– Merda - disse Rony quando aparatamos no meio de uma rua londrina.

No segundo seguinte, quase fomos atropelados por um ônibus, mas conseguimos correr para a calçada a tempo.

– Por que estamos aqui? - perguntou Harry, que estava voltando a ter sua aparência de sempre.

– Eu costumava vir aqui quando era pequena, foi o primeiro lugar que pensei. - Hermione disse

Olhei para Rony e vi suas feições preocupadas.

– Eles ficarão bem, Rony, você vai ver. - eu disse, afagando seu ombro.

Mione entrou em um beco e a seguimos.

Ela pegou sua bolsinha e tirou roupas para ela e para Rony de lá. Tinhamos usado um feitiço de expansão bem potente, para conseguirmos carregar tudo que tínhamos.

– Harry, as suas estão na bolsa da Alice. - Mione disse

Harry olhou para mim, interrogativamente.

– Certo! - exclamei - Vou pegar.

Abri a minha bolsa e tirei os jeans e uma camiseta de Harry, junto com roupas para mim. Fomos para o outro lado do beco, onde havia uma coluna na parede que faria com que ninguém nos visse trocando de roupa.

– Esses são meus jeans favoritos. - ele observou

– Eu sei, você só usa eles. - eu disse

Ele riu.

– Hermione, essas calças estão apertadas. - disse Rony tentando se espremer dentro de sua calça.

– Sinto muito, Ronald. - ela disse - Da próxima vez, separe suas roupas com antecedência, como eu pedi.

Depois da merecida bronca, Hermione foi ajudar Rony com um feitiço para fazer com que as calças ficassem maiores.

Coloquei minhas calças por baixo do vestido, mas quando fui tirá-lo, me virei para Harry.

– Feche os olhos. - eu disse

Ele assentiu e os fechou.

Tirei o vestido e entreguei para ele.

– Segura para mim? - perguntei

Ele assentiu e, silenciosamente, segurou o vestido.

Coloquei minha blusa rapidamente e toquei seu ombro, para que ele abrisse os olhos. Peguei nossas roupas do casamento e as coloquei na bolsinha, torcendo para que nenhuma delas acabasse estragando no meio de tantas coisas.

– Precisamos ir. - eu disse, me dirigindo a todos

Mione assentiu.

Fui com ela até a rua e os meninos nos seguiram. Quando ouvi os dois começarem a conversar, arrisquei uma conversa com Hermione.

– Você viu Krum? - sussurrei para ela

– Vi - ela sorriu

– Ele estava te procurando. - eu disse

– Eu gostaria que ele tivesse me achado antes que os comensais tomassem o Ministério da Magia. - ela riu

Ri.

– Gostaria nada. - sorri - Você estava dançando com Rony.

Ela suspirou.

– Estava.

Dei uma gargalhada.

– Hermione Granger, a voz da racionalidade, suspirando? - sussurrei

– Ninguém é de ferro. - ela riu

– Ei, meninas. - disse Harry abrindo a porta de uma lanchonete - Não querem parar para tomar alguma coisa?

Assentimos.

Entramos na lanchonete, nos sentamos e uma garota, mais ou menos da nossa idade, veio até nossa mesa.

– Quatros cafés, por favor. - pediu Hermione

Ela assentiu e entrou em uma porta atrás do balcão.

– Vamos para o Largo Grimmauld? - perguntei - Não é muito longe, e está cheio de feitiços de proteção.

Todos assentiram.

A garçonete trouxe as quatro xícaras e esperamos que ela voltasse para o balcão para continuarmos a conversa.

– Temos que ver se os feitiços de proteção nos impedirão de entrar. - disse Rony

– Eles não teriam colocado nenhum feitiço contra Harry, afinal, a casa é dele. - Mione disse

Harry deu uma risada.

– Isso é tão estranho. - ele disse - Eu tenho dezessete anos e tenho uma casa.

Rimos.

– O que vocês acham que Voldemort está planejando exatamente agora? - perguntou Harry

– Só o básico, te matar. - ri

Harry riu.

A sino da porta soou e entraram dois homens na lanchonete, que se sentaram na mesa mais próxima da porta.

– Você acha que devemos aparatar ou ir andando até o… - começou Rony

– ABAIXA - gritei

Os dois homens tinham sacado suas varinhas e estavam prestes a lançar feitiços contra nós. Fomos para debaixo da mesa e ouvi o som das nossas xícaras se quebrando.

Lançamos feitiços contra eles, mas não conseguimos os atingir. Um dos feitiços atingiu Hermione no braço e ela gritou de dor.

Eles vieram em nossa direção e eu dei um chute no mais próximo. Harry aproveitou a chance e o estuporou.

Rony correu para trás do balcão e acabou por nocautear o segundo homem.

– Malditos comensais! - exclamei - Como eles nos acharam tão rápido?

– Vocês acham possível que Harry ainda tenha o rastreador dele? - perguntou Rony

– isso não é possível, o rastreador caduca no momento em que ele completa dezessete anos. - disse Mione

Olhei à nossa volta e vi que a lanchonete estava completamente destruída.

– Deveríamos arrumar isso. - eu disse

– Não temos tempo. - disse Mione - Vamos apagar a memória deles e correr para o Largo.

Assenti.

Eu e Hermione apagamos a memória dos dois e nós quatro saímos correndo da lanchonete.

– Aparatamos? - perguntou Rony

– Não. - eu disse - Eles podem estar monitorando o sistema de aparatação no ministério, pode ter sido isso que os tenha feito nos achar com tanta facilidade.

– Certo - Rony disse

– Mas acho que deveríamos correr. - Harry disse

…

Chegamos ofegantes à escada do Largo Grimmauld. A casa de Harry saiu de trás das outras, mas nem nos espantamos, como da primeira vez, por estarmos todos acostumados.

Harry foi à frente e abriu a porta.

– Lumos - ele disse

Demos alguns passos e a porta se fechou atrás de nós.

– Severo Snape? – ouvi uma voz dizer

Eu gostaria de dizer que éramos todos corajosos o bastante, mas, ao ouvirmos a voz de Moody, todos nos abraçamos.

– Professor? - perguntou Harry

– Deve ser um dos feitiços de proteção. - eu disse

Ouvimos um barulho de capa se arrastando no chão e empunhamos nossas varinhas.

Um vulto cinza apareceu no fim do corredor.

– O que diabos…? - perguntou Harry

– É Dumbledore. - guinchou Hermione

E era, de fato. Era pertubador. O vulto era Dumbledore quase que em decomposição. Sua pele estava acinzentada e seus olhos estavam fechados, mas a pior parte era que ele estava quase chegando em nós, cada vez mais rápido.

– O que vamos fazer? - perguntou Rony

Eu gritei.

O vulto, antes de trombar conosco, se desfez.

– De quem foi a ideia de colocar ISSO na minha casa? - perguntou Harry, visivelmente abalado. - Como eu tiro? Eu vou ter que viver aqui com Moody e Dumbledore?

Não pude deixar de rir. Todos nos soltamos e acendemos as luzes. Estava tudo do jeitinho que era há dois anos.

Trombei com alguma coisa e vi que era o porta guarda-chuvas que Tonks sempre trombava quando vinha para as reuniões e encontros da Ordem.

Harry riu.

Fomos até a sala e sentamos no sofá.

– Eu não vou subir. - eu disse - Deveríamos dormir aqui hoje, e amanhã podemos subir e ver se tem alguma coisa lá em cima, quando acordarmos.

– Se tiver alguma coisa lá em cima, não vamos acordar amanhã. - Rony disse

– Pode ter outro maldito feitiço também. - eu disse - Você quer subir?

– Não. - ele riu

– Então está decidido. - Mione disse

A sala tinha dois sofás.

– Nós podemos dormir no chão. - disse Harry - Vocês duas ficam com os sofás.

Hermione assentiu.

– Vocês estão com fome? - perguntei - Eu posso arriscar fazer alguma coisa na cozinha.

Negaram.

Deitamos nos nossos respectivos lugares e Rony apagou as luzes com o desiluminador.

– Eu não vou conseguir dormir sem ter notícias deles. - suspirou Rony.

Olhei para o lado e, mesmo com as luzes apagadas, vi que ele e Mione haviam dado as mãos.

Um brilho se aproximou da janela e atravessou o vidro. Era o mesmo brilho que havia chamado a atenção no casamento.

Suspirei.

– Todos estão bem.– disse a voz do Sr. Weasley - Se cuidem.