XIII. Benvenuto, Mio Amore

O vento soprava as folhas do frondoso jardim real. O sol brilhava como nunca visto, trazendo felicidade aos seus camponeses e realezas, tal como Edward e Princesa Isabella que não se continham de felicidade. O dia anterior havia sido o marco inicial para os dois, o marco inicial da liberdade para os dois corações que amavam em segredo.

Isabella não conseguia manter-se um minuto que fosse sem construir um sorriso em seus lábios, sem acabar por rir de nada e sem excluir Edward de seus pensamentos por um minuto sequer. E Edward que se mostrava do mesmo modo que a Princesa, mas sem estar rodeado de vestidos ostentosos e idéias femininas. Mas como se para compensar tudo, Edward agora teria de virar um homem da realeza, com todos os seus ensinamentos e suas regras. E por exigência todo esse trabalho árduo e de tempo escasso estava sendo feito pelo próprio Rei que ficava cada vez mais surpreso pela inteligência avançada e o modo ágil que Edward conseguia absorver as informações. Era como se ele houvesse nascido para ser um Rei.

Todos no palácio e reino aprontavam-se para o casamento que havia sido anunciado no mesmo dia de tanta felicidade para o mais novo casal da corte. Mas isso não impedia que os habitantes de Montagna Emanuela se perguntassem de onde havia surgido aquele homem tão misterioso para todos sendo o rosto de Edward desconhecido para os camponeses. Mas só o que os mesmos queriam era que o casamento da Princesa prosperasse e que os próximos anos fossem cobertos de alegria e sabedoria.

Logo a tarde havia chegado levando o tempo consigo e trazendo o Rei, Edward e sua Princesa para alimentarem-se. A mesa real estava farta e lembrando-se dos ensinamentos que acabará de receber, Edward comportou-se como um homem da realeza. Sua postura não estava inteiramente perfeita ou sua boca pelo maior tempo perfeitamente fechada ou seus talheres em completo silencio, mas ele surpreendeu ao Rei mostrando extremo esforço, mas para Edward nada nunca o iria afastar novamente de Isabella, e todo seu esforço no momento teria como resposta o amor de sua vida para sempre ao seu lado.

– Edward, precisamos ir – Rei Charlie disse ao se levantar da mesa depois de alguns minutos que havia acabado com sua taça de vinho.

Edward levantou-se e andou até Isabella, tentando manter sua postura real o máximo possível, beijou-lhe a mão e sorriu saindo do salão. Isabella continuou olhando para suas costas até que ele desaparecesse pelas curvas do corredor.

Então logo a Princesa voltou para toda a agitação que estava antes de sentar-se a mesa. Voltou para suas criadas, conselheiras e próprias idéias. Como a Princesa que é, Isabella não pretendia ter um casamento muito ostentoso tal como suas primas tiveram. Isabella desejava ter seu casamento realizado no jardim de gardênias de sua falecida mãe, junto à família e ao homem que logo se tornaria seu marido e futuro Rei de todo o reino de Montagna.

Isabella sorriu bobamente.

Era inevitável para ela pensar em Edward como seu marido e futuro Rei, sem sorrir. Era tudo tão perfeito e por mais que os dois tivessem sofrido – mesmo que por um “pequeno” intervalo de tempo – agora estavam tendo sua recompensa. Agora eles poderiam conviver apaixonadamente sem medo de represálias e sem a obrigação de reprimir o amor tão veemente que um sente pelo o outro. Sem preocupar-se se o que está fazendo é certo e porque será certo. Será perfeito quando seus lábios encontrarem-se novamente, no altar. E Isabella ainda não sabe como conseguirá manter-se afastada de Edward até o altar.

Existem momentos que são mais difíceis e mais intensos que outros, e esses momentos são as longas noites em que Isabella dorme e lembra-se de todos os momentos que viveram naquela casa em meio a floresta. Lembra-se de como eram tão afastados e ao mesmo tempo estavam fundidos um ao outro de um modo tão extremo e íntimo. E são nessas noites que sente saudades das mãos grossas de Edward agarradas a sua cintura e seus lábios quentes enterrados em seu pescoço.

– Princesa Isabella, trouxe o seu chá – uma das criadas, Sofia, entrou com uma bandeja de prata e depositou-a no lugar para a Princesa que pegou uma xícara e levou aos lábios, ainda distraída em seus pensamentos.

Abaixo da janela e longe do quarto de Isabella, Edward andava pelo jardim parecido com um Lorde. Sua postura já estava quase perfeita e seu linguajar havia melhorado – não que houvesse tanto a ser construído sobre sua educação. Edward é uma pessoa culta – não como um Príncipe, Rei ou Lorde –, mas além do que um camponês, ele sabe. Ele apenas precisava saber o que todo Príncipe, Rei e Lorde precisam para governar seu reino com sabedoria e justiça.

Enquanto todos tinham seus afazeres o tempo foi passando-se. O dia virou noite, que viraram dias e atravessaram por semanas que logo transformaram-se na meta de dois meses. O dia do casamento real havia chegado.

O palácio estava cheio de pessoas falando e andando de um canto ao outro enquanto pensavam se conseguiriam deixar tudo perfeito para aquele dia. Era o único casamento que o Rei Charlie conseguiria de um primogênito e um pequeno erro fazeria daquele dia tão afortunado diretamente o mais fatídico.

– Você é um homem de sorte Edward Masen. Minha prima é a garota mais linda e pura que já conheci. Ela merece ser feliz e amada de verdade – Emmett McCarty dizia a Edward enquanto os dois andavam por uma pequena trilha no começo da floresta, ao fundo do palácio.

– Eu devo ser o homem de mais sorte em toda Itália, e Isabella será amada até os fins dos seus dias e eu nunca a abandonarei. O que sinto por ela, esse sentimento tão puro, só senti um única vez em toda minha vida – Edward lhe disse com um sorriso no rosto. Emmett sorriu de canto.

– Quem foi a primeira, se me permite perguntar? – Emmett disse encarando Edward, fechando seus olhos em pequenas fendas, mas ainda com um sorriso de canto.

– Minha falecida mãe – Edward respondeu olhando rapidamente para o chão e voltando a olhar para Emmett que retirou o sorriso do rosto.

Parece que minha prima encontrou o homem perfeito para si. Espero que ele esteja tão apaixonado por ela como ela está por ele; Emmett pensou enquanto voltavam a andar para fora da pequena floresta e iam para dentro do palácio. Ele ainda se lembrava das palavras que Isabella usara para falar sobre Edward quando junto ao convite de seu casamento, mandou-lhe uma carta pessoal ao qual ele acabou por dividir com sua esposa e filha da mais rica Duquesa de Verona, Rosalie Hale, sendo Princesa Rosalie Lillian Hale-McCarty atualmente.

– Rosalie, Emmett foi conversar com Edward?! – Isabella perguntou alarmada, metros distante dos dois rapazes, em seu quarto.

Emmett não diga nenhuma bobeira, não diga nada de errado!; Isabella pensava como se suas palavras pudessem ser passadas magicamente para Emmett que já havia tido sua conversa com Edward e no momento, subia as escadas do palácio em direção ao quarto da noiva.

– Isabella, calma. Emmett apenas disse que queria conhecer seu futuro marido e acho muito certo esta atitude dele, afinal temos de saber se você realmente escolheu um homem digno a você – Rosalie disse levantando-se da cama e andando até Isabella, pegando em suas mãos e a encarando nos olhos. – Não que eu duvide da saúde mental de Charlie, mas esse homem tem que ser o melhor homem do mundo para você. Tem que ser digno de receber o seu amor, amá-la como você merece e tratá-la como você merece. E não é só porque ele tem sangue real que ele vá ser um Príncipe.

Isabella sorriu e deixou que uma lágrima escapasse. Ainda não era o momento “certo” para se chorar, mas Rosalie nunca havia dito palavras tão lindas e sinceras para ela como essas. E vindo de Rosalie, significa imensamente para Isabella.

As duas abraçaram-se e ajeitando o cabelo de Isabella com leves toques, Rosalie sorriu e a virou para o espelho emoldurado em ouro e rubi da falecida e amada Antonella.

– Ela estaria tão feliz e orgulhosa de ver-te assim. Você está a noiva mais linda e jovem que já vi – Rosalie sussurrou. Isabella apenas deu um sorriso torto recém-adquirido de Edward – seus sorrisos tortos, tanto direcionados a distância quanto a centímetros, foram os gestos mais fascinantes e graciosos que Isabella recebeu de Edward durante esses tão longos e exasperados dois meses.

Segundos se passaram até que quebrando subitamente o silencio, dois toques foram escutados e andando calmamente, Rosalie fora atender. Emmett sorrira para a esposa e deu-lhe um beijo suave em sua testa, em seguida colocou um pé para dentro do quarto enquanto perguntava sorrindo:

– Onde está a nossa Princesa?

– Oi Emmett – Isabella disse ainda sorrindo tortamente.

Emmett ficou maravilhado com Isabella. Então aquela garota tão jovem e ingênua iria tornar-se mulher.

– Você está linda Princesa – Emmett disse fazendo uma leve reverência a Isabella que soltou um leve riso acompanhado de um suspiro abafado. Ela estava tão nervosa, mas também tão impaciente. Tudo o que ela mais quer é estar casada com Edward, mas infelizmente terá que esperar mais alguns minutos.

– Preciso levá-la até seu pai – Emmett falou calmo estendendo o braço para Isabella que andou até o mesmo, depositou um leve beijo em sua bochecha e começaram a caminhar corredores e escadas abaixo.

Os passos pareciam ser distantes perante uma eternidade junto a todo e qualquer som que começava a deixar a Princesa suando frio. Então quando chegaram perto a porta de carvalho ao final do palácio, Emmett abraçou suavemente Isabella e sussurrou-lhe ao ouvido:

– Ele é perfeito para ti.

E sorrindo lindamente, Isabella andou mínimos passos até estar junto ao Rei que a recebeu com um sorriso de acalento e segurança que a mesma só viu em outro par de olhos. Um par intensamente verde. Ela só pôde vislumbrar este brilho quando passou pelo corredor de espadas erguidas para si. Então chegara ao outro lado onde Edward estava impecável lhe sorrindo um belíssimo sorriso torto.

Rei Charlie depositou um terno beijo nas mãos de sua primogênita e a deixou lado a lado com Edward. E a cerimônia então pôde ser iniciada. [...]

Pouco tempo havia fazia que a cerimônia havia começado e tão logo chegara ao seu fim. Isabella já estava com lágrimas pelo rosto sereno e Edward tinha seus olhos banhados pela mais pura e extraordinária felicidade. Era como se estivessem nascendo novamente. Uma nova pele tendo a mesma textura e aroma; um novo coração tendo os mesmos sentimentos tão delicados; uma nova mente tendo os mesmos pensamentos apaixonados.

E por uma pequena fração, os dois aproximaram-se e fundiram-se afavelmente. Eles viraram-se para a família que sorria e batiam palmas de um modo polido, mas acalentador. E finalmente podendo abraçar Edward e sentindo uma saudade ininteligível, Isabella sussurrou junto ao seu ouvido:

– Bem vindo, meu amor.

E então tudo o que lhes importa é o amor que só tende a crescer contanto os dias se passam...