O Garoto Da Casa 918. escrita por Greensleeves


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

espero qur gostem! E obrigada pelos Reviews. Isso me deixa muito entusiasmada para escrever. ^.^
-LuvY.



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 Abri a porta rapidamente e entrei.

  "O que foi querida?" -Peguntou minha vó da sala. Ela parecia normal.

  "Eu..." -Não consegui dizer nada.

 Fui até ela e me sentei no sofá.

  "Parece assustada, o que houve no parque?"

  "Parque?" -Olhei para ela.

 Percebi que ainda era quinta. Então eu não tinha passado a noite na casa, nem tinha se passado tanto tempo assim.

  "Eu te esperei para almoçar, mas quando você não veio eu comi." -Ela disse terminando o tricô.

  "Tudo bem vó. Me desculpe, eu... Perdi o tempo." -Me levantei- "Vou comer." 

 Em cima da mesa tinha um prato com macarrão. Me sentei e peguei o talher, minha barriga roncou de fome. Acho que eu nunca senti tanto prazer de comer um simples macarrão com molho.

 Quando terminei, ainda comi outro prato e uma maça.

  "Nossa, você esta com fome." -Ela riu.

  "Sim." -Disse limpando a boca- "Eu vou tomar um banho e acho que vou dormir. Estou um pouco cansada."

  "Mas são duas da tarde." 

  "Eu sei..." -Mordi o lábio.

 Subi as escadas e fui para meu quarto. Peguei uma roupa limpa e fui para o banheiro. Eu me sentia tão suja que estava com nojo de me tocar. Me olhei no espelho e senti nojo de mim.

 Meu cabelo estava bagunçados no meio rabo de cavalo e minha franja embaçada por causa do suor. Eu tinha algumas manchas de sujeira no corpo e mascas vermelhas no pulso. Passei a mão pela cabeça e senti o calo, só de tocar doía.  

 Liguei o chuveiro e a água quente foi limpando minha pele e uma boça beje ficou em volta do ralo. Quando coloquei minha cabeça em baixo, gemi de dor com a água batendo no machucado e percebi que eu tinha alguns arranhões nas costas e na perna.

 Quando terminei penteei meu cabelo cuidadosamente e passei uma pomada no ferimento. Me olhei no espelho como se fosse a primeira vez que eu fazia. Eu não era uma garota linda e perfeita por baixo da sujeira; ao contrário do que eu pensava.

 Meu cabelo era ondulado e de um castanho meio dourado, meus olhos não eram diferentes da maioria das pessoas, um castanho escuro quase preto; e meu corpo não era os dos mais lindos, eu até me achava gordinha.

 Saí do banheiro e fui até meu quarto. Sentei na cama e olhei em volta para o pequeno quadrado que eu tanto ficava. Meu quarto não era grande. Tinha uma cama, um guarda roupa, uma mesinha e a janela; era bem simples até.

 Olhei para o dia lá fora, estava ensolarado mas ventava um pouco. Me levantei, peguei meu casaco e um livro na estante. Quando desci, vovó lavava a louça.

  "Vou ler." -Disse saindo.

  "Cuidado."

 Eu adorava ler ao ar livre, me sentia mais solta e com toda aquela natureza em volta, ficava tudo muito melhor. Me sentei na cadeira do jardim que ficava no fundo da casa. Lá vovó tinha uma pequena plantação de tomates, alface e flores.

 Suspirei e abri meu livro; um romance, como sempre. A brisa de final de verão era a melhor do ano, mas começou a ficar mais forte e o sol foi coberto por uma nuvem.

 Mexei meu livro brava e me levantei para ir para casa. Quando abri a porta ouvi alguém me chamar. Me virei Jully acenou. Entrei e guardei meu livro na mesinha e saí de novo.

  "Oi." -Ela disse.

  "Oi." -Abri a cerca e saí.

  "Eu estou indo encontrar os garotos... Quer vir comigo?"

  "Não sei." -Dei de ombros.

  "Vai ser divertido." -Ela sorriu- "Vamos na sorveteria."

  "Eles perguntaram de mim?" -Desviei o olhar.

 Ela não respondeu. Continuamos a andar e percebi que tínhamos virado a rua. Parei na calçada e olhei para Jully que seguia em frente.

  "Por que parou?" -Ela disse se virando.

  "Não quero passar por aqui."

  "Por que? Esta com medo da casa?" -Ela perguntou brincando.

 Continuei a nadar.

  "Não tem nada aqui Helen."

  "Eu sei." -Suspirei.

 Passamos pela casa, olhei para a porta que parecia imóvel, como se ninguém nunca tivesse aberto antes. 

  "Você quer entrar?" -Ela perguntou.

 Olhei para ela.

  "Por que acha isso?"

  "Esta encostada na cerca."

 Percebi que minha mão estava na fechadura da cerca. A tirei rapidamente e olhei para Jully.

  "Vamos. Vai ser divertido." -Ela disse voltando a andar.

  "Você entraria comigo?" -Perguntei.

 Ela me olhou.

  "O que?"

  "Na casa.. Entraria comigo?" 

  "Por que?" 

 Olhei para a casa e foi como se a voz ecoasse na minha cabeça não conte  ela dizia. Respirei fundo e voltei a andar.

  "Você esta bem?" -Jully perguntou.

  "Não sei. Acho que vou voltar para casa." 

 Jully me olhou brava.

  "Estamos na metade do caminho."

  "Estou um pouco cansada." -Dei de ombros.

  "Você é muito estranha." -Ela disse e voltou a andar me deixando sozinha na rua.

 Me virei e olhei para a grande casa. Algo me dizia para ir até ela, para entrar. Algo mais forte do que eu. Voltei o caminho calmamente, olhei para a rua que estava meio movimentada. Se fosse para eu entrar, teria que esperar estar sozinha.

 Abri a cerca e olhei para a porta alguns metros. Andei hesitante até a sacada e parei em frente a porta. Eu não sabia porque fazia isso, mas eu sabia que se não entrasse de novo na quela casa, não conseguiria dormir.

 Abri a porta que, como sempre, rangeu. Estava escuro e essa era a pior coisa. Entrei e fechei a porta devagar, o barulho não era bem vindo ali. Olhei em volta mas parecia estar vazia; e isso sempre me enganava.

  "O que faz aqui?" -Disse ele.

 Me virei assustada, perto da janela podia se ver uma silhueta de uma pessoa. Ele não era grande, deveria ser alguns centímetros a mais que eu.

  "Eu... Eu não sei." -Sussurrei.

 Percebi agora o que eu fazia. Eu estava dentro da casa que rezei para sair! Eu deveria estar maluca, pois apesar do medo, eu queria estar ali. Não sei por que, mas eu me sentia a vontade na quela escuridão.

  "Você vive aqui sozinho?" -Perguntei, mas a sombra não estava mais na janela.

 Silêncio. Olhei para o chão, já que estava tudo escuro, por que tentar achar o nada?

  "Por que quer saber?" 

 A voz agora veio da escada.

  "Não se sente sozinho?" -Sussurrei, mas como estava tudo quieto de mais, ele devia ter ouvido.

 Fui andando lentamente até as escadas, eu queria acha-lo e para fazer isso ia me guiando pela sua voz.

  "Você realmente acha que mais alguém vive aqui?" -Ainda na escada.

 Me guiei pela parede e fui andando pela escuridão.

  "Não sei." -Abaixei meu tom de voz.

  "Garota tola." -Ele não tinha se mexido, mas deveria ter subi um degrau, pois estava um pouco mais longe.

 Senti o corrimão e o segurei com força. Com um movimento rápido tentei pegar alguma coisa no escuro, mas só consegui ouvir seus passos correndo escada a sima. Subi os degraus fazendo-os rangir. O persegui até primeiro andar, eu podia velo passando pelas janelas. Sua risada ecoou pela casa.

  "Eu só quero te ver!" -Gritei parando.

  "Então veja." -Sua boca disse grudada no meu ouvido.

 Meu coração acelerou e eu me segurei para não gritar. Tentei agarrar alguma coisa, mas ele correu para o final do corredor e entrou no quarto. Ouvi a porta sendo trancada por dentro, mas ele estava parado, pois não havia passos.


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Notas finais do capítulo

a continuo, vou fazer lição.