Cinderella de vans escrita por ilikehotboys


Capítulo 16
Uma noite arruinou tudo


Notas iniciais do capítulo

ooi, como vão vocês??
as coisas voltam ao "normal" nesse capitulo



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- Blake, acorda garota, dormiu feito pedra. - alguém me balançou.

- Caroline! Foi tudo um sonho! - gritei e a abracei.

Mas não, aquilo não era um sonho, eu sabia agora, sabia quem o Hunter era, sabia porque desde o inicio ele falou comigo, porque ele tentou me beijar, o que eu não entendo é porque ele não me disse seu verdadeiro nome.

- Tenho que sair Caroline, se cuida, viu? Não deixa meu pai te ver aqui. - disse, dei um beijo na bochecha dela, coloquei um jeans qualquer uma blusa preta e um all star, corri para a porta e fui pra escola. 

Entrei correndo no colégio, tinha esquecido minha mochila em casa, todos estavam olhando pra mim, minha combinação de roupa não estava, vamos dizer, aceitável, na verdade, parece que quem tinha me vestido era uma cega. 

E lá estava ele, lindo como sempre, conversando com uns amigos.

- Blake, oi. - ele sorriu.

- Hunter! - sorri - Ou devo dizer... Bernardo? - me sorriso se desmanchou na hora.

- Nossa faz tempo que não ouço alguém te chamando disso. - um amigo dele comentou.

- Ah, Blake, podemos conversar?

- O que? Pra ti mentir mais ainda pra mim? Não, obrigada. - disse virei as costas.

- Por favor, Blake. Deixa eu explicar porque eu menti.

- Não me interessa porque tu mentiu, voce sabe que a coisa que eu mais prezo é confiança e uma vez perdida nunca mais recuperada, entendeu? Nunca mais.

- Você não entende, é mais complexo que nossas promessas, que tudo que a gente viveu quando criança. 

- O que é mais complexo?! Você tem uma namorada? Era só me dizer, não precisava mentir. - suspirei, eu era apaixonada por ele, eu sempre fui, desde o inicio, eu era apaixonada pelo meu Bernardo, mas agora, ele não parecia ser mais meu.

- Namorada? Não Blake, eu não tenho namorada e tudo o que eu queria era poder ficar contigo.

- E por que não pode?! - gritei. 

- Podemos conversar em outro lugar, por favor? - ele segurou a minha mão e caminhamos até uma pracinha um pouco longe da escola mas não tanto, só o suficiente para ficarmos sozinhos, sem ninguém para ouvir. 

- Fala. - disse, cruzando os braços e ficando séria, tentei mostrar pra ele que nada que ele dissesse ou fizesse ali iria fazer com que eu o perdoasse. 

- Eu te esperei Blake. Claro que esperei. Você era minha garotinha, se lembra? Minha "namorada"? Quando crianças e nós tivemoss aquela promessa, e eu ia cumpri-la. Juro que ia. Se eu não fosse tão idiota a ponto de ir pela cabeça dos outros. E os meus amigos começaram a beijar as garotas, a ter namoradas e eu sempre ficava rezando pra um dia te ver de novo. Minha mãe nunca mais me levou pra ti ver, mesmo que eu a implorasse, era sempre não. Eu ficava semanas sem falar com ela, porque eu queria te ver, foi meu pedido quando eu soprei as velas do meu bolo de aniversario aos onze anos, aos doze, aos treze, aos catorze e parou quando eu fiz quinze. 

- Parou? - perguntei prestando atenção, já era minha forma de durona, já estava toda derretida pela fofura que ele disse as coisas, parecia que continuávamos crianças.

- Aos quinze anos meu pedido foi outro. E vai ser meu pedido pelo resto da vida, um pedido que nunca vai se realizar e que me impede de conviver com os outros, e principalmente, me impede de ter namoradas. Me impede de realizar todos os meus outros pedidos: ver você e viver com voce pelo resto da minha vida. - ele suspirou - Quando completei catorze anos, comecei a ver as garotas de outro jeito, do jeito que todos os garotos as vêem, elas eram como prêmios, quanto mais melhor, e uma vez, somente uma vez foi o suficiente pra acabar com a minha vida. Ela era como a garota perfeita, dois anos mais velha, estava afim de mim, ninguém entendia porque, mas eu sabia o que ela queria, e ela iria se mudar, dois dias antes ela veio lá em casa e, bem, rolou. - eu suspirei, ele não era nem mais virgem e eu me recusava a beijar qualquer um - Eu tinha catorze anos, mal sabia o que era aquilo, só sabia o que eu via na tevê - revirei os olhos, estava cansada daquilo, porque tinha que ficar ouvindo aquilo?! 

- Aonde que chegar?! - gritei.

- Chegar ao ponto que destruiu a minha vida, foi no momento em que eu descobri que eu tinha síndrome da imunodeficiência adquirida. - ele disse e eu quase desmaiei, qual o meu problema de me manter em pé quando descubro coisas desagradáveis? 

- V-você tem AIDS? - disse. 

- Sim Blake, por isso que eu tinha que te manter o mais longe possível de mim e dessa doença horrenda e idiota. - ele suspirou - Mas era tão difícil, ver você ali, a centímetros de mim, a vontade de falar com você falou mais alto e fiquei tão destruído quando não me reconheceu, mas foi sorte sua, estaria protegida, estaria longe daquilo que poderia destruir a sua vida.

- Cala a boca, Bernardo! Você vai destruir minha vida se ficar longe de mim, eu preciso de você, eu te amo e não vou conseguir viver longe de você.

- Mas tu precisa, não pode viver comigo, todo mundo precisa ficar longe de mim, eu não iria me perdoar nunca se fizesse voce ter que aturar o que eu aturo com essa doença. 

- Não me importo com a sua doença, eu consigo suportar ela, não entende?! Eu só quero viver juntinho de voce. - e eu o beijei. Ele não me afastou, pensei ter sido um bom sinal, mas logo que acabou, ele não demonstrou nenhuma emoção ou sentimento. 

- Fica longe de mim, ok? 

- Não me ama? - falei, sabia que ia se impossível ele responder que não sentia nada por mim.

- Claro que amo. Por isso que preciso deixar voce longe de mim. - ele disse - Blake, voce é tão nova, não sabe o que é ter essa doença, não pode criar laços com quase ninguem, porque qualquer coisinha é contagiável, até sangue! Não posso me cortar e esperar que alguém me ajude, tenho que fazer tudo sozinho, curativo e tudo mais.

- Não me interessa...

- Não deixe que a vontade que esta tendo nesse momento, decida toda a sua vida. - ele saiu e me deixou sozinha, tudo o que eu queria era ficar com ele, com o meu Bê, com doença ou sem, não é assim "na saúde ou na doença"?

E não sei como, mas acho que esse garoto me seguia, porque sempre me encontrava nas piores horas.

- Blake... O que aconteceu? - Jason me perguntou.

- Só me abraça. - eu disse e assim ele o fez. Chorei um pouco no seu ombro, meus sonhos, meus desejos, tudo por agua abaixo, porque garotos são idiotas?! O Lucas vai ter um filho e o Hunter tem uma doença, porque eles são tão estupidos ao ponto de definirem a vida inteira deles por uma noite?

- Quer me contar o que aconteceu? - ele ainda me abraçava.

- Não... - falei, minha voz saiu como daquelas garotinhas de cinco anos pedindo doce.

- Tudo bem, saiba que estou aqui por voce. - ele passou a mão no meu cabelo e a outra permaneceu nas minhas costas, me senti mais que segura naquele momento. 

- O Bernardo não quer ficar comigo. - disse ainda chorando.

- Então ele é o garoto mais burro e idiota do mundo, afinal, quem não quer ficar com a garota mais linda e perfeita do mundo? - ele falou agora olhando nos meus olhos e segurando a minha mão. Ele tinha namorada mas isso não o impediu de me beijar, eu não podia namorar um garoto assim, além do mais eu estou apaixonada pelo Bernardo o garoto que eu não posso ficar junto.

- Terminei com a Selena ontem. - ele falou chateado.

- Que? Por que?

- Porque eu gosto de outra. - era impressão minha ou isso era uma indireta? 

- E ela gosta de voce?

- Não, gosta de outro, mas eu não me importo, sei que posso conquistar ela, só preciso me esforçar bastante. - ele disse.

- Espero que sim. - tentei sorrir, mas saiu um sorriso meio quebrado e destruido, um sorriso forçado.

- Espero que seja feliz Blake. - ele falou. 

- Eu era. - falei, e acho que isso fez com que ele ficasse triste. 

- Não faz isso. - ele disse.

- Não faz o que?

- Não diz que é infeliz quando eu não posso fazer nada a respeito. - ele suspirou. - Vem, vou te levar pra casa. - ele segurou a minha mão e me deixou em casa, Regina não fez perguntas quando cheguei, só derreteu um chocolate e fez o chocolate quente que só ela sabe fazer.


Tomei meu chocolate quente, deitei na minha cama e coloquei no filme mais dramatico, imbecil e romantico que existe "titanic", porque estou fazendo coisas de garotas?! Por que não olho um dos filmes assustadores que eu sempre assisto? O que esta dando em mim? Acorda pra vida Blake, você não é o tipo de garota que assiste titanic. Talvez pelo quanto o filme é chato, mas quando o Jack estava morrendo uma lágrima escorreu no meu olho, felicidade porque o filme esta acabando ou tristeza porque ele vai morrer. 

- Ta chorando? - e ele começou a rir, a esse idiota me paga, estou no meu momento menininha e ele aparece e estraga tudo.

- Cala a boca seu sem sentimentos.

- Eu? Tenho mais sentimentos que você. - ele continuava rindo - O que deu pra voce chorar em filmes?

- Nada não. Afinal, o que esta fazendo aqui Lucas? Perdeu a vontade de viver? Se meu pai te pega aqui ele te mata!

- Tenho medo do seu pai não. Vim ver a garota mais confusa do mundo.

- Ta bem. - dei de ombros.

- O que esta acontecendo afinal?

- Ah?

- Não sou cego Blake, voce anda chorando, vejo nos seus olhos vermelhos, tu tem andado deprimida, usa roupas menores que as da Rebecca, e esta sempre triste, o que esta acontecendo com você?

- Não aconteceu nada, ok?! Podemos fazer outra coisa?! Uma coisa divertida, pra ser exata?!

- Por que nunca me conta nada? - ele chegou mais perto de mim - Não confia em mim?

- Confio Lucas, mas... Eu não quero falar dos meus problemas contigo. - falei por fim. 

- Por que não?

- Podemos fazer outra coisa, por favor? 

- Ta, tudo bem. - ele desistiu e fomos olhar um pouco de tevê. Deitei ao lado dele e ele me abraçou, eu e Lucas abraçados? Estranho... Por que assim do nada ele ficou interessado na minha vida? O que esta acontecendo? 

Acabei pegando no sono e quando acordei, Lucas já havia indo embora, desliguei a tevê e voltei a dormir, acordando só no outro dia.

- Oi! Jogue as tranças Rapunzel. - ouvi do lado de fora, fui pra janela, agora todo mundo resolveu entrar pela minha janela?!

- Jason! Oi. - sorri pra ele. 

- Desce aqui. 

- Tenho que me vestir, temos aula, lembra? - falei meio alto e meio baixo, com medo que meu pai ouvisse.

- Esquece a escola e vem comigo. 

- Pra onde?

- Vem logo garota! - ele falou e eu corri pro quarto e fui me vestir. Coloquei uma das milhões de saias que Rebecca havia me dado, já que ela disse que não iria usar mais, e um blusinha regata de rendas, talvez, no fundo, eu até achasse bonitinha essas roupas, mas nada que vá me fazer usar isso o tempo todo, mil vezes o meu all star com jeans. 


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Notas finais do capítulo

então, o que acharam?? merece reviews ou não?



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