Good Day Sunshine escrita por Nowhere Unnie


Capítulo 16
Capítulo 16 - Se alguém tentar roubar o meu lugar


Notas iniciais do capítulo

Ontem eu estava inspirada, então aqui está mais um capítulo pra vocês ^^ Levei duas horas pra escolher esse título, então quem descobrir a mensagem subliminar primeiro vai ganha uma estrelinha de bom leitor(? kkkk



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De volta à sala de aula na segunda-feira, toda a diversão havia acabado e eu estava naquela aula chata de biologia sem ter nada para fazer. Claro que ser uma boa aluna e prestar atenção na aula estava completamente fora de questão, então eu comecei a contar para os garotos minha grande descoberta:

— Sabe, eu tava certa ontem, Dan levou mesmo a Polly pra casa dele...

George olhou para mim rapidamente quando comecei a falar, mas continuou com seus desenhos e nem se importou com a informação. Richard estava do meu lado e provavelmente se importava menos ainda, mas como também não tinha nada melhor para fazer, resolveu me dar atenção.

— Quer dizer, não pra casa, caaasa, mas eles estavam no quintal, ela contou tudo pra gente hoje!

— Ah, por isso elas te arrastaram pro canto assim que a gente chegou e você demorou tanto a entrar na sala?

— Pois é, ela contou tudinho! Ele levou ela pra trás de uma árvore e eles até se beijaram!

— Eles são um garoto e uma garota, o que mais fariam fora da festa? — Perguntou retoricamente, como se não estivesse surpreso com aquilo.

— Não sei, brincar de alguma coisa talvez... Pra mim parece muito mais legal que ficar se beijando!

Ele riu da careta de nojo que eu fiz ao falar aquilo, então George repentinamente levantou a cabeça para participar da conversa e não estava rindo, o que me fez pensar que ele também tinha mesma opinião que eu.

— Você também não acha, George?

— Eu... Não sei... — Ele respondeu meio pensativo e inseguro, o que fez com que nosso amigo ao lado desse mais risadas.

— Richard, posso saber por que você ri tanto com as coisas que a gente diz? — Questionei sua atitude, já começando a me irritar com aquilo.

— Nada, nada não... — Ele deu suas últimas risadas e tentou ficar sério.

— Como não sabe, George?

— Ah, não sei... As pessoas parecem gostar disso, então deve ter uma parte legal, né?

— Parte legal? Naquela coisa nojenta? E eu juro que se você começar a rir eu te mato, Richard! — Acrescentei apontando o dedo indicador para ele, antes que começasse a rir de novo da minha cara.

— Eu não ia rir! — Ele se defendeu logo.

— Acho bom mesmo! Mas sabe? Acho que você tem razão, George... Eu reparei que é sempre assim, elas somem e quando aparecem depois, estão com um sorrisão na cara...

— É por isso que eu acho que deve ter o lado bom disso...

— Na verdade, tem o lado bom disso sim... Mas vocês ainda são muito novinhos pra saber! — Richard disse, com o maior ar de sabichão.

— Olha, a Rita e a Polly têm a mesma idade que a gente e já sabem disso, tá bem? E aposto que a Lily também! E o Paul que beijou a Rita? Ele tem 15 anos, não é assim tão velho... E o Dan também não tem 15? E como é que você sabe tanto, posso saber? Eu nunca vi vo...

— Senhorita Lewis, eu não lembro de você e o senhor Starkey terem conseguido as melhores notas nas últimas avaliações para conversarem tão despreocupadamente durante a minha aula!

Fomos obrigados a ficar em silêncio, mas isso não significou que a conversa tinha acabado. Alguns minutos depois meu melhor amigo disse, no tom de voz mais baixo que fosse possível de ser escutado por nós dois:

— Pra começar, você não ter visto não significa que eu nunca tenha feito alguma coisa e eu não espero que vocês entendam, mas existe uma coisa no mundo que se chama paixão e as pessoas costumam se apaixonar umas pelas outras quando deixam de ser crianças e fazem qualquer tipo de coisa...

— Qualquer coisa? — Agora foi a vez de George acrescentar um comentário seguido por uma careta engraçada e, como não havia recebido nenhuma ameaça de morte dele, Richard começou a rir.

— É... Todo tipo de coisas, até beijar! — Dessa vez ele se dirigia a mim.

— Beijar não parece uma coisa assim tão ruim, o que me preocupa são os outros tipos de coisas... — Dessa vez até eu tive vontade de rir, não pelo comentário, mas pela careta que o George fazia ao falar isso.

— Olha, vocês dois ainda não têm que se preocupar com isso, tá bom?

— Por que não?

— Primeiro, porque você acha brincar mais legal que namorar e, segundo, porque ainda nem tem idade pra isso! — Eu mal abri a boca para reclamar e ele se dirigiu ao outro garoto, sem dar espaço para o meu cometário contrário ao que ele havia dito. — E quanto a você George... Bom, continua com suas guitarras por enquanto, que é melhor... Além de ainda não ter que aguentar todos os problemas que as mulheres causam, quando você for maior vai ter quantas garotas quiser porque elas adoram músicos!

— Ai Richard, nunca ouvi tanta besteira na vida! Não acredita nele, George! Outro dia a Lily disse que músicos têm aos montes por aí e são muito comuns... Isso quer dizer que não vai sobrar taaantas garotas assim pra você! E quer saber? O Richard e o Eddie são músicos e nunca vi os os dois com nenhuma namorada! E o Jimmy? Ele levou o violão pra festa só pra se exibir e eu não vi todas as garotas em cima dele...

Por algum motivo estranho, eu me importava mais em desmentir aquelas baboseiras do que repetir pela milésima vez que eu não era mais criança.

— Pode até ser, Megan. Mas... Você pareceu gostar bastante do Jimmy...

— E é claro que as outras garotas não tiveram coragem de chegar perto dele com você por perto! — Richard acrescentou rindo, só para implicar comigo.

— Eu... — Era estranho alguém achar que poderia haver algum interrese de minha parte logo pelo Jimmy, o que me deixou um pouco desconcertada, mas me apressei em explicar o equívoco daquela situação ao George. — Eu não gostei bastante do Jimmy, tá bem? Fiquei o tempo todo com ele na festa porque somos amigos desde pequenos e ele é legal até demais pra um garoto, por isso gosto de conversar com ele e tudo mais... E se não se lembra, eu preferia dançar com você e por isso tentei me livrar dele depois!

Ah não, de novo não, por que eu sempre tinha que falar alguma besteira por impulso? Não me atrevi a falar mais nada depois disso e ele abaixou a cabeça com o sorriso mais estranho que eu já tinha visto ele dar. E olha que eu era especialista em conhecer aqueles sorrisos irritantes dele, que sempre me deixavam abobalhada. Tinha o sorriso sarcástico, o alegre, o muito feliz que mostrava todos os dentes, o sorriso tímido que aparecia sempre que eu o pegava cantarolando e elogiava a voz dele, o desengonçado, que era o mais comum de todos e agora esse novo, que eu ainda era incapaz de decifrar.

Mas o que deixava aquele sorriso realmente estranho era a reação que causava em mim, era como se eu não visse com os olhos, mas com... O coração, acho. Bom, ao menos era o meu coração que tinha começado a bater mais forte ao vê-lo sorrir daquela maneira e eu respirei fundo, porque aparentemente meus pulmões tinham se esquecido do que deveriam fazer, me deixando sem ar por alguns segundos. E se eu tivesse prestado atenção na aula, ao invés de tentar entender o que se passava com minhas emoções, saberia que na verdade o responsável pela respiração era o diafragma e não os pulmões em si. Eu descobriria isso da pior maneira, algum tempo depois, com as avaliações finais.

Assim que terminou a aula, como sempre nós fomos uns dos últimos a sair e já não tinha mais ninguém no fundo da sala. Mas quando Richard começou a andar, George segurou meu braço e eu parei de seguir o outro para ver o que ele queria. Claro que meu amigo tinha percebido que ficamos para trás e também olhou, mas revirou os olhos e voltou a andar.

Fiquei alguns segundos encarando o George, que mais pareceram uma eternidade, até ele começar a falar:

— Eu também queria muito dançar com você na festa...

— Sério mesmo?

Ele só balançou a cabeça confirmando, como se as palavras fossem preciosas demais e pudessem lhe faltar para dizer o mais importante. Abriu a boca para falar algo, mas logo cerrou os lábios com tanta firmeza que achei que ele tinha desistido de falar e que eu nunca iria saber o ele tinha a dizer, mas para a minha surpresa, ele segurou também meu outro braço e voltou a falar:

— Não tem nada nesse mundo que eu preferiria fazer mais do que isso porque ficaria feliz só de dançar com você!

Ele falou aquilo tão rápido e sem pausas, que eu demorei alguns segundos para assimilar a informação e, quando finalmente entendi, aquele sorriso abobalhado de sempre tentou invadir meu rosto e, pela primeira vez quando estava perto dele, eu não tentei me controlar e apenas sorri. Ele retribuiu mais uma vez com aquele novo sorriso estranho e só então eu percebi: Nós dois estávamos sorrindo da mesma maneira besta, era isso que me parecia tão estranho naquele sorriso dele, é uma espécie de sorriso que eu sempre dava quando lembrava dele alguma vez, assim sem querer, em casa ou em algum outro lugar em que ele não estivesse. O mesmo sorriso besta que eu tentava conter quando estava perto dele e talvez fosse bem possível que ele também agisse assim, mas como foi pego de surpresa quando eu disse que o preferia, não conteve a vontade de sorrir. Então isso queria dizer que...

— A-rham! — Sempre tinha um pigarro irritante para me interromper e dessa vez vinha do Richard. — Será que os dois podem parar de brincar de tenho-um-braço-de-cola-permanente-e-ops-encostei-e-fiquei-grudado? Eu quero ir pra casa logo! — Ele olhava para o relógio e eu não entendi o por quê daquela pressa toda já que, pelo visto, Lily também tinha dispensado as amigas e no final só estávamos os quatro na sala, cada um com sua conversa pessoal, mas eles dois na já na porta e eu e George no fundo da sala.

— Tá bem, tá bem! — Respondi mal-humorada e comecei a andar pelo corredor sinuoso que se formava entre as cadeiras tortas que obstruíam a passagem, porque meus colegas de classe mais pareciam uns cavalos na hora de sair. Mas parei de repente e George, que estava logo atrás, se chocou contra mim.

— Megan! — Ele exclamou, se queixando pela minha parada repentina.

— Desculpa! — Me virei para trás rindo e disse algo que não podia ser deixado para depois. — A minha próxima dança ainda é sua.

Ele sorriu e eu retribuí o sorriso. Era tão bom não parecer a única besta quadrada no mundo! Mas dessa vez não me perdi nas emoções de novo e me virei para continuar andando pela sala.

— Rick, você... Se importa de ir pra casa sozinho?

— QUÊ?!

— AI, NÃO GRITA!

— MAS VOCÊ TÁ GRITANDO DE VOLTA!

— MAS PORQUE VOCÊ GRITOU PRIMEIRO!

— PAREM DE GRITAR VOCÊS DOIS! — Lily gritou por último e nós dois nos calamos, surpresos.

— Se tá pensando em ir embora com o Harrison, é bom saber que ele mora pro outro lado da cidade e não tem como você fazer isso...

— Com o George? — Eu comecei a rir daquele absurdo. — Não, por que eu...? Ai Richard, você tem cada ideia! Eu queria ir é com a Lily!

— Comigo? — Lily perguntou surpresa.

— Olha Meg, não faz muita diferença porque a Lily mora na mesma direção que eu, caso você não saiba...

— Eu sei, George! Mas é porque eu preciso ir com ela, é coisa de meninas! Richard, você pode ir sozinho só hoje?

— Alguma vez eu já larguei você sozinha aqui e fui pra casa? Não, então eu também não posso ir sozinho...

— Por favor!

— Claro que não!

— Por que não?

— Porque não, oras!

— Chega! Vocês dois já estão me dando dor de cabeça! Meggie, já que você precisa tanto de mim e o Ritchie faz tanta questão, vai com ele e me liga depois, tá?

— Mas Lily, é que... Não é bem com você...

— Viu? Eu sabia que tinha a ver com o Harrison!

— Comigo?! — Dessa vez ele é que tinha ficado surpreso.

— Richard, dá pra parar com isso? Você ficou doido ou o quê?! — Eu já estava ficando aborrecida e resolvi acabar logo com aquilo. — Lily, eu posso ir na sua casa mais tarde? É porque na verdade eu queria falar com a sua irmã...

— Com a Cynthia? Desde quando você é amiguinha da minha irmã, Megan?!

Pronto, agora até a Lily tinha ficado doida.

— Ai Lily, é que... Eu já disse, são coisas de meninas!

— Eu também sou menina!

— Mas... — Eu ia dizer que a Cyn era mais velha, mas isso iria fazer a Lily se estressar e eu não podia colocar tudo a perder. — Lily, coisas de menina que eu vou explicar pra vocês duas quando chegar lá, mas acho que a Cynthia pode ajudar porque eu já tinha falado com ela antes...

— Ah... — Parece que finalmente ela havia entendido que eu queria falar sobre garotos e que um deles não podia nem sonhar em ouvir. E o outro muito menos, porque andava totalmente estranho. — Tá, pode passar lá sim, Meggie, eu vou até avisar pra ela te esperar, pro caso de ela querer sair de repente, sabe como é a Cyn, né? — Ela disse rindo e eu ri também, porque sabia exatamente como era a louca da irmã dela.

— Pronto, Richard, já podemos ir embora!

Fomos os quatro juntos para buscar as bicicletas e, antes de nos separarmos para ir em direções contrárias, Lily se jogou em cima do Richard e o abraçou.

— Tchau, Ritchie!

— Tchau, Lilyzinha!

— Tchau Ritchie, tchau Lilyzinha! — Repeti, caçoando deles com uma voz engraçada. — Acho que é isso que eles chamam de todo tipo de coisa, não conseguir sair de perto sem essa melação toda de abraços e... — Parei de falar quando senti um beijo estalar de surpresa na minha bochecha.

— Até amanhã, Megzinha!

— A-até amanhã Paulie! — Ainda olhava perplexa para o garoto mais bonito da escola, que havia acabado de me beijar e se afastava, saindo pelo portão, até que me recuperei e voltei a atenção para o George. — Nossa, ainda bem que a Rita não está aqui, senão ia me matar depois dessa! — Disse rindo, eu já sabia que ele estava ali perto, só não contava com o fato de ouvir tudo e vir caçoar de mim, mas George não parecia achar a menor graça. Richard já estava montado na bicicleta, só me esperando para sair e eu fui me despedir de George antes disso, mas ele parecia não saber o que fazer e só então eu percebi a besteira que tinha feito ao caçoar dos outros dois justamente para ele. Agora era a minha vez de me despedir e eu também queria um abraço, que pelo visto nunca ia receber, graças à minha velha mania de sair falando tudo o que dá vontade e sem pensar nas consequências.

— Ahm, então... Tchau Megan! — Ele disse acenando e se virou para seguir na outra direção.

— Tchau... George, espera! — Ele parou de andar e me olhou por trás do ombro. Larguei minha bicicleta, que tombou no chão, e corri até ele, que se virou para mim e eu fiz logo aquilo, antes que mudasse de ideia. — Você.... Não levou aquilo a sério, né? — Ele me olhava com uma expressão interrogativa e eu logo perdi a coragem de continuar explicando o que eu realmente queria dizer. Mas por sorte tinha outra boa desculpa entrar no lugar. — Sabe, a brincadeira do Paul... Ele é meio doido assim mesmo e... — Fui interrompida mais vez pela surpresa de um beijo, do outro lado da bochecha.

— Não esquece que você me deve uma dança! — Ele já disse saindo, mas andava para trás a passos cuidadosos, ainda de frente para mim.

— Pode deixar, não vou esquecer! — Respondi acenando e sorri. E parece que era só isso que ele estava esperando, porque sorriu de volta e logo se virou de costas, passando a andar normalmente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Acho que me empolguei demais e ficou um pouquinho grande pra um capítulo normal, espero que ninguém ache chato demais, ou sei lá D:
Ontem foi aniversário do meu filho, não sei se alguém reparou, mas a foto dele tá no meu perfil ♥ Se não viram, vão ver... Sim, MEU filho u-u Se alguém que Maureen é a mãe das crianças, está gravemente enganado, sem mais! kkkkkk
Ah, se alguém leu tudo até aqui, respondam minha enquete:
Quem você shippa?
♥ Richard&Megan
♥ George&Megan
♥ George&Sanduba Gigante da Cantina
♥ Lily&Richard
♥ Rita&Paul
♥ Megan&Paul
♥ Megan&Jimmy
♥ Megan&Elvis
♥ Não sei o que é um shipp D:
Okay, eu explico ^^ Shippar é escolher um casal favorito. Seja real, lógico, obvio ou não.
Ex1: eu shippo Keith e Cyn mesmo sabendo que isso nunca vai acontecer porque a escritora é maluca, mas ainda não se droga antes de começar a escrever.
Ex2: Eu shippo Rick e Megan porque eles são feitos um pro outro e o George se meteu não sei por que u-u (isso te faz um hater do shipp George&Megan, mas já vou avisando que não quero guerra de haters na minha história u-u)
Amo vocês, mesmo se me ignorarem e tudo mais e.e kkkkkk Obrigada por tudo, vocês são as melhores leitoras do mundo!! The End.