I Promise escrita por Laranja


Capítulo 12
Epilogo...


Notas iniciais do capítulo

-Antes de ler, me faça um favor. Imagine o futuro que eles podem ter. Imagine que você está numa sala, sozinho e que a única luz seja a do seu computador/tablet/celular. E nessa luz imagine o futuro de Marcos, Alice e seus filhos. Pense em como eles podem ser felizes. Pense num nome pros filhos, profissão. Imaginou? Agora pode começar. Boa leitura.Não chorem!



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“Mô, não posso levar as crianças para a escola hoje... Deixe-as lá antes de ir para o seu trabalho. Mais tarde, depois da aula a gente pega. Te amo, Honey. Xx”

Deixei em cima da mesa de jantar. Acho que ele iria ver, né. Sai de casa, relembrando. O primeiro aniversário do Theo... Foi dos 101 dalmatas. E então, logo depois chegou a Sofia... A nossa princesinha. Marcos gritou para o mundo inteiro que teria uma bailarina em casa. Foi uma surpresa quando no ano passado, ela escolheu o Jazz e não o Ballet. Mas, apoiamos ela como sempre. Nós eramos uma família bonita de se ver.

Parti para o trabalho no mesmo esquema de sempre, a não ser a parte de que o julgamento de meu cliente havia sido adiado para mais cedo. Marcos dizia que eu passava um ar de superioridade com o meu terno "sexy". Enfim... Cheguei no tribunal e logo fui me encontrar com meu cliente. Apresentei minhas justificativas e iria provar de todo o jeito que o senhor Willian era inocente. Mas nem tudo na vida é uma vitória. Meu cliente foi declarado culpado e preso. Não tinha muito o que discutir, estava na cara. Não se pode matar a esposa por ciumes e querer sair impune.

Fui para meu escritório. Marcos me ligou avisando que já tinha chegado no trabalho e deixado as crianças na escola. Alguns relatórios caíram em minha mesa e vi Josh sorrindo. Faz mais ou menos seis meses que ele se casou com minha melhor amiga, Luisa. Eu e Marcos fomos os padrinhos da casamento. Mas nada se compara ao meu.

Mais ou menos três horas depois, estava arrumando minhas coisas, quando atendi o telefonema de meu marido. Sua voz estava tremida e agitada. Uma coisa boa não está por vir.

–O que foi? Marcos! -falei ao telefone.

–Corre para a escola das crianças, Alice. Vem logo!

–O que diabos...? –a ligação caiu. Tentei ligar de novo. Celular fora de área. Saí do meu escritório e fui andando até o elevador.

–Aonde vai? –perguntou Josh.

–Depois eu explico! Acho que aconteceu alguma coisa com o Marcos ou com as crianças!

–Tá bom, vai lá, eu aviso ao Chefe!

Sai correndo pela rua, a escola era bem pertinho do meu trabalho então nem me dei trabalho de tirar o carro do estacionamento. Cheguei e tinha um monte de gente na frente. Policiais, e a faixa deles fazendo um “quadrado” na região da escola. Marcos se destacava por causa do cabelo ruivo, no momento, bagunçados por Marcos ficar passando a mão dele de tão preocupado. Ele sempre teve essa mania. Fui andando até ele.

–O que houve?

Seus olhos estavam arregalados e sua pele mais pálida do que o normal. Ele não me respondeu. Apenas me apontou a janela da cozinha da escola. Lá de dentro, fumaça saindo. A escola estava pegando fogo.


– Meus filhos! - gritei para um dos policiais. - MEU FILHOS ESTÃO LÁ DENTRO.

–Senhora, mantenha a calma ok?

Como ele quer que eu mantenha a calma com meus filhos dentro da escola que estava pegando fogo? Olhei para Marcos, um pedido de ajuda mas ele não estava lá. Olhei freneticamente pelos lados, tentando encontra-lo. E o achei. Entrando na escola.

–Marcos! - os bombeiros viram ele correndo para dentro do prédio, mas era tarde para eles o impedirem, ele já tinha entrando em meio a fumaça.

POV Marcos

Entrei correndo pela escola. Ouvi gritos, choros e tudo de pior. Não conseguia respirar direito. A fumaça envolvia meus pulmões, impossibilitando a respiração. Rasguei a ponta da minha camisa, sequei meu suor com ela e a respirei. Sim era nojento, mas é tudo questão de sobrevivência. Onde estavam Sofia e Theo? Eu precisava encontra-los, precisa tirá-los de lá. Fui correndo para uma sala, acho que era a sala de música e chutei a porta, ela quebrou e eu tossi com a poeira.

Entrei na sala rápido e vi meus filhos, meus lindos filhos agachados no canto. Theo abraçava a Sofia pelos ombros, querendo passar segurança. Se eu não estivesse correndo risco de morte, eu teria ficado orgulhoso do meu filhão.

Corri até eles, os abraçando do mesmo modo que Theo abraçava Sophia. Olhei em volta mais atentamente tinha mais uma criança agachada no canto, ela parecia prestes a desmaiar. Puxei o garoto para perto de mim e guiei as crianças para fora da sala. Ouvi um estrondo. O teto havia caído na mesma sala em que estava a segundos atrás. Todas as crianças começaram a chorar, e tive que me concentrar para não fazer o mesmo, mas ficava mais difícil a cada momento em que ficava impossível de respirar. Mandei todos eles fazerem a mesma coisa com a manga da camisa, respirando o suor para ficar mais fácil.

Eu precisava sair dali, precisava de qualquer modo me livrar daquele ar. Me concentrei no documentário que eu e Alice tínhamos visto há dois dias atrás... Dizia que se tivesse um incêndio... Fique perto do chão! Mandei todos "rastejarem" no chão da sala e irem se aproximando da porta. Eles obedeceram. Pelo menos, todos ali eram inteligentes.

–Pai! -gritou Theo.

–Oi filho! Calma... Vai ficar tudo bem...! Vamos conseguir sair daqui! saia dessa sala e... -uma viga de madeira do teto caiu ao meu lado. Sai correndo abaixado. Que tipo de escola faz o teto de madeira? Se eu sobrevivesse, junto com os meus filhos, iria trocá-los de escola.

–Saia dessa sala. Leve sua irmã. -continuei como se nada tivesse acontecido. Theo me olhou com pesar nos olhos, estava com medo. Eu também, filho. Eu também estava.

–Eu estou com medo, Pai. -admitiu ele. Theo detestava dizer que estava com medo.

–Eu também.

–E se não conseguirmos sair?

Respirei fundo. Ele havia me perguntado o que eu temia acontecer. E se não conseguíssemos?

–Nós vamos conseguir. Eu prometo. Você vai sair daqui, vivo e a salvo, com a sua irmã. E depois vai jogar o seu basquete que tanto gosta. Nós vamos conseguir. - falei para ele, tentando parecer calmo.

–Certo. - e foi. Ele saiu da sala, eu me levantei e fui atras dele.

Theo nos guiou pelos corredores da escola. Muitas vezes tive que puxar os três para tira-los do caminho das vigas de madeira, portas caindo entre outras coisas. Ele começou a subir as escadas que não paravam mais até que uma porta estava trancada, então tivemos que voltar pra o andar de baixo. Entramos numa sala, e algum bombeiros gritavam algo lá de fora. Enfiei minha cabeça na janela e um colchão de ar estava pronto para ser usado.

Olhei para Sofia, sussurrei o que ia fazer no ouvido dela, mas não deixei tempo para ela pensar, a taquei em direção ao colchão. Por um momento pensei que perderia minha princesinha, mas ela estava lá, viva. Os bombeiros me mandaram fazer o mesmo com os outros. Fiz o mesmo com a outra criança - que caiu são e salva no colchão - e quando estava prestes a fazer o mesmo com o Theo, ele desabou no choro.

– Eu não quero ir pai! - gritou ele.

– É uma ordem!

– Pai - ele olhou para mim, como se fosse um último olhar e disse - Nós vamos sobreviver né?Nós dois? E vamos jogar a partida de basquete né?

– É. E eu vou marcar muitos pontos em você, baixinho. Nos vemos lá embaixo. - sorri e abracei meu filho. Beijei sua testa, jogando-o pela janela em cima do colchão. Olhei e vi que ele caíra perfeitamente no colchão. E ainda consegui ver minha Alice ali, chorando e abraçando os nossos filhos. Logo eu me juntaria a eles. Coloquei a mão no peitoril da janela e me preparei para pular.

POV Alice

Eu só via os meus filhos sendo jogados pela janela e quicando no colchão. Os policiais davam água para eles e liberavam eu falar com eles.

–Theo. Alice. - falei chorando enquanto abraçava eles.

–Mamãe! - falou Alice, chorando também. - Foi tão legal pular da janela! O papai acertou em cheio!

–Oi mãe. -falou feliz, mas, um pouco absorto em seus pensamentos Theo. Confesso, Theo sempre "preferiu" Marcos. Acho que era porque Marcos era homem, que nem ele. Mas, do mesmo jeito, nos abraçamos.

–Onde está o pai de vocês?

–Ele disse que viria logo. - me respondeu Theo. Todos nós olhamos para o prédio aflitos. Onde estava Marcos que não caindo pela janela?

Os policiais berraram alguma coisa e mandaram todos se afastarem do prédio. Nós obedecemos, mas, por quê? Iria... Iria acontecer alguma coisa? Marcos iria conseguir, né? Sim, ele iria.

–Eu vou jogar basquete com o papai, jogar video-game também, o nosso jogo favorito. Assim que ele se salvar, vamos todos para casa e comer brownie. Todos esses 12 anos, ele foi meu amigo, meu companheiro. Ele vai se salvar. ELE PROMETEU. Ele cumpre. Né Mãe? -Theo disse isso chorando, e esperou uma confirmação minha. Ele queria que fosse verdade, queria que o pai se salvasse.

Sem nem ao menos eu perceber, já estava chorando, e as palavras de Theo me fizeram perceber como Marcos era um bom pai. E chorei, chorei ainda mais, gritei, me descabelei quando o prédio caiu, quando o prédio desabou com o Meu Marcos ali dentro.


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Notas finais do capítulo

-A Isa e eu vamos agradecer, mas, acabou que os nossos agradecimentos ficaram grandes demais, então fizemos mais um capitulo para isso :)