Harry Potter. escrita por AliceFelton


Capítulo 151
1 - The One With the You're a Wizard, Harry (1998)


Notas iniciais do capítulo

isso tá tão grande que vcs vão se perder lendo juro
feliz 15/07!!!



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Quando entramos correndo no castelo, McGonagall nos informou que antes de começarmos com a reforma, faríamos o enterro dos nossos entes queridos que morreram na batalha. Eles seriam todos enterrados nos terrenos de Hogwarts como forma de homenagem a eles por terem lutado ao nosso lado na guerra. Voldemort e os Comensais da Morte também seriam enterrados, porém fora dos limites das barreiras protetoras do castelo, que seriam reconstruídas junto com o castelo em si.

Os funerais foram bonitos e emocionantes. Eu, felizmente, não conhecia muitos mortos. Os dois mais próximos de mim eram Tonks e Lupin. Alguns eram apenas conhecidos, como Colin Creevey, mas eu fiquei igualmente triste. O dia estava bonito, também. Eu já sentia o ventinho quente que vinha junto com o verão.

Harry, Rony, Hermione e eu participamos dos dois funerais. Nós sabíamos que aquela guerra havia sido muito mais do que uma guerra entre o bem e o mal. Muitos outros lados e motivos existiam para cada um dos que havia lutado e não cabia a nós julgar isso. É claro que eu fiquei muito mais triste por ter que enterrar Tonks a enterrar Bellatrix, por exemplo, mas eu sentia um certo pesar ao me despedir da minha inimiga número um.

Pela expressão de Harry, vi que ele sentia o mesmo em relação a Voldemort. Ele estava visivelmente aliviado e parecia dez anos mais novo, mas Harry Potter era a criatura mais bondosa do mundo. Ele não estava feliz por ter matado a pessoa que causou noventa e nove por cento de todas as suas dores. Ele só estava em paz.

A reconstrução de Hogwarts foi bem animada, por outro lado. Todo mundo ficou muito feliz em ajudar. Até os primeiranistas, que não sabiam muito mais que Wingardium Leviosa, ajudaram bastante. No geral, o castelo havia ficado bastante ferrado. Havia destroços para todo o lado. Mas, pensando bem, nós éramos todos bruxos. Poderíamos fazer a reforma sentados bebericando chá (também éramos todos britânicos).

Harry e eu saímos correndo pelo castelo colocando tudo em seu devido lugar. As pessoas se divertiam ao nos verem passar. Fazia algum tempo em que eles não viam Harry Potter e Alice Felton juntos e despreocupados. Me espantei em não ver Rita Skeeter correndo atrás de nós, mas ela poderia estar em forma de besouro. Não que estivéssemos juntos juntos. Só juntos. Correndo. Apenas.

Depois de arrumarmos tudo, McGonagall chamou a todos no Salão Principal e fizemos um banquete. Quero dizer, os elfos fizeram, mas posso garantir que eles fizeram com muito amor e eles se sentaram à mesa junto a todos para apreciarem suas comidinhas. Estava mais gostoso do que o normal, ou eu estava com uma fome absurda. Eu nem lembrava qual havia sido a última vez que eu havia comido. Você não tem muito tempo para comer na guerra.

Rony e Hermione se despediram de mim e Harry rapidamente. Eles estavam indo procurar os pais de Hermione, agora que o feitiço poderia ser removido. Oferecemos ajuda, mas eles negaram rapidamente e aparataram.

Depois da comilança, todos se prepararam para ir embora. Todos se abraçavam e comemoravam. Vi uma cabeleira ruiva ao lado dos Weasley. Digo, uma cabeleira ruiva que não era Weasley.

— Josh? - perguntei

Josh se virou para mim e sorriu.

— Lizzie! - ele disse abrindo os braços

— O que você está…? - perguntei

— Eu sinto muito. Eu fui um imbecil, eu deveria ter vindo com vocês. - ele disse - Eu vim assim que percebi isso.

— Na hora do banquete, você quer dizer? - ri

Ele riu.

— Um pouco antes, cheguei a tempo de ver Potter morto. - ele disse

Assenti.

— Fingindo de morto, digo. - ele disse

Ri.

— Eu ainda não sei como ele fez aquilo. - murmurei

— Ele vai te contar. - Josh disse

— Não acho que ele saiba, mas ele vai contar tudo o que sabe. - sorri

Josh sorriu.

— Você está confraternizando com os Weasleys? - perguntei - Vocês, ruivos, têm algum tipo de convenção que faz com que vocês virem amigos instantaneamente?

Ele riu.

— Aparentemente, eles todos me reconheciam de algum lugar. - disse Josh - Eles juram que eu fui no casamento de um deles.

Ri.

— Que estranho. - murmurei

Ele revirou os olhos.

— Estranho não é? - ele disse, sarcasticamente - E foi um dia depois de eu e você nos conhecermos.

— Esse mundo é realmente pequeno. - eu disse

Ele riu.

— Se cuida, garotinha. - ele disse me dando um abraço

— Ei, você me viu invadir Gringotes. - eu disse - Sabe que eu consigo me cuidar.

Ele sorriu.

— De fato.

— Lizzie - escutei alguém gritar

Senti as mãos de Harry segurarem meus ombros.

— Josh! - Harry disse animado

— E ai, Harry? - disse Josh - Morrendo bastante por ai?

Harry riu.

— Só um pouco. - ele disse - O básico.

Josh riu.

— Eu vou voltar para a minha conversa com meus semelhantes. - disse Josh apontando com a cabeça para os Weasleys - Vocês se divirtam.

Harry assentiu e me puxou para fora do salão.

— O que foi? - perguntei

— Olha o que eu fiz! - ele disse rindo

Olhei para onde ele apontava. Um tijolo de pedra bem no alto, em cima da porta do salão.

— Não consigo enxergar nada. - ri

Ele riu.

— Eu escrevi meu nome. - ele disse, com uma risadinha

Ri.

— Uau, Harry. - eu disse - Você é realmente um bad boy.

Ele sorriu e deu de ombros.

— Como você conseguiu chegar lá em cima? - perguntei

— Rony me levitou. - disse ele

Dei uma gargalhada.

— Vocês são umas criancinhas. - murmurei

Harry me abraçou por trás.

— Quer escrever o seu também? - ele sussurrou

Assenti rapidamente.

Ele apontou sua varinha para mim e logo eu estava flutuando. Com minha própria varinha, escrevi meu nome ao lado do dele. Olhei para baixo e assenti. Harry me desceu devagar e, antes que eu alcançasse o chão, cortou o feitiço, me fazendo cair em seu colo.

Ri e beijei sua bochecha.

— Você quer tirar um cochilo no sofá? - ele sussurrou

O sofá? - perguntei

Ele riu.

— Ele mesmo.

— Eu adoraria. - eu disse - Mas eu acho que deveria ir para casa. Levar Nick. Ver meus pais.

Ele assentiu.

— Claro, faça isso. - ele disse, docemente

Sorri.

Nick saiu do salão com uma expressão cansada, que melhorou minimamente quando ele me viu.

— Lizzie! - ele disse

Harry me colocou no chão e eu fui até ele.

— Oi Nicky. - eu disse - Quer ir para casa? - perguntei

Ele assentiu.

— Mas você já acabou de resolver tudo? Eu posso esperar. - ele disse

Sorri.

— Está tudo certo. - eu disse

Ele assentiu, mais contente.

— Eu só vou… - comecei

— Se despedir de Harry? - ele disse

Ri.

— Quase isso. - murmurei

Voltei para perto de Harry.

— Vocês estão indo para casa? - ele perguntou

Assenti.

— Para onde você vai? - perguntei

— Para a minha casa, provavelmente. - ele murmurou - Fazer cocô com a porta aberta, beber leite direto da garrafa e dançar pela casa.

Ri.

— Ou você pode ir para a minha casa. - eu disse segurando suas mãos - Fazer cocô com a porta fechada. Beber leite do copo. Dançar comigo.

Ele sorriu.

— Você não vê seus pais há um ano, quase. - ele disse - Eu vou ficar bem, vá ficar com sua família.

Dei um beijinho na ponta de seus dedos.

— Por favor? - perguntei

— É claro. - ele sorriu.

Fui com ele até Nick.

— Todos prontos? - perguntei

Os dois assentiram.

A próxima coisa que vi foi a porta da minha casa.

Arfei.

— Eu não vou conseguir. - eu disse

— É claro que vai. - disse Nick

— Eles vão querer me matar. - eu disse

— Não com Harry aqui. - disse Nick

Harry riu.

— Então foi por isso que você me trouxe? - Harry perguntou

— É uma das vantagens de ter você por perto. - murmurei

Harry deu um beijo na minha têmpora.

Nick abriu a porta e gritou nossos pais.

Eles vieram correndo da sala.

— Nick! - minha mãe gritou e o abraçou com força, juntando meu pai ao abraço - Estávamos tão preocupados! Ninguém nos dava nenhuma informação, só recebemos uma cópia do jornal bruxo dizendo que Hogwarts estava em guerra! O que aconteceu? O menino Potter conseguiu? Eu gosto daquele garoto.

Nick riu.

— Mãe, eu gostaria de te apresentar a Harry Potter e Alice Felton. - disse Nick

Minha mãe e meu pai nos encararam.

— Desculpe! Não havia percebido vocês aí. - minha mãe disse - É uma honra conhecer vocês dois!

— É um prazer, Sr. e Sra. Diggory. - disse Harry, sorrindo

Minha mãe sorriu.

— Eu fico feliz que você tenha ganhado a guerra. - disse meu pai - Não tivemos muitas informações, por sermos trouxas, mas com o que tivemos, torcemos para você.

Harry sorriu.

— Vocês devem estar se preocupando o porquê de estarmos aqui. - eu disse - Ficamos encarregados de lançar uns feitiços nos pais de primeiranistas de Hogwarts.

Minha mãe fez uma expressão confusa. Ela sempre sabia quando eu mentia.

— Por que? - ela perguntou

— Medidas anti-trauma. - disse Harry

Meus pais se entreolharam.

— Tudo bem. - eles disseram

Fomos até a sala e os dois sentaram no sofá.

Senti algo peludo passar por minha perna e vi um gato branco me encarando.

— Uau, vocês têm um gato. - eu disse

Minha mãe sorriu.

— É uma gata. O nome dela é Alice, acredita? - minha mãe disse

Harry riu.

— Por algum motivo específico? - perguntei

Minha mãe deu de ombros.

— Acho que sempre gostei do nome, mas nunca tive uma filha, então… - ela disse

— Claro. - murmurei - É um ótimo nome.

Harry não parava de rir.

— Você pode parar de rir e me ajudar? - eu disse

Harry assentiu.

— É claro. - ele disse

Desfiz os feitiços de minha mãe, enquanto Harry desfazia os de meu pai. De vez em quando, Harry olhava para mim, me encorajando.

Quando acabamos, minha mãe irrompeu em lágrimas.

— Minha filha! - ela gritou

Me coloquei no sofá entre os dois e os abracei.

— Eu senti tanto a falta de vocês. - eu choraminguei.

— E nós de você. - disse meu pai - Sem saber, é claro.

Minha mãe riu.

— Eu coloquei seu nome em uma gata, filha, me desculpe. Eu sei que você não é muito fã deles. - ela disse

Ri e sequei minhas lágrimas.

— Tudo bem. - eu disse - Foi fofo.

— Harry! - gritou minha mãe abraçando-o - Você está bem! Você está vivo! Você está aqui!

Harry a abraçou com força.

— Queremos saber de tudo! - disse minha mãe - Vou preparar o jantar e vocês dois vão contar tudinho que aconteceu durante esse ano que passamos sem vocês.

— Contaremos tudo. - disse Harry

— Agora subam e coloquem roupas limpas. Alice, coloque seu quarto de volta na casa, não sei o que você fez com ele. Pegue um pijama de seu pai para Harry. - disse minha mãe - Tomem banho, vocês dois estão todos moribundos.

— Mãe, eles estavam em uma guerra. - disse Nick, rindo

— Eu sei! - disse ela - Por isso mesmo!

Ri e saí da sala com Harry, que também ria.

Subimos a escada e peguei minha varinha. Com um aceno, coloquei meu quarto novamente onde estávamos parados e fiz a casa voltar para seu lugar e aspecto original.

Entrei no meu quarto e tirei o pijama de Harry da minha bolsinha.

— Obrigado. - ele sussurrou

Assenti.

— Você pode usar qualquer banheiro da casa. - eu disse - Menos o meu. Não que você não possa. É que agora eu vou usar.

Ele riu.

— Certo. - ele disse

Ele deu um apertozinho em minha mão e sorriu.

— Te vejo depois.

Assenti.

Ele saiu do meu quarto e eu fechei a porta.

Me joguei na minha cama e ri. Eu estava no meu quarto! Meu quartinho que eu havia lacrado meses antes sem saber se o veria novamente. Meu quarto com todas as minhas roupas, minhas coisas, meus livros, minha janela com banquinho. Minha cama, naquele momento, era a cama mais confortável em que eu já havia deitado. Aquele era o melhor quarto do mundo. A única coisa melhor que aquele quarto era lembrar que Harry Potter estava naquele mesmo quarto momentos atrás.

 

 

Minha mãe fez um outro banquete para nós todos. Ela fez todas as minhas comidas favoritas. E as de Harry (eu não sei como ela sabia, para falar a verdade). Nos sentamos e meus pais e meu irmão encararam a mim e Harry, esperando pela longa história. Comecei contando sobre o que havia acontecido na Toca, Harry assumiu na parte do Largo Grimmauld. Eu contei das aventuras na barraca até o natal, Harry contou sobre Godric’s Hollow e a barraca até o momento dos sequestradores. Contei sobre a Mansão Malfoy, deixando de fora meu diálogo com Draco e Harry contou tudo dali em diante. Ele deixou de fora a morte dele, por algum motivo. Talvez ele não quisesse preocupar meus pais.

— Quantas vezes você lutou com a cobra de Voldemort? - perguntou meu irmão, abismado

— Só duas, Nick. - ri - E não foram lutas de verdade, eu levei a pior em todas.

Nick riu.

— Aposto que é mentira. - disse Harry - Eu daria tudo para ver o que você fez com aquela cobra em Hogwarts.

— Eu posso te mostrar mais tarde. - eu disse

Meus pais arregalaram os olhos.

— NÃO! - exclamei, percebendo a ambiguidade da minha fala

Harry ficou vermelho como um tomate e começou a rir.

— Eu vou mostrar para ele na Penseira! - eu disse - O presente de Dumbledore? Que mostra memórias?

Meus pais assentiram, rindo. Eu já havia mencionado a Penseira algumas vezes, mas eles eram trouxas, não faziam associações com a mesma rapidez que os bruxos faziam. Em assuntos bruxos, é claro.

Cobri meu rosto com as mãos.

— Eu não comia uma comida boa assim há muito tempo. - Harry disse, mudando de assunto

Aparentemente, funcionou, porque meus pais e ele entraram em uma longa discussão sobre pratos tradicionais ingleses e seus respectivos gostos.

— E Rony e Hermione? - perguntou meu pai, quando eles pararam de falar de comida. - Onde estão?

Harry e eu demos uma risadinha.

— Vai saber… - Harry disse

Minha mãe espantou-se.

— Eles estão juntos? - ela perguntou

Assenti, sorrindo.

— Awn! Que coisa fofa! - minha mãe soltou gritinhos - Eu sempre torci para eles dois!

— Nós também. - disse Harry

 

 

Depois do jantar, meus pais se levantaram para lavar a louça.

— Vocês estão doidos? - perguntei, me levantando abruptamente - Deixem isso ai, eu e Harry cuidamos disso.

— Vocês acabaram de chegar da guerra! - protestou minha mãe

— Por isso mesmo. - disse Harry, se levantando também - Uma louça não vai nos deter.

— Vocês estão cansados. - disse meu pai

— Nós somos bruxos! - ri - Nós não vamos nos cansar com um feitiço.

— Vocês não podem fazer magia fora da escola. - disse minha mãe

— Eu acho que o Ministério da Magia está bem ocupado hoje, Sra Felton. - disse Harry - Acredito que eles não viriam aqui nos prender.

— E que escola? A que salvamos, essa manhã? - ri - E nós jubilamos.

Minha mãe ficou chocada.

— É verdade! E agora? - ela perguntou - Vocês não vão ganhar um diploma?

— Mãe, ninguém nunca vai implicar com nós dois por não termos um diploma. - eu disse

Ela deu de ombros.

— Você está ficando muito convencida, Alice. - ela riu - Harry está bem mais humilde que você com toda essa situação.

Ri.

— Harry está tímido, no momento. - eu disse abraçando-o - Daqui a pouco chega a egocentricidade.

Minha mãe fez cara feia para mim.

— Não fale dele assim! - ela disse - Olha como ele é maravilhoso!

Harry riu. Eu ri mais ainda.

— Obrigado, Sra. Felton. - ele disse

— Bom, se vocês insistem, fiquem ai com a louça. - disse minha mãe

Todos saíram da sala e eu e Harry nos entreolhamos.

— Sua mãe me acha maravilhoso. - disse ele me puxando pra perto

Dei de ombros.

— Ela passou por feitiços cerebrais. - murmurei - Não está falando coisa com coisa.

Harry riu.

Apontei minha varinha para a pia e as louças da mesa foram voando até lá. Como era maravilhoso ver tudo aquilo se lavando sozinho. Eu não lavaria louça nunca mais na minha vida.

Puxei Harry pro sofá e deitei com ele.

— Já está escurecendo. - murmurou Harry, observando o tempo lá fora.

— Já? - perguntei - Estamos em maio!

Ele deu de ombros e checou seu relógio.

— São oito e quinze. - ele disse

Ronronei e abafei meu rosto em seu peito, conseguindo um carinho no meu cabelo.

Senti uma coisa pular em cima de mim.

— O que é isso? - perguntei

— Alice. - riu Harry

— O que? - perguntei

— A gata Alice. - ele disse

Ri.

— Certo.

— Ela te escutou ronronar e veio. - disse Harry - Você deve ser felinoglota.

Ri e levantei meu rosto, o encarando.

— Acho que a gente tem que conversar, agora. - sussurrei

— Eu também acho. - ele sussurrou de volta

Nos sentamos lentamente e ficamos alguns segundos encarando um ao outro. Lancei um Abaffiato para fora da cozinha, para não ter minha família interferindo em uma conversa importante como aquela. A gata Alice se enrolou no colo de Harry. Ela pega meu nome e agora ela quer Harry, claro.

— Por que você foi embora? - perguntei - O que aconteceu depois que você foi? Por que você está vivo?

Harry sorriu.

— Uma coisa de cada vez. - ele disse

Assenti.

— Snape me deu memórias, como você deve ter suposto. - ele disse - Não é relevante conversamos sobre essas memórias dele, no momento, mas, em uma delas, Dumbledore dizia a Snape que eu precisava morrer. Eu era uma Horcrux.

Assenti, novamente.

— Dumbledore sempre falava do amor em suas aulas. Ele sempre dizia coisas sobre o amor de minha mãe, o amor que eu sentia por você e todos os que eu conhecia e como Voldemort não possuía amor. - ele continuou - E no momento em que eu descobri que eu deveria morrer, eu entendi que o amor também estava envolvido.

A gata Alice resolveu que o nosso papo estava muito chato e pulou no chão, saindo da sala em seguida.

— Lizzie, eu queria muito ter ficado lá te esperando. Era tudo o que eu queria. - ele disse, com sinceridade visível - Mas, se você levantasse a cabeça e eu pudesse ver nos seus olhos que você também ainda gostava de mim, eu não conseguiria ir embora. Eu não iria querer sair dali, eu iria achar tudo aquilo muito injusto. Eu ainda me mataria para salvar todos ali, mas eu sofreria muito mais.

Encarei meus pés.

— Eu sei que, com isso, te fiz sofrer muito mais. - ele disse - E eu sinto muito por isso. Sinto muito por ter sido tão humano naquela hora e ter priorizado meus sentimentos e não os seus.

— Não se desculpe por isso. - murmurei o olhando nos olhos - Seus sentimentos sempre têm que vir primeiro, para você.

Ele assentiu.

— Dumbledore sabia? - perguntei - Sobre seus sentimentos por mim?

— Eu acho que ele desconfiava. - disse ele - Eu nunca contei para ele a razão do nosso término, mas ele parecia saber de algum modo.

Assenti, desviando o olhar.

— Eu saí do escritório de Dumbledore e fui para a floresta encontrá-lo. - disse Harry - Eu consegui abrir o pomo e achei a Pedra da Ressureição dentro.

Voltei a encarar Harry.

— O que? - perguntei

— Eu vi meus pais. Sirius. Lupin. - ele disse - Eles não estavam normais, claro, mas foi bom falar com eles. Ele me confortaram sobre morrer. E depois disso, eu morri.

— Ha-ha. - murmurei

Harry riu.

— Aparentemente, Voldemort matou a sua Horcrux quando me lançou o Avada Kedavra. Eu fui parar em um local completamente branco que parecia a King’s Cross. E encontrei Dumbledore.

— Isso parece um sonho estranho. - murmurei

Harry bufou.

— Nem me fale. - ele disse

— Sobre o que vocês conversaram? - perguntei

— Sobre Voldemort, as Relíquias, Grindelwald, horcruxes, eu, amor… - ele disse

Assenti e não consegui segurar a pergunta que se formou na minha boca.

— Vocês conversaram sobre mim?

Harry riu.

— Acho que você nunca descobrirá. - ele disse

— Não! - protestei - Me conta! Você não precisa me dizer o que vocês falaram, só se sim ou se não.

Harry sorriu e colocou a mão na minha bochecha.

— E teria como falar de amor sem falar de você? - ele perguntou

Senti meu rosto esquentar. Eu estava tão desacostumada com as demonstrações de afeto de Harry Potter.

— E a Varinha? - perguntei tentando mudar de assunto desesperadamente

Harry pareceu confuso.

— Que varinha? - ele perguntou

— A Varinha das Varinhas. - eu disse - Você a conseguiu depois de matar Voldemort? Ou antes, por não ter morrido quando ele te matou?

— Eu consegui a Varinha das Varinhas na Mansão Malfoy. - ele disse

O encarei, não entendendo nada.

— O que? - perguntei - A gente nem viu a Varinha na Mansão Malfoy!

— Na noite em que Dumbledore morreu, a Varinha mudou de dono. Porém, não foi para Snape, foi para Draco. Ele desarmou Dumbledore. - disse Harry - Na mansão, eu tomei a varinha de Draco e ela passou para mim.

— Isso não é justo! - protestei - Eu que nocauteei Draco!

Harry riu.

— Temo que seja só com magia que a Varinha mude. - ele disse

Mostrei a língua para ele.

— Você quebrou minha varinha. - eu disse

Ele continuou rindo.

Ouvi passos na escada e desfiz o Abaffiato que estava à nossa volta. Minha mãe apareceu sorridente na porta.

— Oi! - ela disse - O que vocês estão fazendo?

— Só conversando. - sorri, dando de ombros

— Ah sim… - ela disse - Vocês quase não tiveram tempo para conversar nesses meses que ficaram vinte e quatro horas por dia juntos, não foi?

Harry riu.

— Alguns professores de Hogwarts nos falaram que a gente conversa muito. - disse ele

Minha mãe riu.

— Bom, está ficando tarde. - disse minha mãe - Nick já está dormindo. Eu e seu pai vamos assistir um filme lá no quarto e também dormiremos.

Assenti.

— Boa noite, mãe. - eu disse

— Boa noite, Sra Felton. - disse Harry

Minha mãe sorriu.

— Bom, Lizzie, você, por favor, mostre para Harry onde ele vai dormir. - ela disse - Temos o quarto de hóspedes, tem o colchão que fica embaixo de sua cama e tem também sua cama. Vocês decidam e se resolvam.

Ri.

— Fique tranquila, mãe. - sorri

— Boa noite para vocês. - ela disse e se retirou da cozinha.

Voltei a olhar para Harry e ele bocejou.

— Nós deveríamos ir também. - sorri - Eu nem me lembro a última vez que dormi.

Harry pensou por um segundo.

— Antes de Gringotes. - ele disse, sorrindo

Bocejei.

— Isso foi há tanto tempo… - eu disse

Harry riu.

— Foi. - ele disse - Eu nem me lembro mais.

Ri.

Nos levantamos e ficamos parados na frente um do outro, de um jeito estranho. Rimos e nos dirigimos à porta.

— Eu vou beber uma água. - ele disse - Te encontro lá em cima.

— Você quer que eu te espere? - perguntei

— Não, não. - ele disse

Assenti.

Fui correndo para meu quarto e tive uma pequena crise.

Onde eu colocaria Harry para dormir?

Fazia muito tempo em que ele não havia dormido sozinho. Desde os Dursleys, provavelmente. Talvez ele quisesse dormir solitário. As vezes, ele estivesse com vontade de chorar. Convenhamos, perdemos Lupin, que era amigo do pai dele. E ele havia lutado com Voldemort era assustador.

Mas ao mesmo tempo, seria fofo se ele dormisse no meu quarto. Não seria nada demais ele dormir no colchão, mas pelo menos ele não estaria sozinho e ainda poderíamos conversar um pouco, no escuro. Talvez chorássemos juntos, não sei!

E também havia a parte de mim que estava gritando para que ele dormisse junto comigo.

Fui até a minha janela e observei a rua. Tudo estava deserto, embora fosse sábado à noite. Minha rua era tão calma que as vezes eu me perguntava se eu estava mesmo em Londres.

Ouvi passos atrás de mim e me deparei com Harry, que segurava uma caneca. O cheiro de canela e baunilha invadiu meu nariz, mas eu já sabia que bebida era aquela antes disso. Ele estendeu a caneca para mim, mas ela logo caiu no chão. Porque eu estava beijando-o.

Harry foi muito rápido. No momento em que a caneca caiu no chão, ele já havia me pego no colo e dado um passo para a frente. O que significa que nós não nos queimamos com pingos da bebida escaldante. Mas, para falar a verdade, eu acho que nem teríamos percebido se ela tivesse respingado em nós. Ou se estivesse acontecendo um terremoto. Ou se Voldemort estivesse do nosso lado.

Aquele beijo foi o melhor beijo de todos. Melhor que nosso primeiro, que o nosso primeiro oficial digno de paparazi, melhor que nosso primeiro depois de muito tempo (o do Chalé das Conchas). Foi como se meu cérebro estivesse derretendo e voltando ao normal e derretendo de novo. E eu conseguia sentir todos os lugares onde nossos corpos de tocavam, desde minhas mãos em seu cabelos, suas mãos me segurando e minhas pernas em volta dele.

Nos separamos, para tomar um pouco de ar, e rimos.

— Uau. - ele disse

Sorri e beijei a extensão da sua linha da mandíbula.

— Me desculpe pela caneca. - ele disse olhando para o chão - E pela sujeira.

— Você é um bruxo, Harry. - eu disse, com a minha melhor imitação de Hagrid

Ele riu.

— Nunca mais faça essa voz. - ele disse

Abri a boca para protestar mas ele ja estava me beijando de novo.

Ele deu alguns passos para trás e se sentou na cama.

Puxei-o mais para perto e comecei a rir.

— Que ideia foi aquela de dar a receita para Voldemort, Harry Potter?

Ele deu uma gargalhada.

— Eu te prometi que iria contar! - ele disse - Mas eu esqueci, então eu tive que pedir para alguém que estava lá.

— Por que não Hagrid? - perguntei

Ele riu.

— Eu não pensei nisso, na verdade. - ele disse

Ri e o beijei novamente.

Ele lentamente nos deitou na cama.

Era verdade o que havíamos dito anteriormente. Eu estava adorando cada segundo daquele beijo, mas não dormia há muitas horas. Depois de alguns minutos, nós adormecemos.

Eu não lembrava exatamente o momento em que eu dormira, mas eu realmente esperava que nós tivéssemos dormido ao mesmo tempo. Imagina que situação, Harry me beijando e eu só começando a dormir?

 

 

O sol bateu nos meus olhos abruptamente. Harry grunhiu ao meu lado.

— Olha só, parece que alguém voltou ao status de dormir junto. - escutei Mione dizer

— Nós nunca saímos desse status. - murmurou Harry, com sua voz de manhã - Só diminuímos um pouco a frequência por um par de anos.

Rony riu.

Abri meus olhos e vi os dois sorridentes.

— Como foi com seus pais? - perguntei

— Ótimo! - Mione exclamou - Eles já estão voltando para a Inglaterra.

— Onde eles estavam mesmo? - perguntou Harry

— Australia. - disse Rony

Harry assentiu.

— O que é essa nojeira no chão? - perguntou Rony, que estava parado próximo a janela

— Milky Potter. - respondi, me aconchegando em Harry - Harry derrubou.

— É, eu. - ele riu

— E vocês não limparam por que? - Mione perguntou

— Cala a boca, Hermione. - eu disse - Vem dormir com a gente.

— Mudando de assunto é? - ela riu - Seu pai pediu para avisar que o almoço está quase pronto.

— Deitem com a gente! - exclamei

Senti dois corpos deitarem-se ao nossos lados e nos aconchegamos.

— Quem destruiu pelo menos uma Horcrux tem direito a dormir por quanto tempo quiser. - eu disse

Rony e Hermione riram.

— É verdade, Kingsley veio nos avisar isso ontem a noite. - disse Harry

— Sério? - perguntou Rony

— Claro que não, Ronald. - ri - Mas podemos dormir um pouquinho. Tudo está bem.

 


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Notas finais do capítulo

oiiiiiiii
bom, como vcs perceberam, esses capítulos pós guerra serão bem gigantes
então muita paciencia comigo caso eu demore um pouco mais pra postar
obrigada por tudo de novo e de novo e de novo e sempre
deixem recados sugestões e qualquer outra coisa nos comentarios
bj amo-vos