Consequências - Fred E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 2
...Bad Lucky...


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*
AWN MAS VOCÊS SÃO UMAS LINDAS MESMO... CARA, primeiro cap e já estamso em 73 leitores, 33 comentários e uma recomendação linda da fofa da Bella Weasley *u*
*atrasa anos pra postar esta bosta, e fica ai se fazendo de idiota.... mas é muita cara de pau mesmo*
eu sei que demorei, mas tudo na minha vida tá uma bagunça, escola, trabalho, vestibular, mãe, mas não importa porque sempre que eu venho aqui, tudo fica bem, não sei como agradecer você...
*não demorando eras para postar quem sabe...*
*cala a boca, não estraga o momento*
2º queria dedicar esse capítulo especialmente para a Roli cruz, A DOIDA QUE IMPRIMIU A CAPA DE ESCOLHAS E ESTÁ FAZENDO A FIC ENCADERNADA... MANUSCRITA!!! Hj quando eu vi as fts que ela me mandou, comecei a chorar na moral, vocês não sabem como vocês melhoram meu dia.
Bom, eu retardada tinha escrito antes mais coisa, mas sem querer deletei o cap e minha inspiração inicial foi para as cucuias... ¬¬''
(sim, não se surpreendam se eu começar a relinchar...)
ps: tem personagem novo... prometo tentar não matar eles :s
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Bom, aproveitem ^^



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DOIS:


Quando se mora sozinho, é complicado arrumar energia para arrumar as coisas, ou cozinhar, ou acordar cedo. Por mais que eu morasse com Fred, eventualmente a casa virava uma bagunça e batia aquele desânimo só de pensar em ter que arrumar tudo aquilo. Acordar cedo então? Argh... Levantar às 4:45 da madrugada? ARGH!

– Você é a Maid daqui, você deveria arrumar as coisas... – Fred murmurava deitado na cama, coberto apenas com os edredons, com o braço jogado no rosto, falando e bocejando ao mesmo tempo.

– Aquilo não é uniforme de Maid! – protestei sentindo o rosto esquentar. – só é meio parecido... E mesmo que fosse, eu só sou ‘Maid’ na cafeteria. - destaquei as aspas.

– Mas você é a mulher, você deveria fazer esse tipo de coisa... Você tem o tato para essas coisas do lar.

Espremi meus olhos.

– Eu vou fingir que não ouvi isso... Eu passei meses viajando com dois garotos, meses sem encarar um chuveiro, a garota mais durona que o mundo bruxo já viu, entrei em uma guerra, sobrevivi à maldição da morte e você me solta uma asneira dessas? Realmente?

Ele começou a rir.

– Não ria de mim... – eu disse mais irritada.

– Eu amo como você se irrita facilmente... Você fica vermelha... – ele se debruçou sobre mim. – eu estou brincando... Você é a General do Potter, acha que eu ia me arriscar de fazer um comentário machista perto de você?

– É, eu sei que não... Você é minha vadia... – eu puxei um sorriso ladino e fiz meu melhor sotaque de cafetão.

– Completamente. – ele acenou com a cabeça. – menos quando você fica vermelha como uma garotinha.

– Cala a boca que eu sou mais macho que você. – eu disse erguendo as sobrancelhas.

Ele então se remexeu na cama, apoiando os braços ao lado da minha cabeça, me enjaulando com seu corpo. Olhou-me intensamente e arqueou uma sobrancelha, divertido, exalando dominância e abrindo um sorriso gatuno. Completamente Seme.

Tentei manter o olhar firme, mas o corpo dele estava muito perto do meu e não me permitia pensar direito. Ele então começou a trilhar uma série de beijos pelo meu ombro.

– Ainda sou sua vadia, General? – ele murmurou com uma voz rouca e desnecessariamente sensual.

Empurrei o ruivo com toda força que consegui, arranquei o lençol da cama e me embrulhei nele.

– Boa tentativa Fred. – eu disse rindo, em pé na porta do quarto. – Mas eu não posso me atrasar para o primeiro dia de aulas...

Ele bufou e enfiou a cara no travesseiro.

– Você é má Granger... – ele disse com o rosto contra o travesseiro.

Ri e busquei minhas roupas no armário. Tomei banho, tive que expulsar Fred que apareceu no meio do meu banho, preparei o café da manhã e Fred arrumou a sala (tiramos no pedra, papel, tesoura, ele perdeu), fiz omelete, suco de laranja, torrada com geleia. Comemos com calma, com tempo para lavar a louça e alguns minutos de “empolgação” na cozinha. Desaparatamos juntos para o caldeirão furado.

– Passa na loja depois da aula hoje? – ele disse entregando-me minha mochila.

Suspirei.

– Não posso Fred, às 16:00 eu começo na Livraria.

Ele resmungou. Achava que eu não precisava trabalhar e que era muita coisa, até para mim.

– Você estuda feito uma condenada para os NIEMs, é monitora Chefe e Geral do colégio, trabalha meio período em uma Biblioteca-café, e ainda é General do Potter, estrategista da Ordem e ainda faz um café da manhã maravilhoso...

Eu sorri.

– Viu só como você namora uma mulher poderosa? – eu disse abrindo um sorriso provocador.

– Hermione, sério... – ele revirou os olhos.

– Fred, você também é um dos principais Líderes da Ordem, viaja pelos cantos do mundo lutando contra focos dos comensais, Trabalha formalmente no ministério como Major-General de manhã, além de nunca descontar nada em mim. – eu disse gentilmente, enlaçando meus braços ao redor de sua cintura.

– Eu não estou grávida.

– Estranho se estivesse... – brinquei.

– Hermione...

– Eu sei, mas é por pouco tempo, estamos em Março, em setembro eu me formo, e eu vou começar a agir como uma grávida normal... Ou quase isso...

– Te conhecendo como eu te conheço, as aulas vão acabar e você vai se afundar em mais trabalho ainda.

– Você ia me amar se eu fosse dessas garotinhas que ficam em casa fazendo sapatinhos de crochê para o bebê?

Ele bufou. E novamente eu havia ganho a discussão. Ele alcançou meus lábios como se eu fosse feita de porcelana, dando inicio a um beijo sutil e carinhoso.

– Sabe-tudo-irritante...

– Ah, isso também: você me amaria se eu não fosse uma sabe-tudo-irritante?

Ele apenas riu-se.

– Vai logo que você vai chegar atrasado, seu ruivo tarado e pervertido...

– E você me amaria se eu não fosse um ruivo tarado e pervertido? – ele disse abrindo um sorriso maior ainda.

– Tchau Fred... – eu disse rindo, dando as costas e me preparando para sair para a Londres trouxa.

Ele com a agilidade de antigo batedor enganchou minha cintura e me puxou para mais um beijo empolgado, agora não tão sutil, mais brincalhão e voraz, provocador. Um beijo estilo Fred.

***

Cheguei ao colégio cedo, mal eram 6:00 cheguei antes mesmo de alguns professores... Slughorn por exemplo estava atrasado para variar.

O esquema dessa Hogwarts provisória seria diferente, com toda essa guerra e a exposição de alguns comensais que estavam no ministério – muito embora muitos ainda estejam manipulando o ministério – os pais se sentiram inseguros e com medo de largar suas crianças novamente no colégio, contudo, Hogwarts se tornou emblema de esperança e resistência aos comensais.

Eis a sugestão – modéstia a parte uma ideia brilhante minha de Luna e Gina – criamos um dormitório masculino e um feminino para os poucos alunos que vão morar na Hogwarts Provisória, e criamos um sistema seguro de transporte para aqueles que vão apenas estudar em Hogwarts, nãos mais dormir no colégio. Uma rede de Flu segura foi instalada no Caldeirão furado. Os alunos vão para lá, onde de lá serão transferidos até o prédio através de ônibus que parte às 07h15min, esses ônibus serão escoltados por aurores e recrutas trouxas selecionados e treinados por Fred. Uma das minhas idéias como General Estrategista dos Aurores. Para os que eventualmente se atrasarem será mandado um monitor responsável para escoltar o aluno até o colégio.

É, segurança máxima. Mas tempos desesperadores exigem medidas desesperadas.

– Hermione? Já aqui? – Minerva disse surpresa ao me ver coordenando os elfos.

Os professores mudaram de postura quando me aproximei como se mudassem de assunto rapidamente. O clima ali não estava dos melhores.

– Como o esperado de Hermione Granger. – Lupin disse parando ao meu lado e colocando a mão em meu ombro.

– É, eu quero conversar com os monitores sobre as normas de segurança, e ajudar com os preparativos para receber bem os alunos.

– Muito bem senhorita Granger. – Minerva sorriu com uma ponta de orgulho na voz, mas um relance de tristesa no olhar. Perguntei-me o que teria acontecido. – você é o exemplo de aluna.

– Obrigado diretora...

A conversa se seguiu e eu continuei com meus afazeres. Os alunos chegaram e nenhum atrasado. Surpreendentemente vieram mais do que nós esperávamos, inclusive primeiranistas. Hogwarts era novamente símbolo de confiança.

Apresentei os salões comunais, que eram separados, mas próximos um dos outros, todos tinham uma escada que ligava cada salão aos dormitórios. O dormitório feminino era grande e espaçoso, fora decorado para lembrar o máximo possível a Hogwarts original, as camas, as cortinas, e cada colcha decorada com o emblema e as cores das respectivas casas. Eu não iria dormir no dormitório, por isso, deixei Gina como responsável por quesitos de eventuais conflitos entre as casas. Mas caso eu fosse necessária aqui, instalamos uma única lareira no colégio, na sala da Minerva, que tinha ligação apenas com a Sede da Ordem, A Toca e à minha casa – não apenas por eu ser a monitora chefe geral, mas também por Fred ter se tornado uma peça importante na Ordem: Major, e eu ter me tornado recentemente literalmente General, o que faz da nossa Biblioteca-casa o quarto lugar mais seguro, perdendo apenas para a sede da ordem (Casa das conchas), A Toca e Hogwarts Provisória.

Quando acabei de socorrer Draco, que teve problema com alguns grifinórios que invocaram com alguns sonserinos finalmente pude ir à aula.

Ah, aulas. Como é bom poder voltar à ser estudante, e fingir por alguns instantes que eu apenas devia me preocupar com os NIEMs.

Ah, ainda tem isso, os membros da Armada de Dumbledore não eram alunos comuns. Todos (os que não tinham morrido) continuavam no colégio, mas não apenas como alunos, mas também como Frente de Proteção ao colégio, e treino paralelo dos mais novos.

Basicamente, éramos também professores nas horas vagas, ensinando DCAT complementar, treinando e tirando dúvidas, protegendo o prédio já que os Aurores estavam ocupados combatendo os comensais dentro e fora do ministério e os recrutas trouxas não estavam completamente treinados. Mas não pense que a escola se tornou uma ditadura como no quinto ano. Não. Os alunos estavam unidos, realmente interessados, se divertiam nas aulas, e se acostumavam com o novo espaço. Divertiam-se observando a Londres trouxa e adoraram o pátio de inverno que o prédio tinha. Sim o prédio era um antigo hospital abandonado, então tinha muitas salas e um belo pátio interno, que diminuía a sensação de se estar preso e revigorava os ares do colégio.

– HERMIONE! – um grito estridente que se seguiu de um baque surdo, e eu quase caí no chão com certa ruiva dependurada em meu pescoço. – Onde você estava, achei que íamos ter Feitiços juntas!

Ajeitei-me e abri um largo sorriso.

– Por hoje eu fiquei ajudando os professores e os alunos, então minhas aulas foram irregulares apartir de amanhã eu começo com as aulas normais. – disse-lhe feliz – onde estão os outros?

Ela começou a tagarelar, me puxando pela mão rumo ao salão principal improvisado. Na verdade tinha ficado bem parecido com o salão da Hogwarts original, a única diferença era que o lugar não era tão alto, mas fora isso tudo era muito parecido.

Meu peito se revirou ao ver meus amigos sentados na mesa da grifinória, rindo, conversando, descontraídos. Como nos velhos tempos.

EIÕE! Uasê ao e ii oê! – Rony “disse” assim que eu me sentei na mesa.

Apenas suspirei. Não tinha jeito, os anos se passavam e eu nunca entendia o que esse troglodita falava.

– Alguém traduz, por favor... – pedi.

"Hermione! Quase não te vi hoje!" – Harry veio em meu socorro.

Sentei-me em meu lugar de sempre, entre Rony, que parecia que ia estourar as bochechas de tanta comida, e Harry que ria da cara do ruivo.

– Amanhã meu horário fica mais normal. – respondi-lhe.

Começamos a conversar, e eu passei a atualizar os membros da A.D sobre o que estava acontecendo na Ordem e no ministério. Neville sabia de algumas coisas, pois sua avó tinha entrado na ordem – uma figura realmente curiosa a senhora Longbottom, mas sabia fazer bolinhos como ninguém – mas Harry, Gina e Rony, estavam completamente desatualizados, parece que a senhora Weasley continua naquela nóia de superproteção.

E então, repentinamente senti algo fungar em meu pescoço, e uma mão provocadora segurar minha nuca.

– Você ainda me deve aquele mènage. – a voz baixa soou contra minha orelha.

Eu respirei o suco que estava tomando, me engasguei, fiquei sem respirar, me desesperei...


“Sobreviver à Maldição da Morte e morrer engasgada com suco de Tamarindo... É a sua cara...”.

“Cala a boca Consciência, você não sabe como isso é desesperador.”

“Claro que eu não sei, eu não sou idiota o suficiente para respirar suco.”

“Já mandei você ir chupar um prego para ver se vira parafuso hoje?”


Assim que consegui voltar a respirar, com Rony e Harry batendo em minhas costas, delicados como elefants, visualizei melhor o desgraçado que quase literalmente rolava de rir. Era moreno e não muito alto, bonito, robusto, feições definidas e finas, os Dreads presos, cicatrizes pelo rosto e um sorriso de quem cresceu ao lado dos gêmeos.

– Lino seu maldito, vou comer seu cu, seu desgraçado!

– Opa, epa, ipa, upa... Olha a boca! Que feio, agora você é monitora Geral, tem que dar o exemplo. – ele disse com seu jeito de raposa.

– Chega pertinho que eu vou te mostrar o exemplo... – eu disse sorrindo maniacamente.

– Tentador Mi, mas eu prefiro conservar meu belo sorriso com todos os dentes.

– Sábia escolha. De qualquer forma, o que faz aqui afinal, achei que tivesse conseguido tirar seu diploma.

– Ah eu consegui. – ele sorriu orgulhoso – Mas Minerva precisava de alguém que desse as aulas de esportes.

– O que aconteceu com a madame Hooch? – indaguei.

Um silêncio se abateu sobre a mesa, e todos me dirigiram um olhar estranho, de agouro, com uma sombra sepulcral nos olhos que já se tornara comum no meu dia-a-dia.

– Acharam-na em casa. Comensais nessa madrugada atearam fogo em sua casa. – Lino dizia com um tom de voz baixo. – Mataram toda sua família.

Comecei a sentir aquela velha náusea, mal estar, tontura e sentir aquele aperto no meu peito. Provavelmente, enquanto eu estava tomando meu banho nesta manhã, a casa da Madame Hooch estava em chamas.


Quem sabe quando vai ser a sua casa?” minha consciência sádica veio me aterrorizar.

“Vai chupar um prego para ver se vira um parafuso, sim?” rebati.


Sacudi a cabeça bruscamente, arremessando para longe aqueles pensamentos inapropriados, não podia demonstrar sinal de fraqueza.

– Er... Bem, de qualquer jeito, Hermione vou precisar da sua ajuda. – Lino disse mexendo nos Dreads.

– Ah, claro...

– Temos um casal de irmãos da Estônia, seja lá onde for que isso fique, que só chegaram agora. Minerva queria que você, Rony e Harry fossem comigo buscá-los comigo. Prioridade máxima.

– Eu fiquei de ajudar Lupin com as aulas da tarde. – Rony disse.

– Certo... Acho que não tem problema se formos apenas nós três.

Harry levantou-se e deu um rápido e singelo beijo em Gina.

– Então vamos. – ele disse acabando de tomar seu suco.

Fiz o mesmo. isso é, sem dar o beijo na Gina...

– Se cuidem. – Gina disse apreensiva, disfarçando em um sorriso torto.

– Gina, esses dois já sobreviveram à maldição da morte... Não é qualquer coisa que vai matá-los. – Lino disse sorridente, jogando os braços ao redor de mim e de Harry.

– É impressão minha ou você está nos levando para nos usar de escudo caso alguma coisa aconteça? – Harry disse olhando por cima de seus óculos, soprando a franja preta rebelde sobre o rosto.

Lino fez uma expressão de exaspero.

– Eu jamais faria uma coisa dessas!

– Aham... – eu, Harry, Rony, Gina, Neville e Lilá dissemos ao mesmo tempo.

– Bom saber como anda minha reputação. Olha, eu estou me sentindo ofendido.

– Certo princesa, vamos logo. – Harry disse puxando o moreno para longe. – tchau.

– Tchau. – os que ficaram na mesa responderam.

Saímos. Para Desaparatar temos que nos afastar uma quadra do colégio. Mal colocamos os pés do lado de fora do colégio, e uma certa tensão tomou conta de nós. Nada dito ou explícito, apenas aquele mal estar, e a mão que toca disfarçadamente a varinha por cima do bolso.

Chegamos lá sem grandes problemas. Uma garota com longos cabelos loiros, grandes peitos, e bem mais alta que eu - ok exagero meu, não era taaaanto assim - , provavelmente da idade da Gina e um garoto loiro que devia ter seus 14 anos estavam sentados ao lado de uma pilha de malas.

– Vocês devem ser os Demeter. – Harry estendeu a mão.

A mais velha se adiantou e balançou a mão do moreno, com um porte esguio e olhos analisadores. seus longos cabelos lisos e esquálidos encobriam uma orelha delicada com tres ou quatro brincos.

– Somos do colégio de Hogwarts, estamos aqui para levá-los até lá. Eu sou Hermione Granger, Monitora Geral da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Este é Harry Potter, um dos Guardiões de nossa Frente de Defesa e esse é Lino Jordan, professor de Esportes do colégio.

O loiro simpático estava agora empolgado, quase em cima de Harry.

– Você é Harry Potter? O Harry Potter? – ele dizia empolgado.

Harry coitado estava vermelho, ajeitando os óculos nervosamente.

– É... Acho que sim.

O loiro ia começar a surtar, mas então a voz baixa da irmã se sobrepôs.

– Então você é a General. – ela disse me analisando – onde está o outro? Era um trio não era?

– Como você sabe? – indaguei confusa, não gostando muito do seu olhar.

– Somos afilhados da Minerva. – ela disse ainda séria. – já ouvi falar de vocês.

Tive que engolir minha inexpressividade, e senti minha cara se quebrar lentamente. Para mim, a Minerva era a Minerva, diretora McGonagall, durona, rígida... A minha professora predileta... Nunca passou pela minha cabeça que ela tivesse uma vida fora do colégio.

"Tia Minerva?" 

Por céus, isso era bizarro.

Isso certamente explicava a prioridade máxima desse assunto.

– Nesse caso sejam bem vindos e tudo que precisarem podem nos chamar, Minerva é uma pessoa muito especial para nós. – Lino disse saindo pela tangente, com um sorriso carismático.

– Agradecemos por isso – a loira disse com uma cordialidade puritana e rebuscada.

As conversas não foram muito compridas, logo estávamos de volta ao colégio. A seleção de casa deles foi rápida e discreta. Ambos foram para Corvinal. Muito embora me parecesse que tudo naquela tal de Panti Demeter gritasse: SONSERINA, SONSERINA, SONSERINA!

– AH MINHA VARINHA! – O pequeno Nicolas disse vermelho, com olhos esbugalhados.

– O que aconteceu com a sua varinha? – indaguei.

– Esqueci-a no caldeirão furado acho... – ele disse com os olhos preocupados.

Ele tinha 14 anos, mas tinha um jeito infantil muito engraçado. Não era como se ele se preocupasse com a guerra ou algo do gênero, ele era estabanado e descontraído. Não como Fred que muitas vezes interioriza o que sente, não. Nicolas era genuinamente um cabeça de vento, alienado e distraído. Ingênuo e risonho.

– Eu vou buscar. – Harry se voluntariou.

– Não Harry, você tem Poção agora, suas notas precisam melhorar ou não vai passar nos NIEMs, deixa que eu vou. – disse.

– Sozinha? – Harry disse sério.

– Sim, não se preocupe. Vou em um pé e volto no outro. – eu sorri, virei-me para encarar o loiro – como é a sua varinha?

– De madeira...

Olhei-o cética sem saber se ele estava brincando ou falando sério.

“Avá que é de madeira...”.

– Pelo de unicórnio, 25 cm, flexível, tralhada em Nogueira, com detalhes prateados na base e uma formação em espiral na ponta. – Panti disse revirando os olhos para o irmão.

– Obrigado. – eu sorri tentando ser simpática – Harry, peça para Gina apresentar o dormitório para a Srta Demeter e peça ao Draco que mostre o dormitório para o Sr Demeter.

– Deixa que eu mostro para ele. – Harry disse sorrindo.

– Não senhor! Você vai para aula de poções e vai se dedicar, por que quando eu voltar eu vou revisar a matéria com você, e ai de você se não souber responder algo!

– Por que o Draco pode faltar e eu não?

– Por que o Draco já teve essa aula de manhã, e a próxima aula dele é de História Trouxa que não é importante para o curso que ele quer fazer. Agora não discuta e se apresse, ou vai chegar atrasado!

– Tudo bem mãe... – Harry bufou pegando as malas, Lino fez o mesmo.

– Tome cuidado lá General, seria uma lástima se algo acontecesse sem você pagar aquilo que me deve... Eu, você, mais alguém...

Senti o resto ferver e dei um soco no Lino, com um sorriso amarelo.

–Cala a boca Lino, vai assustar os alunos novos... Agora você é um professor lembra?

Lino gemeu, acariciando o ponto da cabeça em que havia batido.

– Certo, certo... Até mais.

Saí novamente do colégio, o clima frio estava piorando e o vento londrino era cortante. Fui até o caldeirão furado, achei a tal varinha, exatamente como Panti tinha descrito, e rumei para o beco mais próximo para Desaparatar.

– Ora, Ora, Ora... Quem eu encontro aqui? – uma voz odiosa soou atrás de mim.


“E o troféu de Miss Azar vai para... Hermione Granger!”

“Sou obrigada a concordar com você, Consciência...”

– Cameron... Que bom te encontrar, estava louca para quebrar sua cara! – eu disse trincando os dentes.

– Até parece. – ela disse jogando seus cabelos longos e negros para o lado, encantadoramente linda. – Crucio!

– Protego!

Eu pensei em Desaparatar, mas se eu conseguisse derrotá-la e prendê-la, seria um comensal a menos, eu não era mais uma garota, eu estava muito melhor em combate...

– Incarcerous! – eu conjurei as cordas que por muito pouco não a prenderam.

Ela riu cética.

– Você realmente acha que pode comigo? Eu sou o Braço direito do Lord, sou a mais cruel das comensais, torturei mais pessoas do que você é capaz de contar, sua pirralha de sangue ruim!

Eu gargalhei.

– Acha engraçado? – ela disse ligeiramente desconcertada.

– Acho graça na sua arrogância; Em quesito Braço Direito e crueldade, eu sou Team Bellatrix...

– O que?

– É, ela é bem pior do que você... Você não passa de uma patricinha que se acha malvada...

É, eu cravei a unha na ferida dela. Não tenho certeza se foi o melhor a se fazer, pois ela desencadeou com uma raiva cega diversos feitiços, que eu mal podia me esquivar.

– Você é a próxima Granger... Acho que já deve saber sobre o que aconteceu com aquela sua professora...

Agora ela tocava na minha ferida. Então ela tinha feito aquilo? Como se eu começasse a entrar em ebulição senti o ódio começar a crescer, não me conformando em saber que parte daquilo era minha culpa. se não fosse por mim tudo estaria em paz.

– Eu fiz ela escolher qual filho eu mataria primeiro... – Cameron sorria. – Bella me ajudou, mas o refinamento de crueldade é meu, e eu estou aperfeiçoando ele especialmente para você... Você, o Fred e o seu filho.

Senti como se cravassem uma barra de ferro quente em meu estômago, o ar me faltou e senti o chão oscilar sob meus pés como se fosse gelatina. Foi o que ela precisou. Nesse quarto de segundo, ela me atingiu um longo e doloroso Crucio, rindo-se e divertindo-se. A dor não era novidade, não era mais tão terrível quanto antes, mas tudo que eu pensava era no meu filho. Será que elas tinham percebido que eu estava grávida durante a batalha? Ou era um blefe?

– Eu não tenho filhos sua idiota... – eu disse me apoiando para me levantar do chão.

– Mas vai ter... – Cameron disse – eu e Bella temos lindos planos para o seu filho...

Não confirmei estar grávida, mas a força que eu tinha que fazer para não deixar transparecer em meu rosto o medo que eu sentia, foi como se me prendessem em uma caixa cheia d’água. Era sufocante, desesperador, agonizante. Perguntava-me como alguém como ela podia ser irmã de alguém tão legal como Ian.

Ela se aproximou de mim e chutou minha mão, fazendo com que eu caísse novamente machucando meu rosto.

– E você deveria saber que Fred só está com você por conveniência. Eu fui a primeira dele, é eu estralar os dedos e ele vem até mim, como um cãozinho.

Ri cética.

– Ah, não acredita? Pergunte a ele sobre o que aconteceu quando você estava fora caçando Horcruxes... Eu adorei a decoração do seu quarto por sinal, as paredes azuis, as prateleiras brancas, aquela vista para o povoado de trouxas...

Eu não acreditava, mas quanto mais detalhes ela dava mais perturbada eu ficava. Confiava em Fred acima de tudo, e conhecia os venenos daquela vaca, mas não entendia como ela conhecia minha casa tão bem. Será que os comensais entraram em casa quando eu estava caçando Horcruxes? Será que eles sabem ainda como invadir a biblioteca? Não sabia o que era pior, o fato cogitar a hipótese de que os comensais sabem burlar meus feitiços de proteção, ou imaginar que Fred algum dia levou Cameron lá para dentro.

Teve uma época em que brigamos, e eu fui embora, pois não queria envolvê-lo nessa história de Horcruxes, mas mesmo assim, ele sempre soube que isso me machucaria mais do que qualquer outra coisa, já que eu sabia que ela de fato tinha sido o primeiro amor dele... ele não faria isso.

A cada palavra dela, descrevendo sobre como Fred a tocava, foi despertando em mim um instinto perigoso, feroz e arisco, um ódio profundo e mortal. A cada chute que ela me acertava eu tinha mais raiva, e sentia meu pulso direito inchar.

Acho que aguentei até o terceiro chute. Quando ela aproximou seu pé da minha mão novamente eu agarrei seu calcanhar, puxando-a com força, fazendo com que ela despencasse batendo a cabeça no chão.

– Diffindo! – eu disse com raiva, mirando no rosto dela, deixando ali uma marca feia que abria sua carne desde sua têmpora até a maçã do rosto, passando pelo seu lindo olho verde enigmático.

Ela gritou de dor, largando a varinha e levando a mão até seu olho esquerdo, desesperada com sangue em suas mãos. Não sei se a tinha cegado ou algo do gênero, pois o corte pegou seu supercílio, mas vê-la desesperada, em uma mistura de dor e agonia era realmente bom, retalhar seu rosto e lembrá-la que aquela sua beleza é passageira e frágil. Mostrar a esse monstro que ela também sangra, e mais do que isso, eu sabia ser cruel também. tinha meus momentos Barroco de Gregório de Mattos.

Incarcerous! – ela então lançou o feitiço, que acertou em cheio minha perna, espremendo-a de um jeito que me fez pensar se eu não teria a perna amputada.

Mas ela não arriscou, assim que me distraiu, aparatou, sem deixar chance para que eu a atacasse ou a impedisse.

Levei algum tempo para tirar aquela maldita corda que estrangulava agora também meu abdômen. Desaparatei e fui até Hogwarts II.

Estava indo para o dormitório feminino quando acabei trombando com o pequeno Nick ao virar o corredor.

– Ah... Senhor Demeter... – eu sorri, tentando ajeitar a perna da minha calça que estava rasgada. – seria esta a sua varinha?

Ele sorriu e apanhou a varinha, ia começar a agradecer quando seus olhos localizaram minha calça rasgada. Ele analisou meus cabelos desgrenhados, meu pulso machucado e mãos esfolhadas.

Contudo, a pergunta não veio dele.

– Céus Hermione o que houve?! –era Lino que vinha atrás de mim.

– Comensal. Cameron. – eu disse revirando os olhos.

– Você lutou contra um comensal? Sério? – os olhos do loiro se iluminaram. – você está bem? Você prendeu ele?

Sorri de modo torto.

– Eu estou bem, não é assim para me pegar... – eu disse dando um meio sorriso, acariciando a cabeça do loiro – agora você deveria ir para a aula, sim?

– Mas, você não...

– Eu estou bem, amanhã conversamos melhor...

– Quer tomar café comigo? Daí você pode me contar melhor essa história. – ele disse fascinado.

Fiquei sem ter o que falar, minha perna estava latejando e eu estava com medo pelo meu bebe, então nem pensei direito, apenas afirmei para me livrar logo dele.

– Até amanhã então. – ele disse sorridente.

– Até. E por favor, não comente com ninguém sobre isso! – acrescentei e recebi como resposta um polegar positivo.

O garoto mal saiu da minha vista e os braços de Lino vieram me amparar, joguei meu braço ao redor do seu pescoço enquanto ele me amparava pela cintura.

– O que houve? – ele disse sério.

– Cameron estava no beco em que eu iria Desaparatar.

Fui lhe narrando a história omitindo certos detalhes pessoais, embora Lino soubesse do passado de Fred com ela. Lino me levou a enfermaria e rapidamente cuidou de meus ferimentos, não houve nada grave, apenas alguns arranhões. Eu estava com certeza em melhor estado do que ela.

Quando estava completamente curada, voltei para as aulas, o almoço foi normal e ninguém notou nada. Tinha a última aula livre que fiquei na sala de estudos fazendo revisões para os NIEMs ocupando minha mente para não pensar nas palavras venenosas dela.


“Pergunte a ele sobre o que aconteceu quando você estava fora caçando Horcruxes...”


Dali segui pelas ruas frias, mancando ligeiramente, até o café. A rotina foi a mesma de sempre: dei oi para todo mundo, Lígia veio me torrar a paciência para que eu a aproximasse de Ian, as clientes vieram até mim me perguntar sobre onde estaria o bibliotecário bem apessoado, eu preparei as mesas, servi os cafés, organizei a nova leva de livros, limpei os estoques, encontrei Ian nos estoques e contei sobre o ocorrido com a sua irmã, ele ficou muito revoltado e furioso mas depois voltou a ser o bom e velho Ian. Ajudei na cozinha, lavei pilhas de louça, fiz duas entregas de livros na parte baixa da cidade. Eram 22:00 quando fechamos a livraria, dessa vez eu e Lígia ficamos encarregadas pela finalização. Saí da cafeteria eram quase 23h00min da noite.

Acompanhei Lígia até em casa, Londres havia se tornado um lugar perigoso.

Desaparatei para casa, morta, eram 23h30min.

– Hermione? – Fred chamou assim que bati a porta.

Ele veio correndo, com avental de patinhos na cintura, pano de prato no ombro, e luvas de cozinha, ele estava cômico. E finalizando com um arco meu preto nos cabelos ruivos, para afastar a franja do rosto.

– Hm... Fetiche? – eu disse sorrindo.

– Que história é essa da Cameron ter te atacado? – ele colocou a mão na cintura sério.

Lino seu linguarudo!

Eu sei que era algo sério, mas eu tive que rir, ele parecia aquelas mães que brigam com o filho que chega em casa por que o diretor havia ligado dedurando sobre a nota baixa.

– Desculpa... – eu disse abafando o riso.

Respirei mais um pouco, tive outra crise e finalmente consegui falar.

– Eu tive que ir até o caldeirão furado pegar a varinha de um estudante novo, e topei com ela no beco, mas tá tudo bem.

Ele avançou até mim e em um solavanco puxou minhas mãos que estavam lascadas, depois puxou a bainha da minha calça pra cima e analisou as marcas fracas que ainda tinham.

– Isso é estar bem? – ele disse sério – Hermione, você está grávida! Não pode ficar por ai se arriscando, como se fosse uma adolescente indestrutível e protetora de tudo e de todos, pare de se fazer de corajosa, ou vai acabar se matando!

– Em primeiro lugar: Eu estou grávida, não com um câncer terminal! E eu sou assim, não vou mudar magicamente e me tornar uma mãe exemplar dessas de seriado de TV norte-americano! – disse começando a me sentir irritada.

– Mas você vai ter que mudar, você vai ser mãe!

– E quanto a você hein? Caçador de comensais. Você acha que é assim que um pai deve se portar?

– Não mude de assunto – ele disse tirando o arco da cabeça e deixando que a franja ruiva caísse sobre seu rosto como uma cascata de bronze incandescente.

– Eu não mudei de assunto, apenas estou vendo o outro lado.

– Você sabe que eu não posso simplesmente abandonar a Ordem.

– E eu posso? Posso simplesmente deixar a Diretora McGonagall na mão? – agora eu estava raivosa, tinha jogado minha mochila no canto da sala e passava furiosa pelo ruivo.

– Eu não quis dizer isso... – ele também estava bravo – você sabe que não é sobre isso que eu estou falando, é sobre a sua irresponsabilidade e imprudência...

Não permiti que terminasse, peguei minha varinha e marchei em direção à porta.

– Sabe Fred, agente odeia tudo o que nos castra. – eu disse abrindo a porta.

Ele tentou chegar a mim a tempo, mas eu fui mais rápida, desaparatei na noite fria, antes que eu fizesse uma besteira maior ainda.




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Notas finais do capítulo

TCHANS!!! -pressintoavadaschegando
GOMEN, EU SEI QUE FICOU FRAQUINHO, MAS EU VOU MELHORAR!!! e mals pelos erros, nem revisei direito t-t'
.
.
Ah, algumas pessoas perguntaram sobre a capa, EU NÃO FIZ ELA, e não sei quem fez, se não colocaria os créditos... se você é o autor da imagem e se incomoda, me mande uma mensagem que eu troco... só por favor: NÃO ME PROCESSE.... T-T''
Jay Ne ^~^
*Malfeitofeito*