– VOCÊ QUER QUE O LORDE DAS TREVAS ARRANQUE NOSSAS CABEÇAS BELLATRIX? - gritou Lúcio - O POTTER É DELE.

– Em algum ponto da vida, - eu disse - Todos têm uma fixação por Harry Potter. Mais cedo ou mais tarde.

Rony engoliu uma risada.

– Eu posso estuporar essa sujeitinha então? - murmurou Bellatrix

– Tentador. - murmurou Lúcio - Mas não.

– Eu não consigo nem suportar a ideia do Draco beijando ela. - disse ela - Ele sempre foi meu orgulho.

– Ele vai perceber que ela é um desperdício de tempo. - disse Lúcio

– Hã, será que a gente podia discutir meu relacionamento com o Draco outra hora? - eu disse - Talvez fazer uma terapia familiar.

Harry me encarou com olhos zangados e eu parei de falar.

– Última vez. - disse Lúcio. - A profecia.

– Você vai ter que arrancar da minha mão. - disse ele - AGORA!

Todos nós lançamos feitiços nos Comensais à nossa volta e saímos correndo pelo corredor. Mione lançou um feitiço nas prateleiras e elas todas caíram assim que passamos.

Corremos para a porta e saímos esbaforidos.

Harry a trancou e virou-se para mim.

– Será que você pode parar de fazer graça nessas situações, Alice? - gritou ele - Isso não é como rebater algo que a Pansy falou para você, eles podem te matar!

– Eu não acho que eles me matariam por isso. - eu disse

– Mas eu sim! - disse ele - Você não está salva porque é a namoradinha do Malfoy.

– Gente, a gente está nessa sala de novo. - disse Neville

Olhei em volta e vi o arco de pedra.

– Vocês acham que eles desistiram? - perguntou Luna

A pergunta dela foi respondida quando fumaças pretas nos empurraram contra o chão. Eu senti mãos me agarrando e me levando para longe. Um segundo depois, Lúcio estava me segurando, com a varinha encostada no meu pescoço. Cada Comensal segurava um dos meus amigos do mesmo modo, menos Harry, que estava no centro da sala, com a profecia na mão.

– O jogo acabou, Potter. - disse Lúcio - Me dê a profecia e eu te dou sua garota.

– Na verdade, eu sou a garota do seu filho. - murmurei

Ele apertou mais a varinha em minha pele e, de fato, eu resolvi calar a minha boca.

– Por que ele quer isso? - perguntou Harry

– Se você entregar para ele de boa vontade, ele pode te explicar tudo. - disse Lúcio.

– É mentira! - gritou Neville

– Não é não. - disse Lúcio - Me dê, Potter.

Olhei para Harry e neguei com a cabeça.

– O que você quer que eu faça? - bufou ele

Harry foi andando em direção a Lúcio com a mão estendida. Eu ouvi um barulho de vento atrás de mim.

– Minha nora não. - escutei uma voz conhecida

Lúcio foi atingido por um soco e caiu no chão. Virei para trás e estava Sirius sorrindo.

– Cheguei bem na hora de uma entrada triunfal. - disse ele

Vi que os outros membros da Ordem da Fênix apareciam perto de cada um de nós e corri para abraçar Sirius.

– Nós viemos te salvar! - sorri sem tirar o rosto do seu peito

– E agora eu vim salvar vocês. - riu ele passando a mão no meu cabelo - Dumbledore vai chegar daqui a pouco. Harry!

Harry se aproximou sorrindo.

– Mantenham essa Profecia segura, ok? - disse Sirius - E se mantenham seguros também. Hora do show.

Ele saiu correndo para perto dos outros e Harry me deu um biliscão.

– Eu te falei! - disse ele

– Eu não acredito que você ia dar mesmo pra ele! - eu exclamei - Você ficou doido?

– Você queria que eu deixasse ele matar você? - perguntou ele - E os outros?

– Esquece. - bufei

– Não, Alice! - ele disse - Você tem que começar a não se meter em problemas.

– Tarde demais. - eu disse - Estamos juntos nessa, Potter.

Ele abriu a boca para falar algo mas eu vi um feitiço de aproximando e puxei ele para o lado. Ao longe, vi Sirius bufar para a gente.

– Não é hora pra discutir a relação! - ele gritou

Harry correu para perto dele e entrou na briga entre Sirius e Lúcio, que aparentemente se recuperou do soco.

Um feitiço quase me atingiu e eu me virei para ver quem tinha lançado-o: Bellatrix.

Ela lançou três feitiços seguidos que eu rebati com um escudo, mas o quarto eu não consegui. E me atingiu.

Caí no chão meio zonza. Senti sangue escorrer pelo lado da minha cabeça. Olhei para Harry e Sirius e os dois estavam dando uma "surra de feitiços" em Lúcio. Harry lançou um feitiço que atingiu Lúcio e Sirius sorriu.

– Muito bem, Tiago! - disse ele

Harry riu.

Sirius lançou um último feitiço que nocauteou Lúcio.

Vi Bellatrix levantar sua varinha e tentei gritar, mas nenhum som saiu da minha boca. Tentei gritar mais alto, mas minha voz foi abafada pela dela.

– AVADA KEDAVRA!

Sirius parou ainda sorrindo. Vi Harry perder seu sorriso, que foi transformados por sussurros.

– Sirius - disse ele

Sirius deu um passo para trás e atravessou o arco de pedra. Sem nunca cair para o outro lado.

Harry estava gritando. Lupin segurava-o para que ele não atravessasse o arco também. Senti lágrimas escorrerem e senti o gosto delas, misturado com sangue, na minha boca.

Lúcio se levantou e preparou sua varinha para enfeitiçar Harry. Levantei a minha e estuporei-o, com o restinho de energia que eu ainda tinha.

Harry se virou para trás e viu Lúciou sendo arremessado para longe. Procurou o dono do feitiço e me viu no chão. Vi seu rosto estremecer. Ele levantou os olhos e viu Bellatrix, que ainda estava para observando a cena. Ela riu e saiu correndo pelo corredor.

Olhei para Harry e neguei com a cabeça mas ele me ignorou. Se soltou de Lupin e saiu correndo atrás dela.

Não aguentei e fechei meus olhos.

Eu estava me sentindo fraca e minha visão estava embaçada.

– Lizzie? - disse Rony.

Ele tinha um corte na bochecha, mas parecia bem.

– Ei Ron - sorri

– Levanta - disse Mione ajoelhando ao meu lado.

– Eu não consigo me mover. - eu disse - Eu vou sentir a falta de vocês.

– Lizzie? - disse Rony com uma voz urgente

Sorri para ele.

– Alice, para de drama. - riu Mione - É só um corte.

– Ta doendo pra caramba, ok? - ri e sequei minha lágrimas

– Eu achei que você estava morrendo! - disse Rony me dando um tapinha

– Eu sou uma ótima atriz. - eu disse

– A Sra Weasley vai dar um jeito nisso. - disse ela - Ou Mademe Pomfrey.

Me sentei com uma certa dificuldade e vi os Comensais presos num canto do salão, com Tonks e Lupin vigiando eles.

– Onde está… - comecei

– Harry? - disse Rony - Eu achei que ele estivesse com Sirius.

– Sirius está morto. - eu sussurrei

Os dois começaram a chorar e se abraçaram. Eu comecei a chorar também mas parei abruptamente.

– Ele foi atrás dela. - falei me levantando rapidamente (uma péssima ideia, porque eu fiquei tonta outra vez)

Andei rapidamente para onde Harry tinha corrido e cheguei no lobby principal do Ministério.

Vi Harry deitado no chão, com Dumbledore ao seu lado.

Me aproximei e vi que tinha algo errado com ele, seus olhos estavam cruéis.

– Harry? - eu disse

– Olha quem chegou. - disse ele com uma voz mais rouca que o normal - Minha favorita.

Eu botei as mãos em minha boca e ajoelhei ao lado de Dumbledore.

– Essa é sua fraqueza, Potter? - Harry disse - Ela é uma graça mesmo.

– Você é fraco. - disse Harry (com sua voz normal) Você não tem amor, não tem amizade.

– Eu não preciso disso. - disse Voldemort que apareceu ao meu lado. - Mas, antes de eu te matar, pode ter certeza que eu vou tirar tudo de você.

Ele era horrível. Sua pele era completamente branca, cheia de veias saltando. Seus olhos eram cruéis e mais azuis do que qualquer outro olho que eu já havia visto. E sua narinas eram fendas, como as de uma cobra.

– Eu vou começar com essa aqui. - disse ele segurando meu rosto

Harry ergueu sua varinha mas escutamos um barulho na lareira mais próxima. Era Fudge, o ministro, junto com vários outros integrantes da elite do Ministério.

Fudge parou abruptamente e encarou Voldemort.

– Você voltou. - murmurou

Voldemort desapareceu. Eu senti suas mãos frias deixarem minha pele e ele não estava mais lá. Olhei para trás e vi Rony, Mione, Neville, Gina e Luna nos observando. Lancei um sorriso fraco para eles.

Dumbledore se levantou e foi para perto de Fudge.

Virei para Harry, que ainda estava deitado no chão.

– Você está bem? - ele me perguntou

– Você é inacreditável, Potter. - sorri - Eu que tenho que perguntar isso.

– Não. - disse ele se sentando

Deixei minha cabeça encostar no seu ombro e vi que manchei sua camiseta de sangue.

– Desculpa. - eu disse levantando rápido

Ele riu e colocou minha cabeça de volta em seu ombro. Os outro vieram para perto da gente e todos nós sentamos juntinhos, nos abraçando.

Tentando criar um pouco de paz no lobby destruído.