Harry Potter. escrita por AliceFelton


Capítulo 141
Capítulo 29




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Meus pés tocaram o chão novamente e senti uma brisa fria passar pelo meu rosto. Nos entreolhamos, sorrindo, ao percebermos que estávamos em um lugar tão familiar e acolhedor, do qual tínhamos infinitas memórias.Nosso sentimento foi interrompido por um grito alto e vários Comensais da Morte saíram correndo de dentro do Três Vassouras.

— Merda. - Harry sussurrou

Nós abaixamos um pouco, para que nossos pés ficassem invisíveis, e nos dirigimos, silenciosos até uma dafs ruelas de Hogsmeade.

— Potter! - gritou o comensal mais próximo - Sabemos que está aí! Você não pode se esconder!

— O que faremos? - perguntou Rony

— Acho melhor aparatarmos de volta. - disse Hermione

— Não… - murmurei - Essa é nossa única chance de conseguir entrarmos em Hogwarts. A vigília vai piorar dia após dia, isso se ele não mudar a Horcrux de lugar.

— Ela tem razão… - disse Harry, espiando a rua

Ouvi os comensais se aproximando, mas, pior que isso, foi começar a sentir um frio insuportável. Um frio que eu já havia sentido algumas vezes e sabia muito bem o que significava.

Mione arfou. Todos também haviam reconhecido o frio.

Harry levantou a varinha.

— Não! - sussurrei - Eles reconheceriam seu patrono na hora!

— É melhor que ser atacado por dementadores, acredite. - ele disse

— Eu posso espantá-los! - eu disse - Eles não me conhecem a ponto de reconhecerem meu patrono.

Gente.— disse Rony com voz urgente - Vocês não precisam discutir isso. Os dementadores estão vindo dos dois lados.

Harry e eu desviamos o olhar de nós mesmos e olhamos para a rua. Era verdade.

— Pega os da direita. - ele disse

Assenti.

Expecto Patronum.— dissemos ao mesmo tempo.

Nossos patronos saíram de nossas varinhas em direções opostas. Observei o de Harry, transformando-se no veado rapidamente e, trotando, perseguindo os dementadores.

— Como você faz para que o seu fique tão bonitinho tão rápido? - sussurrei

— Prática. - ele disse, sem olhar para mim

— É o patrono de Potter! - gritou um dos comensais

— Agora te pegamos! - gritou outro

— Potter - ouvimos um sussurro vindo de trás de nós.

Olhamos para trás e vimos uma figura alta, encoberta pelas sombras.

— Não tire a capa. - disse o homem - Entrem.

Nos entreolhamos.

Não era a melhor ideia de todas entrar na casa de um desconhecido quando você é o indesejável número um do seu país. Mas, considerando que não tínhamos outra escolha plausível, entramos na casa.

O homem, então, fechou a porta atrás de nós e foi até os comensais.

Começamos a ouvir gritos vindos do lado de fora e fomos até a janela espiar, ainda usando a capa.

Só naquele momento percebi que já havia estado naquele lugar. Era o Cabeça de Javali, o pub estranho em que havíamos feito a primeira reunião da AD. O homem que nos salvara era o barman e dono do estabelecimento.

— É claro que fui eu! - gritou ele com algum comensal - Vocês colocam dementadores na porta de minha casa e eu não posso afugentá-los? - Mas era o patrono de Potter. - disse o comensal - Era um veado.

— Um veado? - rugiu o barman fazendo um aceno de sua varinha - É um bode!

O animal que saiu do feixe de luz prateada era, de fato, um bode.

— Mas Potter ativou o alarme! - disse outro comensal

— Foi meu gato, seu idiota. - disse o barman - O pobre coitado do animal não entende o estúpido toque de recolher de vocês.

O barman rosnou e entrou no pub novamente, fechando a porta com um estrondo.

— Me sigam - ele sussurrou 

Ele entrou atrás do bar e abriu uma portinha, que revelou uma escada. Descemos por ela, lentamente, e ele fez sinal para que tirássemos a capa.

O ambiente era pequeno e mal iluminado, mas consegui dar uma boa olhada no sujeito que nos salvara. E ele era extremamente parecido com Dumbledore.

— Muito obrigado. - disse Harry - Você salvou nossas vidas.

Ele grunhiu.

— Você é Aberforth, não é? - perguntou Harry - É você que tem me olhado pelo espelho. Você me mandou Dobby.

— Onde ele está? - perguntou Aberforth, sem responder as outras perguntas mas confirmando as suspeitas de Harry.

— Morto. - disse Harry - Bellatrix Lestrange o matou.

Aberforth assentiu.

— É uma pena. - ele disse - Eu gostava daquele elfo.

— Eu também. - disse Harry

Houve um momento de um silêncio desconfortável.

— Como conseguiu o espelho? - perguntou Harry

— Comprei-o de Mundungo. - disse Aberforth - Alvo me explicou o que era e tenho mantido os meus olhos em vocês.

Harru assentiu e Rony ofegou.

— A espada! - disse ele - A corça prateada! Foi você?

— Rony… - ri - O patrono dele é um bode.

Rony riu.

— Certo.

Aberforth soltou um muxoxo.

— Você está com fome, garoto. - ele disse - Vou pegar pães para vocês lá em cima, já volto.

Ele subiu pela escada que havíamos subido e desapareceu.

— Podemos confiar nele? - perguntou Rony

— Creio que sim. - disse Hermione - Ele é irmão de Dumbledore.

— Isso não significa nada. - bufou Rony - Eu não te aconselharia a confiar no meu irmão, Percy.

— É nossa única opção. - disse Harry vindo até mim e passando o braço por meus ombros. - Mas alguém que enfrente comensais daquele jeito não pode ser de todo mau.

Apoiei o peso do meu corpo em Harry.

— Está tudo bem? - ele perguntou

Assenti.

— Seu patrono estava estranho. - ele disse

O encarei.

— Não deve ser nada. - ele disse rapidamente - Mas ele não teve forma.

— As vezes você não pensou em uma lembrança feliz o bastante. - disse Rony

— É, deve ter sido isso. - mumurei

Na verdade, eu nem lembrava no que havia pensado, mas, ainda assim, era estranho. Eu nunca me concentrava muito na minha lembrança.

Harry viu que eu estava ligeiramente preocupada com aquilo.

— Ei, não é nada. - ele disse - Eu te ensino de novo a fazer o feitiço, se precisar.

Sorri para ele, mas, antes que pudesse responder, Aberforth desceu as escadas novamente com uma cesta de pães e copos de cerveja amanteigada.

Eu adoraria dizer que nos aproximamos da comida com delicadeza, mas estávamos famintos, então, voamos nos pães assim que eles foram colocados à nossa frente.

— Vocês podem ficar aqui essa noite. - disse Aberforth - Amanhã podem sair a pé de Hogsmeade até as cavernas. De lá, conseguirão aparatar.

— Na verdade, - disse Harry - Precisamos entrar em Hogwarts.

— O que? Você é idiota, moleque? - perguntou Aberforth

— Hm, normalmente sim. - disse Harry - Mas falo sério, precisamos entrar lá.

— Isso vai fazer com que vocês sejam mortos. - disse ele - Já percebi que você não teme por sua vida, garoto, mas creio que você vá se sentir mal se algum dos seus amigos morrer por culpa de sua irresponsabilidade.

— Você não entende, Sr. Dumbledore. - eu disse - Seu irmão nos deu uma tarefa e…

— Ah, ele deu, não foi? - Aberforth revirou os olhos, com uma risadinha - Uma tarefa impossível, aposto.

— Bem difícil. - disse Harry - Mas possível.

— Escute, Potter. - disse Aberforth - Eu conheço meu irmão. As pessoas costumavam idolatrá-lo como a um deus e a se jogarem em qualquer missão estúpida que saía de sua tal mente brilhante. Meu irmão se foi, garoto. Se esconda. Saia do país! Leve sua garota pra algum lugar remoto e tenham filhos, ou qualquer outra coisa.

Harry se afastou de mim, desconfortável.

— Essa não é uma opção.

Hermione pigarreou.

— Essa é sua irmã, Sr. Dumbledore? Ariana? - Mione perguntou encarando um quadro que eu não havia percebido que estava ali

— Andou lendo Rita Skeeter, mocinha? - Aberforth bufou

Hermione corou.

— Elifas Doge a mencionou para nós, no casamento do irmão de Rony… - disse Harry

— Aquele velho bobão. - disse Aberforth - Achava que o sol irradiava de todos os orifícios do meu irmão, igual a muita gente. Inclusive vocês três, pelo que posso perceber!

Nos entreolhamos.

— O seu irmão tinha grande afeição por Harry. - eu disse - Isso é algo que nem você pode argumentar contra.

— Talvez não. - disse o bruxo - Mas muitas pessoas por quem Alvo tinha essa grande afeição estariam melhores agora se ele as tivesse deixado em paz.

— Você está falando de sua irmã? - perguntou Hermione

Ele não respondeu e encarou a lareira.

— Quando Ariana tinha seis anos, ela foi pega usando magia por alguns garotos trouxas. Ela não entendia o que estava acontecendo, como a maioria dos bruxos, quando são crianças. Eles a maltrataram e ela nunca se recuperou. Ela não queria mais fazer mágica, mas também não conseguia expurgá-la de dentro de si. Decidimos então mantê-la em casa, escondida. Meu pai foi atrás dos trouxas que fizeram aquilo, mas o trancafiaram em Azkaban. Ele preferiu não se defender perante o juri para que não soubessem da condição de Ariana, teriam a tirado de nós.

Assenti.

— Eu era seu favorito. - ele se permitiu dar um sorriso fraco - Alvo já era o gênio da família, o aluno brilhante…Ele preferia ficar trancado com seus livros e suas cartas de bruxos importantes. Ele estava planejando uma viagem pelo mundo com Doge, mas foi quando a magia foi demais para Ariana. Ela se descontrolou e acabou matando minha mãe.

Hermione arfou.

— Eu disse a ele que poderia cuidar dela, mas ele disse que era importante que eu terminasse meus estudos e, então, assumiu o papel de líder da família… Foi aí que ele chegou.

— Grindelwald? - perguntei

Aberforth assentiu.

— Finalmente ele havia encontrado alguém tão genial quanto ele próprio. Alguém que compartilhava das mesmas ambições e sonhos. Os dois passavam horas juntos, fazendo planos, procurando Relíquias

— Eles estavam apaixonados? - perguntei

Rony, Hermione e Harry me encararam, mas eu apenas dei de ombros.

— Eu acho que sim. - disse Aberforth - Pelo menos, meu irmão estava.

Assenti.

— Você acha justificável, agora? - ele me perguntou, com  ironia. - Por ter sido por amor? Você que teve um amor tão pulsante a vida toda?

— Não fale comigo desse jeito. - respondi rispidamente - Os acontecimentos de minha vida nada afetam no meu julgamento para com seu irmão.

Ele revirou os olhos.

— Minha irmã ficou cada vez mais esquecida, mas, para Alvo Dumbledore, a vida de uma jovem não era importante o bastante, já que ele estava trabalhando pelo bem maior.

Dei um gole de minha cerveja amanteigada.

— Foi quando eu resolvi falar com eles. Diretamente, do mesmo modo em que falo com vocês, agora. - ele disse - Eu disse que era melhor ele desistir de tudo aquilo. Ele não poderia levar Ariana para onde quer que ele estivesse indo, não poderia tê-la com ele em suas aventuras. Grindelwald não gostou de ouvir aquilo. Me chamou de idiota e disse que eu estava atrapalhando o caminho do meu genial irmão, que eu não precisava temer por Ariana, quando seus planos se concretizassem, ela não teria de ser escondida nunca mais…

Hermione deitou a cabeça no ombros de Rony, visivelmente abalada pela história.

— Tivemos uma briga. Os três. - ele suspirou - Ariana ficou confusa, ela não entendeu direito o que estava acontecendo… Ela tentou nos separar, mas no segundo seguinte estava morta no chão.

— Estou tão…tão penalizada. - soluçou Hermione

— Grindelwald se mandou… - disse Aberforth - E meu irmão se livrou desse fardo…

— Não. - disse Harry

— Perdão? - perguntou Aberforth, confuso

— Ele nunca se livrou. - disse Harry - Na noite em que ele morreu, ele teve que tomar uma poção estranha. Ele gritava e pedia para que “não os machuque”. Entende? Ele pedia a Grindelwald para não machucar a vocês dois. Eu posso te mostrar, se você quiser…

Aberforth negou silenciosamente.

— Eu sinto muito, Aberforth. - eu disse - Sinto mesmo.

Ele assentiu.

— Eu não conheci o mesmo Alvo que você conheceu. - eu disse - Eu não posso dizer que o que você acabou de dizer não tem nenhum peso, mas pessoas mudam. Seu irmão conheceu Harry muito depois de tudo que aconteceu com vocês. Eu acredito que ele possa ter mudado.

Aberforth me encarou.

— E o que estamos querendo fazer agora é muito maior que seu irmão. Muito maior que qualquer um de nós. - eu disse - Nós só queremos salvar o maior número de pessoas possível. Eu queria ter podido salvar Ariana, também.

— Você não acha que eu preferiria fugir daqui? - perguntou Harry - Eu podia pegar Alice, Rony e Hermione e desaparecer. Ir pra uma ilha remota. Por que você acha que eu não faço isso? As vezes, é preciso pensar no bem maior. Só de pensar que alguma dessas três pessoas pode morrer em menos de vinte e quatro horas eu tenho vontade de gritar, de chorar e de escondê-las, de me colocar na frente de qualquer coisa que possa machucá-los.

Segurei a mão de Harry, que me apertou.

— Mas eu não posso pensar assim… - ele disse - Não posso desistir e fugir. Se eu fizer isso, eu estarei a salvo, mas ninguém mais estará.

Aberforth assentiu e fez um sinal a Ariana, que saiu andando por dentro do seu quadro.

— Só tem um jeito de entrar no castelo agora. - ele disse

— Você vai nos ajudar? - sorri

Ele revirou os olhos.

— Vocês são malucos. - ele disse - Vieram para cá sem nem planejar nada! Que entrada usariam, se eu não tivesse os achado? Entrariam pela porta da frente?

Rimos.

— Planejar não é muito nosso forte. - disse Harry

Sorri.

Olhei para o quadro novamente e Ariana estava voltando com alguém.- Ela trouxe companhia. - mencionei

A companhia, no entanto, era muito melhor do que qualquer pessoa que eu poderia imaginar. Quanto mais ela se aproximava, mais eu percebia que reconhecia aquela pessoa. Quando ela chegou no fim do quadro, ele se abriu como uma porta, revelando meu amigo: Neville Longbottom.


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Notas finais do capítulo

DESCULPA A DEMORA
ME DEIXEM REVIEWS
AMO VCS TODOS MUITÃO, JAJA TEM BATALHA DE HOGWARTS HEIN
FAÇAM SUAS APOSTAS DOS SOBREVIVENTES