - Teuchi disse autoritariamente, botando todos eles para correr.

—Aqui está - Ayame, a filha de Teuchi, entregou a conta à Shikamaru com um enorme sorriso na cara, o qual ao olhá-la, quase desmaiou.

—Garota, você está mesmo passando muito tempo com a Tsunade-sama. - Konohamaru disse emburrado - Além de ficar bêbada, está ficando com o pavio curto e o comportamento explosivo igual ao dela. Sua doida! - Ele disse e saiu correndo, desaparecendo em algum beco.

—O quê?! Volta aqui, seu pirralho! Vou te mostrar a doida! - Sakura ia começar a persegui-lo, mas Naruto a impediu.

—Deixa pra lá Sakura-chan. Tá muito tarde pra ficar fazendo escândalo.

—Olha só quem está falando! O senhor escandaloso e espalhafatoso em pessoa - Ela revirou os olhos.

—Hehehe! - Ele coçou a nuca - Bem, você quer que eu te acompanhe até sua casa? Pode haver pervertidos por aí...

—Obrigada, mas eu prefiro ir sozinha. Até porque, você não precisa ouvir o sermão que meu meu vai me passar.

—Então tá... - Ele murmurou e colocou as mãos atrás da cabeça, começando a afastar-se - Tchau, Sakura-chan! Até mais, Shikamaru!

—Até - Shikamaru disse saindo do restaurante com um ar desolado. Ele estava pensando no sermão que receberia da sua problemática assim que dissesse a ela que gastara metade do seu dinheiro com Naruto. Ele tinha até medo do que Temari pudesse fazer.

—Tchau. Hum, eu espero que seu encontro dê certo... - Sakura desejou sinceramente.

Sem se virar e sem parar de andar, Naruto acenou por sobre o ombro.

—Espero que a Hinata saiba no que está se metendo. Coitada... Vai ficar traumatizada depois desse encontro nada romântico.

—Não sei por que você ainda se preocupa. - O moreno revirou os olhos - A Hinata vai adorar, só pelo fato de passar um tempo com aquele baka. Ela andaria sobre o fogo por ele.

—É... Eu sei - Sakura riu concordando.

—Bem, eu te ofereceria minha compainha até sua casa, mas você conhece a problemática. Ela já vai me matar por ter gastado tanto dinheiro nessa aposta idiota... Tsc! Um verdadeiro saco, mas é isso.

—Não, não precisa! E se te serve de consolo, você não será o único a ouvir sermão. Não sei se amanhã estarei ouvindo claramente depois que meu pai terminar de me passar uma bronca.

Shikamaru riu e balançou a cabeça afirmativamente, tanto concordando quanto se despedindo. Ele então enfiou as mãos nos bolsos e caminhou em direção à sua casa. Sakura fez o mesmo.

A medida que andava, ela sentia sua cabeça girar, sua visão embaçar e os tropeções se tornarem constantes.

"O que está acontecendo comigo? Estou me sentindo muito estranha... Acalme-se, Haruno Sakura! Você só precisa de uma longa e relaxante noite de sono, e de maravilhosos sonhos com o Sasuke-kun".

Ela mal terminara de pensar quando, de repente, avistou um moreno de olhos e cabelos tão negros como o carvão.

Sua visão podia estar embaçada e seu cérebro lhe pregando peças, mas a silhueta de Uchiha Sasuke era inconfundível. Principalmente para ela.

Sakura parara de andar quando percebera que ele vinha em sua direção. O sorriso de "sou-uma-idiota-apaixonada" rapidamente tomou conta de seu rosto.

—O-Oi, Sasuke-kun! - Ela gaguejou e sorriu timidamente - Está muito tarde para ficar andando a esmo pelas ruas da aldeia, você não acha? - Ela seguia, atentamente, com os olhos cada gesto, cada movimento que ele fazia.

Sasuke não parou e muito menos a olhou. Ele se limitou a bufar e continuar seu caminho.

Sakura suspirou frustrada. Ela se sentia um lixo, uma incompetente, a cada vez que ele a menosprezava. E aquilo a estava consumindo havia muito tempo. A situação já estava insustentável e insuportavelmente dolorosa. Não era nada saudável ficar insistindo em um garoto que a ignorava constantemente.

Ela queria dar um jeito naquilo, entender o motivo pelo qual Sasuke a odiava. E aquele era o momento. Ao menos o motivo ela merecia saber!

—Sa-Sasuke-kun?! - Ela o chamou com a voz trêmula - Por que... Por que você me odeia tanto? O que eu te fiz? Por favor não me ignore. Ao menos isso, eu preciso... Eu tenho o direito de saber!

Sasuke estacou no caminho e vagarosamente virou-se, encarando-a com desprezo.

—Você me irrita - Ele respondeu secamente.

—Você me odeia... Você me odeia só porque eu sou irritante?!

—Eu nunca disse que te odiava. Você pode odiar uma pessoa mas não achá-la irritante, e pode achá-la irritante mas não odiá-la.

Sakura, que estava quase chorando, abriu um enorme sorriso. Sasuke não a odiava, só a achava irritante.

"Essa lógica é meio confusa, mas tudo bem. Então agora só preciso descobrir o que eu faço para deixá-lo tão irritado, e parar de fazer. Seja lá o que for... Talvez ele até se interesse por mim!" — A medida que pensava, mais esperançosa e sorridente ela ficava. Quando notou, já estava gargalhando.

Sasuke bufou e voltou a andar.

—Sasuke-kun! Espera! Por favor, não vá embora! Gomen! Mas é que eu estou muito feliz! - Ela ria descontroladamente.

—Eu não tenho paciência pra te aturar, Sakura. Por que ao invés de paquerar você não vai melhorar suas habilidades médicas e fazer algo de útil pra vila? Você é tão incompetente que a Tsunade-sama até teve que te afastar do hospital - A voz dele era colérica.

Felizmente - ou infelizmente - a rosada não escutara nenhum daqueles insultos. O efeito do elixir já estava bem presente em seu sistema nervoso, ela então começou a ter alucinações.

Ela viu Sasuke andar até ela, e carinhosamente acariciar seu rosto. Ele aproximou-se e roçou seus lábios nos dela.

—Você pode me beijar... - Sakura fechou os olhos e sussurrou.

Tentando desesperadamente encurtar a distancia entre eles, ela avançou para Sasuke, mas como era apenas uma alucinação, no fim das contas o que ela beijou foi o chão.

—Ain... - A Haruno gemeu.

Sasuke apenas olhava aquela cena com desprezo. Ele não movera nenhum dedo para ajudá-la.

—Sasuke-kun... Achei que você queria me beijar... Por que fugiu? - Sakura choramingou e levantou-se.

—Hunf! No dia em que eu pensar em beijar uma garota como você, espero estar morto. - Ele disse duramente - Você é tão irritante. Não sei por que estou perdendo meu tempo aqui.

Sakura bufou irritada e impaciente. Aquilo agora fora a gota d'água! Ela estava cansada de se humilhar e ser humilhada por Uchiha Sasuke. Dessa vez iria responder a altura àquele garoto arrogante e egocêntrico.

—Admita, Sasuke-kun. Você só me ignora e me despreza porque me ama. Sabia que o ódio é o sentimento mais próximo do amor? - Ela soltou uma risada debochada.

Ele revirou os olhos e girou sobre os calcanhares, andando pra longe dali. Queria o máximo de distância dela.

—O que foi, Sasuke-kun? Você está com medo!? Medo do quê? Não se preocupe. Eu não mordo - Ela ria cada vez mais alto e mais exageradamente.

—Sakura, vai dormir. Você já está sendo mais do que ridícula! - Ele disse por sobre os ombros.

Ela abriu um sorriso debochado de orelha a orelha. Depois correu até ele, parando na sua frente.

—Eu sei por que você está fugindo, Uchiha Sasuke! - Ela disse, zombando do nome dele - Você tem medo sim! Medo de ficar perto de mim e se apaixonar. Aliás, é exatamente isso. Você se sente fisicamente atraído por mim, mas como não quer admitir o óbvio, você me despreza. Mas não se preocupe. Não vou contar pra ninguém. - Ela pôs um dedo nos lábios dele, como se quisesse silenciá-lo - Seu segredo morre aqui.

Com os olhos pretos brilhando de ódio, ele segurou os pulsos dela bruscamente, empurrando-a e voltando a andar.

—Na verdade, estou aqui pensando... Você é tão frouxo! - A Haruno continuava com as risadas debochadas - Não tem coragem de admitir nada. Se não tem nem coragem de admitir seus sentimentos por mim, quanto mais coragem de conviver comigo. Por isso que você vive fugindo. É um covarde mesmo...

Ele parou no meio do caminho.

—Você está me desafiando? Não me provoque, Sakura!

—Sim, Uchiha Sasuke! Eu estou te desafiando a conviver comigo uma semana. Não. Um mês! Vamos ver se toda essa sua pose de "gostosão" serve pra alguma coisa, ou se você é apenas um covarde. E não precisa gastar saliva usando suas desculpas esfarrapadas! - Ela ainda tinha um sorriso debochado na cara - Nós somos maiores de idade e nada pode nos impedir! Seria como se fossemos casados, você sabe. Morar na mesma casa, dividir o mesmo cobertor... Essas coisas.

—Não seja ridícula, Sakura! Isso é só outro dos seus truquezinhos, apenas mais um que não irá funcionar. Eu já disse que você me irrita, então logicamente nunca aceitaria esse tipo de coisa.

—Como eu disse, um covarde. - Ela suspirou dramaticamente e começou a bater os braços, imitando uma galinha - Có! Có! Có!

—Não abuse da minha paciência, garota irritante! - Ele segurou os braços dela com força.

—Có! Có! Có! C... Ei, você está me machucando! - A rosada protestou enquanto ele a arrastava pelas ruas de Konoha.

—Agora vamos ver quem é o covarde aqui! - Sasuke disse irritado - "Foi você quem pediu, Sakura. Feriu meu orgulho. Agora vai ter que me aturar. Vou fazer da sua vida um inferno à moda Uchiha".

***

—Pra onde você está me levando, Uchiha Sasuke? - Sakura tentava manter o sorriso debochado e a voz controlada. A expressão feroz no rosto dele a estava assustando, e sem falar que a cada minuto ele a apertava com mais força - Você está me machucando, Sasuke-kun!

Sasuke estava impassível. Ele fingia não ouvi-la, e sequer a olhava enquanto a puxava.

Assim que chegou ao seu destino, ele a soltou e começou a esmurrar uma porta em particular. A força e a violência empregada era tanta, que fora um verdadeiro milagre a porta não ter ido a baixo e nem toda Konoha ter acordado.

—S-Sasuke-kun! Você é doido!? Vir à casa dela a essa hora da noite? - Sakura sussurrava temerosa. Coisa que era desnecessária, já que Sasuke não se preocupara em fazer silêncio - Vem, vamos embora, rápido! - Ela virou-se pronta pra correr.

—Fica quieta! - Ele a repreendeu entredentes e a segurou novamente.

Sasuke já estava ficando impaciente. Ele ergueu a mão novamente para esmurrar a porta, mas, naquele instante, a dona apareceu. E sua cara não era das melhores.

—Haruno Sakura? Uchiha Sasuke? Dá pra vocês me explicarem o motivo de tudo isso!? Têm noção das horas? - Tsunade os encarava de cima a baixo furiosamente - Vocês ao menos estão feridos? Qual é o problema de vocês!? - Ela gritou. O pavio curto da loira começou a queimar.

—M-Meu coração está... - Sakura gaguejou.

—E meu orgulho - Sasuke falou com indiferença.

—Então eis o que irei fazer: Vou contar até cinco! Se até lá já tiverem desaparecido, eu esqueço que vocês vieram me perturbar a essa hora da noite. Mas, se depois que eu terminar, vocês ainda estiverem aqui, não será apenas o orgulho e o coração de vocês que estará ferido!

Sasuke bufou e continuou a encarando com seu ar arrogante e indiferente. Já Sakura, que antes estava temerosa, começou a rir baixinho. Quando se deu conta, estava gargalhando na cara da loira. Debochada e descaradamente.

As sobrancelhas de Tsunade começaram a tremer e seus olhos castanhos adquiriram um brilho estranho. Ela não acreditava na audácia daqueles dois.

—Um... - Ela ergueu um dedo e começou a contar impacientemente.

—Tsunade-sama, a senhora é a prefeita de Konoha e a chefe do hospital. Logicamente a pessoa mais influente e importante da vila. Por isso, precisamos de você para uma coisa - Sasuke começou, não se deixando intimidar por suas ameaças.

—Dois...

—Essa garota cabeça dura fez a maior burrada da vida dela. - Ele apontou para a rosada - Ela me desafiou. E um Uchiha nunca foge. Não importa o quão difícil seja.

—Três...

—Por isso precisamos que a senhora seja testemunha e faça uma espécie de acordo entre nós.

—Quatro...

—Sakura teve a idéia mais idiota que uma garota poderia ter: Ela quer que eu a ature por um mês inteiro. Isso não me será difícil, mas vamos ver o quanto ela me suporta - Ele disse em tom de desafio. "Até porque não posso perder a chance de me vingar por todas as vezes em que ela me irritou".

—Cin... O quê!? - Tsunade se interrompeu - Você aceitou conviver com a Sakura? Como assim? O que você quer dizer com isso?! "Ai meu Deus! Desse jeito Konoha vem a baixo!".

—Nós, do clã Uchiha, nunca fugimos de uma luta. - Sasuke riu com arrogância - Se ela é tão burra a ponto de me desafiar, que esteja preparada para as consequências.

—Ei, eu estou aqui! Não fale como se eu fosse invisível, Sasuke-kun! - Sakura irritou-se.

Foi então que Tsunade notou que ele segurava os braços da rosada. Tão forte e tão junto de si, que ela teve sérias duvidas se era raiva ou possessão.

—Seja lá o que vocês querem que eu faça, não podiam ter esperado até de manhã? - A loira voltou a irritar-se.

—O que a senhora está fazendo de tão importante que não pode parar para nos ajudar? - O moreno perguntou com um sorriso malicioso.

—Não estou fazendo nada. Acontece que isso não são horas de interromper a noite de ninguém! Eu também sou filha de Deus, ora essa!

—Sei. - Ele bufou - Velha bêbada...

—O QUÊ VOCÊ DISSE?! - Tsunade gritou e agarrou a gola da blusa dele, erguendo-o do chão - Repita isso na minha cara!

—Sasuke-kun... - Sakura murmurou temerosa.

O Uchiha sorriu debochadamente.

—Velha bêbada.

***

Os três estavam no pequeno escritório da loira. Não o escritório da prefeitura, mas a pequena sala em sua casa que ela usava para tal fim. Para seus próprios livros, documentos, e assuntos pessoais.

Tsunade estava sentada atrás de uma mesa de mogno, e à sua frente uma bandeja com uma garrafa de sakê e um copo. Sakura estava em pé, no meio da sala, com um olhar apreensivo. E Sasuke estava, inconsciente, em um divã no canto esquerdo do aposento.

—Tsunade-sama? - Sakura a chamou receosa.

—Hum?... - Ela bebia calmamente e com os olhos fechados, apreciando cada gota do seu sakê.

—O Sasuke-kun... O Sasuke-kun vai ficar bem, não vai?

—Claro. Não bati a ponto de matá-lo.

—Por que fez isso, Tsunade-sama?

—Porque ele me desrespeitou, oras! - Ela repousou o copo na bandeja e apoiou os cotovelos sobre a mesa, juntando ambas as mãos à frente do rosto.

—O Naruto-kun te des...

—Naruto-kun, hein? - A loira ergueu uma sobrancelha.

—Ai, minha cabeça está uma bagunça hoje! Quero dizer, o Naruto sempre te desrespeita e você...

—Quando ele o faz, eu o castigo do mesmo jeito!

A rosada balançou a cabeça positivamente e olhou para o garoto inconsciente.

—Agora, aproveitando que o espertinho ali está incapacitado, me explique o que vocês estão aprontando e como eu acabei envolvida nessa história maluca! - Tsunade pediu com sua voz alterada e impaciente.

—Hai... - Sakura suspirou - A senhora bem sabe que eu tenho uma pequena queda pelo Sasuke-kun.

—Muito gentil da sua parte dizer que é pequena - A loira sorriu com malícia.

—Ain... Tudo bem! Todo mundo sabe como eu sou perdida e loucamente apaixonada por ele. Acredite em mim quando digo que o amo mais que a minha própria vida! Eu enfrentaria a morte por ele de bom grado! - A rosada aumentou o tom da voz e cerrou os punhos com uma força excessiva.

—Ei, ei! Acalme-se! Agora, sem se exaltar, continue.

—Gomen... Bem, como eu dizia, todos já sabem do meu amor pelo Sasuke-kun, inclusive ele, e parece que quanto mais eu tento agradá-lo mais ele fica irritado comigo e me humilha cada vez mais. Eu... Eu não consigo suportar o jeito como ele me olha, Tsunade-sama. Com desprezo, arrogância... - Os olhos dela já estavam marejados.

—Não é bom que a pessoa saiba que você gosta dela, porque, propositalmente ou não, uma acaba ferindo a outra - Tsunade, que mantinha os olhos fixos em um ponto qualquer da parede, refletiu.

—É exatamente isso que ele faz! E eu me sinto tão... Tão desprezível, tão incompetente, ridícula... - As lágrimas escorriam impiedosamente pelo rosto de Sakura.

Ao mesmo tempo em que sentiu pena dela, a loira enfureceu-se grandemente. Ela teve vontade de pegar Sasuke e lhe bater até que ele aprendesse como tratar uma garota. Ela realmente iria fazer isso, mas se lembrou de que já o deixara inconsciente há minutos atrás.

Tsunade então levantou-se de sua cadeira. Ela estava pronta para ir até Sakura e lhe abraçar, quando de repente a rosada parou de chorar e começou a gargalhar descontroladamente.

—Sakura?!

—Não sei o que ouve comigo naquele momento, Tsunade-sama! - Sakura elevou o tom da voz - Quando o Sasuke-kun me maltrata, eu nunca reajo. Eu me sinto impotente e sem coragem de me expressar. Mas naquela hora não pude deixar passar! Eu o enfrentei, o xinguei de covarde, frouxo, o acusei de sentir atração por mim, e... Eu o desafiei! Ele, que se acha tão bom e tão auto-suficiente, e que a cada vez que nos vemos diz o quanto eu o irrito, agora terá um motivo pra isso! Vamos ver se ele me aguenta um mês!

Antes que a prefeita de Konoha dissesse algo, ela fora interrompida.

—Com o maior prazer, Sakura. - Sasuke, que havia acabado de recobrar a consciência, disse levantando-se do divã - Mas não espere receber um tratamento digno de uma hime. Como eu disse, já que você teve a coragem de me desafiar, aguente as consequências! - Ele sorriu com arrogância.

***

—Eu entendo o motivo de vocês. - A loira estava em pé, olhando pela janela - Entendo que você, Sasuke, está com o orgulho ferido e não quer desonrar seu clã. E entendo que você, Sakura, cansada de ser tratada como lixo, tomou uma atitude drástica e desesperada. Entendo perfeitamente. E sabem? Eu, como Senju Tsunade, achei que fora uma excelente solução para o problema. Até porque vocês sabem como adoro apostas. Mas eu, como prefeita de Konoha e médica-chefe do hospital, não posso permitir isso! Sinto muito.

—O quê?! - Ambos gritaram - Por que não, Tsunade-sama?

—Seria um perigo para a vila, ora essa! Imagine vocês dois andando por essas ruas, convivendo sob o mesmo teto como dois inimigos. Konoha não aguentaria o impacto! Sem falar nas pessoas que sairiam feridas.

—A senhora por um acaso está me chamando de violenta? - A rosada enfureceu-se. Talvez a convivência com Tsunade estivesse realmente a afetando.

—Estou apenas alegando um fato. - A loira se sentou novamente e juntou as mãos à frente do rosto - Peguemos um exemplo fácil. Que tal o Naruto?

—Hunf! Aquele dobe! - Sasuke bufou.

—Imagine vocês dois brigando pelas ruas da vila - a loira continuou, ignorando a interrupção dele -, e de repente chega alguém como o Naruto. Elétrico, todo largado e sem um pingo de noção e bom senso. Mesmo ele sendo um grande amigo de vocês, você Sakura, que além de ser explosiva é bem forte, iria lhe bater sem dó nem piedade. Simplesmente porque ele se aproximou de vocês enquanto brigavam. E não seria só ele. Com certeza haveria outras pessoas. A situação seria tão crítica, que Shizune sozinha não daria conta de tanto pacientes. Entendem a onde quero chegar?

—Hai. Mas isso é um exagero, Tsunade-sama. - A rosada falou - É verdade que eu sou esquentadinha e desconto minha raiva no Naruto, mas tudo o que eu aprendi foi com a senhora. O que eu sou, a senhora é em dobro.

—O quê?! - As sobrancelhas da loira voltaram a tremer.

—Gomen, gomen! Só estou tentando dizer que, se a senhora, que é explosiva, consegue viver na mais perfeita paz, sem arriscar a vida de ninguém, quanto mais eu! Eu sei me controlar, Tsunade-sama!

Tsunade ficou em silêncio por um tempo fitando a parede. Por um momento ela enfureceu-se por Sakura a estar desrespeitando, mas no minuto seguinte, sentiu-se orgulhosa da garota.

—Então acho que a ensinei bem - Ela sorriu.

Sakura balançou a cabeça concordando. Antes que ela dissesse alguma coisa, Sasuke intrometeu-se.

—Certo, agora que já se decidiram, podemos continuar com o que viemos fazer aqui?

Tsunade levantou-se e foi até um armário, pegando papel, caneta e seu carimbo oficial.

—Você, Sasuke, parece mais disposto até que a própria Sakura. Tem certeza que isso é apenas uma aposta? - Ela perguntou sorrindo maldosamente.

Sasuke grunhiu e apertou os punhos com força.

—Com certeza é apenas isso. Não posso ignorar uma coisa dessas após ser desafiado! Se a senhora pensa que é porque sinto atração pela Sakura, e que estou ansioso para passar um mês com ela, está muito enganada! Isso é apenas para mostrar como nós, os Uchiha,...

—São arrogantes, egocêntricos e nunca recusam um desafio, por mais idiota que ele seja. - Sakura o interrompeu - Sim, nós sabemos disso. Desde que chegamos aqui, essa é a única coisa que você fala.

Ele bufou e estreitou os olhos. A loira, porém, ria. Aquilo seria interessante... E até divertido.

Ela assentou-se novamente e começou a escrever. O silêncio que se seguiu fora um tanto constrangedor e desconcertante - ao menos para Sakura.

Para se distrair, ela ficou olhando os livros que havia ali. A maioria eram sobre anatomia humana e plantas medicinais, o que já era de se esperar de uma médica como Tsunade.

Enquanto folheava um livro qualquer, ela começou a ter alucinações e a falar sozinha. Ora falava, ora sussurrava, ora ria. No fim da história ela estava gargalhando.

Tsunade parou com o que estava fazendo e olhou para a rosada. Depois encarou Sasuke com um ar confuso.

—É, eu sei. - Ele deu de ombros - Hoje ela está muito estranha. Mais irritante e fútil que o normal.

Sakura rosnou e jogou o livro no chão.

—Quem é a fútil!? - Ela gritou, lançando um olhar assassino ao moreno.

Sasuke apenas bufou e revirou os olhos.

—Grrr... Eu vou... - Ela curvou ambas as mãos como se fossem garras e preparou-se para colocá-las ao redor do pescoço dele.

—JÁ CHEGA! - Tsunade gritou e deu um soco na mesa - Acham que eu quero ouvir a briguinha de vocês?! Não acham que já estão me perturbando o suficiente?! Vocês dois vão parar com essa palhaçada agora e se comportar, porque senão eu vou...

Antes que ela concluísse a ameaça, ambos já estavam quietos.

—Ótimo! Agora, escutem - A loira pegou o papel e começou a lê-lo:

 

"Por volta das 22:30h do dia quinze de maio, a senhorita Haruno Sakura propôs um desafio ao senhor Uchiha Sasuke, o qual aceitou sem qualquer objeção, apenas frisando que o único motivo para sua inesperada atitude era manter a honra de seu clã. Tendo isso em vista, tal acordo consiste em que ambos convivam juntos durante um mês, tal qual marido e mulher, morem juntos na mesma casa, façam coisas compatíveis às de um casal normal, e demais condições impostas por ambos os envolvidos. Ou como diz a senhorita Haruno: 'Que se suportem durante o mês'. Ao final do tempo estipulado, ou seja, no dia quinze de junho, o presente acordo perderá a validade, ficando a critério dos envolvidos sobre como proceder futuramente.

Agora eu, Senju Tsunade, atual prefeita de Konoha e principal testemunha, assino e valido esse contrato, mostrando que estou de acordo com as regras aqui impostas".

 

—Estão satisfeitos? - Ela perguntou ao fim da leitura - Concordam com todas as linhas?

Sakura continuou em silêncio. Ela estava mais vermelha que um tomate, ainda se lembrando das linhas "...façam coisas compatíveis às de um casal normal". O que se passava em sua cabeça naquele momento faria o maior pervertido da aldeia parecer um santo.

—Não. Eu não concordo. - O Uchiha se manifestou - Com todo respeito, Tsunade-sama, mas do jeito que a senhora expôs as coisas, dá a impressão de que eu estou desesperado para cumprir esse acordo. Como eu já disse, é apenas uma questão de orgulho e honra. Então, já que vou ser submetido a essa besteira, quero impor uma condição também.

A loira encostou-se à cadeira e serviu-se de mais sakê.

—Estou ouvindo.

—Em toda aposta alguém sempre sai perdendo, e a senhora sabe disso melhor do que ninguém, então minha condição é a seguinte: Se antes mesmo de o mês terminar, a Sakura conseguir me irritar a ponto de me fazer desistir de tudo, não importa qual seja o motivo, eu prometo dar o que ela mais deseja: Respeito e consideração vindos da minha parte. Mas se eu vencer, além de conquistar meu objetivo, eu a quero o mais longe possível de mim. Se possível não quero nunca mais precisar vê-la. É isso.

—Hunf! - A rosada bufou - Você se acha de mais Uchiha Sasuke! Sua condição é ridícula. Até um macaco pensaria em algo melhor! Acha mesmo que, ficando perto ou longe de você, vai me fazer alguma diferença? Por mim você pode se atirar de um penhasco que eu não tô nem ligando!

Sasuke soltou uma risada de deboche.

—Hum, não era eu que, há minutos atrás, estava aqui chorando e dizendo que morre de amores por mim.

Sakura gemeu frustrada. Sasuke fingiu estar inconsciente enquanto ouvia tudo. Naquele momento ela o odiou por causa disso.

—Tudo bem, eu concordo e aceito. - Ela disse sem olhá-lo - Mas tem mais uma coisa. Essa condição vale para caso um ganhe e o outro perca a aposta, certo? E se ambos ganharem? O que acontece?

—Se isso acontecer, vocês dois vão parar com toda essa palhaçada e infantilidade, e começaram a agir como pessoas maduras, educadas e civilizadas! - Tsunade respondeu impacientemente - Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas você, Sasuke, vai começar a tratar a Sakura com respeito, educação e gentileza porque senão você vai receber um treinamento meu sobre como tratar as garotas. E acredite: Não será nada agradável! Entendido?

—H-Hai! - Ele estava estático e com os olhos esbugalhados.

—E você, Sakura, vai parar com esse fascínio doentio, excessivo e exagerado que sente por ele, e com essa mania de perseguição também! Não pense que a estou fazendo desistir do seu amor. Não, claro que não! Quem sou eu pra fazer esse tipo de coisa. Só estou dizendo pra você parar de se torturar. Até porque Konoha precisa de paz e eu estou cansada de ouvir suas lamúrias e as reclamações do Sasuke em relação a você.

—Tsunade-sama... A senhora é muito cruel - Os olhos de Sakura estavam marejados.

—Hunf! Como eu já disse, também sou filha de Deus. Não sou obrigada a aturar essas coisas! A vila já tem muitos problemas. Não preciso de mais nenhum! Mas voltando ao foco principal, eu espero que vocês tirem algum proveito dessa experiência. Espero também, do fundo do meu coração, que vocês dois se resolvam e tentem não se matar durante esse período. E que fique claro: Se depois que isso acabar, a relação de vocês ficar pior do que já está, eu vou, pessoalmente, expulsá-los da aldeia! Entendidos?! Fui bastante clara?

—H-Hai! - Sakura gaguejou.

—Ótimo! Já que estamos decididos e ambos concordam com tudo, assinem aqui - a loira apontou no local indicado - e sumam! - Ela disse entredentes e carimbou a folha.

—Demo... - Eles gaguejaram.

—ASSINEM E SUMAM DAQUI! - Tsunade gritou.

Mais rápido que um relâmpago, eles assinaram no local indicado e desapareceram porta a fora.

"Hum, acho que talvez eu tenha exagerado um pouco... Ah, mas dane-se! Esses dois precisam aprender uma lição! Sem falar que ainda não os perdoei por estragarem a minha noite! Só espero que Deus nos mande sua luz..." — A prefeita pensou enquanto guardava o contrato em uma gaveta.


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Notas finais do capítulo

E então? Muito ridículo? Sem sentido? Me digam!!!
Ah, e muito obrigada a todos que deixaram reviews. Continuem com o bom trabalho hahah