Good Day Sunshine escrita por Nowhere Unnie


Capítulo 32
Capítulo 32 - Temperamentos explosivos


Notas iniciais do capítulo

Procura-se: leitoras desaparecidas. kkkk Cada uma de vocês é importante demais pra mim e faz falta!! As atrasadas deixem reviews nos dois capítulos, por favorzinho?? *-*
OBS: Laura, é aqui que está a coisinha que vai te deixar feliz :P
Não sei se todo mundo conhece Keith Moon, mas quem conhece vai entender porque ele pensa assim... rsrs



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Liverpool Institute - Keith Moon

Eu corria pelo pátio enquanto a aula não começava. Desta vez não fugia de ninguém, só queria me mexer mesmo porque ficar parado é entediante. Estudar em si é entediante! Eu tenho vontade de explodir um banheiro, só para acabar com a monotonia dessa escola... O feminino de preferência, imagina só todas aquelas garotas gritando e correndo, isso sim seria divertido! Ou então mandar alguma sala de aula pelos ares bem em tempo de ter as aulas do dia canceladas. Eu ia ser o rei do Liverpool Institute! Todos iriam para casa felizes, comentando o que o maravilhoso e todo-poderoso Keith Moon havia feito por eles! Até os valentões iam me venerar e seriam meus seguranças, não deixando ninguém me bater, muito menos aquela besta quadrada da Megan. Pena que minha mãe me proibiu de tocar em explosivos outra vez, depois que mandei a casinha do cachorro da vovó pelos ares com as bombinhas do meu primo Ernie.

“Mas um dia eu vou ser grande, ah se vou! E ninguém vai me proibir de explodir nada!” Eu pensava enquanto corria com os braços abertos, porque assim eu me sentia como se fosse realmente livre para voar e, por enquanto, essa era a única liberdade que eu tinha.

“Ah não! Aquela doida chegou!” Parei de correr de repente quando vi aquela menina do primeiro ano andando pelo pátio e olhando para todos os lados, como se procurasse alguma coisa. Eu sabia bem o quê, ou melhor, quem ela estava procurando e esse alguém era eu. Já fazia um tempo que ela me perseguia e eu não gostava nada do jeito como ela me olhava, como se fosse pular em cima de mim e me atacar a qualquer momento.

Por sorte, ela ainda não tinha me visto, então comecei a dar passos para trás, sem tirar os olhos dela, torcendo para que fosse direto até a sala de aula e me deixasse em paz e despreocupado. Mas sem querer esbarrei em alguma garota escandalosa, que gritou como se um elefante a tivesse empurrado no chão e depois deitado por cima dela, o que fez com que todos os alunos olhassem em nossa direção, inclusive aquela louca, que me dirigiu o sorriso mais maligno que eu já tinha visto em toda a minha vida! Arregalei os olhos e comecei a correr como se não houvesse amanhã e, quando olhei de relance para trás e vi o jeito que ela corria atrás de mim como um leão que caça sua presa nas selvas africanas, percebi que talvez não houvesse nem a hora do almoço de hoje.

 

Entrada do Liverpool Institute - Megan

Eu andava a passos largos pela calçada e estava prestes a atravessar a multidão que se formava no grande portão da escola, quando alguém chegou por trás de mim e me deteu, passando o braço pela minha barriga e me puxando para trás.

— Não precisa correr, eu ainda estou aqui fora! – Dei uma risada com a cosquinha que aquele sussurro causava no meu ouvido e relaxei do susto, com as costas apoiadas no tórax do George.

— E quem disse que eu estava com pressa só pra te ver, hein? – Perguntei enquanto torcia o pescoço para dar um beijo no seu queixo.

— Sabe, não é segredo pra ninguém que você me ama e não pode esperar nem alguns minutos pra me ver... – Ele respondeu com ar de convencido e me virou de frente para ele.

— Isso não é verdade! Eu só estava com pressa porque não queria chegar atrasada, sabe como é, pontualidade britânica e tudo mais. – Tentei acabar com o todo aquele convencimento dele, mas ele só riu desdenhoso e começou a me beijar.

— E então, seus pais já deixaram você viajar com a gente nas férias? – Ele perguntou assim que parou de me beijar, mas sem sequer afastar seu nariz do meu.

— Não, George, e se a gente levar outra advertência por ficar de agarramento na escola, eles não vão me deixar nem te ver mais! – Respondi dando um selinho nele e o afastando de mim em seguida, empurrando seu tórax com a palma da mão.

— Ah, qual é? A gente nem entrou na escola ainda! – Ele reclamou descontraidamente, voltando a me abraçar, mas olhou preocupado em direção ao porteiro da escola, só para ter certeza de que ele não tinha visto e nem alertado algum inspetor lá dentro.

— Mas enquanto os senhores usam o uniforme da instituição, estão representando nossa escola e não devem fazer coisas erradas pelas ruas da cidade! – Eu imitei o modo de falar do diretor, que sempre vinha com o mesmo discurso quando recebia denúncias de moradores fuxiqueiros da cidade, que também zelavam pela ordem e pelo bom nome daquela importante e nobre instituição.

Ele riu e me deu um último selinho, então adentramos pelos portões da escola com as mãos entrelaçadas. Já estávamos andando em direção à sala de aula quando escutamos um grito desesperado, que só poderia ser do maluco do Moon.

— SOCOOORROOOOO! – Vimos que ele passou disparando por nós e, quando paramos de andar e olhamos para trás, ele fez o mesmo e voltou correndo em nossa direção. – Megan, me ajuda, tem uma louca correndo atrás de mim! – Ele gritou me sacudindo, como se aquele ato não fosse causar sérios hematomas nele depois, pois me conhecia bem o bastante para saber que eu iria bater nele por isso.

— Calma, Moon! – Eu dei um tapa na cara dele, para ver se ele parava com aquele escândalo e sossegava, o que fez com que ele armasse aquele famoso biquinho enquanto alisava a bochecha dolorida. – Então tem mais alguém querendo te bater?! Não se preocupa, espera só essa criatura aparecer por aqui! Vou mostrar pra ela que só eu posso bater em você! – Eu já socava a palma da minha mão, mostrando que estava pronta para atacar qualquer um que tentasse roubar meu posto de agressora oficial do Moon quando uma menina, com os cabelos presos em maria-chiquinha e bochechas angelicalmente rosadas, se aproximou de nós e me surpreendeu.

— Te achei, docinho! Por que você saiu correndo? – Ela dizia em um misto de animação e desapontamento.

— Me-Megan! – Ele me dirigia um olhar suplicante, me lembrando que estava ali para defendê-lo.

— Docinho?! – Eu ergui uma sobrancelha diante daquela cena estranha. Desde quando alguém que vai apanhar é chamado de docinho?

— Pobre Keith, está tão acostumado a apanhar que até acha estranho quando uma menina o trata bem... – George ria enquanto dava batidas de leve com a palma da mão no topo da cabeça dele.

— Moon, você não se envergonha por ter medo de uma garotinha?! – Eu o provocava dando tapinhas no braço dele. – Francamente! Você merecia ter uma louca de verdade correndo atrás de você, pra apanhar até tomar vergonha nessa cara e...

— Ei! – Fui interrompida por aquela coisinha intrometida, que havia perdido repentinamente o rostinho angelical e dessa vez apresentava a face escarlate de raiva. – Não bate no meu amor! Você só faz essa covardia porque ele é um cavalheiro e não pode bater em mulheres pra se defender! Mas eu vou acabar com você, sua...

Ela estava avançando contra mim, então nem deixei que terminasse de falar e a empurrei, rindo daquela audácia. Ela era mais nova e menor que eu, será que realmente achava que podia contra mim?!

— Escuta aqui, garota, você chegou na escola outro dia e já acha que manda em alguma coisa? Saiba que o Moon apanha de mim desde sempre e se eu quiser, acabo com vocês dois de uma vez só! – Ela voltou a avançar e eu já estava preparada para atacar quando George se colocou entre nós duas e esticou os braços, nos separando.

— Opa! Ninguém vai acabar com ninguém aqui! Vocês querem levar uma suspensão, é?

O que ele disse pareceu assustar mais a novata do que a mim, que precisava andar na linha porque já estava quase convencendo minha mãe a me matricular de volta nas aulas de balé. Ela recuou apreensiva, mas não deixava de transparecer toda sua raiva ao me fuzilar com o olhar.

— Você... Você não ia deixar ela me bater mesmo? – Keith se aproximava cautelosamente dela, ainda surpreso e, de repente, ela abandonou aquela carranca e voltou a ser o anjinho que parecia antes.

— Claro que não! Ninguém vai bater em você enquanto eu estiver aqui! – Ela garantiu enquanto acariciava seus cabelos e em seguida deu um beijo delicado na bochecha dele.

— Sabe, você é bem legal... Se quiser, pode vir lanchar comigo no intervalo! – Ele sugeriu com um sorriso de felicidade abobalhado.

— Sério?! Eu ia adorar! – A menina aceitou enquanto pulava em cima dele para abraçá-lo e os dois quase caíram no chão. – Até mais, meu docinho de coco! – Ela se despediu com um sorriso enorme, antes de se afastar saltitando.

Moon se virou para mim e colocou os polegares nas bochechas enquanto mexia os outros dedos, caçoando da minha perda de autoridade. Me deu a língua em seguida e saiu correndo, mas eu estava perplexa demais com o desfecho daquela situação para pensar em ir atrás dele e espancá-lo.

— Olha só, George, acho que o maluco do Moon arrumou uma namorada! – Eu concluí, ainda abismada com aquilo tudo.

— É... E uma guarda-costas também, cuidado! – Ele me alertou e começamos a rir, voltando a caminhar juntos para a sala de aula.


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Notas finais do capítulo

Gente, desculpa por nunca dar as continuações das cenas do Ringo que vocês querem... Mas prometo que a primeira cena Regan decente vai estar cheia de detalhes!! (se eu conseguir detalhar, porque sou uma escritora pura e inocente u-u kkkkk ) Na verdade não aconteceu mais nada de interessante naquele barco pra ser escrito... :P