Em uma tarde de sábado eu estava deitada no meu sofá. Eu estava de moletom, toda bagunçada e me sentindo perfeitamente bem, obrigada. Harry, Teddy e James brincavam com bonecos sentados no tapete. 

Jamie estava enorme. Um bebezão gigantesco que havia crescido muito rápido. Ele ainda não falava quase nada, salvo algumas palavras específicas, mas ele já andava e corria para todos os lugares. Para a minha sorte, eu também tinha uma criança de quase oito anos em casa, que adorava correr atrás do irmãozinho. 

  Me levantei e fui até a cozinha, esperando comer um pedaço de bolo que eu havia guardado na geladeira. Assim que a abri, senti um cheio horrível de abacate. Parecia que minha geladeira inteira estava infestada de abacates. 

  Agachei-me, tentando ignorar o cheio, e constatei que o meu bolo não estava mais lá. 

  - Harry? - chamei

  Harry apareceu na porta da cozinha. 

  - Oi, amorzinho. - ele disse

  - Você viu meu bolo? - perguntei, com a voz tremida. 

  - Hm, eu comi com Teddy hoje de manhã. 

  Aquilo foi a gota d'água. Já não bastava o cheiro horrível. Comecei a chorar. Harry ficou assustado e veio me abraçar. 

 - Oh, Lizzie, me desculpa. - ele disse - Eu posso sair e comprar outro bolo. 

  Chorei ainda mais. 

  - Mas eu queria aquele! E queria que nossa geladeira não fedesse abacate! E James está crescendo tão rápido! Daqui a pouco ele se casa e abandona a gente e nós vamos ficar sozinhos! - despejei nele

  - Mas Lizzie... - Harry murmurou

  - Não, Harry. - chorei ainda mais alto - Tudo é impossível de ser consertado!

  Harry tirou o telefone do bolso e, com a mão que não estava fazendo carinho na minha cabeça, discou um número. 

  - Mione? - ele perguntou - Você pode vir aqui? É importante. 

  Ele desligou o celular e me abraçou forte, enquanto eu me debulhava e me desmanchava em lágrimas, ainda sentindo o maldito cheiro. 

 Minutos depois, Mione entra na cozinha. 

  - Oi - ela diz

  Tirei minha cabeça do peito de Harry e a olho. Imediatamente começo a chorar de novo, e ela também. Fui até ela e a abracei.

  - Harry comeu meu bolo! - eu disse

  - Rony pegou o livro que eu queria ler! - ela disse - Eu ia ler aquele! 

  - E MINHA GELADEIRA ESTÁ COM CHEIRO DE ABACATE! - chorei

  Harry suspirou. 

  - O que diabos... - ele murmurou

  Ouvi ele discar outro número. 

  - É o apocalipse. - ele disse - Eu tenho duas mulheres em prantos na minha cozinha. Lizzie não para de chorar porque eu comi o bolo dela e não para de dizer que nossa geladeira está com cheiro de abacate. Nenhum de nós gosta de abacate, nunca teve abacate na nossa geladeira. Malfoy, pare de rir! 

  Comecei a chorar mais forte ao me lembrar do cheiro da geladeira. 

  - Por favor, se apresse. - Harry disse - Aparate direto na cozinha. 

Segundos depois, ouço um estalo ao meu lado e Draco aparece, sorrindo. 

  - MALFOY! VOCÊ TEM QUE USAR A PORTA! - eu disse - VOCÊ FICA INVADINDO MINHA CASA SEMPRE! HARRY E EU PODÍAMOS ESTAR JUNTOS DE NOVO! 

  Draco sorriu e me abraçou. 

 - Está tudo bem, Lizzinha. - ele disse - Vem cá. 

 Solucei e o abracei com força. 

 Senti ele encostar uma coisa na minha barriga e depois rir. 

 - Vai lá, Harry quer um abraço. - ele disse, me empurrando para Harry. 

  Embora Harry tivesse comido meu bolo, eu o abracei. 

  Draco abraçou Mione e encostou a varinha na barriga dela, logo depois sorrindo outra vez. 

  - Elas estão grávidas. - sorriu Draco 

 Hermione arregalou os olhos e eu comecei a rir. Harry me abraçou com força e me virou para me beijar. 

  Demos um abraço em conjunto em Hermione, que saiu correndo para encontrar com Rony. 

  Harry limpou minhas lágrimas com a ponta dos dedos, o que me fez sorrir. 

  - Como você descobriu tão rápido? - Harry perguntou para Malfoy. 

  - Não sei se você lembra, mas eu tenho uma mulher grávida de 3 meses lá em casa. - ele disse - Astória deu um chilique desses no início da gravidez dela. Teria sido ótimo se eu tivesse descoberto rápido assim daquela vez também. 

 Ri. 

 - Como você não percebeu? - perguntou Draco a Harry - Vocês ja têm um bebê. 

  - Ela não ficou assim, da primeira vez. - Harry disse, beijando o topo de minha cabeça. - Ela começou com os vômitos. 

  Draco riu. 

  - Já já eles aparecem de novo. - ele disse

Gemi e concordei. 

  - Bom, eu vou voltar para casa. - disse Draco beijando minha testa - Parabéns, minha querida. 

  Sorri para ele. 

  - Nossos filhos vão ser do mesmo ano em Hogwarts. - eu disse 

  Ele sorriu. 

  - Que sorte a deles. - ele disse 

  Draco deu duas palmadas no ombro de Harry e aparatou novamente. 

 Harry passou a mão pela minha barriga. 

  - Quer que eu compre o bolo? - ele perguntou

  Assenti. 

  - Mas compre dois! - eu disse - Um para mim e um para vocês! 

  Harry riu. 

 - Te amo. - ele disse sorrindo, aparatando logo depois.

…

Um dia, quando eu estava com seis meses de gravidez, Harry entra sorrindo no nosso quarto. Eu estava deitada lendo um livro e ele sentou na minha frente na cama.

— Eu tive uma ideia para o nome dele. - ele disse

Na semana anterior, Harry e eu havíamos decidido que estávamos prontos para saber o sexo do nosso filho. Seria outro menino. Nós seríamos os últimos a escolher o nome. Rony e Hermione haviam escolhido Rose, para a filhinha deles. Draco e Astória haviam escolhido Scorpius. E Gina e Josh, que também estavam esperando uma menina, haviam escolhido Genevieve, embora Gina estivesse grávida há apenas três meses.

Eu havia descoberto algumas semanas antes que o time que Gina jogava tinha a tradição de ter apenas mulheres e apenas mulheres com o nome ou o sobrenome começando em G. Desconfiei que ela havia escolhido Genevieve pensando na filha jogando quadribol no mesmo time, se ela quisesse.

As reuniões sociais eram ótimas. Astória com o maior bucho, quase parindo. Eu e Hermione intermediárias e Gina ainda com uma barriguinha pequena. Nós fazíamos questão de sentarmos no sofá e ficarmos conversando sobre as barrigas. Era contagiante.

Sorri para ele.

— Diga. - eu disse

— Não pode ser pior que Scorpius. - sorriu Harry

Sorri.

— Scorpius não é tão ruim assim! - protestei - Eu já me acostumei.

Harry riu.

— Eu não.

— Fale logo! - eu disse

— Alvo Severo. - disse Harry

Comecei a rir, o que fez Harry confuso.

— Você gostou? - ele perguntou

— Você está falando sério? - perguntei

— É claro! - ele disse

Franzi as sobrancelhas.

— Harry… - murmurei

— Você odiou! - ele exclamou

Assenti.

— Mas é uma homenagem aos dois! - disse Harry

— É um fardo pro bebezinho! - eu disse - É um nome pesado!

— É um nome heroico! - ele disse - Eles morreram por minha causa!

Comecei a rir de novo.

— Harry, meu amor, metade da Grã-Bretanha morreu por sua causa. - eu disse

— Obrigado, Alice. - ele bufou

Suspirei.

— Se você quer um nome de alguém que tenha morrido por você, a gente poderia escolher o nome de alguém que tenha sido bom com você antes de morrer. - eu disse

— Você não sabe o que está dizendo. - Harry disse

— Sei sim. - eu disse - E sei melhor do que você.

Harry soltou um riso sarcástico.

— Harry! Snape era um homem horrível! - eu disse - Eu não me importo se ele amava sua mãe ou se ele na verdade estava contra Voldemort. Isso não apaga o que ele fez todos sofrerem. Ele era o maior medo de Neville! Nosso Neville que podia ter medo de tanta coisa, tinha mais medo de Severo Snape. O que Neville fez para ele? Nasceu! Neville podia ter sido O Eleito, mas não foi! E não foi culpa dele! Mas Snape, mesmo assim, o tratava como lixo. Onde você estava nas aulas de poções!

— Alice…

— Lembra quando Draco atingiu Hermione com um feitiço que fez os dentes dela crescerem descontroladamente, no quarto ano? Ela estava com os dentes gigante e Snape disse que não via diferença nenhuma. O que Hermione fez para Snape? Era inteligente, como Lily? Era uma garota, como Lily? O que Rony fez para Snape? Era ruivo, como Lily?

Harry suspirou.

— O que você fez para Snape? - perguntei

— Nasci. - Harry bufou

— Ele te maltratou por seis anos, porque sua mãe casou com seu pai. Lily escolheu outro homem e ele maltratou crianças porque não conseguiu aceitar isso.

— Ele a amava, Lizzie. - Harry disse

Neguei com a cabeça.

— Aquilo não era um amor saudável. - eu disse - Harry nossos patronos se completam. Os patronos dos seus pais se completavam. O patrono de Snape era uma cópia do da sua mãe. Isso não é saudável, isso não é amor. E mesmo assim, Harry, Snape só te salvou por causa da sua mãe. Tem tanta gente que te salvou e cuidou de você por razões tão mais bonitas, mesmo conhecendo seus pais.

Harry suspirou.

— Como Draco Malfoy trata nosso James? - perguntei - Ele amava a mãe dele, que escolheu outro. Ele te odiava. É uma situação muito similar. Draco trata James com gentileza e amor.

— É diferente. - disse Harry - Jamie é um bebê.

— Snape te deixou chorando no berço quando você era um bebê. Você era um bebezinho, você havia acabado de levar um feitiço, estava chorando, havia perdido seus pais e ele te deixou lá.

Harry assentiu.

— E Alvo Dumbledore te fez morar em um lar abusivo por onze anos. - eu disse - Você sabe que eu também gostava de Dumbledore, mas você continua agindo como se ele fosse um ser imaculado e perfeito! Você ganhava meias velhas e centavos de presente de natal. Você morava em um armário empoeirado embaixo da escada, você tinha que fazer café da manhã para eles.

Harry evitou me encarar olhando para o chão.

— Eu sei que era necessário que você ficasse com Petúnia, por causa do laço de sangue. - eu disse - Mas ele não fez nada pra melhorar o que você sentia. Você era um garotinho, Harry.

Me aproximei dele.

— Eu não quero que você passe a odiar Dumbledore e eu reconheço que Snape teve um papel importante na sua sobrevivência, eu sou eternamente grata por muita coisa que eles fizeram para salvar você. Eu sei que Dumbledore tem defeitos mas também tem inúmeras qualidades. - eu disse - Eu só quero que você entenda o porquê de eu não querer chamar nosso bebê assim.

Harry assentiu.

— Você está certa. - ele disse, em voz baixa.

O abracei.

— Eu sinto muito. - eu disse - Eu não tinha intenção de brigar com você desse jeito.

Harry sorriu.

— Eu só estou absorvendo o que você disse. - ele disse, passando a mão no meu rosto. - Mas faz sentido, eu sou um pouco cego para certas coisas.

Neguei.

— Não é. - eu disse - Você vê o melhor das pessoas, Harry. Eu gostaria de ser assim também.

Harry sorriu.

— Se você também fosse assim, nós teríamos um filho chamado Alvo Severo.

— Já soa como má ideia? - ri

Harry assentiu.

— Está começando. - ele disse

Ri novamente e o beijei.

Era engraçado beijar Harry enquanto eu estava grávida. Parecia que nós estávamos equilibrando uma melancia com nossas barrigas. Eu sei que eu preciso parar de comparar meus filhos com frutas, mas é de um jeito carinhoso.

— Eu tenho uma ideia para o nome. - eu disse, enquanto Harry beijava meu pescoço.

— Diz. - ele sorriu, se sentando reto.

— Você não precisa aceitar, só porque nós tivemos uma briga. - eu disse - Pode pensar a respeito e responder daqui a alguns dias. Ou pode negar se você já não gostar de cara…

— Alice. - Harry sorriu.

— Eu pensei em Cedrico. - eu disse - E ele entra na categoria de pessoas que morreram por sua causa.

Harry riu.

— Eu gosto de Cedrico. - ele disse

O encarei.

— Jura? Jura juradinho que você não está dizendo isso só pra me agradar? - perguntei

— Juro juradinho. - ele disse

O beijei novamente.

— Que bom. - sorri

Harry passou a mão pela minha bochecha.

— Cedrico, então. - ele disse

— Cedrico, então. - concordei.

…

Três meses depois, minha bolsa estourou.

Eu estava sentada no sofá da sala, com Harry fazendo carinho no meu cabelo e as crianças brincando no chão. Senti um líquido quente escorrer pela minha perna e arfei.

— Harry. - murmurei

— O que? - ele perguntou

— Eu estou vazando. - eu disse

— A bolsa estourou? - ele perguntou

Assenti.

— OH CÉUS! - ele disse se levantando rapidamente. - EU VOU PEGAR SUAS COISAS.

Ele saiu correndo pela escada. A calma masculina ainda me surpreendia.

— O bebê vai nascer? - perguntou Teddy, sorrindo.

— Vai. - eu sorri

Teddy comemorou e tentou explicar para James o que ia acontecer.

Peguei meu celular e liguei para Nick.

— Nick. - eu disse assim que ele atendeu - Eu preciso que você pegue os meninos aqui em casa. Eu estou indo pro hospital. Cedrico quer sair agora.

Gemi ao sentir uma contração.

— Certo. - disse Nick desligando

Segundos depois, ele saiu pela lareira.

— Tio Nick! - disse Ted

— Oi Liz. - ele disse beijando minha testa. - Cadê Harry?

— Pirando no andar de cima.

Nick riu.

— Certo. - ele disse - Eu estaria assim também.

Ri.

— Vamos pra casa da vovó! - disse Nick

Teddy e Jamie assentiram.

Nick pegou James no colo e segurou a mão de Nick.

— Avise papai e mamãe. E Rony e Hermione e Draco e todo mundo. - eu disse, fazendo uma careta.

— Aviso. - ele disse - Te vejo daqui a algumas horas no hospital.

Assenti.

Ele me mandou um beijo e entrou na lareira novamente, desaparecendo em chamas verdes.

Harry veio correndo com uma bolsa cheia de coisas.

— O que é isso? - perguntei, rindo.

— Coisas que podemos precisar. - ele disse

Abri a bolsa e vi um pote de cotonetes.

— Por que precisaríamos de cotonetes? - ri

— Nunca se sabe! - ele exclamou - Vamos?

Ele me ajudou a levantar e aparatamos na seção de aparatamentos do St. Mungus. Era para evitar que aparatássemos no meio do saguão e em cima de algum paciente.

Fomos até o balcão. A mulher que estava lá era a mesma mulher que estava lá dois anos atrás, no meu primeiro trabalho de parto.

— Alice - ela sorriu - Mesmo motivo?

Assenti.

— Ele quer sair e quer sair agora. - sorri

Ela chamou uma curandeira, que me levou até um quarto. Era a mesma curandeira de quando tive James, também. Ela me entregou as roupas de parto e Harry me ajudou a vestí-las.

— Olha só! O Sr. Potter não está atrasado hoje! - ela disse

Harry sorriu.

— Dessa vez não. - ele murmurou

— Ele se atrasa vez sim, vez não. - murmurei

A curandeira riu.

— Está pronta? - ela perguntou

Assenti.

Ela saiu do quarto para chamar a equipe e Harry se aproximou de mim.

— Eu trouxe uma coisa… - ele disse em voz baixa

Ele tirou um cobertorzinho xadrez acinzentado da bolsa.

— Isso era meu. - ele disse - Eu fui deixado nos Dursley nele. Petúnia me deu, antes de partir. Eu quero que seja de Cedrico. Me desculpe por não ter dado para James, mas eu não consegui passá-lo adiante dois anos atrás.

Sorri para ele.

— Isso é muito especial, Harry. - eu disse

Ele sorriu.

— E você não tinha obrigação nenhuma de dar isso para James. - eu disse - Você deu a capa a James, que também é algo muito especial.

Harry assentiu.

Segurei sua mão e o cobertor.

— Obrigada. - eu disse

Ele me deu um beijo.

— Obrigado por carregar meus filhos. - ele sorriu - Te devo essa.

Ri.

— Lembre-se disso quando eles começarem a chorar de noite. Em conjunto. - eu disse

Harry riu.

— Mal posso esperar. - ele disse

A curandeira entrou com mais alguns bruxos e estava na hora do show.

…

Meia hora depois, eu tinha um pacotinho nas mãos. Tão bonito quanto James havia sido no seu nascimento. Cedrico tinha o cabelo mais claro, como o meu, mas ainda assim era igual a Harry. Ele estava dormindo, muito calmo, no seu novo cobertor.

— Odeio seus genes. - murmurei para ele, enquanto observávamos Ced.

Harry riu.

— O próximo vai se parecer com você. - ele disse - Tenho certeza.

Bufei.

— Vamos reproduzir até algum deles se parecer comigo. - eu disse

— Combinado. - ele disse

Ri.

Ouvi uma batida na porta e Draco colocou a cabeça para dentro.

— Draco - sorri

Ele entrou e fechou a porta.

Ele estava com a aparência cansada. Seu cabelo estava maior do que o normal e sua barba estava crescida, o que nunca acontecia.

Ele se sentou na poltrona vazia ao meu lado.

— Como está o pequeno campeão tribruxo? - ele perguntou

— Calmo e sereno. - sorri - Tomara que fique assim para sempre.

Draco riu.

— Eu que o diga. - ele disse

— Como está Scorp? E Astória? - perguntou Harry

— Ambos ótimos. - ele disse - Ela mandou um beijo, mas achou melhor não vir para o hospital. Ela disse que vai visitar vocês no Largo Grimmauld em alguns dias.

Sorri.

— Vai ser ótimo. - sorri - Quero segurar Scorp de novo.

— E eu tenho certeza de que ele quer ser segurado por você também. - Draco sorriu

— Quer segurar Ced? - perguntei

— Eu adoraria. - ele disse

Coloquei Ced, com cuidado, em suas mão e ele o segurou.

— Oi, garotinho. - ele sussurrou - Eu sou o tio Draco, eu sou mais legal que seu pai.

Harry riu.

— Ele é lindo. - disse Draco

— Ele se parece comigo. - disse Harry

Draco concordou.

— Ahá! - disse Harry - Draco Malfoy me acha bonito!

Draco riu.

— Você precisa tanto assim da minha aprovação, Potter? - disse Draco

Bufei.

— Eu não sei o que é mais irritante, você flertando comigo ou com meu marido. - murmurei

Draco deu de ombros.

— Você ficou bonito assim. - eu disse

— Assim como? Sem dormir por três meses, sem fazer a barba ou com essa juba? - ele perguntou, com um sorriso sarcástico.

Sorri.

— Assim mesmo. - eu disse - O estilo perfeitinho já saiu de moda, você ao natural desse jeito ficou muito melhor.

Draco riu.

— Ou deixa seu cabelo crescer muito! - sugeri

— Que nem do meu pai? - ele perguntou

— Sim! - exclamei - Muito longo e muito glamuroso. Você pode até ousar e fazer uns penteados.

— Certo, certo. - ele murmurou.

Ele colocou Cedrico no meu colo.

— Bom, eu tenho que ir. - ele sorriu - Scorpius já deve estar acordado de novo.

Assenti.

Ele beijou meu nariz.

— Te vejo depois. - ele disse

Ele deu um abraço em Harry.

— Parabéns, Potter. - sorriu ele - Tenho que admitir que você sabe fazer filhos.

— É a mãe. - Harry riu, dando de ombros.

— Bom, eu concordo. - Draco sorriu - Até mais.

Ele saiu e eu bufei novamente.

— Vocês são terríveis. - eu disse

Harry riu e me deu um beijo.

A porta de abriu e Rony e Hermione entraram. Ambos descabelados e com olheiras profundas.

— Eu já vi Inferi mais bonitos que vocês dois. - disse Harry

Rony riu.

— Rose dormiu. - ele disse - Deixamos ela com mamãe para virmos ver o mais novo Potter.

— Aqui está. - sorri - Pronto para detonar Hogwarts junto com seus melhores amigos, Rose Granger-Weasley, Scorpius Malfoy e Genevieve Chevalier.

Hermione riu.

— Gina tem que botar a pequena Genevieve no mundo. - ela disse

— Esse é o começo da nova era. - Harry disse. - Daqui a onze anos, até o Pirraça vai se curvar diante deles.

Ri.

Rony e Hermione vieram até mim e ficaram observando Cedrico.

— Eu ganhei. - disse Rony, e Hermione deixou escapar um muxoxo.

O encarei, confusa.

— Apostamos com quem Cedrico se pareceria. - Rony disse - Os genes de Harry são bem dominantes, não acha?

Encarei Harry, que deu de ombros, com um sorriso culpado.

— Eu não acredito que todas ficamos grávidas ao mesmo tempo! - disse Hermione - Eu não vou poder ficar o tempo todo com esse bebezinho que nem da última vez.

Assenti.

— Eu sei! - eu disse - Eu fiquei dois meses com Scorpius mas eu estava grávida então quase não podia cuidar dele. Fiquei três semanas com Rose! Vou estar cuidando de Ced quando a Gen nascer!

Hermione assentiu.

— Tem seu lado ruim. - ela disse

Concordei.

Ela pegou Cedrico no colo e o ninou por algum tempo.

Rony segurou meu rosto.

— Você está bem? - ele perguntou, sorrindo.

— Estou. - sorri

— Que bom. - ele disse - Cedrico é muito bonito.

Ri.

— Ele é. - eu disse - Pena que eu não o vejo há anos.

Rony franziu as sobrancelhas e eu sorri.

— Ops, achei que você estava falando do Diggory. - eu disse

Harry riu.

— Você é impossível. - ele disse

Hermione colocou Cedrico de volta no meu colo.

— Você conseguiu nascer mais bonito que o Cedrico original. - eu disse a ele - Isso é algo praticamente impossível.

Rony riu.

— Temos que ir, Rosinha vai acordar e não vai parar de gritar até tomar seu leitinho.

Assenti.

Os dois me deram beijos, deram abraços apertados em Harry e depois saíram.

Harry se sentou novamente e suspirou.

Com minha mão livre, segurei a dele.

Apertei-a e ele apertou de volta.

Eu não precisava dizer nada. Com aquele mísero apertozinho, ele sabia que eu o amava, que eu amava nosso filho, amava nossos outros filhos, que eu estava muito feliz por estar dividindo aquele momento com ele…

Com aquele aperto, ele sabia que tudo estava bem.