A Vida de Uma Garota Nada Popular escrita por Lu Carvalho


Capítulo 18
O Halloween de Uma Garota Cheia de Problemas


Notas iniciais do capítulo

Hellooooo capitulo grande pra vcs! Tomarem que gostem, pq demorei uma semana pra fazer, sem brincadeira .-. Até os comentarios!! Tomara que vcs gostem!



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Sabe quando você fica deitada no sofá, olhando para o teto, pensando no que você tem que fazer, mas que não quer? Essa era eu durante meia hora esperando Matheus vir me buscar. Logo que Bruna se foi ele ligou avisando que provavelmente demoraria uns dez minutos. Isso meia hora atrás. Me questionei se ir àquela festa seria mesmo necessário, afinal seria apenas um monte de crianças bebendo, fumando, se agarrando e gritando por todos os lados. Sério, quem merece isso?! Porém de todos os jeitos eu era obrigada a ir. Havia o Thiago me esperando, o Matheus e a Jess para se resolverem e Danielle na minha cola. E... ahn... Liam. Na minha imaginação, a primeira festa de colegial que eu fosse seria acompanhada dele. Do Liam. Mas será com Thiago... o que, pode apostar, nunca se passou pela minha cabeça.

A campainha tocou.

-Oi... – disse Matheus, sem fôlego, com plantas e galhos em sua barba falsa e seu terno e chapéu manchado de lama - estava de Abraham Lincoln – afobado e de olhos arregalados.

-O que aconteceu com você?! – perguntei, fazendo com que entrasse em casa.

-Fui perseguido, fotografado, machucado, lambuzado de lama e atingido por um arbusto, se é que possível – foi contando, já sentado no sofá.

-Uau – sentei-me próxima e o entreguei um copo d’água. – E por que isso?

-Uma multidão de repórteres. Loucos. Famintos por mim. – virou o rosto para mim e disse, com os olhos fixos nos meus. – Mari, eu pensei que nunca mais veria a luz do dia!

Não resisti e ri, enquanto ele deixou um sorrisinho escapar.

-Mas ainda bem que cheguei a tempo! – pronunciou, se levantando. - Agora vamos a essa festa.

-Ei, espera! Não acha que está esquecendo alguma coisa?

-Humm... – ponderou um pouquinho e logo concluiu: - Ah! Lógico! Vá pegar o totó, Dorothy!

-Não isso. – me levantei. - Jess, seu bobão!

-Ela vai mesmo? – perguntou esperançoso.

-Ela não confirmou... Mas, se ela for, já sabe exatamente o que dizer, certo?

-Sim. Está tudo aqui. – apontou para sua cabeça.

-Ok... – desconfiei. – Tem certeza que não irá se esquecer de absolutamente nada na hora?

-Sim – respondeu impaciente.

-Ok... E se ela negar tudo o que você disser e implicar que você é um canalha, o que você vai fazer é...?

-Segurar o rosto dela com as duas mãos, olhar nos olhos dela e dizer que ela é a única, que isso nunca mais vai acontecer e de agora em diante não existirá nenhum segredo entre nós da minha parte.

-Ok... E se mesmo depois disso ela não te desculpar?

-Eu desisto e a mando para aquele lugar.

Olhei incrédula para ele.

-Brincadeira, Mari – disse, morrendo de rir. – Vai dar tudo certo. Não se preocupe!

Ele me envolveu em um abraço sufocante e disse:

-Olha, você vai a essa festa e vai aproveitar. De novo, muito obrigada por falar com ela. Você é a pessoa mais legal do mundo!

-O prazer é meu – respondi, fazendo careta.

Ele me soltou e deu umas risadinhas. Tudo legal, até que aquele “contato visual” desconfortável surgiu.

-Acho melhor irmos – anunciei, ainda naquele transe que me dava um frio na barriga.

-Ok...

Dei um sorrisinho sem graça e abri a porta.

***

Conseguia-se ouvir a musica alta daquela festa numa distancia de quatro quarteirões dali. E não era só a musica, mas também o barulho de gritaria e gente bêbada de lá. Custei a sair do carro (seguro e livre de odores) do Matheus para ir à casa de Danielle. Ela mora em um desses casarões brancos que cabem cinco caminhões na garagem e possuem no mínimo uns sete quartos e doze banheiros para cada membro da família. Seu quintal transbordava papel higiênico – turma do fundão, lógico – e preservativos. Mesmo sendo outubro, outono e frio à noite, metade da festa pulava na piscina e tirava a roupa lá mesmo. O que era uma pena, por que todas as fantasias ficaram ensopadas de cloro. Porém o mais entristecedor era que naquela casa havia pelo menos umas cinquenta Dorothys. E eu me achando super original... A única coisa que me diferenciava com as outras (e outros, algumas vezes) era meus sapatos prateados, que na verdade é a cor original do sapatinho brilhante, porém se popularizou como vermelho depois do filme de 1939. O DJ não se contentava em deixar a música rodar inteira, e sempre que podia mixava com eletrônica. A cada metro quadrado havia um casal se beijando. E a cada centímetro quadrado havia alguém desacordado no chão. Era impossível de se andar sem ser esbarrada! Imagina como seria para achar alguém. O que estava sendo nesse exato momento...

-Thiago! Jess! Bruna! Johnny! – gritava na esperança de que algum deles escutasse.

-Vamos fazer o seguinte; enquanto você grita eu vou dar uma passadinha no banheiro, certo? – propôs Matheus, depois de meia hora reclamando que estava apertado.

-Ok, ok. Vai logo! Nosso ponto de encontro será no DJ, fechado?

-Sim! – respondeu já em meio caminho para banheiro.

Agora era eu, eu mesma e o totó de pelúcia.

-Thiago!- recomecei. - Jess! Bruna! John...!

-Mini-Bruna! – gritou uma voz conhecida.

Girei o corpo na direção da voz e avistei Johnny de Elvis.

-Na verdade, eu sou a irmã mais velha. – retruquei.

-O que esta fazendo aí, bonitinha? – perguntou, soltando um bafo enorme pela boca e ignorando totalmente minha última frase.

-Procurando meu namorado. Você o viu?

-Hmmm... – estendeu o braço e puxou um cara qualquer que estava passando. – É esse aqui?

-Não! Ele nem sequer parece com meu namorado.

-Ah... – fez beicinho. – Mas podia ser, ele é bonitinho – disse apertando a boca do sujeito assustado.

-Johnny... Você está bêbado?

-Shhh! – pressionou seu indicador em meus lábios, o que fez com que meu batom vermelho fosse pros ares. – EU NÃO TO BEBADO NÃO! – gritou para a festa, e todos começaram a aplaudir. – Tá, ok, talvez só um pouquinho – murmurou depois no meu ouvido. – Mas sua irmã não pode desconfiar!

-Olha para você! Acha que ela não vai perceber?

-Hmmm... – fez uma pausa para bocejar. – Acho que sei lá!

-Mari!  - ouvi a voz de Thiago.

Fui abraçada por trás e recebi um beijo no pescoço.

-Oi, zumbizinho! Quando você chegou? – perguntei, me virando para seu rosto.

-Não faz muito tempo. Você nem vai acreditar com quem eu estava falando; com um universitário da Harvard!

-Que legal, amorzinho! – disse dando um beijo na ponta de seu nariz.

-Ele estava me contando sobre o campus, os professores e que a cada semana ocorre uma festa dessas lá!

-Que saúde a deles...

-Eu vou te pegar um refrigerante, ok? Enquanto isso me espere aqui.

-Aham – olhei para Johnny e apontei às costas de Thiago. – Aquele era meu namorado.

-Hmmm... O outro continua sendo mais bonitinho!

Do nada ele arregalou os olhos e ameaçou vomitar. Agachou no chão e tampou suas orelhas. No que isso iria ajudar eu já não sei. Voltou a focalizar a visão em mim e suplicou:

-Mini-Bruna, você tem que me ajudar. Me esconda de sua irmã de todas as maneiras possíveis!

-Hmmm... Depende...

-O que você quer?!

-20 pratas!

-Ótimo!

Se levantou e tirou do bolso uma nota de 50.

-Pode ficar com o troco, desde que me esconda bem escondido!

-Ok. Ahn... Acho melhor você ir para a mesa de pebolim, ela nunca vai passar por lá.

-Obrigada! – agradeceu, me dando um beijo estalado na bochecha. – Você é a melhor!

Não havia movido nem 45 graus que logo Danielle pulou em mim.

-VOCÊ VEIO! OH MEU DEUS, A GAROTA MAIS IMPORTANTE DA AMERICA VEIO, PESSOAL!

Pela segunda vez na noite todos aplaudiram, como se a Miley Cyrus houvesse acabado de entrar no palco.

Quando o barulho se acalmou, Danielle me encheu de perguntas – qual nenhuma respondi:

-Do que você veio? Dorothy? Que legal! Amei! E você gostou da minha fantasia? De gatinha sexy? Não paro de receber olhares! Estou até ficando constrangida! Ai, que mentira a minha. É lógico que não estou constrangida! E você? Quantos olhares recebeu? Com certeza poucos com esse vestido na altura do joelho, né amiga! Deixa comigo que eu arrumo! Vamos correndo pro meu quarto agora!

Nisso agarrou meu pulso e saiu correndo, para eu não fugir – o que com certeza eu faria – e, finalmente, quando chegamos no quarto uma cena desconfortável apareceu ao abrirmos a porta.

O casal correu para pegar suas devidas roupas e logo fugiram pra outro quarto.

-Não é à toa quando dizem que minha casa não é lugar para se hospedar a Madre Thereza! – observou Danielle, fuçando seu armário.

-O que querem dizer com isso? – perguntei.

Ela parou de fazer o que estava fazendo e virou com as sobrancelhas arqueadas a mim.

-Você sabe o que querem dizer.

E voltou a mexer no armário.

-Er... Mas isso não acontece com todos, acontece?

-Não é toda a população do planeta que tem a primeira vez, ou quadragésima vez, na minha casa. Um quarto da população sim. Mas o resto procura outras festas para irem.

-Wow. Tenso.

-Achei! – anunciou, ao virar para mim com dois enchimentos na mão e uma tesoura. – Vou te transformar na Dorothy mais sexy da festa!

-O que?

Nem pisquei o olho e Danielle cortou umas três mãos de meu vestido xadrez. Em seguida colocou os enchimentos em mim e lambuzou meus lábios de batom vermelho; Mergulhou um pincel fofo em seu blush e descarregou em mim; Delineou um traço de gato em meus olhos e carregou os cílios com máscara azul; Até que, por fim, desfez as minhas trancinhas e produziu um coque despojado em minhas madeixas.

-Agora é a Dorothy e a garota mais linda festa! – exclamou, me posicionando na frente do espelho.

Me olhei de cabo a rabo e tenho de admitir que eu estava um arraso – tanto que nem parecia a mesma pessoa!

-UAU. UAAU. UAAAAAU! Eu to a maior gata!

-Eu sei! – pulou orgulhosa de si mesma. – Acho que aprendi muito com Anne... Falando nela, deve estar chorando agora mesmo.

-É? – disse tentando parecer indiferente, enquanto por dentro estava pulando de alegria. – Por quê?

-Ah, você sabe. Depois que eu e o resto das mortas-vivas paramos de falar com ela o número de assinantes do seu facebook caiu em 50%.

-Ahn... tradução?

-Ai, Mari! – ela veio até mim, ao passar outra camada de rímel. –Você sabe, ela parou de ser convidada para as festas, não tem mais tantas curtidas nas fotos do instagram, perdeu o namorado e blá blá blá.

De repente meu interesse pela conversa aumentou em cem por cento.

-Espera... perdeu o namorado?

-Ela tinha ficado toda nervosinha e começou a descontar no Liam. Daí ele descarregou nela toda a reclamação que tinha por quatro anos e terminou o namoro, dizendo que não aguentava mais ser seu saco de pancada.

-Nossa, que pena... – YES!!!

-E o pior de tudo é que antes da briga ela havia brigado comigo, dizendo que eu era uma estúpida sem cérebro. E depois  da briga veio chorando pra mim dizendo que eu era sua melhor amiga e mais bla bla bla.

-Eu sabia desde o começo que ela era falsa, mas não nesse ponto...

-E, sabe, eu tenho noção da minha incapacilidade mental... – tanto que essa palavra nem existe. - ... mas era para ela me ajudar! Me dar apoio! Afinal, é pra isso que amigas servem! Não para me dizer toda a hora que sou burra e estúpida...

-Own... – fiz, me sentando próxima de Danielle em sua cama. Na mesma hora me levantei lembrando do que se passava nesse colchão antes. – Não se sinta assim. Você é sim capaz de muitas coisas, e se ela não te apoiar, há outra gente que vai.

-Awnn! – exclamou me abraçando. – Obrigada! Eu sei que fomos muito más para você, mas você está sendo tão legal! Acho que a qualquer momento eu vou acabar pintando o meu cabelo de moreno!

-Er... valeu, acho.

Danielle se desvinculou do abraço e por fim disse:

-Bom, não vou ficar te segurando! Você tem uma noite inteira pela frente, e, com certeza com essa melhora que eu te fiz, vai usar um dos meu quartos hoj...!

-Danielle!

E então saí do quarto. Logo me lembrei de que Thiago devia estar me esperando com um refrigerante há meia hora!

Corri rápido até onde estava antes, e, tenho que te falar, recebi um monte de olhares! E até alguns comentários sobre nádegas... O trabalho de Danielle realmente funcionou! No caminho avistei Johnny arrastando Matheus consigo até algum lugar. Eu não sabia que os dois se falavam, interessante. Parei de correr e pensei em ir até Matheus para avisar que teria de achar Jess sozinho já que ficaria com Thiago a noite inteira, porém depois de cinco passos consegui ouvi-los falando:

-Você está me confundindo com outra pessoa! – disse Matheus, ao tentar mais uma vez com que Johnny o largasse.

-A irmã da minha gata está procurando seu namorado, então vou te trazer a ela!

Essa Seventeen só me traz problemas! Meu namorado não é ele! É o Thiago!

-Mas eu não sou o namorado!

Jonhnny largou o braço de Matheus e cruzou os braços:

-Prova!

-Provar? – inflamou o peito de ar e cruzou os braços. - Como?!

-Por que ela não é sua namorada? – continuou Johnny, bem certo de que o flagraria no ato.

-Porque ela não é minha namorada? –repetiu. - Tá bem, por onde começo? Primeiro: ela já tem um, que não sou eu; Segundo; ela é estressada, pessimista e confusa demais! Quero dizer, ela tem problemas demais dentro de sua cabeça! É como se sempre houvesse algo errado em tudo o que as pessoas fazem, e ela gosta de deixar bem claro que nada a satisfaz! E além disso, tudo a irrita! Mesmo quando eu tento ser legal! E é por isso que ela não é minha namorada!

Respirei fundo. E então falar com ele não me parecia algo tão legal de se fazer na hora. Com vontade de socar a cara de alguém na hora, fui correndo direto para a direção oposta. Já não me importava mais se eu estava gata, ou se Thiago estava me esperando plantado com um refrigerante na mão. O que eu mais queria fazer na hora era sair daquela festa o mais rápido o possível. Me sentia humilhada, usada, nervosa e triste ao mesmo tempo. Como pôde dizer isso de mim?! Eu vim a essa festa só por sua causa, e é assim que me agradece?! É como se ele colocasse na sua boca as coisas que mais odeio em mim mesma e espalhasse por aí meus defeitos. Que grande amigo. Que grande canalha.

-Oi, princesa... – me parou algum cara qualquer pela festa. – O que faz aí com essa cara triste?

-Eu não estou triste. – mandei, ao colocar meu indicador em seu nariz. - Estou é com nojo da sua espécie!

-Ei, calma aí, princesa.

-Dorothy.

-Ok. Calma aí, Dorothy. Qual idiota te fez sofrer?

-Ah, qual é. – disse me desvinculando de seu caminho. – Como se eu fosse mesmo te contar tudo o que se passa nessa minha cabeça cheia de conflitos e... merda dentro!

-Princesa... quer dizer, Dorothy – veio em minha direção, me bloqueando com seus braços. – Por que não toma um pouquinho disso, se acalma um montão, e depois fala comigo?

Sua mão direita me estendia um grande copo verde, que não dava para ver o que tinha dentro. Resolvi aceitar.

Tomei tudo de uma vez.

E na hora me arrependi.

Um gosto forte e amargo, de arder os olhos, invadiu minha boca.

-O que é isso?

-Tequila e pinga, princesa.

O empurrei com toda a força que tinha reservada para “Idiotas”. A festa inteira olhou para mim.

-Como pôde me dar isso?! Quer saber, antes eu tinha nojo da sua espécie, mas agora eu tenho é medo de ser infectada com tanta BOSTA QUE TEM NA CABEÇA DE VOCÊS!

E pela terceira vez saí correndo.

Como é que em menos de uma hora tudo se torna tão complicado?! Digo, antes eu estava bem e com aparência incrível, e agora estava com dor de cabeça, tontura, maquiagem borrada, triste e com visão embaçada. Achei um canto solitário qualquer e lá me sentei. Os quarenta e cinco minutos seguintes se passaram lá. Abracei meus joelhos, bebi uns copos de cerveja que estavam próximos a mim e repassei na mente tudo o que Matheus acabara de falar. Quanta raiva! Minha primeira festa de verdade se tornou um pesadelo por causa daquele filhinho de papai, chorão e babaca. Eu queria sair de lá e ir pra casa, onde eu deveria ter ficado desde o começo. Eu só precisava de carona. Ou seja, precisava de Matheus. Mas nem morta eu o procuraria. Decidi sair do meu esconderijo e procurar Bruna. Me levantado outra tontura veio à calhar. Oh-oh.

Andei até a porta da casa, na esperança que ninguém me visse cambaleando daquele jeito e com aquelas olheiras que nem corretivo disfarçava. Porém, como a sorte nunca esta do meu lado Matheus me parou na porta mesmo.

-Ei, Mari! Oi! Não te vi a festa inteira!

Vontade de socar aquele sorrisinho torto mequetrefe que estava no rosto dele? PRA CARAMBA.

-E aí? – disse, socando de leve seu ombro. Por mais que tenha sido de leve, pode apostar, tinha sido depositado grande parte de minha raiva lá. – Como foi com sua namorada?

-Ahn... não quero falar sobre isso... – murmurou, ainda numa expressão meio distante.

-Ótimo. Fantástico! Absolutamente in-cri-vel! – falei meio alto. – E você não tem nada a me dizer?

-Humm... que cheiro é esse?

-É o cheiro da sua covardia!

-Não, é sério. Mari, você bebeu?

Nesse momento eu via três Matheuses, e apontava para o do meio.

-Não! Por quê, seu canalha?!

-Porque eu estou bem aqui do seu lado.

Me virei lentamente para o lado direito, ainda apontando o dedo à ele.

-Agora estou atrás de você.

Virei de novo.

-Não sente nojo de você mesmo?! – explodi. – Eu vim a essa festa para te ajudar, e você me retribui falando mal de mim para o Johnny?!

Na hora seus olhos se arregalaram, e os meus falharam.

-O-olha eu posso exp-plicar – gaguejou.

-Eu não quero ouvir nada de você, afinal já ouvi o bastante! – gritei, indo para outro lugar.

-É sério eu posso explicar! Só acalm...

-PARA DE DIZER PARA EU ME ACALMAR! SE ME ACHA TÃO ESTRESSADA JÁ SABE QUE ESSA PALAVRA DE NADA AJUDARÁ!

Tropecei no nada e acabei caindo nos seu braços.

-Me larga! – saí, cambaleando outra vez e de visão falhando.

-Não, não, não Mari! Olha eu realmente estava estressado e só acabei dizendo aquilo porq...

-EU DISSE QUE NÃO QUERIA OUVIR!

Ainda mesmo com a visão turva e embaçada pude avistar Bruna beijando Johnny, e logo a afastei dele. Ou melhor... era quem eu pensava que fosse. Na verdade era um loirinho, nada parecido com Johnny.

-M-mari! E-eu posso expl...

Pressionei meu indicador nos lábios de Bruna e disse:

-Muita informação pra noite de hoje. Estou bebada. Tonta. Com dor de cabeça e vou cair nesse chão agora mesmo em 5, 4, 3, 2...

E minha visão escureceu.


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Notas finais do capítulo

E o que vc me diz??? Ideias são bem vindas!!