"O quê?" Berraram juntos mamãe, papai, tio Charlus, tia Dorea e Petunia.

Meus pais estavam intercalando de vermelho para pálido e os de James pareciam que iam matá-lo a qualquer instante. Eu engoli a seco, os encarando com medo. James apertou a minha mão, meio que me dando um sinal para falar alguma coisa. Mas, não havia nada que eu pudesse falar.

“James e Lily, vocês podem me explicar, por favor?” Perguntou tia Dorea calmamente, algum tempo depois.

“Mamãe não há nada a ser explicado!”

“Merlim, James!” Charlus disse levantando os braços. “Eu sei que você não pode negar o sangue que corre nas suas veias (n/a- Potters pegadores since always), mas, eu já não te disse que não deixasse nenhuma grávida?”

Tia Dorea corou com o comentário do marido e deu uma tapa no braço do Tio Charlus. Eu até tentei, mas não consegui conter a gargalhada que me tomou. James, Sirius e Lely me acompanharam segundos depois.

Mas meus pais não pareciam ter se entusiasmado com tudo aquilo. Estavam... Abismados demais para falar alguma coisa.

Eu esperei pacientemente alguma reação e, infelizmente, ela foi vinda de meu pai. Ele me esbofeteou, me fazendo dar um grito alto em protesto a dor.

“Como você ousa?” Disse revoltado. “Além de ter dezessete anos, não pode nem procurar alguém que preste. Tinha logo que ser gente da sua laia?”

Ouvi meus amigos grunhirem baixinho em relação ao comentário do meu pai.

“O senhor nunca mais ouse encostar um dedo sequer nela!” James disse firme, fazendo meu pai olhá-lo com uma espécie de desdém.

“O que vai fazer comigo?” Perguntou enquanto ria. “Apontar esse pedaço de madeira idiota e me transformar em sapo?”

As feições de James se tornaram raivosas e me fizeram arregalar os olhos. Eu nunca o tinha visto daquela maneira, portanto, me apressei para colocarme à sua frente e impedí-lo de fazer alguma besteira.

“James” Lethicia interveio, pondo uma mão no ombro dele. “Não vale a pena gastar o nosso tempo com eles. Se acalme.”

Eu concordava inteiramente com Leth. Não é que eu não amasse a minha família, longe disso, mas eu simplesmente havia desistido de fazê-los gostar de mim. Com excessão da minha mãe, minha irmã e meu pai pareciam me odiar. Papai principalmente.

Ele não demonstrava interesse mim, sempre me excluindo de tudo. Isso ficou pior quando eu fui para Hogwarts. Eu via diversos pais ficarem alegres por terem filhos bruxos, como se fosse uma dádiva e depois me lembrava do meu e quanto ele parecia, simplesmente, não se importar.

Foi preciso um responsável de Hogwarts vir me buscar e me levar para comprar os materiais. Quero dizer, minha mãe tentava ser carinhosa comigo, tentava me incluir, mas, com medo do meu pai, ela teve que fingir me odiar.

Eu não entendia o rancor que ele sentia por mim. Ainda não entendo.

A única coisa que me deixava forte era o amor que eu sentia pelos meus amigos e o que eles sentiam por mim. E, secretamente, o da minha mãe, que me consolava à noite, quando papai estava dormindo.

“Vamos, James você precisa ir.” Eu disse baixinho para ele.

“Não vou deixar você aqui!”

“Correção, aberração! Nós não a queremos mais aqui.” Petunia berrou, com raiva no olhar.

“Escuta aqui" Sirius disse se posicionando a minha frente. ", ela não precisa de amor, afeto ou até mesmo dinheiro vindo de vocês. Se ela fica aqui é porque realmente gosta de vocês, não porque precisa ou depende. Ela tem à nós e isso é sufiente."

Reprimi a vontade de abraçar aquele moreno e não soltar mais. Sirius sabia perfeitamente como eu me sentia em relação aos meus pais. Tanto porque os dele sempre o preteriram, principalmente depois que ele foi para Grifinória, e escolheram a Regulus, seu irmão mais novo.

Os olhares de tia Dorea e tio Charlus parecia brilhar de orgulho dos "filhotes" deles. Sim, pois consideravam Sirius como um de seus filhos também.

Eles me arrastaram pelos braços porta à fora mesmo com os meus apelos dizendo que tinha que ficar. Foi tudo inúltil, porque, em alguns segundos, já haviamos aparatado em frente a casa deles. A enorme casa deles.

“Bem vinda ao seu novo lar, Lily.” James falou baixinho no meu ouvido.

Nós todos entramos. E minha boca se abriu levemente, eu já havia estado ali antes, obviamente, mas não havia como não me surpreender com aquela casa. Era simplesmente muito perfeita para que minha mente consumista aguentasse.

A morena ignorou totalmente os outros e me puxou pela casa. Nós subimos uns dois lances de escadas até chegarmos ao local que ela queria. Seu olhar passava pelas portas e, depois de tanto procurar, ela parou de fronte a uma. A porta era branca e estava talhada, na mesma, um brasão que eu supus ser o da família e, para completar, havia escrito, em letras douradas, o sobrenome "Potter".

Ela escancarou a porta e apontou para dentro, enquanto dizia:

“Este é o seu quarto, Lils.”

Ele era enorme e lindo.

E eu acho que iria me perder nele.

Eu não podia acreditar.

“É lindo, Lelê!”

“Caso você queira tomar banho, o banheiro é na porta à esquerda, na direita é um closet.”

“Hm, tudo bem, mas eu não trouxe roupas.”

“Relaxa, tem algumas roupas minhas que dá para você se sustentar hoje e amanhã de manhã.”

“Hein?”

"Se prepare pois amanhã vamos renovar essa coisa que você costuma chamar de guarda-roupa. Nada mais de Lily com saias até o joelho, uma nova e mais sexy Lily vem por ai."

"E grávida."

"É, mas uma grávida sexy!"

Gargalhei, rolando os olhos e aproveitando para expulsá-la do meu mais novo quarto. Ainda podia ouvir suas risadas enquanto se encaminhava para o seu quarto.

Com uma preguiça inesperada, comecei a tirar lentamente as peças de roupa do meu corpo, permanecendo apenas com o lingerie. Depois de completamente livre de roupas, me vi de frente a um enorme espelho que havia no quarto. Conferi a minha barriga, que ainda não dava para notar a gravidez, mas a simples consciência desse fato me deixava com uma felicidade indefinida.

Após um último sorriso, eu caminhei até o banheiro. Preferi tomar banho de chuveiro, seria mais rápido e não correria o risco da minha linda pessoa adormecer e se afogar na banheira. Até imaginava o óbito no jornal: "Garota adormece na banheira e acaba se afogando."

Enfim, eu ainda não conseguia acreditar que iria morar com os Potter agora. Vou te dizer uma coisa, eu não gosto muito da ideia. Detesto incomodar as pessoas, mesmo quando elas mesma que insistem. E podem falar que sou tímida e chata. Eu sei que sou.

Adentrei dentro do closet e tentei escolher um pijama "vestível", porque todos os pijamas da Leth eram micro-shorts e blusas minúsculas que mal cobriam meu umbigo. Me decidi por um preto basiquinho, que de básico não tinha nada. Me larguei na cama finalmente e me enrolei com o endredom fofinho.

Eu já estava quase adormecida quando alguém (querendo morrer, só pode!) entrou no meu quarto e se sentou na cama, me despertando totalmente.

"Já 'tá dormindo, Lírio?" A voz rouca de James perguntou suavemente.

“Eu estava tentando." Murmurei me virando.

Dei de cara com um James já deitado ao meu lado, suas braços estavam de trás da cabeça e ele parecia bem pensativo.

“Poxa, a reação do seu pai foi bem inesperada. Insana!”

“Eu te avisei, James...”

“É, eu sei que você me avisou..." Ele fez um pausa. "Mas por que nós estamos falando do seu pai, quando podemos fazer coisas muito melhores?"

Ele sorriu malicioso.

“Não, James!”

“Ah, Lily, por favor!”

“James, eu não perdi o juízo ainda.”

"Isso não é perder o juízo!"

"Eu não vou transar na casa do seus pais!"

“E o que tem a ver ser a casa dos meus pais?”

"Me deixa pensar, ah é... Tem os seus pais dentro!" Exclamei, tentando manter meu tom de voz baixo.

"Não tem problema!"

“James...” Bufei, enquanto ele me implorava com os olhos. "Tudo bem, mas não me faça me arrepender, ouviu?"

"Deixa comigo!"

Seus lábios estavam curvados em um sorriso quando tomaram os meus em beijo intenso, arrebatador. Daquele tipo de beijo que faz cócegas na sua barriga e seus dedos dos pés formigarem.

Só me dei conta de que estava nervosa quando senti o James ficar "animadinho". Eu sei que já havia perdido a virgindade, mas, sei lá, não foi enquanto eu estava sóbria!

Por algum milágre, James pareceu sentir a minha tensão e me preparou com beijos e carícias até que eu perdesse o nervoso.

Oh, dear Merlim, o que eu fiz para merecer um Maroto tãão Maroto? Agarrei os cabelos de James e aprofundei (se é possível) ainda mais o nosso beijo. Eu certamente tirára a sorte grande.

—x-x-x-

Um cheirinho delicioso de café fresco invadia meu quarto quando eu acordei. A sensação de êxtase ainda dominava o meu corpo, me fazendo sorrir largo. Bocejei e procurei pelo corpo de James ao meu lado. O Sol estava brilhando por entre as cortinas, o que significava que era muito cedo. Pelo menos no padrão adolescente. Mesmo assim eu acordaria James. Sim, sou uma garota má.

Gargalhei com os meus próprios pensamentos.

“James?” Sussurrei ao seu ouvido.

“Que é?” Perguntou com um pouco de mal humor.

“Não é nada, só queria te acordar...” falei com um falso sentimentalismo.

James se sentou na cama, bocejando brevemente, para logo em seguida enfiar a mão de baixo da cama, procurando uma cueca perdida.

Ele vestiu-a logo em seguida.

“O que foi que...”

“Shh!” Eu disse arregalando os olhos.

A porta se abriu e uma garota de longos cabelos castanhos entrou, carregando uma bandeja de café da manhã que me parecia deliciosa.

Após ver o nossos trajes aliado ao fato de James estar no meu quarto com cara de sono, um sorriso malicioso brotou em seu rosto. Minha mente pura, que depois de ontem já não era assim tão pura...

“Opa, a noite por aqui foi divertida, huh?”

“Cala a boca, tampinha!” James gritou enquanto ria estridentemente.

“Enfim, mamãe me obrigoi a trazer esse café da manhã, mas agora eu vou me mandar para piscina. Cheers.”

“Ah, não, me espere que eu quero ir também!" berrei.

Ela riu ao longe.

“O James te leva.”

“Tudo bem, então.”

Foi só então que eu pude notar os delicados detalhes do bíquini parcialmente escondido por um avental. Como ela conseguia biquinís tão lindos?

Assim que terminei de comer, pulei da cama e escolhi um dos biquinis que estavam no closet.

Quando nós chegamos à área da piscina, avistei Leth, que tomava sol tranquilamente em uma dessas cadeiras próprias para isso. Eu me sentei na beirada piscina e pus meus pés dentro d'água, balançando-os.

Sem que eu me desse conta, alguém (futuro morto) chegou correndo, me pegou no colo e nos jogou dentro da piscina. Assim que tive a oportunidade, me desvencilhei de seus braços e nadei até a borda. Sirius já havia saído da piscina e comecei a correr atrás dele.

“Seu filho de uma égua!” Berrei enquanto distribuía tapas em seus braços.

“Eu sei disso, Lils. Não precisa me animar.” Eu revirei os olhos e me rendi as risadas que ele dava.

Uma coruja sobrevoou por nós e deixou uma carta cair sobre Lethicia, que tirou os óculos escuros, sobressaltada.

“Mas, que m...? Ah, Merlim!” Ela abriu a carta e quando terminou de ler o conteúdo parecia horrorizada. ”James! Sirius! Venham aqui, patetas!”

Após fazerem caretas ao serem chamados de patetas, foram até Leth, que lhes entregou a carta que havia lido segundos atrás.

“O que significa isso?”

“Wormtail é um comensal da morte.”

“Quê?” indaguei completamente pasma.

“Eu também não consigo acreditar!" ela exclamou com os olhos arregalados. "Ele estava agindo meio estranho, então, por precaução, mandei um amigo meu investigar o que estava acontecendo."

“Ainda não consigo acreditar" murmurei, com minha boca levemente aberta. "Wormtail? Comensal da Morte? Nunca que eu imaginaria!"

“Pois é! E é isso que o torna mais perigoso! E se ele tentar fazer algum mal para vocês? Ou para mim? Ou a nossa família?”

“Ele não vai fazer, tem calma" afimei, tentando mostrar confiança.

James e Sirius estavam ainda mais pasmos que nós duas, afinal, eles dois conviviam com Peter desde que entraram em Hogwarts e nem notaram que ele vinha agindo diferente. E ainda por cima era um Comensal da Morte.

Eles começaram a discutir sobre alguma punição para ele.

É, se depender do ritmo deles, vai ser uma longa manhã para decidirem.

—x-x-x-

Terminei de escovar meus cabelos e larguei a escova sobre a penteadeira. O dia havia sido extremamento longo e cansativo. Apesar de que, agora, tudo se tornava longo e cansativo para mim.

Chequei minha aparência uma última vez e saí do quarto, descendo para o jantar. Eu estava descendo lentamente as escadas, quando Sirius passou correndo atrapalhadamente e esbarrou em mim, fazendo-me enrolar as pernas e cair da escada.

Foram alguns poucos degraus, nada que eu considerásse sério, mas eu senti uma forte pontada tomar a minha barriga.

“Ai!” Gritei, apertando minha barriga com força.

Leth apareceu no topo da escada, possivelmente atraída pelos meus gritos, e correu para me socorrer. Ela começou a ralhar com Sirius sobre o acontecido e ele olhava assustado de mim para ela.

“Sirius, sem completo imbecil, se algo acontece com o meu sobrinho, diz adeus para o teu brinquedinho sexual!" ela berrou estressada, enquanto colocava minha cabeça em seu colo.

Então, sem que nenhum dos dois pudesse notar, algo pegajoso e quente começou a escorrer pelas minhas pernas, embebendo o tecido branco do meu vestido.

Ah, não! Não, por favor, Merlim! Que não seja o que eu estou pensando!

Pus uma de minhas mãos no local onde senti ficar molhado e ergui-a em seguida. Quando avistei-a quase desmaiei de desespero. Era o mais púrpuro sangue que eu já havia visto.

“Estou perdendo o meu bebê!" gritei desesperada, começando a chorar. "Parem de brigar e me levem à um hospital!"