Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 22
Seguindo em frente


Notas iniciais do capítulo

O nois aqui otra veiz! Espero que gostem deste capitulo pessoal! Valeu pelos reviews. Adoro saber o que vocês estão achando da história, por favor sejam sinceros hein!!
Bjuus



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-Então é isso crianças, seu pai e eu decidimos que não somos mais um casal. Eu sei que é difícil para vocês, mas terão que se acostumar com a ideia.

E essa foi maneira que eles acharam para nos contar que estavam se separando. É Claro que não foi bem assim. Houve toda aquela conversa de “haja o que houver vamos ser sempre seus pais”, o clássico “nada disso é culpa de vocês” e milhares de outras frases nas quais eu não consegui prestar muita atenção. 

Prim e Finnick começaram a fazer perguntas, toneladas delas. Eu já sabia que isso ia acontecer, então fiquei sentada em silêncio, apenas observando como meus pais davam desculpas esfarrapadas para as perguntas dos meus irmãos.  Eu deveria estar triste? Não, a tristeza já havia passado há muito tempo atrás, agora eu só estava aliviada por poder parar de fingir que éramos uma família.

Prim não estava falando comigo ainda por causa da festa. É claro que ela vai demorar a falar comigo, pelo menos até ela precisar do meu par de tênis que ela ama.  Finnick também não fala comigo. Ele anda tão esquivo com todo mundo, sempre sozinho com seus cadernos de desenho. Eu queria tanto mudar expressão de tristeza que ele tinha no rosto. Mas é claro, dessa vez nenhuma história iria funcionar.

Depois da conversa, Prim voltou para o quarto. Provavelmente para telefonar ou usar o computador. Finn sumiu em algum cômodo da casa, meu pai foi fazer a mala para ir para um hotel enquanto minha mãe resolvia algumas coisas do serviço no escritório que ela tinha montado em casa, ela estava sempre em contato com o hospital onde trabalhava.

Eu fiquei na frente da casa, sentada na cadeira de balanço. Um tempo depois pude ver meu pai saindo de casa com uma mala e uma mochila.  Antes de entrar no táxi que o levaria ao hotel ele me deu um leve aceno de cabeça que não tive forças para retribuir.  Eu ficava me perguntando como as pessoas deixavam as coisas chegarem a esse ponto, o triste é que eu sabia a resposta. Elas não se importavam.

Quando entrei em casa pude perceber que Finnick tinha colocado no lixo vários bonecos que ele havia ganhado do meu pai. Os dois adoravam aqueles brinquedos, meu pai ás vezes costumava brincar com Finnick.  Meu irmão estava se desfazendo de tudo o trazia boas lembranças dos meus pais.

Resolvi ir ao quarto dele. Quando cheguei lá, todos os livros que meu pai tinha lido para ele antes de dormir estavam espalhados no chão.

-Finnick o que você está fazendo?

-Ele vai embora Katniss, não quero ficar lembrando dele. Se ele não quer ficar mais aqui, eu também não quero.

-Finnick, não é nada disso.  Ele apenas se separou da mamãe, não abandonou a gente. Ele vai continuar nos vendo ok?

Abracei meu irmãozinho. Fiquei feliz quando ele devolveu meu abraço.  Ele pareceu se acalmar e por um momento voltar a ser meu antigo Finn, o garoto risonho que eu tanto amava.  A ideia que me ocorreu no momento seguinte foi meio impulsiva, mas eu sabia que podia deixar Finn feliz. 

-Ei Finnick, quer ir visitar Peeta? Depois podemos ir de novo na loja de gibis. 

Meu irmão ainda estava um pouco tristonho, mas aceitou a proposta de bom grado.

-Quero sim

- Ai como eu queria que Prim fosse assim tão fácil, sabe. Vamos lá então.

Vinte minutos depois estamos na frente da casa de Peeta.  Quando ele abre a porta dá um sorriso ao nos ver parados ali na frente.  Quando entramos na casa me surpreendo com a organização. Quer dizer, a casa não era luxuosa, muito menos grande. Eu sabia que eles não tinham empregada, então presumi que a casa fosse uma bagunça, mas ela estava muito arrumada para uma casa habitada apenas por dois homens. Agradeci aos Céus pelo pai de Peeta não estar por ali.

-Oi, o que fazem por aqui?

-Tenho uma missão para você- Digo o mais baixo que posso quando o abraço- animar um garotinho triste.

-O que houve?

- Finn descobriu que nossos pais vão se separar.

-Wow, bom não se preocupe. Senhorita, você veio no lugar certo.

-Peeta, alguém já disse que você é um bobo?

-Todos os dias. Mas vamos lá.

-Eu concordo com a Katniss, Peeta. Você é bobo.

Surpreendentemente estou rindo. Peeta olha para Finnick com o olhar magoado, é tão engraçado que não me controlo e começo a gargalhar. 

-Mas a Katniss também é- Diz Finnick lançando um olhar cúmplice para Peeta.

Agora quem ri é Peeta. Passamos uma tarde agradável. Jogando, vendo filmes, comendo pipoca.  A tarde está quase no fim quando me obrigo a chamar Finnick para ir embora. É obvio que ele argumentou que não tinhamos ido a loja de gibis. Mas eu não me importo, logo o pai de Peeta vai chegar e não quero encontrar com ele.  Antes  que possamos ir Peeta me conta a novidade

- Passei na delegacia hoje cedo.  Eles disseram que estão muito perto de chegar a uma conclusão. Vão chamar Annabeth para depor essa semana.  Depois nos teremos que depor também.

-Bem, isso é algo animador. Quer dizer, significa que também querem pegar Luke não é?

-Não sei.  Estou preocupado com isso. Você sabe como o pai dele é poderoso. Praticamente dono da cidade, amigo intimo do prefeito. Tenho medo que eles não queiram prender Luke por causa da influência do pai.

-Estou pensando nisso desde que saímos da delegacia. Além do mais, é só a palavra de Annabeth contra a dele. Mas eu não posso suportar a ideia de ele ficar solto. Vai ser extremamente injusto.

-Sim, mas não vamos esquecer que justiça e lei podem ser coisas totalmente opostas. Em todo o caso, Percy ficou de contar a Annabeth o que está acontecendo amanhã. Acho que temos que estar com ele.

Não posso evitar dar um suspiro. Ele tem razão, mas não vai ser fácil. Tenho o pressentimento que ela não vai gostar nada dessa história.  Agora só o que podemos fazer é ficar de olho no trabalho que a polícia vem fazendo e esperar que Annabeth possa colaborar. O que já estamos fazendo, sei que Percy vai todo dia lá.

Quando estou pronta para sair da casa de Peeta, um homem de mais ou menos 50 anos aparece. Ele parece muito mais frágil do que eu me lembrava e muito mais envelhecido também.  Embora seus olhos sejam da mesma cor azul dos de Peeta, eles são muito diferentes. Enquanto o olhar de Peeta só passa bondade, o dele é completamente sem vida.

Apresso-me a sair com Finnick em meu encalço. Não quero que ele me reconheça como a garotinha louca de oito anos que se atreveu a bater nele. De algum modo sei que isso pode trazer problemas a Peeta, e a mim também.

-Então, até mais Peeta - Digo dando um abraço nele e um aceno tímido para o senhor parado na minha frente.

-Esperem garotos, não querem ficar para jantar? Seria um prazer receber amigos do meu filho.  Infelizmente ele não convida muitos os amigos para virem aqui em casa.

Antes que eu tenha chance de responder, Finnick se agarra a Peeta e posso ver o quanto ele quer ficar.

-É Katniss, vamos ficar.

Peeta está sorrindo, ele sabe o motivo de eu não quer ficar, mas neste momento parece não se importar.  Não posso negar que quero ficar com Peeta. No entanto temo que o pai dele me reconheça, mesmo que essa seja uma possibilidade remota. Então, cerro os dentes e aceito o convite. Quão ruim isso pode ser?

-Ótimo, vou pedir umas pizzas para nós. Se precisarem de mim, vou estar no escritório.

O Senhor Mellark parece genuinamente empolgado com a ideia. Não consigo evitar um olhar de surpresa para Peeta. Pelo que sei, eles nunca se deram muito bem.

Nos três nos dirigimos de volta à sala e ficamos um bom tempo jogando Jenga. Depois da quinta partida Finnick decidiu que queria ver televisão e nos dois ficamos aliviados de poder parar um pouco com o jogo.

Enquanto Finnick está distraído vendo televisão aproveito para conversar com Peeta. Percebo que ainda há muito a desvendar do menino tímido que consolou Madge na escola.

-Não pensei que seu pai fosse ser tão simpático, quer dizer, você sabe o que houve entre nós há quase dez anos atrás.  Como estão as coisas entre vocês?

-É, é complicado, mas ele mudou muito sabe. Desde a morte da minha mãe. Houve um período em que ele ficou mal mesmo. Mas ele superou muito bem. Depois da morte dela ele chegou em casa uma noite bêbado e me pediu perdão por todas as vezes que ele tinha me batido. Nunca vi ele chorar tanto. 

Imagino como isso tudo deve ter sido muito difícil para Peeta. No entanto, também não posso deixar de ficar feliz ao ouvir que ele está se dando bem com o pai, mesmo que ele seja uma pessoa deplorável.

-Fico feliz em ouvir isso.

Ele me abraça, quando me dou conta estamos nos beijando. Ele brinca com meu cabelo enquanto me beija. Lentamente deixo que ele beije meu pescoço e acaricie minha nuca. É bom ficar assim com ele, como se nada mais importasse.

-Huum, o filme tá muito bom né? –Diz Finnick meio emburrado.

Jogo uma almofada nele. De repente nos três estamos nos atirando almofadas. Não foi uma luta muito justa, já que o alvo principal dos dois era eu. 

Somos interrompidos pelo pai de Peeta que aparece de repente. Achei que levaríamos uma bronca, mas ele parece bem humorado.

- Pessoal à pizza chegou.

Eu esperava que o jantar fosse acontecer em um clima ruim, cheio de silêncios constrangedores, mas como sempre acabei me enganando. O Pai de Peeta foi extremamente simpático o tempo todo, era difícil ligar este senhor que me oferecia catchup e maionese a cada segundo com aquele que tinha humilhado uma menina indefesa. Era impressionante a mudança nele.

Quando nos despedimos depois do jantar ele inclusive nos ofereceu carona para casa. O que Peeta disse que não precisava, já que ele mesmo iria nos acompanhar.  

Fizemos o caminho para casa lentamente. Pela primeira vez eu não estava preocupada ao voltar para casa. Já não haveria gritos. Era bom saber que meus pais estavam finalmente seguindo em frente.


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Notas finais do capítulo

Nossa acho que é a primeira vez que termino o capitulo de uma forma alegre, tirando o primeiro beijo da Katniss e do Peeta claro, mas enfim...espero que tenham gostado.