- Jason... - respirei fundo.

- Para. Eu sei, voce gosta do Bernardo, mas... Deixa eu te leva pra um encontro. Por favor. - ele fez aquela carinha impossivel de resistir e eu acabei cedendo. - Aceita as rosas, então? - peguei o buque na mão, elas eram lindas, mas nunca foi de coisa romantica, então aquilo não me surpreendeu muito. - Pensei em ti levar pra um restaurante chique... - fiz uma careta, odeio restaurantes chiques, voce sempre tem que ser "perfeitinha", usar TRÊS garfos, pra que três garfos?! Faço uma ótima refeição usando um garfo só! - Mas, como sabia que ia fazer essa cara aí - ele riu - Pensei em ti levar pra outro lugar.

- Qual?

- Surpresa. - ele me puxou.

- Vamos andando? - fiz cara triste.

- É aqui pertinho, sua preguiçosa. - ele pegou minha mão e eu hesitei um pouco, mas depois a segurei e andamos, andamos e andamos. 

- Quando. Nós. Vamos. Chegar?! - falei, quase me arrastando no chão de tanto cansaço. 

- Espera. - ele passou o braço por baixo das minhas pernas e o outro deixou nas minhas costas e antes que eu pudesse reagir me pegou no colo. 

- Me larga Jason!

- Por que? Não esta confortavel? - admito, estava mais do que confortavel, por isso deixei de reclamar e só apreciei. Eu me sentia protegida com o Jason, como se ninguém pudesse me machucar, passei meu braço envolta do seu pescoço e deitei a cabeça em seu ombro. Fiquei olhando pra ele, não gostava dele querer tanto ficar comigo e eu não sentir o mesmo, queria tanto que ele gostasse de mim só como amiga... Mas é mais que obvio que não é só isso. - Chegamos. - ele me colocou no chão com cuidado e eu olhei pra onde estavamos.

- Basquete? - levantei as sobrancelhas. 

- Vamos ver se consegue me derrotar, sua baixinha.

- A baixinha aqui, acaba com você. - pisquei pra ele e corri pra dentro da quadra.

Tudo bem, era um pouco injusto, já que ele era uns dez centímetros mais alto que eu... Não que eu fosse baixa, atualmente tenho mais ou menos 1 e 75, por ai... Ele que era alto demais! Mas eu era mais rápida que ele, no fim a gente acabou perdendo a conta e eu me joguei no chão de tanto cansaço e ele sentou ao meu lado, ficamos descansando, trazia paz e tranquilidade ficar ali olhando as estrelas. 

- Olha - apontei pro céu - Aquela parece um elefante. - eu ri. E ele ficou procurando.

- Não achei. - ele deitou ao meu lado. - Aquela constelação parece com uma cabra.

- Uma cabra?! Jason, quem acha uma cabra em constelações?! - eu ri.

- Eu achei você. 

- Aonde? - arqueei as sobrancelhas.

- Aqui do meu lado, a estrela mais bonita de todas. - acho que devo ter virado um pimentão de tão vermelha que estava, parei de olhar pra ele e voltei pras estrelas, mas acho que ele notou o sorriso que estava no meu rosto. 

- Será que existe vida em outros planetas? - sim, eu estraguei todo o clima de propósito. 

- Hum... Er... Sei lá. - ele parou de olhar pra mim e virou pro céu.

- Eu acho que sim. Na verdade, eu tenho esperança que sim... Isso não pode ser o fim, não é? Quando a humanidade acabar uns com os outros, quando tudo se destruir, tem que ter esperança. Talvez, eles estejam entre nós. Ah, como eu queria estar certa, a humanidade não pode ser a esperança, não é? Se não a gente esta ferrado. - ele concordou com a cabeça e continuou olhando pra cima. 

- Acho que vi uma espaçonave. 

- Ta de brincadeira... Vai tomar no cú, Jason.

- Mas eu acho que vi! Bem do lado da lua, passou bem rapidinho. Voce que não viu. - ele riu.

- Se vai ficar rindo da minha cara eu vou pra casa. - fiz beicinho e ele me abraçou. 

- Desculpa, linda. - Linda? Ninguém nunca tinha me chamado assim... Até hoje.

- Er... Tudo bem.  - fechei os olhos e me aconcheguei no ombro do Jason.

POV' Jason

Acho que a Blake já estava dormindo no meu ombro, já que estava ouvindo sua respiração ficar mais calma. Abracei ela mais pra perto de mim já que ela parecia com frio, com dificuldade peguei meu casaco e cobri ela, por sorte não acordando-a.

Ela ficava tão linda dormindo, na verdade, ela ficava linda de qualquer jeito, com saia ou jeans, sem maquiagem ou com, de all star ou salto alto, ela era perfeita de todos os jeitos e isso me assustava. Me assustava o fato de querer tanto uma garota, me assustava o fato de eu ir nas festas, ver garotas praticamente mostrando o útero com seus vestidinhos e só pensar em como eu queria que a Blake estivesse ali comigo. Eu nunca fui um bom garoto, nunca fui um bom namorado, Selena sabia disso, na época em que namorávamos eu a traia e ela sabia, mas preferia ficar com um garoto que a traia do que ficar sozinha, eu tinha necessidade de ficar com milhões de garotas, mas agora, a única necessidade que eu tenho é de ficar com a Blake. 

É tão impressionante o quanto eu tento conquistar ela, o quanto eu tento ficar do seu lado quando ela esta triste, eu a encontrei chorando por causa daquele Bernardo, a ajudei e no fim ela correu pra ficar com ele. Fui eu que ouvi ela falando dos seus problemas, não o Bernardo, por que ela tem que querer ficar com ele?! Eu aceitaria seus defeitos, que se tornaram qualidades pra mim, eu passaria o dia de pijama com ela se ela quissesse, poderia passar o dia inteiro na cama, desde que ela estivesse ao meu lado, eu jogaria basquete e a deixaria ganhar, eu iria em uma festa com ela e diria "pode ir usando all star e jeans" e quando chegássemos lá e todos olhassem pra ela com uma cara estranha, eu iria segurar sua mão e sussurrar em seu ouvido "você esta muito mais bonita que todas as garotas dessa festa JUNTAS". 

Por que eu quero tanto uma garota? E por que tem que ser a única garota que não me quer?

POV' Blake

Acordei com uma dor nas costas, abri os olhos e estranhei invés de ver o teto branco do meu quarto, ver o céu azul. Estranhei invés de estar deitada no meu travesseiro, estar deitada no ombro do Jason.

- Jason? - balancei ele um pouco e ele logo acordou.

- Blake? Acho que a gente pegou no sono. - ele se sentou. 

- Pois é... Que horas são? Meu pai vai me matar. 

- Hum... - ele olhou o relógio - Oito horas.

- Da manha?!

- NÃO BLAKE! Esta de dia e é oito da noite... - ele falou sarcastico.

- Cala a boca, por que não me acordou pra irmos pra casa?! Esta louco?! Meu pai vai... Ai, nem sei o que ele pode fazer!

- Calma, vamos pra casa agora. - ele estendeu a mão e me ajudou a levantar.

- Faz uma coisa por mim?

- O que?
- Me leva no seu colo? 

- Por que?

- Estou com sono.

- São umas vinte quadras daqui sua casa.

- Por favor... - fiz beicinho e admito que usei um pouco de chantagem emocional que aprendi com a Rebecca, enrolei meu cabelo com o dedo e mordi meu lábio. Acho que fiz certo porque ele acabou cedendo. 

- Só por você, baixinha. 

Chegamos em casa e me despedi do Jason ali embaixo, não queria que meu pai o visse.

- Onde você estava?! - Regina gritou quando entrei pela porta da cozinha.

- Desculpa, desculpa, desculpa... - sussurrei. - Meu pai sabe que sai?

- Não. - nem sei porque fiquei tão triste com isso, ou tão... Surpresa. Ele sempre me ignorou mesmo, só achei que talvez as coisas finalmente estivessem mudando. 

- Blake! Oh, Blake, esta tão linda, amei suas novas roupas e o fato de ter trazido umas amigas aqui pra casa como eu soube que trouxe. - Lucy apareceu na cozinha, nem sei o que ela estava fazendo aqui, só queria que ela fosse embora logo, odeio olhar pra cara dela.

- Ah, sim. - tentei forçar um sorriso.

- Continue assim e talvez eu até pense em cancelar o psicologo. - ela deu um beijo na minha bochecha e saiu. Assim que ela foi embora passei água no meu rosto para tirar todos os resquicios e germes dela. 

- Aquela mulher é uma falsa. - Regina disse.

- Nem me diga. - revirei os olhos.

- Ei, você não tinha que estar na escola? 

- Ah, é mesmo... Se eu sair agora, chego no terceiro período. Tchau Rê.

A professora de química já tinha entrado na sala quando eu cheguei, felizmente ela me deixou entrar já que eu havia chegado apenas cinco minutos atrasada. Rebecca me chamou pra sentar ao lado dela mas fingi que não vi a sentei ao lado de Bernardo.

- Esta linda hoje. - ele disse rindo. Olhei pra minha roupa, estava com a mesma roupa de ontem a noite, com a apenas um detalhe diferente: tinha dormido no chão. Ou seja, minha blusa branca estava suja de tudo que é tipo de coisa. 

- Cala a boca. - ri junto.

- Eu não estava mentindo. - acho que corei, nunca havia corado antes na minha vida, era tão... Bonitinho? - Te fiz corar. 

- Isso que dar ser tão fofo. - Fofo? Eu disse mesmo essa palavra? Acho que estou doente.

- E o nosso primeiro encontro, quando rola?

- No momento em que admitir que estamos namorando.

- Estamos namorando. 

- Não desse jeito, tem que ser especial. 

- Vai se arrepender de ter dito isso.

- Ah? - arqueei as sobrancelhas mas ele ignorou e voltou sua atenção para a professora que estava explicando alguma coisa sobre átomos e coisas inúteis desse tipo.