A Vida de Uma Garota Nada Popular escrita por Lu Carvalho


Capítulo 20
O Doce Gosto de Uma Mente Confusa


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora!! Vou tentar fazer com que isso pare, mas eu tenho boas desculpas: Provas finais, meu aniversário e férias. Sim meus amores eu fiz aniversario!!!! 13 aninhos dia 15 de junho (sim eu estou escrevendo esse capitulo já faz um tempinho, viu o que as provas causam?? atraso de capítulos!!). E, para comemorar atrasadamente meu aniversário decidi lançar um dilema meu que vem me martelando na cabeça há um tempinho: Vcs querem trailer da viagem à Florida??? Se vc não entendeu que viagem é essa leia esse capt (muahahaha) e me responda logo abaixo nos comentarios se quer ou não, ok?? Beijocas carameladas meus amores!!! Espero que gostem do capítulo.



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Os quatro dias seguintes se passaram mais rápido do que eu gostaria. Quer dizer, se dependesse de mim o dia 4 de novembro não chegaria nunca. Eu não queria encarar Matheus. Não depois da carta. Isso dificultava ainda mais ter ódio por ele. Porém infelizmente dia 4 de novembro chegara e agora aqui estou. Sentada na privada do banheiro do estúdio “McDonson” adiando o mais possível que conseguir a hora de ficar cara a cara com o filho do presidente.

Tomara que Matheus tenha caído acidentalmente no caminho vindo para cá em um poço bem profundo beirando no mínimo uns 50 metros e quebrado a perna, o que o impossibilita de subir até a superfície, e, no lucro, houvesse perdido a habilidade das cordas vocais, o impedindo de gritar por ajuda.

Amém.

Esses quatro dias se resumiram à: Acordar. Pensar na carta. Ir ao banheiro. Pensar na carta. Escovar os dentes. Pensar na carta. Tomar café da manhã. Pensar na carta. Ir à escola. Pensar na carta. Assistir a aula. Pensar na carta. Ter o ego inflado pelo Fã Clube da garota que salvou o presidente. Pensar na carta. Confrontar Anne. Pensar na carta. Sofrer mais uma olhada de Liam. Pensar na carta, Sair da escola. Pensar na carta. Recusar uma ligação de Matheus. Pensar na carta. Beijar Thiago. Pensar na carta. Ir ao banheiro. Pensar na carta. Ser ignorada por Bruna, pois está brava comigo. Pensar na carta. Tentar resolver as coisas com ela. Ser ignorada em seguida. Pensar na carta. Jantar. Pensar na carta. Ir ao banheiro. Pensar na carta. Ir para a cama. Pegar a carta da cabeceira e relê-la. Pensar na carta.

Será que isso era saudável? Ultimamente eu havia ido muito ao banheiro.

O que ele quis dizer com “Tudo o que disse ontem é verdade. E tudo bem se você discordar. Pelo menos me dê sua amizade.”? O que ele disse? Discordar com o quê? Por que quer minha amizade, pelo menos? Arrrgh! Isso não me saía da cabeça. E toda vez que conseguia pensar em algo além logo meu cérebro me parabenizava com “Isso! Você parou de se torturar com a carta!”. E então todo o ciclo se repetia. Lembrar. Odiar Matheus. Lembrar de novo. Gostar de Matheus. Se lembrar do beijo e voltar a odiar Matheus.

Ok. Isso tem que parar agora mesmo.

“Por que você foi à aula de desenho, então, se sabia que o encontraria?” Se for isso o que você está se perguntando a resposta é simples: Clarrie disse que havia uma viagem à Florida me esperando.

E sinto que, de repente, se eu o ver, vou lembrar o que aconteceu no Halloween. Você sabe. Quando eu estava bêbada.

Olhei para a hora no celular. 14:00. A aula ia começar agora. Argh, eu tinha que acabar logo com isso. Vamos, Mari!

Saí do banheiro e cruzei o longo corredor. Posicionei a mão para abrir a maçaneta. Frisei. Meu interior começou a queimar. E se quando eu entrasse Matheus dissesse oi? O que eu responderia? “Li sua carta e não entendi nada, me explica?” Sim? Não? Ai, meu Deus. Péssima ideia ter vindo aqui.

Minha mão tremia quando Lauren apareceu.

–To atrasada, eu sei Nathally! Não precisa gritar! – ela parou a dois passos de mim e me encarou. – Eu conheço você. Marrie, né?

–Mari. – corrigi.

–Eu fui expulsa por causa do seu amiguinho, mas voltei. Minha irmã me disse que tinha uma viagem pra Flórida. Voltei por causa disso.

Olhei Lauren da cabeça aos pés; coturnos pretos surrados, meia calça rasgada, shorts jeans com correntes, uma camisa do Nirvana, cabelos pretos despenteados e cara de acabei-de-acordar-então-não-mexa-comigo com muito láois preto.

–Hum... – disse por fim.

Lauren olhou para minha mão: - Ta esperando o quê? Vamos logo. – tomou a frente e abriu a maçaneta.

E lá estava ele.

Pelo jeito não houve nenhum poço no seu caminho.

Nossos olhos se encontraram e durante três segundos assim ficamos. Três intermináveis e mortais segundos. Logo desviei o olhar, fingindo não tê-lo visto, e continuei meu caminho até Clarie.

–Oi, Clarie! – disse. Clarie pareceu superempolgada por nos ver. Tanto que envolveu-nos num abraço apertado e longo. O abraço só acabou quando Lauren ficou roxa de falta de ar. Exclamou animada que começaria a avisar sobre a viagem da Florida e que precisávamos nos sentar. Fiz um esforço danado para não olhar para Matheus. Eu sabia que seus olhos estavam me seguindo. Isso era dilacerante. Meu Deus. Quero morrer. Sentei logo atrás de Lauren, ou seja, bem longe de Matheus.

–Então, como todos já sabem, o estúdio McDonson ganhou uma viajem até a convenção de Arte Moderna e Revolucionaria dos Estados Unidos! Das cem inscritas, fomos umas das cinco academias escolhidas para ter essa honra! A convenção será no dia 18 de novembro, e estarão bancando para nossa turma uma viajem com tudo pago de uma semana para... tan tan tan taaaan... Miami! – a turma inteira comemorou com Uhuls, Ebas e Yeahs. – Isso mesmo! O avião sairá dia 15 ás duas e quarenta e cinco da manhã. Daqui a duas semanas! É preciso a autorização dos pais e um documento que comprove sua nacionalidade. O resto está tudo explicado nesses sulfites que vou entregar à vocês agora. Alguma pergunta?

Uma onda de conversas começara enquanto os papéis eram entregues. Notei que Matheus se levantou e direcionou o corpo a minha pessoa. Nem pensar que eu ia falar com ele agora! No mesmo instante tagarelei com Lauren:

–Muito legal a viagem, né? E a cidade? Eu sempre quis ir a Miami! Mas nunca fui. Então, legal, né? Parece que vai ser legal. E o nome da convenção? Parece legal. Há-há.

–Cara – disse Lauren ao tampar minha boca. – Você fala demais.

–Oi. – a voz de Matheus soou atrás de mim. Meu coração bateu mais rápido do que o normal. – Lauren, será que posso roubar ela um pouquinho?

–Por favor – respondeu, se virando para frente.

Lenta e pesarosamente trouxe meus olhos ao rosto de Matheus. Argh. A carta me veio à mente.

“Você provavelmente não lembra do que aconteceu ontem a noite.”...”Bom, acho que é isso mesmo. Tudo o que disse ontem é verdade. E tudo bem se você descordar. Pelo menos me dê sua amizade.”


Disse o quê, meu Deus?!

–Disse o quê?

–Ahn?

Volto à realidade.

–Quer dizer: O-oi, tudo bem?

–Aham. – Matheus puxou uma cadeira qualquer e sentou-se na minha frente. Quem deu permissão para ele? Que deselegante. – E você?

Estava tentando evitar contato direto com seus olhos, por isso olhava impacientemente para todos os cantos da sala. O ruim é que praticamente toda a sala de aula olhava diretamente para nós e cochichava.

–Ah é – grunhiu Matheus. – Até agora ta sendo assim. Todo mundo me olha como se eu fosse a reencarnação do John Lennon ou coisa assim, e depois vêm perguntar coisas do tipo “Você mora na Casa Branca?” ou “O Osama Bin Laden está mesmo morto?”.

Eu sabia que aquilo era piada. Era para eu rir. Pessoas educadas ou amigáveis ririam. Mas eu era uma pessoa assustada e confusa naquele momento e só conseguia pensar em uma coisa.

Ele me escreveu uma carta.

Matheus riu um pouco, mas parou logo que viu que eu não o acompanhei. Ficou sério. Sua testa enrugou e suas sobrancelhas se arquiaram numa feição sem graça. Isso me fez olhar para ele. Me arrependi no mesmo momento.

–Hmm, é, então, daqui a duas semanas vamos estar em Miami! Eu já fui para lá um trilhão de vezes, mas nunca com os amigos. Vai ser bem legal essa vez. Eu te mostro todos os pontos turísticos. Você vai achar bem daora. – Olhou para mim esperançoso por alguma resposta ou feição animada. Porém eu encarava seus olhos sem expressão nenhuma na cara. Hdinifcdsopwencdskja. Aquela carta não me fez bem.

–Ah, e, Mari, sobre sexta...

–Ok, alunos, voltem aos seus lugares! – gritou Clarie.

Matheus pareceu nervoso e foi até o outro lado da pequena sala.

–Como dito no papel, a viagem tem como propósito incentivar a arte para os jovens, no caso são vocês, então vocês terão de entregar um desenho bem feito no papel A3 Canson com o tema Arte Moderna e Revolucionaria. Tragam esses desenhos na viagem, que iremos expô-los na ala de Futuro da Nação! Vai ser espetacular!

Meu nível de animo subiu em cem por cento. Um desenho meu exposto em uma convenção de Arte Revolucionaria?! SERÁ QUE EU TO SONHANDO?

–Mas só os melhores desenhos.

E o sonho acabou.

Clarie continuou a falar mais detalhes sobre a viagem, porém eu só conseguia me concentrar em uma coisa: minha unha lascada.

O resto da aula foi feita de perguntas e mais perguntas sobre, tipo, tudo. Clarie respondeu todas pacientemente, mesmo quando tinha de repetir pela septuagésima vez a mesma coisa. Quando a aula chegou ao fim Matheus veio falar comigo de novo. Trocamos menos de dez palavras. Nelas combinamos de ir a Bill Rocks. Ou melhor, ele me convidou. Mais tarde inventaria uma desculpa para furar. Chegando em casa Bruna me ignorou mais uma vez. Estava cansada de pedir perdão de joelhos pra ela. Sei que não devia ter falado daquele jeito, mas só falei a verdade! Ela traiu um namorado fiel a ela. Quando disse isso só faltou ela me crucificar. Começamos a gritar uma com a outra e dissemos coisas horríveis, tipo “Seu cabelo é uma droga!” ou “Você que é gorda!”, variando para coisas mais pesadas como “Você é uma péssima irmã! Queria ter nascido filha única!” ou “Você merece ir para o inferno!” só que com outras palavras. Resultado: Ficamos na mesma, só que bem pior.

Mais tarde Thiago e eu nos encontramos na Bill Rocks. Lá comi o de sempre. E mesmo com a minha rosquinha de chocolate com doce de leite e granulados coloridos e um café sem cafeína não consegui tirar a carta da cabeça. Mas concluí uma coisa: Seria absolutamente FANTÁSTICO se a vida se resumisse em açúcar.


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Notas finais do capítulo

E aí???? Relembrando: Querem trailer da viagem à Florida??? BEIJOCAS E ATÉ SEMANA QUE VEM SE DEUS QUISER!!!



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