Anjo da Música escrita por Valentinnes


Capítulo 1
Capítulo 1




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(Nuri's POV)

-Vou sentir a sua falta Chaerin... – Kai, o meu amigo e de minha irmã, de infância, disse tocando suavemente em minha bochecha. Ele sempre fora nosso amigo, e eu sabia que nutria um sentimento, mas não por mim. Por causa disso o repreendi com um forte tapa no dorso de sua mão.

- Não sou a Chaerin, sou a Nuri! – Protestei, enquanto sai dali bufando.

Era sempre a mesma história, sempre me confundiam com minha irmã gêmea. Nós somos completamente opostas em tudo o que fazemos, que uma simples confusa que nem aquela me deixava irritada da tal maneira que daquele dia em diante, decide que nunca mais seria confundida com a Chaerin.

Por alguma razão eu não conseguia tirar aquela lembrança de minha mente. Kai era um dos meus melhores amigos, e um dos que mais me irritavam. Mas, eu nunca sentira a sua falta, para estar pensando no ultimo momento que eu o vira, que nem eu pensava nesta tarde. Em nenhum momento desses anos que se passaram, eu ficara assim, tão desatenta e com a mente no passado.

-Nuri! Eu estou falando com você! – Jung, o meu professor de violão, chamou minha atenção pela centésima vez naquela aula.

- Ah, desculpe-me.

- Se você quer realmente aprende a tocar alguma coisa, ao menos tem que ser mais dedicada e prestar atenção em suas aulas.

Eu adoro rock e gostaria de algum dia ser tão boa quanto aqueles guitarristas famosos, mas por algum motivo a sorte não está ao meu lado para esse tipo de coisa. Parece que todos os instrumentos me odeiam até mesmo aquele triângulo.

Não importa à quanto tempo eu face aula de violão, eu nem sequer ser tocar uma música direito.

- Se você continuar assim acho melhor terminarmos a nossa aula por hoje. Está chovendo bastante, é melhor ir para casa. Sua mãe deve estar preocupada. – Ele disse com um tom de irritação em sua voz. Ele já não deve estar aguentando me dizer para fazer a mesma coisa milhões de vezes seguidas e não ver sucesso algum.

Era melhor eu ir embora mesmo, já estava ficando tarde, e a chuva aumentava a cada segundo que se passava. Só havia uma coisa que ele dissera que não era verdade. Minha mãe se preocupa mais com sua academia de balé, do que com qualquer outra coisa.

Levantei-me do banco onde sentava, colocando o violão, que estava no meu colo, sobre o seu pequeno suporte preto. Despedi-me do professor, e fui embora do prédio onde ele costumava a me dar aulas. Por alguma força do além, lembrei-me de colocar o guarda-chuva dentro da bolsa antes de sair de casa. Por causa dele e de meus coturnos, não fiquei molhada. Pude pisar livremente nas poças de água que se acumulavam por toda a parte.

Eu adoro andar pela chuva. Ouvir o barulho dos seus pingos indo de encontro ao chão, me deixava mais calma. Fazia-me esquecer de tudo o que acontecera e das coisas que me irritavam. Com a chuva eu realmente me sentia um pouco mais livre.

Mas, como eu não tinha muito tempo para ficar ali, fui logo para casa. Ao chegar lá, deixei meu guarda-chuva na entrada da casa e deixei meus sapatos na área para que não molhasse tudo.

Para variar estava tudo em um silêncio total, então nem me incomodei de ver se tinha alguém em casa. Os únicos que poderiam estar ali eram meus irmãos, Chaerin e Taemin. Mas, o oppa deveria estar em seu trabalho e com certeza não chegaria assim tão cedo em casa.

Fui para o meu quarto, que eu dividia com Chaerin, e aproveitei para tomar um banho. Logo que terminei, deitei em minha cama e acabei adormecendo. Sei que não dormi por muito tempo, já que o despertador de meu celular que eu havia usado no dia anterior, tocara. Eu esquecera de desligá-lo... Já era seis horas e não se via nenhum sinal de vida pela casa. Isso era estranho, porque normalmente há essa hora Chaerin normalmente já teria chegado.

Levantei-me da cama e fui até a cozinha pegar algo para comer. Ao chegar lá, encontrei um bilhete, preso à geladeira por um imã, dizendo:

“Nuri, não se preocupe comigo. Resolvi seguir o meu sonho. Marquei hoje uma audição na SM. Ficarei por lá por algum tempo. Tenho certeza de que conseguirei. Torça por mim Unnie!

P.S: Não conte nada para a nossa mãe.”

Quase tive um ataque cardíaco enquanto lia aquilo. Chaerim, certamente não estava batendo muito bem de suas ideias. Ela não podia ter simplesmente fugido de casa, daquele jeito. Sei que desde pequena ela tinha esse sonho, que era algum dia se tornar uma grande cantora de k-pop. Esse não era exatamente o seu ponto forte, e ir para Seoul sem ter um lugar para ficar, fora a pior das ideias que ela tivera em toda a sua vida.

Amassei o bilhete o tacando no lixo e corri de volta para o meu quarto, peguei minha mochila roxa, que estava jogada de baixo da cama, e comecei a guardar coisas que em algum momento seriam bastante úteis, alem das cosias que eram necessárias. Já sabia que minha irmã havia pego todas as suas economias, mas eu tinha certeza de que só aquilo não seria o suficiente. Então peguei tudo o que eu tinha guardado em casa, e ainda peguei o cartão de crédito que nossa mãe, havia separado com uma grande quantia para ser usado em casos de urgência.

Mais uma vez corri pelas as escadas e calcei apressadamente os meus sapatos deixados na área. A chuva já não estava tão forte, então nem precisei de guarda-chuva para ir correndo até a rodoviária.

- Oi, eu gostaria de saber qual é o próximo ônibus que sai para Seoul. – Falei à mulher que vendia as passagens.

- O próximo sai dentro de meia... Ué, você de novo? Perdeu o ônibus daquele horário? – Ela pareceu um pouco surpresa quando olho para mim. Minha irmã certamente havia passado por ali.

- Você deve ter vendido a passagem para a minha irmã... Agora eu que preciso de uma. Perdi o horário e não deu para eu ir com ela. – Eu sabia que não era necessário estar contando nada disso, mas seria mesmo estranho vender passagens para pessoas parecidas, sem pensar que algo está acontecendo. E como essa cidade é muito pequena, alguém poderia conhecer minha mãe e resolver contar algo a ela.

- Entendo perfeitamente como é isso. O próximo sai em trinta minutos, vai querer comprar?

- Sim, por favor. – Se eu estou perguntando quando sai o próximo ônibus, PE claro que eu vou querer a passagem. Eu não entendo porque as pessoas ainda insistem em fazer esses tipos de perguntas. O pior de tudo é que ainda tenho que responder na maior boa vontade.

Comprei a passagem e me dirigi ao terminal que o ônibus sairia. Era mais fácil esperar por lá. Aqueles foram os trintas minutos mais demorados de toda a minha vida. Nesses minutos eu tive que dar um jeito de permanecer calma, porque se não teria um ataque cardíaco.

Enquanto eu esperava, peguei meu celular e entrei em algumas das redes sociais em que eu e minha irmã fazíamos parte, para ver se encontrava alguma pista dela. Ela poderia ter dito alguma coisa de útil antes de sair. Procurei em tudo quanto é canto, até achar algo no twitter.

Ela havia dito que a sua audição seria daqui a uma hora. Não sei quanto tempo duraria, nem quanto tempo teria que esperar para chegar a sua vez, mas irei diretamente para SM. Tenho esperança de que a encontrarei ali. Apenas achei esse horário um pouco tarde demais, vai entender esse povo...

Por sorte o ônibus não se atrasou, e não teve muita gente para demorar a guardar suas bagagens na mala. Como eu só estava com minha mochila, resolvi levá-la comigo dentro do ônibus. Fiz isso mais porque se fosse na mala, correria o risco de ser massacrada pelas outras bagagens, e dificilmente depois na hora de pegá-la.

----X----

Assim que o ônibus parou, tratei de ser logo a primeira a sair. Da minha cidade natal até Seoul, levava mais ou menos uma hora e meia. Tinha que ir logo para SM. O ruim era que eu não sabia onde ficava. Tive que ir até um segurança e perguntá-lo.

- Moço, você sabe onde fica o prédio da SM? – Perguntei ao segurança que usava óculos escuro-mesmo já estando escuro-e estava encostado na parede, de braços cruzados e com uma cara séria.

- Você de novo aqui?!

- Não era eu! Será que você poderia me responder?

Ele então um pequeno mapinha em um pedaço de papel. Ainda bem que eu não precisava usar óculos, porque se não, seria difícil enxergar o que ele havia feito. Ele me disse que eu chegaria mais rápido se eu fosse de metrô.

A estação de metrô não estava cheia, e tinha um que estava saindo no exato momento em que cheguei lá. Como não tinha muitas pessoas para que eu desviasse, consegui entrar naquele metrô segundos antes da porta se fechar.

Meu coração já estava todo acelerado quando cheguei ao prédio da SM. A chuva havia aumentado mais uma vez, e eu havia esquecido de pegar o guarda-chuva, então já sabiam o estado em que eu me encontrava.Provavelmente não deixariam um pessoa tão ensopada que nem eu entrar, mas não custa nada tentar.

Ainda bem que a mochila que eu carregava, era feita de um material impermeável, então tudo o que tinha dentro estava seguro.

No momento em que eu ia entrar, o meu celular começou a tocar me deixando distraída. Enquanto eu tentava tirá-lo de meu bolso traseiro, não notei uma pessoa bem na minha frente e ela também parecia distraída, por não me notar. Nós acabamos caindo no chão.

- Me desculpe. – Falei pegando meu celular que havia caído em uma poça e sem olhar para a pessoa.

- Chaerin? – Ouvi uma voz familiar dizer.

- Quantas vezes eu vou ter que dizer que sou a Nu... – Falei me irritando, mas então lembrei da pessoa que mais me confundia com a Chaerin. – Kai!



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Notas finais do capítulo

Primeira fic em parceria, UHUL! Espero que gostem e sintam-se livre para criticarem!



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