Anjos de Cera escrita por Redbird


Capítulo 13
Chocolate


Notas iniciais do capítulo

Chocolate, realmente é algo que faz a vida valer a pena. Bom, pelo menos para mim heheheh.
Gente espero realmente que estejam gostando da Fic.
Bjuuus



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E lá estávamos, Gale e eu, pela milésima vez pulando a janela e entrando escondido no cinema. Quando entrei não pude deixar de sorrir para meu parceiro. Ultimamente tínhamos tido azar, sempre era um romance bobo, dessa vez o filme era Imortais. A esta hora todos deveriam estar na festa, nós estávamos aqui vendo filme. Era tão boa a sensação de fazer tudo diferente dos outros.

Depois que saímos do cinema ficamos dando voltas no shopping. Nenhum de nós estava com muita vontade de ir para casa. Gale observou uma vitrine. Havia um vestido, muito feio diga-se de passagem, era realmente muito caro.

–Só uma pessoa pirada compraria um vestido por esse preço- Respondi rindo.

–Não, uma pessoa pirada e com dinheiro. Eu teria que trabalhar dois meses para pagar um vestido como esse.

–Gale, como estão às coisas na sua casa? –Eu tinha que aproveitar a deixa. Eu sabia que Gale estava com problemas e isso estava me matando.

–Ótimas- Ele respondeu simplesmente.

Dou um suspiro, por que Gale tem que ser tão parecido comigo? Por que sempre tem que fingir que está tudo bem?

–Gale, você tem andado mais estressado ultimamente. O que está acontecendo? – Eu sei, estou em terreno perigoso. Quando somos pressionados nós dois agimos por impulso, nos tornamos agressivos.

–Katniss, minha mãe só está tendo uns problemas de saúde, mas não é nada sério, eu juro.

Agora ele falou me lembro de ter percebido como Hazelle anda pálida nos últimos tempos. Quando vou visitar Gale ou quando ela está fazendo a faxina na nossa casa ela parece estar sempre um pouco fraca. Às vezes posso ver que sua visão fica meio embaçada. Mas ela simplesmente ri e diz que a culpa é da idade. Não pode ser, Hazelle tem apenas 43 anos.

Sei que não posso mais pressioná-lo então eu simplesmente repito a frase que ele me disse há alguns meses atrás

–Você sabe que não pode esconder nada de mim não é? Eu te conheço. Você sabe que pode confiar em mim não?

– Eu sei, e confio pode acreditar. Mas hoje não quero pensar nisso. Você também não quer fugir dos problemas?

–Quero, muito. Então já que nenhum de nós está a fim de ir para casa por que não tomamos um pouco de ar livre? Que tal irmos para aquele lugar escondido que te mostrei uma vez, perto do rio.

–Você não me mostrou, eu te segui. Vamos seria perfeito. Eu realmente preciso de ar fresco essa noite.

A noite estava gelada, isso que era apenas começo de abril. Mesmo com o frio, caminhar pela noite era agradável demais. Se tinha uma coisa que eu amava era o vento. Eu me perguntava se poderia sentir algo parecido depois de morta. Provavelmente não. Um pensamento estranho passou pela minha cabeça. Esta noite, ali com Gale, sentindo o frio da madrugada, para uma garota que pretendia morrer eu estava muito viva.

Quando chegamos minha velha macieira estava lá, o rio, a grama fofa. Tudo era tão bom. Era como estar em casa depois de tanto tempo. Eu sempre tinha essa sensação quando ia para aquele lado da margem do rio.

–Você realmente gosta deste lugar não é? – Gale senta nos pés da macieira me observando atentamente. Eu ainda estou de pé perto do rio.

–Sim, é maravilhoso. É como se fosse outro mundo.

-E é, mas só porque ninguém descobriu ele ainda. Espere até as pessoas dessa cidade descobrirem. Vai por mim, já estou até vendo os carros de som, os vendedores ambulantes. Acho melhor protegermos isso aqui o máximo que pudermos.

Eu tenho que rir. Essa é mais uma de nossas compatibilidades. Somos negativos demais.

–Não vou deixar ninguém se aproximar desse lugar, pode apostar.

–Que bom que eu descobri ele antes de você tomar essa decisão. Sinto-me honrado.

–E é para se sentir mesmo. Nem todo mundo tem o privilegio de andar com uma criatura tão encantadora como eu.

–Você falando assim até acredito que pode ser verdade

Eu meto a língua para ele. Em segundos estamos correndo um atrás do outro, feito duas crianças. Ficamos assim por um tempo até que perco o fôlego. Quando me sento Gale se joga do meu lado.

–Não vale, você é muito menor do que eu. Assim fica fácil correr.

–Quem perde sempre acha uma desculpa querido. Para de reclamar feito um bebezinho. Toma, eu trouxe chocolate para nós.

–Ah, agora você mandou bem Catnip. Eu amo chocolate.

–Eu sei, eu também amo- De repente me lembro do bilhete de Peeta que inexplicavelmente eu havia guardado. –Alguém me disse que é uma das coisas que fazem a vida valer a pena.

Não sei por que, mas um aperto me invade quando penso nisso. Na verdade o que não quero admitir é que estou me remoendo com a possibilidade de Peeta estar se agarrando com alguma garota qualquer na festa. Evito pensar nisso. O que tem de errado afinal? Além do mais não quero pensar em garotos. Não quando o fim pode ser uma eterna luta como a dos meus pais.

Depois de devorarmos os chocolates ficamos mais uma hora por lá. Quando nos levantamos o céu tinha um tom estranho de azul. Mais uma meia hora e sol já estaria despontando. Enquanto caminhava eu podia ver alguns adolescentes voltando de uma festa. Um pouco antes de chegar em casa me lembro do que estava me intrigando a semana toda.

–Gale me conta, o que afinal há entre você e Snow? Por que aquele policial não tirava os olhos de você lá no Parque?

Eu não queria deixar Gale chateado ou com raiva. Não esta noite. Mas não posso adiar. Preciso saber pelo menos uma parte do que ele me esconde. Não sou o tipo de pessoa que consegue varrer as coisas para debaixo do tapete.

A frustração toma conta de Gale, ele percebeu que não vai conseguir fazer com que eu desista de saber o que está acontecendo.

–Não é nada, ele apenas está fazendo uma investigação, só isso. Ele acha que eu posso ajudá-lo de algum modo, não sei por quê.

–Sobre o que é a investigação?

–É sobre um roubo no hospital municipal, nada demais- Ele me puxa mais para si e caminhamos abraçados- Katniss, eu juro que está tudo bem ok? Fique tranquila.

–Ok Gale, só me preocupo com você.

Ele me dá como resposta apenas um sorriso. Quero entender por que Snow está envolvendo Gale em uma investigação sobre o hospital municipal. Quer dizer, o que Gale tem a ver com esse hospital? Pelo que eu saiba ele nunca foi lá, nem como paciente. Meu amigo diz que não pode se dar ao luxo de adoecer então sempre que fica doente prefere se cuidar em casa, quando não vai trabalhar.

Sei que esse o máximo de informação que vou conseguir dele, então resolvo deixar para lá. Além do mais, ainda estou entorpecida por esta pequena noite de alegria.

Quando cheguei em casa minha mãe ainda não tinha voltado da festa que tinha ido com as amigas. Meu pai está dormindo a sono solto. Bom, nada na vida pode ser perfeito não é. Pelo menos tenho certeza de que não brigaram na frente dos meus irmãos. Quando pulei a janela do meu quarto para ir ao cinema minha mãe já tinha saído e meu pai estava assistindo televisão no quarto.

Estou tão sonolenta que só percebo que há algo diferente da minha cama quando estou me aprontando para deitar. Uma caixinha com uma fita colorida e um pequeno bilhete. Abro a caixa e percebo que ela está cheia de bombons, de todos os tipos. Rapidamente começo a ler o bilhete.

“Querida Katniss

Não se assuste eu não pulei sua janela ou coisa assim. Apenas convenci Finnick de que precisava pegar um trabalho de escola com você. Tive medo que ele não me deixasse entrar, já que calculei que você teria saído para a festa das meninas, ou não, já que você não gosta de festas. Fiquei feliz que você não estivesse em casa, sabe como é queria fazer surpresa. (E também que tenha decidido ir a festa das garotas, é que, sabe, vai ser legal ter você lá). Só queria que lembrasse que, apesar de alguns serem amargos, ainda continuam sendo chocolate.

Com carinho,

Peeta



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Chocolates do Peeta para todo mundo. Principalmente para as meninas amadas que me mandaram reviews!!! Amei todos!