Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 36
Anjos de cera


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo amado. Eu sei, eu ainda não respondi o review de ninguém, mas prometo que vou responder assim que puder. Vocês sabem que eu simplesmente amo os reviews de vocês. Obrigada mesmo por acompanharem a fic. Beijos e aproveitem esse capitulo. Confesso que ainda estou me derretendo aqui hehehe. Enjoy it.



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Caminhei lentamente até o andar superior da biblioteca, contando cada passo. Antes de chegar ao final me viro e olho para seu Gaspar. Ele me dá um aceno positivo e só então crio coragem de abrir a porta.

Quando abro o cheiro de livro antigo me conforta. Por alguma razão me sinto em casa. Caminho procurando por Peeta, mas não chamo seu nome. Ainda tenho medo desse encontro, por mais que eu odeie admitir isso.

O encontro lendo, perto da única janela que ilumina o local. Me lembro da vez que ele me trouxe aqui, me lembro dele do meu lado enquanto lia. Por um momento, desejei que pudéssemos ficar assim para sempre.

Eu tomo coragem e caminho em direção a ele. Por um momento fiquei tentada a não interromper, mas antes que eu pare de caminhar ele percebe a minha presença e começa a recitar uma frase de um livro que eu conheço muito bem.

“Ah! Porque será que o amor, sendo tão terno na aparência, se torna tirano e cruel quando se experimenta?”

Eu tenho que rir, isso é tão Peeta.

–Lendo Romeu e Julieta é?

– Um pouco de clássico não faz mal a ninguém. O que você está fazendo aqui?

Eu coro. Nem eu sei bem por que estou aqui.

–Eu, vim ver você- digo tomando coragem depois de um tempo- Bem eu vim te agradecer sabe. Nunca agradeci e você me ajudou muito. E também eu queria pedir desculpas. Acho que no fim das contas eu fui muito dura em relação ao seu pai.

Ele continua me observando, esperando eu que eu diga mais alguma coisa. Minhas bochechas estão levemente aquecidas. Suspeito que eu esteja corando violentamente. Droga, eu pensei que já tínhamos passado dessa fase.

–Então- ele pergunta com o ar divertido- Há mais alguma coisa que você queria acrescentar a esse momento solene?

–Peeta você não está ajudando- digo o encarando de volta.

–É, que sinceramente você fica uma graça corada. Não é todo dia que eu tenho o privilégio de ver isso.

–Peeta! – digo começando a me exasperar.

–Vamos logo diga o que você tem para dizer.

Eu respiro fundo. Foi para isso que vim aqui não?

–Peeta, você, por um acaso, por um momento que seja, pensou realmente na hipótese de estar se apaixonando por mim, eu quero dizer, de verdade.

E ai eu percebo uma coisa muito engraçada. As pessoas dizem que amam a verdade, dizem que preferem a verdade a uma boa mentira. Mas é ai que está a grande ironia. Essa é umas das maiores mentiras da humanidade. As pessoas não amam a verdade, não gostam da verdade. Elas apenas necessitam dela.

–Não- ele me diz simplesmente

–Ah entendo- Por que haveria de ser diferente? O que ele pode gostar em mim? E agora? Eu não conseguiria nem por um decreto desejar felicidades para ele e Liana.

– Não, eu não precisei pensar sobre isso. Por que eu sei disso há muito tempo. É como uma música velha que você já decorou, mas ainda assim gosta de ouvir. Mesmo você tentando se esconder desesperadamente, existe algo em você que simplesmente faz com que eu queira ficar do seu lado.

Eu congelo ali, olhando para ele. Tentando encaixar na minha cabeça essas palavras mágicas: Ele quer ficar do meu lado, ficar do meu lado. Ele levanta, joga o livro de lado e me puxa para mais perto dele. Consigo ouvir seu coração batendo, minha cabeça em seu peito. E não consigo pensar num lugar melhor para estar.

– Peeta, eu senti tanta saudade- digo tentando absorver o que posso do corpo dele com um abraço.

–Eu também, fico feliz que você tenha voltado. Gostaria de saber o que te fez voltar para mim.

–Acho que consegui perceber que não preciso de você, mas que quero ficar com você. Acho que estou tentando me consertar e percebi que você é a pessoa certa para mim.

Ele me abraça forte.

–Gosto de como você diz isso, a pessoa certa para mim.

–Mas você sabe não é? Não sou uma pessoa muito fácil de amar.

–Eu sei. Você é durona, mal-humorada, briguenta. Um pouco insensível às vezes. E eu simplesmente odeio quando você fica na defensiva. Acontece que eu também sei que você pode ser a pessoa mais doce do mundo quando está distraída. Você consegue ser divertida sem nem tentar. Não conheci ninguém que seja mais leal que você. E, além disso, tenho de admitir, admiro sua coragem e sua inteligência. E bom, o jeito que você anda ou ri deveria ser considerado um crime, por que é muito sexy.

E lhe dou um tapinha no braço.

–Quer dizer que eu sou insensível é?-pergunto rindo.

–Katniss, agora quem não está ajudando é você- diz ele com a sobrancelha arqueada para mim.

Eu apenas lhe dou um beijo na bochecha.

– Tenho um presente para você - digo retirando um pequeno livro da mochila que eu trouxe.

–Pollyana Moça?- diz ele abrindo o embrulho.

–Sim, eu sabia que você não tinha esse. E acho justo, considerando que você meu deu o primeiro livro. Queria que você soubesse o que acontece depois.

–Obrigada- diz ele- Também tenho uma coisa para você- diz ele me entregando um embrulho.

– Deixa eu adivinhar, um anjo de porcelana?

–Sim. Mas esse não é de porcelana, é de cera. Acho que combina com você. Parecem frágeis, mas não se engane. São quase impossíveis de quebrar.

– Obrigada- digo sorrindo para ele. Peeta, as vezes consegue me conhecer melhor que eu.

–O que é isso?- pergunta ele segurando um papelzinho de dentro do livro.

– Bom, lembra quando você me fez aquela lista das coisas que valiam a pena na vida? Eu tenho que confessar que não estou com ela, me desculpe. Eu resolvi fazer outra. E é esta.

Ele me olha curioso então abre o papel. Seus olhos adquirem um brilho estranho.

–Isso é verdade?

Eu coro um pouco.

–É, achei que você deveria saber.

Então sem aviso ele segura meu corpo mais forte e seus lábios estão prensados nos meus. E o mundo voltar a girar mais lento. Cada centímetro de mim necessitando de cada centímetro dele. Há uma urgência impossível de ser satisfeita. Mas quem se importa com isso? Eu sei que teremos a eternidade. Se não para sempre, apenas agora. Certos momentos deveriam durar para sempre, mas a verdade é que alguns duram sim. E são esses momentos que justificam o ato de respirar. E ficamos lá, aprendendo os caminhos um do outro. Enquanto isso, o livro e um papelzinho escrito você, jaziam perto da mochila de Peeta.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Beijoos