Hesitate To Fall escrita por Anna C


Capítulo 1
Greatest Day


Notas iniciais do capítulo

N/a:¹ Yep. Eu disse que não ia largar vocês. Tan tan tan taaaan, aqui está minha mais nova fic saída do forno. Não literalmente, claro. Er... Ok. Haha, tô cheia de planos pra essa hein, acho que vocês vão gostar se derem uma chance. Bom, veremos né... Deixa eu ver o que mais... Eu fiz a capitcha *-* Vi um vídeo no Youtube muito pefeito que tinha o Toby Hemingway como Scorpius (huuum, adorei a escolha) e a Rachel Hurd-Wood como Rose (que é a perfeita Rose, convenhamos), então tive que usá-los na capa. Não que importe, mas quis comentar :D



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Sabe o que é mais revoltante do que acordar às oito da manhã em pleno domingo de férias? Nada. Enfiei a cabeça embaixo do travesseiro para bloquear a luz que entrava pela janela, mas foi totalmente inútil. Droga, estava definitivamente acordada. Preguiçosamente, me sentei na cama, sentindo o rosto amassado e bocejei. Eu odiava domingos. Sei que normalmente as pessoas têm é horror a segundas-feiras, mas eu achava domingos bem mais deprimentes. Por quê? Não sei, simplesmente não me importaria de pular um dia do meu fim de semana – estranho, pois é. O problema era com a porcaria do domingo mesmo.

Olhei por cima do ombro e vi Lily Luna e Lucy dormindo tranquilamente. Senti uma pontinha de inveja. Ninguém merece. Ter sono leve era um verdadeiro estorvo durante as férias. Qualquer coisinha e pronto! Já tinha despertado. Bom, não adiantava ficar me queixando agora. Levantei-me e fui até a porta do banheiro. Estava trancada, que maravilha. Bati na madeira, impaciente.

– Quem está aí? Dá para agilizar?

Isso depende, quem está pedindo? – a pessoa perguntou lá de dentro.

Franzi a testa, tentando identificar a voz, mas estava muito sonolenta para raciocinar.

– Faz alguma diferença?

Ouvi a tranca ser destravada e então a porta entreabriu-se. Logo, vi o brilho maldoso nos olhos azuis claros de Dominique, minha amada prima.

– Se é você, faz toda a diferença – ela deu um sorrisinho perverso antes de bater a porta na minha cara.

Será que eu deveria ter esperado outra coisa vinda dela? Ela era sempre tão gentil e amigável, afinal... Ok, não mesmo. Dominique me odiava com fervor e não era como se tentasse esconder. Oh não, aquela garota fazia questão de deixar isso bem claro. A razão do ódio? Por favor, alguém que me contasse, pois eu não sabia. Aquilo acontecia há aproximadamente... Nossas vidas inteiras. E literalmente, já que havíamos nascido no mesmo dia. Sim, tínhamos o azar de fazer aniversário no mesmo santo dia de dezembro. Hunf, com certeza alguém lá em cima também não era meu fã.

– Se eu morrer com infecção na bexiga, você nunca vai se perdoar – eu disse, dramaticamente.

Tem certeza? – dava para perceber o tom de deboche.

Ah, tanto fazia. Precisava colocar algo no estômago.

Desci as escadas e fui em direção à sala de jantar. Vovó certamente já estava acordada a essa hora e quem sabe havia preparado algo fresquinho para o café-da-manhã. Hum, só de pensar, meu estômago já ficava mais inquieto.

Foi ao entrar que me surpreendi com uma cabeça loira de alguém que estava de costas para mim. Aproximei-me, totalmente abismada com a visão diante de meus olhos.

– Você só pode estar de sacanagem.

Scorpius Malfoy virou-se ligeiramente para me ver. Sua expressão não transmitia nada, no máximo tédio.

– Ah, oi, Weasley.

Vi Albus comendo todo alegre seu pedaço de pão do outro lado da mesa. Indignada, dei um soco na superfície do móvel de tal modo, que fez meu primo se sobressaltar.

– O que diabos ele está fazendo aqui n'A Toca? – fui logo questionando.

– Ele é meu amigo, veio passar a última semana de férias por aqui – respondeu Albus, ainda de boca cheia.

Lancei um olhar mortífero a Malfoy, que apenas ergueu as sobrancelhas de leve.

– Ótimo, então – sentei-me ao lado do loiro, de braços cruzados.

Scorpius Malfoy era apenas o ser mais irritante do mundo. Parecia um morto-vivo de tão parado e, na maior parte do tempo, sua falta de reação às coisas transformava qualquer momento em uma situação maçante. O loiro era um chato de carteirinha, basicamente. Não sabia qual era a dele e também não sabia o que Albus havia visto de tão interessante nele para se tornar seu melhor amigo. Provavelmente, a convivência contribuíra já que ambos eram do mesmo ano e da Sonserina.

Aliás, Albus era tão do contra que nem tinha certeza se era tão surpreendente essa amizade. Depois que foi para Hogwarts, esse garoto fez tudo exatamente ao contrário do que se esperaria dele, a coisa mais normal foi entrar no time de Quadribol. Quem diria que um dia ele seria monitor? Ou que sua especialidade seria Herbologia? Eu jamais teria apostado nisso. Ele se parecia muito com Tio Harry fisicamente, mas as semelhanças acabavam por aí. Amigo de um Malfoy e, além de tudo, sonserino, Albus definitivamente havia vindo para quebrar tradições.

Estiquei a mão para pegar o leite e despeja-lo numa caneca. Ainda encarava Malfoy com ira, mas ele sequer me dava uma olhada pelo canto do olho. Continuava a tomar o chá, inexpressivo.

– Onde ele vai dormir? Eu não acho que tenha espaço para mais um.

Albus riu.

– Até parece, né Rose? Em temporada de férias, a vovó entope essa casa com camas e colchões. Teve uma época em que todos nós, os netos, vínhamos passar uns dias aqui. Agora que alguns já são adultos demais para essas coisas, o que não falta é lugar.

Revirei os olhos.

– Que seja.

– E quais são os planos para hoje? – Albus perguntou.

– Todo mundo estava a fim de ir à praia de tardezinha, lá no Chalé das Conchas. O Vovô Arthur preparou algumas chaves de portal.

– Tudo bem pra você, Scorpius? Ir à praia? – Albus olhou para o loiro.

Ele acenou positivamente.

– Claro.

– Como se ele tivesse muita escolha – comentei.

Admito que era meio maldosa com ele, porém, eu simplesmente não suportava aquele seu jeitinho. Para meu espanto, Malfoy virou o rosto para mim. Um vinco bem leve se formou entre suas sobrancelhas e, por um momento, pensei que ele diria alguma coisa. E alguma coisa pra valer. Seus lábios entreabriram-se. Claro que foi por um instante, apenas. Voltou-se para sua xícara.

– Não importa – murmurou.

Bufei. Realmente não importava.


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Mas que ótimo! Era só o que me faltava, mais um motivo para odiar o domingo. Bom, se o Albus podia chamar um amigo, para ficar justo eu devia convidar a Penny, minha melhor amiga. Ela era filha do Professor Longbottom de Herbologia, que também era bastante amigo dos meus pais e tios. Foi quando me lembrei de que Penny estaria passando uns tempos na Austrália, sendo assim, seria impossível ela vir. Droga de dia.

– O que tem de errado com a sua cara? – Roxanne perguntou, enquanto eu a ajudava a arrumar os quartos, já que todos tinham arranjado alguma desculpa para não fazê-lo.

Roxanne possuía cabelos cacheados escuros como ébano e uma pele morena e acetinada. Eu era exatamente o oposto, com minha pele super pálida lotada de sardas e os cabelos ruivos. Ela era extremamente graciosa e fazia a tarefa de esticar e dobrar lençóis parecer menos enfadonha. Seu olhar preocupado interrompeu minha linha de pensamento.

– Ah não é nada. É aquele chato do Malfoy que resolveu ficar por aqui durante alguns dias, à convite do Albus.

Ela sorriu, recolhendo umas almofadas espalhadas pelo chão.

– E por que está tão incomodada? Que eu saiba, ele mal abre a boca – disse Roxanne.

– Exatamente! E isso não é incômodo?

Roxanne deu os ombros.

– Não acho, só não faz dele a companhia mais divertida do mundo.

– Se quer saber, para mim, ter senso de humor é essencial. No caso dele, ter emoções já seria alguma coisa.

– Agora você já está sendo má – censurou Roxanne.

– Eu sei, eu sei... Foi sem querer.

De repente, ouvimos um som de estalo. E puf! Fred surgira entre as duas. Levei a mão ao coração com o susto.

– Fred! – eu o repreendi.

– Rose – ele respondeu, com um sorrisinho maroto.

Roxanne balançou a cabeça.

– Acostume-se, prima. Esse daí só sabe aparatar pelos cantos desde que fez dezessete anos. Você sabe, agora ele é legalmente adulto.

– Sua vez chegará, maninha – Fred disse, fingindo consolá-la.

Roxanne ergueu uma sobrancelha para ele e caminhou até a porta.

– Vou arrumar o quarto dos velhotes.

– Você não devia falar assim dos nossos avós, irmãzinha.

– Estava falando do seu quarto – ela deu um último sorriso irônico antes de sair.

Fred riu de leve consigo mesmo e então se virou para mim.

– Já estou vendo pela sua cara que está de mau humor – Fred sorriu. – Relaxa aí, tampinha – ele bagunçou meus cabelos e eu lhe mostrei a língua.

Fred Weasley II, assim como Roxanne, era filho de Tio George e Tia Angelina. Ele tinha a tonalidade da pele mais clara que a da irmã, e seus cabelos eram castanhos médios e ondulados. Eu absolutamente adorava a cor mel de seus olhos. Os meus eram de um tom castanho do mais comum e sem-graça. Ele estava um ano na minha frente em Hogwarts, ou seja, no 7º ano e pertencia a Grifinória. Fred era totalmente gato, eu não negava. Tinha um corpo definido e traços do rosto fortes. Parte de seu físico de dar inveja devia-se ao Quadribol, certamente. Ele era apanhador do time da escola, além de capitão. Dos garotos, ele provavelmente era o mais queridinho da família. Fred gostava de apelidar tudo no diminutivo, pois ele próprio era bem alto, beirando um metro e noventa. Ah, e claro, eu era meio baixa. Ok, bem baixinha – fato surpreendente, considerando a altura do meu pai.

– Vai me dizer que ainda não o viu?

– Ah, então o seu problema é com o zumbi oxigenado.

Eu ri.

– Você é o único que me entende, Fred.

Fred deu de ombros, em falsa modéstia.

– Imagina, é só um fato. Nem ligue. Por que você não larga o serviço de camareira e vem comigo fazer algo mais interessante?

Suspirei.

– Não posso, prometi que ajudaria.

– Por que simplesmente não faz uns feitiços domésticos e dá o fora?

– Porque, ao contrário do senhor, eu só me tornarei maior de idade daqui a cinco meses. Não posso fazer magia.

Fred torceu a boca, pensativo.

– Verdade... Oh espere! – ele tirou agilmente a varinha do bolso. – Tcharam! Sou seu salvador ou não sou?

Dei um riso.

– Você é um metido, isso sim.

– Não fale assim com aquele que vai te poupar desse trabalho escravo.

Antes que eu argumentasse, Fred havia conjurado um feitiço que organizou todo o cômodo.

– A magia é prática, não é? – ele sorriu de um jeito convencido. – Ser maior é tão da hora.

– Certo, velho caquético, aonde você quer ir?

Fred sorriu de lado, com um olhar travesso. Era como se ele quisesse que eu adivinhasse.

– Fred, eu não sei... Ah não, espera um segundo, você não quer dizer...

– Não é "onde", mas "quem".

– Não era você que já estava grandinho demais para brincadeiras?

– O quê? Eu nunca disse isso... Além disso, não importa a idade, infernizar a vida de alguém é sempre engraçado.

– Certo, e quem será a pobre vítima?


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– Essa não é uma boa ideia, Fred. Quer dizer, eu tenho chances de não sobreviver depois disso – engoli a seco.

– Shh – ele colocou um dedo sobre seus lábios grossos. – Fica quieta, gatinha.

Fiz imediatamente uma careta.

– Gatinha? Nossa, o que vem depois? Brotinho?

Fred arregalou os olhos para mim, como se fosse um aviso. Ergui as mãos em rendição.

– Desculpe – sussurrei.

Atrás do sofá não era exatamente o melhor esconderijo, mas meu primo fazia questão de ver a cena que ocorreria a seguir de camarote. Fred havia criado uma versão aprimorada e em tamanho bem reduzido da original "bomba de bosta" que seu pai vendia nas Gemialidades Weasley. Estava na fase de testes ainda e, obviamente, ele precisava de cobaias. Em resumo, havia escondido uma das amostras na caixinha de maquiagem de Dominique. Ela estava sempre retocando a pintura do rosto, então era certeza de que quando visse o objeto sobre a mesinha da sala, não resistiria a abrir.

– Alguém está vindo – ouvimos passos cada vez mais próximos.

Foi quando Lily apareceu, saltitando e cantarolando uma canção qualquer. Ao invés de seguir seu caminho como era de se esperar, a caixinha cor de rosa lhe chamou a atenção e seus olhos castanhos adquiriram um brilho infantil.

– Oh! – ela exclamou pegando a caixinha pertencente à Dominique.

Olhei desesperadamente para Fred, que fez sinal para que eu me mantivesse agachada.

– Mas... – sussurrei.

– O plano permanece o mesmo – ele declarou.

Curiosa como uma criança, Lily abriu o fecho. Boom! A bombinha explodiu, cobrindo-a com um pó esverdeado e mal cheiroso. Incrivelmente mal cheiroso.

Lily derrubou a caixinha no chão e comprimiu as feições numa cara de choro. Seu lábio inferior tremia e o rosto ficava gradualmente mais vermelho. Foi quando ela berrou:

– VOVÓ! – a ruiva saiu correndo. – VOVÓ MOLLY, ESTÃO IMPLICANDO COMIGO DE NOVO!

Não se passou nem um segundo e Fred estava rolando de rir no chão. Eu até que havia achado aquilo engraçado, afinal, Lily era meio chorona mesmo, mas fiquei com certo peso na consciência.

– Vamos lá, priminha, eu sei que você quer rir – Fred disse.

Eu dei um pequeno sorriso.

– Eu só não queria fazer ninguém inocente sofrer, só isso.

– Lily é um bebê de catorze anos, todos sabem disso.

Encostei-me no sofá, dando de ombros. Fred parou de rir e se posicionou ao meu lado.

– Desculpe, eu não queria que você ficasse chateada – ele disse, sincero.

– Eu não estou chateada – revirei os olhos.

Fred tocou meu ombro e começou a me encarar.

– Rose – ele soava incrivelmente sério. –, tem uma coisa que eu preciso te dizer.

Comecei a fita-lo também, estranhamente nervosa.

– Rose, eu...

– Há! Aqui estão os dois pestinhas culpados, querida Lily – fomos interrompidos pela voz de minha avó. Ela estava bem ali na nossa frente, nos olhando com desaprovação.

– Estamos ferrados – Fred deixou escapar.

Levamos uma bronca daquelas e quase fomos proibidos de ir à praia naquela tarde, porém, uma chantagem emocional básica livrou nossa barra.

A única coisa que me intrigava depois daquele acontecimento era o que Fred teria de tão importante para me dizer. Mal sabia eu que logo teria uma resposta mais do que definitiva.


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O mar estava calmo e o céu limpo, algo realmente raro se tratando da Inglaterra. Eu ajudava Louis e Lucy com um castelo de areia nada bem feito. Lucy tentava colocar várias conchinhas na muralha do castelinho, o que quase sempre a fazia desabar. Era uma tarefa exaustiva ficar reconstruindo de novo e de novo aquela porcaria. Uma corrente de ar forte nos atingiu fazendo com que meu chapéu de praia – daqueles bregas, bem anos 80 – saísse voando.

– Merda – reclamei, me pondo de pé.

– Papai diz que é feio xingar – disse Lucy e eu ignorei seu comentário.

Procurei o chapéu com a visão ofuscada pelo sol e o mirei próximo à elevação onde a grama começava a crescer. Na verdade, havia alguém lendo ali. Um alguém específico. De muita má vontade, andei batendo o pé até o local.

Finalmente agarrando meu chapéu fugitivo, o coloquei na cabeça. Não pude evitar olhar o garoto que lia serenamente. Ele era o único dos garotos que estava usando camiseta, apesar do calor. Esquisito.

– Você poderia ser um pouco mais desagradável? – perguntei.

Surpreso, Malfoy ergueu o rosto.

– Todos estão se divertindo, nadando ou qualquer coisa, e você se isola nesse canto? É até falta de consideração.

– Isso aqui também é divertido – mostrou-me o livro.

– Concordo que ler é um entretenimento, mas não vale se o dia está perfeito e você tem uma praia particular à disposição.

– O que mais eu posso fazer?

– Er, duh! – apontei para o mar.

– Não sei nadar.

– O quê?

– Eu nunca aprendi a nadar.

Arrependi-me por um segundo pela minha grosseria, mas apenas por um segundo.

– O que você está lendo? – tirei o livro de suas mãos.

– Ei! – Malfoy protestou.

Não deixei que ele pegasse de volta e analisei a capa.

– Nossa, poesia? – arqueei as sobrancelhas, totalmente surpresa.

– Devolve isso! – Malfoy arrancou seu livro de minhas mãos, ficando de pé.

– Profundo demais, principalmente para você.

– E o que você sabe, Weasley?

– Eu sei que você é tão emotivo quanto uma parede.

– Isso só prova que você não sabe nada.

– Hunf, ok – bufei com desdém.

Ficamos nos encarando por algum tempo, até ele perguntar:

– E o que você ainda está fazendo aqui?

– O que eu estou fazendo aqui? Que eu me lembre, você é o intruso nas minhas férias.

Malfoy revirou os olhos.

– Certo – ele disse e se afastou.

Observei-o se distanciar. Ah tudo bem, até parece que Scorpius Malfoy era, na verdade, uma alma sensível e incompreendida. Francamente, era inacreditável e eu não compraria aquela sua imagem, nem pensar.

Albus, que estava encharcado, se aproximou de mim e apontou para o amigo.

– Aonde ele vai?

Eu ri ironicamente.

– Procurar um lugar tranquilo para se fingir de sentimental e culto.

Albus me olhou, sério.

– Você não o conhece, Rose. Não fale como se conhecesse.

– Ora, Al, todo mundo acha que...

– Todo mundo está enganado. Se quer ter direito de argumentar, devia se preocupar em saber sobre o que está falando.

Albus me deixou, suas palavras ecoando na minha cabeça. Wow, essa tinha doído. É, talvez eu não fosse próxima daquele loiro o suficiente para sair dando opiniões por aí, porém, era impossível minha mente registrar que ele pudesse ser diferente do que sempre pareceu.

Ia voltando para meu posto de construtora de castelos de areia, quando aquela voz asquerosa se dirigiu a mim.

– Dá licença, você está bloqueando meu sol – Dominique disse, deitada sobre uma toalha estendida na areia.

Ela se exibia num minúsculo biquíni, como se alguém estivesse interessado em olha-la por inteiro. Era verdade que Dominique era dona de uma enorme beleza, ainda que eu admitisse muito a contragosto. Um oitavo veela, não era surpresa que os seus cabelos louros alaranjados fossem tão esvoaçantes e a garota tivesse tantos admiradores na escola. Pena que aquele rostinho bonito fosse dotado de uma personalidade tão podre e mesquinha.

– E antes que você diga, eu sei que o sol não é "meu", mas eu quero voltar bronzeada para Hogwarts e essa sua cabeça de fósforo está atrapalhando.

– Não dou a mínima – parei ali só de birra.

Dominique sentou-se, irritada.

– Cai fora, Rose.

– Só se você parar de ser vaca sem necessidade.

– Desculpe se não finjo gostar de você, é que você torna essa missão impossível.

Se eu pudesse, a transformaria na barata nojenta que no fundo ela era e tacava um Avada. Porém, a minha vingança foi executada por James que espirrou água na loira ao passar correndo ali perto.

– James, seu idiota! – Dominique gritou.

– Foi mal aí, princesa fresca – James respondeu e eu o vi sorrindo para mim.


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Já tarde da noite e de volta À Toca, eu tentava dormir ainda que estivesse difícil. Meus pensamentos sempre voltavam para o mesmo tópico: aquele Malfoy. Para ser sincera, minha excessiva atenção começava a me deixar inquieta. Eu havia percebido que, apesar de ele não ser exatamente querido pelos outros, ninguém se incomodava tanto com seu jeito como eu. Talvez fosse por ser tão quieto e apagado, que se esqueciam dele.

Foi quando pela primeira vez não pensei nele como alguém irritante, e sim, um tanto triste. Aquilo me era intrigante por alguma razão.

– Rose?

Vi os olhos de Lily brilhando no escuro. Sua cama era logo ao lado da minha.

– Sim?

– Eu te perdoo pela brincadeira com a maquiagem hoje mais cedo – ela falava baixinho como se contasse um segredo.

Sorri mesmo que ela não enxergasse.

– Obrigada.

– Imagina, eu sei que não foi sua ideia. Era só mais uma tentativa do Fred de te impressionar.

– Como é?

Percebi quando ela se movimentou ansiosamente debaixo dos lençóis.

– Você gosta dele, Rose?

– É claro, como gosto de você, do James...

– Não é isso. Você gosta, gosta mesmo dele?

A ideia de considerar Fred como algo mais que meu primo e amigo nunca havia me ocorrido. E agora que havia, me parecia mais do que estranha.

– Acho que você está com sono, Lily. Vá dormir – me virei de costas.

Ideia super nada a ver ou o quê?


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Prévia do capítulo 2: As Aparência Enganam, Ou Não

Então Malfoy olhou para mim. Deve ter estranhado que eu estivesse lá durante sua despedida e pude até notar que ficou meio sem jeito. Ele não sabia se devia dizer algo para mim ou não. E é claro que eu não facilitaria as coisas e apenas fiquei encarando-o.

–x-

– Convencida de que ele não é ruim, Rose?

– Nem um pouco – respondi. – Agora, além de chato é fingido. Um dia eu que te convencerei. Parece que sou a única que enxerga as coisas como elas realmente são...

–x-

– O que foi isso? – eu perguntei, mais do que confusa.

Ele fingiu estar pensativo.

– Da onde eu venho, chamam isso de beijo. Mas no dicionário também chamam de ósculo e...

– Não, Freds. Por que você me beijou?

–x-

– Ufa! – fui entrando. – Obrigada por es... – olhei para os ocupantes. – ...perar.

– Rose, tudo bem? – Penny perguntou do lado de fora, pois eu havia bloqueado a passagem.

Apressei-me a me mover. Sentei-me ao lado de Albus, que me fitava com curiosidade. Sim, ele e Malfoy estavam ocupando aquela carruagem.



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Notas finais do capítulo

N/a:² Veredito?
Pessoa normal: Hã, você só sabe escrever sobre esses dois e a nova geração?
Eu: Sim, problema?
Pessoa normal: Ah, não acha que já deu não?
Eu: NUNCA! A NOVA GERAÇÃO É PERFEITA E EU JAMAIS A ABANDONAREI! ROSE E SCORPIUS FOREVER E AI DE VOCÊ SE DISSER QUE NÃO.
Pessoa normal: ...
Eu: ...
Pessoa normal: Eu vou ligar para o manicômio.
Ok, agora é sério. Tô aberta sugestões e tudo mais :) Não vou bancar a nazista de reviews, por isso, sintam-se livres para comentar e se não quiserem, tá tudo numa boa também ^^ Apesar de eu sempre apreciar.
Beijoooos!



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