Annabeth E Percy escrita por , Gusharry


Capítulo 5
E nós nos disfarçamos


Notas iniciais do capítulo

Aqui esta um novo capitulo. Eu me diverti muito escrevendo ele e é aqui que a historia começa a ficar interessante, portanto, divirtão-se e comentem.
Boa leitura para todos.



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E nós nos disfarçamos

Seguir Jason não foi assim tão difícil, ele é muito popular na escola então por onde passa sempre tem uma pequena aglomeração de pessoas querendo falar com ele – especialmente garotas, para o desgosto de sua namorada Piper – afinal, ele e o astro do time de basebol.

Originalmente ele era do time de basquete assim como eu e meu amigo Luke. Porém, por alguma razão, apesar de convivermos em ótimos termos e sermos bons amigos, quando estamos no mesmo time ou mesma equipe para qualquer coisa, acabamos brigando e nos desentendendo. Acontece a mesma coisa com Thalia então acho que é coisa de família, Annabeth diz que é porque somos parecidos demais. Enfim, depois de apartar varias brigas entre nós, Luke sugeriu que fossemos para times diferentes o que acabou sendo a decisão mais acertada.

Eu, por outro lado, consigo passar despercebido por qualquer lugar que quiser mesmo sendo, modéstia a parte, um jogador tão decisivo quanto Jason e o time de basquete ser tão popular quanto o de basebal. Luke é quem atrai toda a atenção, sendo o capitão e tal. Os dois tem um certo carisma que atrai as pessoas, diferentemente de mim que costumo andar com os malucos e excluídos do colégio. Não me importo com isso apesar de tudo e até prefiro assim já que gosto de levar uma vida mais reservada, e ser reservado e passar despercebido é essencial para ser um bom detetive... Droga, já entrei no clima das maluquices de Annabeth.

Para segui-lo pela rua nós nos revesamos, cada um o seguia de três a cinco quarteirões, disfarçados e munidos de câmeras de alta definição com lentes de longo alcance, depois trocávamos e então mudávamos de disfarce.

Aliás, os disfarces eram um espetáculo a parte. Eu achei que Annabeth havia chegado ao ápice de sua engenhosidade com aquela história da vaca mas descobri que (infelizmente) estava enganado. Toda vez que ela aparecia para trocar comigo vinha com um disfarce mais incrível que o outro, de fato eu mau conseguia reconhecê-la: executiva morena, patricinha toda de rosa, bailarina indo para o ensaio, turista holandesa, artista ruiva com blusa branca suja de tinta e jeans todo rabiscado (quanto a essa ultima eu tenho a leve impressão de que sei em quem ela se inspirou).

Os meus disfarces também eram incríveis, de certa forma: leiteiro, capoeirista brasileiro (negro) com berimbau e tudo, black power estilo anos 70, Pikachu...

- Annabeth – reclamei certo dia disfarçado de rastafari – era pra isso ser uma coisa seria e discreta. Por um acaso eu pareço discreto vestido de Bob Marley?! - disse levantando os braços para mostrar o efeito.

- Ora vamos Percy, aqui é Nova York. Todos se vestem de forma estranha e ninguém repara. Além do mais eu também estou me disfarçando.

- É mas você não parecia ridícula, muito pelo contrario. Por exemplo: você parecia muito dedicada e confiante vestida como executiva, parecia até mais velha. Como patricinha parecia fútil e metida, mas mesmo assim estava muito bonita e mexia a cabeça de um jeito gracioso. Como bailarina você parecia sensível e delicada...

- Ok, ok, eu já entendi – ela me interrompeu um pouco ruborizada – nossa, você realmente acha isso tudo de mim?

Foi a minha vez de ficar vermelho.

- Sim, acho que você ficou muito bonita em todos os disfarces.

- Mesmo no de ruiva toda rabiscada? - ela disse isso com os olhos meio estreitos e um sorrisinho no canto da boca.

- Sim, mesmo como ruiva rabiscada você ficou linda. - respondi rindo e meio sem jeito.

Ela abriu um sorriso de felicidade e ficou um pouco mais rubra, mas logo se recuperou e voltou ao seu tom normal.

- Certo, mas nós ainda temos um trabalho a fazer, portanto Percy, vista logo o seu novo disfarce e...

- Eu não vou me vestir de cowboy nu!

 

Seguimos Jason por cinco dias, porém não encontramos nada de diferente na sua rotina ou em suas amizades: ele vai para a escola, assiste as aulas, vai para o treino, é assediado pelas garotas, Piper briga com elas e Leo, seu melhor amigo, se oferece como alternativa mas é regeitado. Em seguida eles vão para a casa de um dos três ou vão para algum lugar, as vezes os três, as vezes só ele e Piper. Nada de anormal, como imaginei, só um exagero de Thalia.

    Quando fomos mostrar o nosso relatório, ela ainda parecia meio desconfiada.

- Hum, eu não sei. Vocês tem certeza?

- Thalia, nós o seguimos por uma semana e não encontramos nada suspeito. - disse Annabeth.

- É, talvez eu esteja sendo paranóica.

- É, pode ser – me arrependi de falar isso quando ela me fulminou com aqueles olhos de águia.

- Você está me chamando de paranóica?

- Quê? Eu não.

- Pois eu acho que está.

- Não, eu só concordei com você.

- Nunca concorde com uma mulher quando ela estiver se depreciando. Você deve desmenti-la e elogiá-la para que ela se sinta melhor.

- Certo, certo. Você não é paranóica Thalia, só esta sendo um pouco superprotetora, mas se você faz isso é por que ama demais o seu irmão mais novo e só quer o bem dele. É normal exagerar quando se quer proteger quem ama.

Ela me olhou um pouco espantada e começou a esboçar um sorriso, mas então endureceu o queixo de novo.

- Falar isso não adianta mais, você já me ofendeu.

- Há, fala serio.

- Ok, ok, - interviu Annabeth – já chega, é melhor nós irmos andando, o intervalo já vai terminar.

Nos despedimos e fomos para nossas respectivas aulas. No caminho Annabeth evitou falar comigo e agiu de um jeito estranho.

-  O que foi?

- Nada.

- Fala.

- Bobagem.

- Vai, diz.

- Só estive pensando que você realmente sabe como agradar uma garota.

- Que? Como assim?

- Tenho que ir, tenho aula de francês. E você?

- Eu? trabalhos manuais.

- Ok, então tchau.

- Tchau.

Então ela se foi, como sempre, me deixando intrigado.

O resto do dia transcorreu normalmente eu não encontrei mais Annabeth, o que foi um alivio, já que não estava nem um pouco afim de seguir alguém, me fantasiar ou ter conversas estranhas nas quais fico boiando. Ao invés disso, encontrei Jason e Piper na saída.

- Oi Percy.

- Oi Percy.

- Oi Jason, oi Piper – me sinto meio estranho por conversar tão casualmente assim com eles, considerando que tenho seguido eles para todo lado na ultima semana – onde esta o Léo?

- Ele ficou no laboratório de robótica. Esta trabalhando em um novo tipo de rôbo que pode ser controlado por smartfones e tablets – respondeu Jason.

- Uau, legal!

Léo e provavelmente o cara mais doido que já conheci, mas também um dos mais inteligentes. De fato, se houvesse um jogo de perguntas e respostas entre ele e Annabeth, eu não sei quem ganharia. Mas uma coisa é certa, seria um jogo bem interessante, aqueles dois sabem como chamar atenção.

- Legal? As minhas meias são legais, o aviãozinho de papel que fiz na aula hoje foi legal, o meu gato gostar de correr atrás do rabo é legal. Aquela coisa e incrível. - Jason realmente admira Léo.

- Realmente, e você, tem tido noticia de seu pai?

- Sim, falei com ele essa semana. Ele me disse que esta se adaptando bem ao Brasil, disse que esta viciado em novelas brasileiras.

- Sério?

- É, ele me mostrou uma que toda vez que toca a abertura você sente vontade de sair dançando. O engraçado é que é verdade, eu tive que me segurar para não sair rebolando no meio da sala.

Nós três caímos na risada imaginando o pai de Jason rebolando no meio da sala.

- E o seu pai?

- Ele esta na Itália, provavelmente o verei no natal.

- E quanto a você Percy? - perguntou Piper – tem participado de algum plano maluco da Anne?

- Hum, não. Ela anda bem calma ultimamente.

- Hum, sei. E sua namorada?

- Piper. - disse Jason em tom de aviso.

Piper é uma garota descendente de Cherokees cujo pai e um famoso ator de Hollywood, mas ela não gosta de falar disso. Ela e Jason se conheceram nos bastidores de uma peça da Broadway na qual o seu pai e a mãe de Jason, que também é atriz, trabalharão juntos. Ela é uma garota muito bonita mas não liga muito pra isso e não gosta de se mostrar, por isso usa roupas largas e jeans desbotados, o que não funciona muito bem já que isso só da a ela uma espécie de beleza selvagem. Quem a vê de fora acha que ela é apenas uma garota durona (o que é verdade), mas nós que a conhecemos de perto sabemos também que ela é muito romântica, e que por alguma razão gosta de formar casais.

- Bem, eu não estou namorando no momento.

- Sei, então agora são ex-namoradas.

- Piper. - disse Jason novamente.

- Hora, Raquel e eu terminamos a mais de um ano. – falei meio sem jeito pois, para ser sincero, a lembrança dela ainda mexia um pouco comigo.

- Ah, mas eu não estou falando de Raquel. Estou falando da sua outra ex-namorada.

- Ok, agora chega. - cortou Jason – Vamos Piper, tchau Percy – e saio levando ela pelo braço.

- Tchau Percy. - ela disse rindo enquanto era arrastada.

- Tchau.

E fiquei lá, parado por um bom tempo. Se a lembrança de Raquel ainda me deixava balançado, a lembrança da minha outra ex-namorada, que era mais recente, me balançava ainda mais.


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Notas finais do capítulo

Comentem e preparem-para um flash back no proximo capitulo. Até o próximo.



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