"O que hove aqui?" -Disse tia Sarah olhando a cozinha.

  "Er... Paul... Caiu da escada." -Disse colocando o pano na mesa.

  "O que? Ele esta bem?"

  "Acho que sim." -Olhei para a garrafa de Vodka na mesa. Por sorte, vovó sempre dizia que limpar uma batida ou algum vergão com álcool melhorava- "Ele devia estar bêbado e caiu da escada." 

 Ela olhou para a garrafa e as pegadas de lama no chão.

  "Você esta bem querida?" -Ela disse pondo a mão no meu ombro.

  "Sim, ele saiu correndo..." -Dei de ombros.

  "O que fez na sua mão?" -Ela pegou meu braço revelando a marca no meu pulso.

  "Eu..." 

 Nesse momento o telefone tocou. Tia Sarah foi até a sala e atendeu. Suspirei aliviada. Minha tia voltou e sentou na cadeira.

  "Era do hospital." 

  "E...?"

  "Ela esta bem... Mas só poderá receber visitas depois das três." 

 Olhei no relógio, ainda eram duas e quinze.

  "Tudo bem." -Dei de ombros.

 Me virei e fui até as escadas, mas a campainha tocou e eu tive que atender a porta. Quado abri, Jack se virou.

  "O que faz aqui?" -Perguntei olhando para a cozinha, percebi que tia Sarah estava ocupada, então saí.

  "Eu estava voltando da oficina e vi Paul saindo correndo daqui."

  "Conhece Paul?" -Olhei para ele.

  "Claro, é meu chefe."

  "Cretino." -Sussurrei.

  "O que?" 

 Olhei para Jack.

  "Nada." 

  "...Eu vim ver se estava tudo bem."

 Revirei os olhos.

  "Sim esta." -Desencostei da porta e fui até a caixa do correio.

  "Parece brava."

  "Não estou." -Dei de ombros.

  "Foi algo que eu fiz?"

  "Por que acha isso, acha que o mundo vira em torno de você?" -Perguntei pegando a correspondência.

  "Você esta estranha..." -Ele disse.

  "O que você quer?" -Olhei para ele.

  "Calma... Só pensei que poderíamos sair... Para comer alguma coisa, sei lá."

  "Eu não sei." 

  "Pergunte para sua tia." -Ele sorriu.

 Olhei para ele.

  "Não quero sair."

  "Ah, o que foi Helena?" -Ele disse.

 Empurrei seu peito. Ele me olhou assutado. Olhei para os lados e dei um tapa na cara. Eu estava brava. Alguns minutos atras eu precisava dele, e agora ele vinha com esse papo de sair? Como se ele nem percebesse que eu estava pós um trauma e...

 Dei as costas e voltei para a porta. Mas senti suas mãos na minha cintura e me virando. Por um rápido momento tudo aconteceu. Senti sua boca se chocando com a minha; mas eu não me afastei. Ele me girou no ar e, quando me voltou para o chão, se afastou e sorriu.

  "Por que fez isso?" -Perguntei.

 Ele abriu a boca mas não disse nada. Me agachei para pegar as cartas que tinham caído no chão e ele se abaixou junto.

  "Eu poderia pedir desculpa, mas não me arrependo do que fiz." -Jack disse me entregando um envelope.

 Olhei para ele. Nossos rostos foram se aproximando devagar e logo estávamos nos beijando de novo. 

  "Helena!" -Mia tia chamou.

 Me levantei com a mão na boca.

  "Entre, vá se arrumar." -Ela disse seria.

  "Sim senhorita." -Passei por ela rapidamente, e quando ela fechou a porta, pude ver Jack acenando.