Depois de uma noite de sonhos ruins, não a há nada melhor que acordar e ter uma menina bonita te esperando com o café da manhã na cama, exceto se essa menina for Annabeth.

– Oi Percy! Bom dia!

– Fala logo o que você quer.

Ela fez cara de ofendida e arregalou os olhos pra mim como se não pudesse acreditar no que eu havia dito.

– Uma linda garota te acorda de manhã, te trás o café da manhã na cama...

– “Sorri para você, te deseja bom dia e trás um pouco de felicidade para essa sua vida medíocre e patética e é assim que você retribui?”. Sim isso seria muito bom se essa garota não metesse o garoto em confusões toda vez que faz isso.

– Ah, vai Percy, não foram tantas assim.

– Da última vez nos tivemos que fugir de uma vaca no Brooklin,de onde você arranjou aquela vaca?

– Ora, não se apegue a detalhes, aquilo foi um acidente...

– Em outra eu tive que lutar com um cara faixa preta em Karate por que você “pegou emprestado” um certo objeto que segundo você, devolveria logo em seguida e não me disse o que era.

– Mais, isso não foi nada! Eu devolvi, não devolvi?

– Não que eu me lembre, a final o que era mesmo?

– Bem, deixe de conversa fiada e coma o seu café antes que esfrie. Temos um longo dia pela frente - ela completou com a voz baixa, mas eu pude ouvir.

– Eu não falei que ia te ajudar, falei? - ela colocou a bandeja na cama e já ia protestar quando a porta de abriu e minha mãe entrou no quarto parecendo a primeira vista não ter visto a minha colega.

– Percy, levante-se logo ou vai se atrasar... - Ela viu Annabeth e suspirou - alguma outra ideia maluca para hoje querida? Por favor, não va fazer o Percy apanhar de novo.

Não sei com que fiquei mais indignado, com ela ter dito que eu apanhei ou ter dito isso com um sorrisinho no rosto. Aliás, que tipo de mãe entra no quarto do filho, encontra uma garota que entrou pela escada de incêndio servindo café para ele e acha normal?

– Eu ganhei aquela briga!

– Hum, claro querido, como quiser. Agora coma o café que Annabeth fez e arrume-se logo antes que se atrase. Até mais Annabeth, até mais Percy, já vou trabalhar.

– Tchau mãe, até mais tarde - ela saiu fechando a porta atrás dela - Ok, agora eu não vou aceitar o que quer que você tenha a me propor, portanto, poderia sair enquanto eu me troco?

– Eu iria propor um serviço de investigação, seremos detetives particulares.

Droga, essa foi demais até pra ela, preciso convence-la a desistir disso antes que ela me convença a participar dessa maluquice.

– Olha, Annabeth, porque uma garota inteligente, talentosa e com um futuro brilhante pela frente iria ser uma detetive? Seria desperdicio de talento. Você tem muito talento para arquitetura, por que não estuda bastante, e passa para uma faculdade ótima, se quiser eu até te ajudo a estudar, que tal?!

– Percy, tem alguma coisa no seu cabelo.

Ela começou a mexer no meu cabelo e eu olhei no fundo dos seus olhos. Droga, isso é golpe baixo. Annabeth tem olhos cinza profundos e curiosos que parecem enxergar no mais profundo da sua alma e te deixam bobo e sem reação, pelo menos e assim que eu me sinto. Aliás, ela acabou de me convencer a fazer o que ela quiser, seja lá o que ela quiser, porque sinceramente, eu não me lembro de nada que aconteceu a alguns minutos atrás, droga!

– Então, vamos falar de negócios?

Acordei do transe e suspirei quando percebi que ela tinha conseguido de novo. Ela sempre consegue, mas isso não deixa de ser chato.

– Ok - Falei enquanto comia o café da derrota - me fale sobre seus planos.

Ela me deu um sorriso radiante e tive certeza de que me arrependeria amargamente de tudo aquilo.