Harry Potter. escrita por AliceFelton


Capítulo 168
18 - The One with the Letters, the Boyfriends and the Cloak (2015 - 2017 - 2019)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/228467/chapter/168

(2015)

 

Acordei com o Harry me beijando. Estávamos no verão de 2015, o que significava que havíamos tirado pequenas férias, para aproveitar que toda a família estava em casa. Teddy e James iriam para Hogwarts naquele ano. Teddy, para cursar seu último ano, James, o seu primeiro.

— O que você quer? - gemi

Harry riu.

— Eu não posso beijar minha mulher? - ele perguntou

Abri uma fresta dos olhos e o encarei.

— Eu não estou reclamando. - ri - Só gostaria de saber se tem algum motivo específico.

Harry negou com a cabeça.

— As crianças já acordaram? - perguntei

— Não sei. - Harry deu de ombros - Eu ainda não saí do quarto para eles acharem que ainda estamos dormindo.

Dei uma gargalhada.

— Como você é um ótimo pai. - eu disse

— Me inspirei na figura paterna que eu tive até os onze anos. - ele disse

O beijei.

— MÃE! PAI! - escutei James gritar com um certo tom de urgência - MÃE! PAI!

Harry e eu nos entreolhamos e saímos correndo pela escada, entrando no quarto de James com as varinhas em punho.

James sorriu para nós e sacudiu alguma coisa. Ele segurava uma carta nas mãos. Soube imediatamente do que se tratava.

Harry suspirou, aliviado.

— É minha carta! - ele disse, pulando - É minha carta de Hogwarts!

— Jamie… - sorri

Ele veio correndo e me abraçou.

— É sua carta! - exclamou Harry, beijando o topo de sua cabeça.

Teddy entrou no quarto, segurando sua própria carta.

— Ganhou uma também? - ele sorriu

James revirou os olhos.

— Você achou que eu não fosse ganhar? - perguntou ele, convencido.

Teddy deu de ombros.

— Entrar em Hogwarts é fácil. - disse ele - O difícil é se manter. Pergunte a papai e mamãe. Eles salvaram o mundo mágico mas não terminaram Hogwarts. Eu ouvi dizer que esse ano eles vão expulsar metade dos primeiranistas que entrarão.

James franziu a sobrancelha e nos encarou.

— Isso não é verdade, é? - ele perguntou

Harry riu.

— É claro que não.

— Pare de aterrorizar seu irmão. - ralhei com Ted, que riu.

James suspirou.

— Eu quero uma vassoura! - disse ele

— Você não pode ter vassouras esse ano. - disse Ted

— Esse ano, você só vai poder assistir aos jogos de quadribol. - disse Harry - E vai ver seu irmão sendo o melhor jogador da Lufa-Lufa.

Ted franziu uma sobrancelha.

— Como você sabe que eu jogo bem? - perguntou Ted - Você nunca me viu jogando.

Harry e eu nos entreolhamos.

— Hm, eu fiquei sabendo. Me contaram. Nunca vi mesmo. - respondeu Harry, pigarreando.

Ted chacoalhou a cabeça, nos desaprovando.

Só assistimos a alguns jogos!

— Sorte a sua que eu não posso jogar esse ano, se não eu iria te arrebentar. - sorriu James

Ted riu.

— Você nem sabe qual é sua casa ainda! - ele disse

— Eu iria te arrebentar mesmo sendo da sua casa. - disse James - Você teria que aturar todas as suas namoradinhas falando como seu irmão mais novo era melhor que você.

— Eu não tenho nenhuma namoradinha. - disse Ted

— Isso é pior que ter que aturar elas falando de mim, na verdade. - disse James

Ted saiu correndo atrás de James, que correu pelo quarto, tentando escapar.

— James! Deixe de ser irritante! - exclamei - Ted! Não mate seu irmão!

James saiu correndo para fora do quarto, e Ted parou ao meu lado, rindo.

— O que veio na sua carta? - perguntei

— O de sempre. Primeiro de setembro, onze horas, materiais. - ele deu de ombros

— Algum distintivo? - sorriu Harry

Ted sorriu e assentiu.

— Capitão do time. - disse Ted

Harry o abraçou.

— Parabéns, filho. - disse ele

— Isso significa que eu ganho uma vassoura? - perguntou Ted, sorrindo.

Harry bufou.

— Eu tenho a minha desde o natal do meu primeiro ano! - protestou Ted.

— Bom, eu teria a minha desde os meus treze anos se sua mãe não tivesse a quebrado caindo em cima dela. - argumentou Harry.

— Eu já pedi desculpas. Eu lembro muito bem de ouvir você dizendo que não se importaria se ela quebrasse, desde que eu ficasse bem! - eu disse - E já te dei outra!

— Eu tenho a minha desde os meus dezessete anos! - disse Harry, rindo.

Ted se ajoelhou.

— Pai, por favor, por favor! - ele disse

Harry revirou os olhos.

— Eu vou pensar nisso. - disse Harry

Teddy se levantou, beijou a bochecha de Harry e saiu pulando.

— Veremos amanhã, no Beco Diagonal! - gritou Ted - Você não vai aguentar ver todas aquelas vassouras!

Harry suspirou, rindo.

 

 

Eu estava no quarto, escrevendo uma matéria, quando Harry se materializou na minha frente, me dando um susto.

— Que susto, homem! - bufei

Olhei para seus pés e vi a sua Capa de Invisibilidade em seus pés, que ele logo tratou de abaixar para pegá-la.

Sorri.

— Hora de dá-la para Jamie? - perguntei

Ele assentiu, com um ar visivelmente nostálgico.

Me levantei e o beijei.

— Você vai ficar bem sem ela. - sorri

Ele assentiu.

— Eu sei. - ele disse me beijando - Eu tenho algo que vale mais que mil capas de invisibilidade.

Ri e segurei seu rosto.

— Você era tão brega no quarto ano. - eu disse

Harry deu uma gargalhada.

— E você, ainda assim, era apaixonada por mim. - ele disse

Suspirei.

— Eu sou uma burra mesmo. - ri

Harry riu e me beijou de novo.

— Vamos? - perguntei

Harry assentiu.

Subi nas suas costas e fomos até o quarto de James. Ele estava andando de um lado para o outro, conferindo se tudo estava em seu malão.

— Ei, Jamie. - sorri - Podemos conversar?

James levou um susto.

— Não vi vocês ai! - ele riu - Claro!

Harry me levou até a cama de James, onde nós três sentamos.

— James, eu tenho um presente para te dar. - disse Harry - Isso pertenceu ao meu pai, antes de mim, e agora é seu.

James assentiu.

Harry entregou a capa a James.

— Hm.. valeu, pai. - disse ele

Harry sorriu.

— Vista-a. - ele disse

James se levantou e colocou a capa em volta do seu corpo, que desapareceu, fazendo-o arregalar os olhos.

— É uma capa da invisibilidade! - disse ele

Harry assentiu.

— Eu não acredito que você tem uma capa da invisibilidade!

Você tem. - sorriu Harry

James foi correndo até Harry e se jogou em cima dele, o abraçando com força.

— Obrigado, pai! - ele disse, sorrindo.

Harry deu um beijo em sua testa.

— Obrigado, mãe. - ele disse me dando um beijo.

Sorri.

— Mas temos algumas condições. - Harry disse

James assentiu.

— A capa é sua, James, mas você deve emprestá-la a Cedrico, quando você sair de Hogwarts e ele vai emprestá-la a Lily, quando ele sair. Quando ela acabar a escola, ela te devolverá.

James assentiu novamente.

— Tudo bem. - disse James

— E, você não pode levar a capa para Hogwarts com você amanhã. - eu disse - Seu pai e eu a enviaremos para você, depois de amanhã.

James gemeu.

— O que?! - ele disse - Por que?!

Harry sorriu.

— Jamie, de vez em quando, eu e sua mãe precisaremos da capa. - disse Harry - Não te pediremos para nada que não seja importante.

James suspirou.

— Tudo bem. - ele disse

— Agora, vá descansar. - sorri - Você tem uma longa viagem amanhã.

Demos beijos em James e Harry me carregou de volta para cima.

 

 

Harry e eu passamos pela estátua da bruxa de um olho só e nos deparamos com o castelo vazio, porém iluminado. Nos entreolhamos, sorrindo.

Fomos até onde McGonagall estava com os primeiranistas, na frente do Grande Salão. Vi James na fileira da frente, absolutamente hipnotizado pela fala da diretora. Louis estava ao seu lado, eu diria que um pouco assustado.

McGonagall abriu a porta e deixou que todos os primeiranistas passassem, deixando-a aberta por mais alguns segundos, para que entrássemos.

— Eu te amo! - sussurrei quando passei por ela, a fazendo revirar os olhos.

Harry e eu nos colocamos atrás dos alunos do primeiro ano, onde teríamos vista de frente do chapéu e da seleção.

McGonagall limpou sua garganta e começou a ler os nomes das crianças. Como nosso sobrenome começava com a letra P, tivemos que esperar um pouco para que James fosse chamado.

— Devíamos ter ficado com Felton. - sussurrou Harry, me fazendo rir.

— James Potter. - leu McGonagall

Um burburinho encheu o salão e Harry e eu nos entreolhamos.

James estufou o peito e se sentou no banquinho. McGonagall colocou o Chapéu Seletor em sua cabeça e vi os ombros de James se tencionarem. Enquanto o chapéu se remexia, Harry apertou minha mão. Ele estava um pouco nervoso, mas eu já sabia em que casa James entraria.

— GRIFINÓRIA! - disse o chapéu.

Harry apertou minha mão com força.

Sorri para ele.

— Você não me parece impressionada. - ele sussurrou

— Eu não estou impressionada. - ri - James é a personificação da Grifinória!

Harry riu.

— Com seus olhos. - ele disse

Dei de ombros, sorrindo.

— Nós deveríamos subornar todos que conhecemos para falarem para James que ele tem os olhos da mãe dele. - murmurou Harry

Dei uma risada baixa.

— É sério! - ele disse

— Não precisamos fazer nosso filho sofrer dessa forma. - eu disse

Harry bufou.

— Isso não é nada.

Me aproximei dele e o beijei, colocando minhas mãos em seu rosto.

— Você tem os olhos da sua mãe. - sussurrei

— Cala a boca. - ele disse, ainda me beijando.

 

 

(2017)

 

Fui até o quarto de Cedrico, crente que ele ainda estaria dormindo, mas o encontrei lendo, como sempre.

— Cedrico… - sorri - Estou te chamando há vinte minutos!

Ele tirou os olhos do livro.

— Desculpa, mãe. - eu não te ouvi

Sentei na ponta de sua cama e suspirei.

Peguei a carta que estava escondendo atrás de minha camisa e entreguei a ele.

As corujas de Hogwarts haviam acabado de chegar, mas o resto da casa estava dormindo, exceto Lily.

Os olhos de Cedrico se iluminaram e ele pegou a carta correndo. Ele abriu o envelope com a mesma rapidez.

Ele escaneou a página rapidademente.

— Primeiro de setembro? Onze horas? - sorri

— Primeiro de setembro! Onze horas! - ele disse

O abracei com força.

— Vá acordar seu pai! E seus irmãos! - sorri

Ele se levantou correndo.

— Ah! - exclamei, entregando-lhe outra carta. - Entregue essa a James.

Cedrico assentiu e saiu correndo.

Dalí a alguns minutos, a casa inteira estava acordada e animada para mais uma visita ao Beco Diagonal.

 

 

Dessa vez, pedimos a McGonagall para usarmos a lareira do seu escritório. Ela já sabia que iríamos e o túnel da Dedos de Mel era bem malcheiroso para o usarmos toda vez que fôssemos a Hogwarts.

Escorreguei de barriga para dentro do escritório da diretora e trombei com Harry, que riu.

— Você vem sempre aqui? - ele perguntou

Dei uma gargalhada.

— Vamos, bobo. - eu disse, dando um beijinho nele antes de me levantar.

O quadro de Dumbledore no encarava.

— Oi, Professor. - sorri

— Olá, Srta. Felton. - ele sorriu

Dei de ombros.

— Acho que agora você pode usar Sra. Potter, se quiser. - eu disse - Embora eu ache que o título me envelheça.

Dumbledore riu.

— Como vai, Professor? - sorriu Harry

— Muito bem. - disse ele - Vocês vieram ver a seleção de Cedrico?

Harry assentiu.

— Minerva me contou que vocês vieram ver Teddy e James algumas vezes. - Dumbledore sorriu

Assenti.

— Você conheceu Teddy e James? - perguntei

Dumbledore riu.

— Devo dizer que sim, eles vieram parar na sala de Minerva algumas vezes. - disse ele

Harry suspirou.

— É claro que sim. - disse ele

— Temos que ir. - eu disse

— Claro, claro! - disse Dumbledore - Até depois!

Acenamos para Dumbledore e corremos para o salão, já vestidos com a capa.

Chegamos a tempo de entrarmos junto com os primeiranistas, como sempre. McGonagall percebeu que havíamos entrado e fechou a porta. Quero dizer, eu acho que ela percebeu.

McGonagall se adiantou até o chapéu e pegou a longa lista de nomes. Cedrico estava na multidão, junto com Scorpius, Rose e Gen. Nenhum deles parecia muito nervoso, mas eu também não estaria nervosa se estivesse no lugar que meus pais descreviam como o melhor do mundo rodeado pelos meus melhores amigos de infância.

— Genevieve Chevalier. - chamou McGonagall

Gen sorriu para os seus amigos, com a audácia que herdara de Gina e se dirigiu para o banco.

O chapéu foi colocado em sua cabeça e, depois de se mexer um pouco, anunciou.

— SONSERINA! - ele disse

Genevieve sorriu e foi se sentar na mesa verde e prata, onde todos davam vivas.

Harry e eu nos entreolhamos, sorrindo.

— Rose Granger-Weasley. - disse McGonagall, depois de mais algumas crianças serem selecionadas.

Rose foi até o banco, respirando fundo. Ela me lembrou tanto de sua mãe que eu deixei escapar uma risadinha.

O chapéu mal tocou sua cabeça por alguns instantes e anunciou.

— GRIFINÓRIA!

A mesa dos leões gritou, em êxtase. Harry e eu nos permitimos bater palma pela nossa afilhada.

O próximo (dos nossos conhecidos) a ser chamado, foi Scorpius.

— Scorpius Malfoy. - sorriu McGonagall

Vi Cedrico sorrir para ele, o encorajando.

Scorpius sentou-se no banquinho e o Chapéu Seletor foi colocado em seus cabelos loiros. Pela expressão de Scorpius, o chapéu parecia estar fazendo um segundo discurso dentro de sua cabeça.

— CORVINAL! - anunciou

Harry me encarou, com os olhos arregalados.

— Isso deve ser histórico! - ele sorriu

Assenti.

— Scorp é muito parecido com Astória. - eu disse

Por dentro, eu estava me sentindo aliviada, porque…

— Cedrico Potter. - chamou McGonagall

Cedrico foi até ela, lentamente. O salão inteiro, que havia cochichado quando a diretora chamara seu nome, agora estava absolutamente calado.

Harry segurou minha mão.

— Ele vai ficar bem. - sussurrei em seu ouvido.

McGonagall colocou o chapéu nos cabelos de Cedrico. Apertei a mão de Harry, como forma de encorajamento. Eu gostaria de estar apertando a mão de Ced, para transmitir o gesto, mas como não podia, apertei a mão do clone de Cedrico, ao meu lado.

O Chapéu Seletor ficou mais tempo que o normal, em Cedrico, mas finalmente anunciou a casa do meu filho caçula. Eu tinha um palpite, e com Teddy e James meus palpites haviam se confirmado.

— CORVINAL.

Cedrico sorriu e correu até a mesa azul, se sentando com Scorpius. Vi James sorrir para ele, da mesa da Grifinória.

Sorri para Harry e McGongall fez com que o banquinho sumisse. Esperamos ela dar o discurso de boas vindas e nos dirigimos até a porta, saindo para o saguão.

Ouvi a porta bater atrás de nós e McGonagall apareceu atrás de nós.

Harry puxou a capa para que nossas cabeças ficassem visíveis.

— Eu não acredito que recebi mais três Potter-Granger-Weasleys esse ano. - ela sorriu - E um Malfoy.

Ri.

— Parem de reproduzir, ou vocês irão dominar a escola. - disse ela

— É o plano, professora. - sorriu Harry.

McGonagall riu.

— Bom, vejo vocês nos jogos de James. - ela disse

Assentimos.

— E ano que vem poderemos ver um duelo Potter contra Potter em uma partida da Grifinória contra Corvinal. - disse ela, animada.

Harry riu.

— Espere até a nossa sonserina chegar. - sorri - Ela vai acabar com os irmãos.

McGonagall riu.

— Veremos. - ela disse

Nos despedimos dela e fomos para casa.

 

 

(2019)

 

Acordei com uma garotinha pulando em cima de mim.

— MÃE! PAI! ACORDEM! - ela gritou animada

— O que foi, Lils? - Harry perguntou, com sua voz de manhã.

James e Cedrico entraram na sala.

— As cartas chegaram. - James disse

Abri os olhos e vi Lily com o cabelo todo bagunçado, segurando uma carta aberta de Hogwarts.

— Eu consegui! - ela disse

A puxei para um abraço.

— É claro que você conseguiu. - disse Harry, beijando sua bochecha.

— Eu sou monitor! - disse James.

Sorri para ele.

— Venham cá, vocês dois. - eu disse

James e Cedrico se entreolharam, sorrindo, e pularam na cama junto a nós. Harry e eu esmagamos os três em um abraço. Era muito mais fácil fazer aquilo quando eles eram pequenos, mas nós conseguimos mesmo assim.

— Alguém ligue para Teddy! - Jamie disse - Ele está perdendo um dos abraços especiais.

Teddy havia se mudado. Ele estava com vinte e um anos, havia conseguido um emprego e estava morando com alguns amigos. Eu sentia sua falta todo dia, por isso que ele almoçava conosco dia sim, dia não. E porque a comida lá de casa era muito melhor do que a comida improvisada por quatro jovens, eu falo do que sei.

— Posso chamar ele para ir ao Beco Diagonal com a gente? - Lily perguntou - Posso? Posso?

— Claro que pode. - disse Harry

Lily saiu correndo do quarto, seguida de James e Cedrico.

 

 

E, pela última vez, entramos em Hogwarts clandestinamente para vermos o Chapéu Seletor fazer seu trabalho.

Lily não demonstrou nervosismo algum ao se deparar com Minerva McGonagall fazendo sua famosa introdução a Hogwarts. Hugo, por sua vez, parecia um pouco nervoso, mas ter Lily por perto sempre fora um alívio para ele.

Harry e eu nos entreolhamos. McGonagall me disse que iria se aposentar assim que Lily e Hugo fossem embora. Era bom vê-la como diretora dessa forma pela última vez, embora ainda faltassem sete anos para que ela saísse.

As portas se abriram e todos nós entramos.

Hugo foi chamado no início, já que seu sobrenome começava com G.

— Hugo Granger-Weasley. - chamou McGonagall

Lily deu tapinha em suas costas e ele foi até o banquinho.

— LUFA-LUFA. - disse o chapéu, depois de alguns instantes.

Olhei para trás e vi vários rostos conhecidos batendo palmas animadas. Fiquei tentada a dar um beijinho em cada um dos meus filhos e quase-sobrinhos.

Depois de muitos outros nomes, chegou o esperado momento.

— Lily Potter. - sorriu McGonagall

Lily sorriu para ela e se sentou no banquinho.

Era impressionante o quanto ela se parecia comigo. Era como se eu estivesse me vendo ali, em uma memória. A única diferença foi o que o Chapéu Seletor gritou.

— SONSERINA!

Harry bufou, ao meu lado.

— Você acertou a casa de todos os nossos filhos. - disse ele

— Você achou que ela fosse para qual? - perguntei

— Grifinória. - ele disse

Sorri.

— Por que ela iria para Grifinória, ela é filha de Draco, lembra? - brinquei

Harry me mostrou a língua e depois sorriu.

— Vamos. - eu disse, beijando sua mão.

Harry assentiu. 

 

 

(2022)

 

Estávamos eu, Harry, James e Cedrico no quarto de Cedrico. James havia acabado de se formar em Hogwarts e estava cumprindo com o combinado que ele havia feito comigo e com Harry, anos atrás. Ele estava emprestando sua capa para Cedrico, que iria para seu sexto ano.

— Você está me dizendo que teve uma capa da invisibilidade por sete anos e você não se deu ao trabalho nem de me contar?! - perguntou Cedrico

James riu.

— Eu estava esperando que você fosse dizer algo como “Obrigado, James, por me emprestar a coisa material que você mais gosta nesse mundo.” - disse ele

Ced revirou os olhos.

— Você podia ter me emprestado! - disse ele - Eu e Scorpius conseguimos várias detenções por saírmos da Torre da Corvinal à noite, no ano passado.

— Eu te dei muitas dessas detenções! Porque eu te ajudaria a quebrar as regras? - riu James - E você e Scorpius moram no mesmo dormitório, vocês podem se beijar lá!

— Nós dividimos o dormitório com outras pessoas! - protestou Cedrico.

Harry encarou Cedrico, boquiaberto.

— Você conseguiu todas aquelas detenções pra achar um lugar para beijar? - perguntou Harry, rindo. - Você é mesmo igualzinho à sua mãe.

— Ei! - exclamei

Harry me encarou, franzindo a testa.

— Eu nunca era pega… - murmurei, revirando os olhos.

Harry, James e Cedrico riram.

James limpou a garganta e estendeu a capa para Cedrico, que suspirou.

— Obrigado, James, por me emprestar a coisa material que você mais gosta nesse mundo. - ele disse, com uma voz monótona.

— De nada, irmãozinho. - ele disse - Quando você se formar, empreste à Lily. Esse é o trato.

Cedrico assentiu, rindo. Ele se adiantou em direção a James e o abraçou.

— Hogwarts vai ser chata sem você. - ele disse

James sorriu.

— Quero te ver ganhando a Taça de Quadribol. - ele disse

Cedrico sorriu.

— Agora comigo no comando da equipe, vai ser facílimo. - ele disse

— Lily disse a mesma coisa. - disse James

— Ela tem quatorze anos, não sabe das coisas. - Ced disse

Ri.

— Dois anos a mais faz muita diferençam, não faz? - perguntei

— Tá brincando? - sorriu Ced - Você e o papai estavam destruindo pedaços de alma.

— Eu destruí o primeiro pedaço de alma com doze anos. - disse Harry

— Não importa. - disse Ced - A Taça esse ano é nossa. Scorpius é o melhor apanhador que eu já vi.

— Você já viu seu pai jogando? - perguntei

Cedrico suspirou.

— Verdade. - ele disse - Scorpius é o melhor apanhador que eu já vi, depois de você, pai.

Harry sorriu.

— Você só diz isso porque beija ele. - provocou James

— O que eu posso dizer? Eu sou igual à minha mãe. - Ced deu de ombros, rindo.

 

 

(2024)

 

 

Dois anos depois, era a vez de Lily receber a capa. Eu, Harry, James e Cedrico entramos no quarto dela, no verão antes dela entrar para o sexto ano. Lily, que estava deitada na cama, nos encarou, confusa.

— O que é isso? Uma intervenção? - ela perguntou

Harry riu.

— É uma cerimônia familiar. - disse Ced, sentando na sua frente.

Todos nós nos sentamos na cama com ela, que continuava estranhando muito tudo aquilo.

— James possui uma coisa, que ele me emprestou assim que saiu de Hogwarts. - Ced continuou - Agora que eu saí, quero te emprestar a mesma coisa.

— Que continua minha, você tem que me devolver depois. - interrompeu James

Cedrico o fuzilou com os olhos.

— Foi mal. - murmurou James

Ced tirou a capa de invisibilidade do bolso de trás e a entregou a Lily.

— Isso é o que eu estou pensando que é? - ela sorriu

Todos nós assentimos.

Ela pulou da cama e se enrolou na capa, ficando com várias partes do corpo invisíveis.

— Eu não acredito que temos isso! - ela exclamou

Harry sorriu.

— Era do Vovô James. - disse James

— Isso é tão legal. - sorriu Lily - Obrigada Jamie e Ced.

Os dois assentiram, sorrindo.

— Não crie nenhum problema, Lils, por favor. - pediu James

Lily riu.

— Problema era o que papai e mamãe criavam, Jamie. - ela disse - Eu só crio uma confusãozinha.

Suspirei e escondi meu rosto com as mãos.

— Criamos monstros. - murmurei, fazendo todos rirem.

Harry, Jamie e Cedrico se levantaram e saíram do quarto, mas eu tinha mais uma coisa a falar para Lily.

— Lils. - murmurei

— Mãe. - ela disse, se sentando novamente.

— Você já está grandinha e eu preciso conversar com você. - eu disse

Lily fez uma careta.

— Vamos ter A conversa? - ela perguntou - Mãe…

— Não. - interrompi, rindo. - Não é A conversa.

Ela suspirou, aliviada.

— Eu só queria te contar um segredo. - eu disse

Ela sorriu.

— Sabe a tapeçaria de Sonserina, que fica no seu salão comunal? - perguntei

Lily assentiu.

— Do lado tem uma cortina para nada, certo? - continuei

Ela assentiu, novamente.

— Bom, atrás dessa cortina tem um quartinho secreto. - eu disse

Lily ficou boquiaberta.

— É sério? - ela sorriu

Assenti.

— É bem confortável. - eu disse - Caso você precise de algum lugar calmo algum dia, ou caso precise ficar a sós com alguém.

— Mãe… - ela riu, envergonhada.

— Não é da minha conta, mas eu vi o jeito que você e Hugo se olham. - murmurei

Lily abaixou a cabeça, rindo.

— Hugo é só… estúpido demais. - ela disse

— Mas você não é. - sorri

Ela sorriu.

— De qualquer forma, como se entra nesse quartinho? - ela perguntou, mudando de assunto.

— Draco teve que pedir para Snape o feitiço, mas eu tenho certeza de que você consegue arrombar ou convencer algum professor a te deixar usar o quarto.

Lily sorriu.

— Draco? - ela perguntou

— O que? - murmurei

— Você disse Draco. - ela disse

— Não disse não. - respondi

Lily se levantou e saiu correndo, digitando algo no seu telefone.

— JAMES! CEDRICO! DESCOBRI! - ela gritou - MAMÃE NAMORAVA TIO DRACO!

Escutei James e Cedrico começarem a gritar. Ouvi um estalo.

— EU NÃO ACREDITO! EU PODIA JURAR QUE TINHA SIDO TIO GUI! - gritou Teddy

— EU ACHEI QUE FOSSE TIO JOSH! - gritou Cedrico

— LILY, VOCÊ GANHOU! - gritou James

Suspirei e fui até a porta.

— EU JÁ MENCIONEI QUE NAMOREI DUAS PESSOAS ALÉM DE SEU PAI? - perguntei

E eles pararam com a gritaria.

Harry entrou novamente no quarto, rindo.

— Você conseguiu esconder por muito tempo. - ele disse - Eu estou orgulhoso.

Ri.

— Bom, ninguém fez uma matéria no jornal sobre mim e Draco no jornal. - sorri

Harry sorriu.

— Eles nunca vão descobrir sobre Córmaco. - ele disse - Vocês namoraram por pouco tempo.

Dei de ombros.

— Melhor assim. - eu disse

Harry riu.

Ele se aproximo de mim e me segurou.

— Afinal, quem beija melhor? - ele perguntou, tirando o cabelo do meu pescoço.

— Ah, com certeza é Córmaco. Os beijos dele são ótimos. - eu disse, rindo, mas minha voz saiu muito mais alta que o normal.

As “crianças” começaram a gritar novamente e Harry caiu na gargalhada. A varinha dele estava encostada no meu pescoço, e Harry havia usado um feitiço amplificador.

Abri a boca, chocada.

— Me desculpe, amor. - ele riu - As crianças me prometeram que diriam para todos que a primeira palavra delas foi papai para todo mundo.

— Traidor! - exclamei

Harry me beijou e eu não o parei. As crianças já haviam descoberto mesmo…

— Vou ter que arranjar um amante para continuar a brincadeira. - murmurei

Harry assentiu e me beijou de novo.

Eu percebi que tinha uma imagem completamente absurda para meus filhos, para fazer com que eles apostassem meus namorados, mas, mesmo assim, tudo estava bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

eu demorei muito pra escrever isso socorro