Perdoe-me a confusão com os detalhes; é difícil organizar tudo quando para você nada está organizado, sabe? Aliando isso com o fator de que sou apenas uma adolescente com os sentimentos a flor da pele que acabou de descobrir uma gravidez... Meu Merlinzinho de cuecas rosas!!

Certo, certo, vamos falar em termos cronológicos. Começando com a festa de boas vindas dos marotos!

Dois meses antes...

“Vamos Lily!” Falou Leth pela milionésima vez.

“Não! Eu não vou para uma festa onde tenha você e o Potter juntos, nunca dá certo!”

“Desse jeito você me magoa...“ Fingiu um choro.

Para o espanto de todos, sim, minha melhor amiga é a irmã mais nova de James Potter, Lethícia. Quando eu a conheci, no expresso de Hogwarts, ela era uma menina mirrada, pequena e calada, com quem de cara eu me identifiquei, porém, quando a idade veio chegando, algumas mudanças aconteceram, obviamente. Ela adquiriu uma beleza singular, com sua pele oliva e os cabelos castanhos longos, que chegavam até sua cintura.

Não era assim tão parecida com James, no quesito aparência, mas quando se falava em aventuras e aprontar os piores trotes, damn*, eles eram idênticos. Os professores se referiam à eles como os "irmãos terror", porque eles já fizeram todas as classes de pegadinhas que pudesse existir em Hogwarts. E além disso, tinham de brinde um Sirius Black.

As paredes que sustentavam Hogwarts, depois deles, eu tive certeza que eram muito, muito, fortes.

Todos os dias eu brigo internamente com os fatores que me levam a ainda ser amiga desse troço, porém, eu acho, não existe explicação. Simplesmente somos e sempre seremos.

“Lily, por favor!” Leth exclamou me afastando dos meus pensamentos.

Eu a olhei com os olhos em pequenas frestas e ela continuava com aquela cara de quando quer alguma coisa, eu ri, sabendo que a Potter mais nova era tão irritante ao ponto de não desistir até ter o que queria.

“Está certo! Eu vou.” Falei mal humorada "Com a condição de você me deixar em paz durante cinco minutos inteiros."

Ela apenas se limitou a olhar para o relógio e, quando o fez, assumiu uma postura preocupada.

“São nove horas.” murmurou.

“E daí?” Repliquei, completamente despreocupada.

“E daí que só tem uma hora pra nós nos arrumarmos!” A morena gritou enquanto recolhia as bolsas, me entregando a minha em seguida.

“Acho que daqui uns dias eu vou te confundir com a Georgia, sabia?"

Ouvi um bufo irritado e ri alto.

“Não me compare com vadias, Lily!” Gritou séria do banheiro, para logo depois soltar uma gargalhada igualmente alta.

Uns vinte minutos ela saiu enrolada numa toalha, enxugando os cabelos. Deixei-a se trocando e fui para o banheiro, me despi e logo eu estava debaixo do chuveiro, a água quente me aquecendo.

Um mal pressentimento me invadiu.

Aquela voz digna de filme de terror parecia sussurrar em meu subconsciente para que eu permanecesse no meu quarto, tendo uma noite tranquila de sono, coisa que eu preferi ignorar, já que se tratava apenas de uma festinha entre amigos.

‘Não é apenas uma festa’, aquela bizarrice voltou a sussurrar no fundo da minha mente.

É, e o pior é que a voz tinha razão.

Não era apenas uma festa.

É uma festa patrocinada por James Potter.

E isso significa confusão.

Muita confusão!

Balancei minha cabeça, tentando tirar aqueles pensamentos malucos da minha cabeça.

Eu sou uma pessoa responsável e nada de mais vai acontecer.

Eu espero.

Terminei de tomar banho, enxuguei meu corpo e cabelos e já sai vestida do banheiro. Ela também já estava vestida: Era um vestido preto que ia até um pouquinho antes de seu joelho e com uma espécie de decote em "V", porém com um tecido preto-transparente. Seu corpo estava bem delineado dentro daquele vestido. E, para completar, ela estava calçada com seu par de scarpin preferido, eles eram de um tom bege clarinho.

Eu realmente adorei este visual.

Ela gostava um bocado de se vestir bem, quando estava com o humor para aquilo, porque quando não... parecia uma mendiga de havaianas.

Em questão de minutos, ambas terminamos de nos arrumar e rumamos para o local da festa.

Eu arregalei os olhos surpresa, tinha quase toda a Hogwarts ali!

O salão, que costumava ser amplo, estava, praticamente, minúsculo. Haviam pessoas em todos os lugares. E estavam dançando, beijando, bebendo... Tudo que acontecia usualmente em uma festa. O lugar lembrava, vagamente, uma balada trouxa.

“Nossa, isso está muito... Não sei, animado!” Falei ainda espantada.

“Isso são os nossos amigos.” Disse a Potter, sorrindo.

“Uau!”

Sem cerimônias, fui até o bar e me servi de uísque de fogo, Leth me olhou divertida.

“Bebendo, red?” Falou a voz de Potter, atrás de mim.

Ele continuava como sempre: Os cabelos negros em rebeldia, seus olhos castanho-esverdeados (que pareciam enxergar a alma, mas abafa) atrás de seus óculos de lentes finas.

Ele estava vestido com roupas "trouxas" e eu posso confessar uma coisinha bem básiquinha? Acho que nenhum outro "trouxa" ficaria tão bem naquelas roupas como ele ficou.

“Não Potter! Estou fazendo gemada de ovos, não está vendo?”

Ele riu da minha ironia.

Tomei um gole da bebida, que desceu rasgando pela garganta.

Eu já estava mais do que apresentada à essa sensação, então não me importei muito. Ah, me trás boas lembranças (ou não) da primeira vez que eu bebi. Assuntos de outras épocas, não é necessariamente importante.

“Minha maninha está tão gata!” James disse enquanto dava uma tapa na bunda dela.

“James, você andou se drogando?" ela indagou em um tom sério e o mesmo gargalhou.

“Me drogo todos os dias, você está por fora, mujerzita.”

Outra onda de gargalhadas.

Lethicia sorriu e balançou a cabeça, como se repreendesse o irmão mais velho. Ela nos deu as costas, caminhou até o bar, pegou uma das garrafas de hidromel e bebeu do gargalo mesmo.

Ela tomou mais um gole e baixou a garrafa, lambendo os lábios, o que fez Black olhá-la vidrado.

A Leth era uma das únicas garotas que ele não tinha pegado e eu duvidava muito que isso iria acontecer algum dia. Conhecendo a minha amiga como eu conheço e conhecendo o ciúmes do Potter como eu acho que conheço...

Entretanto, acredito que um dia esses dois irão se casar.

Vamos esperar o tempo passar, para ver.

“Ei, vê se não exagera dessa vez.” Ela me olhou cética.

“Certo, mamãe. Eu digo o mesmo para você”

Ela riu.

Doida!

Depois de um bom tempo com Sirius encarando-a sem pudor, James finalmente se deu conta do que ele estava fazendo. E posso dizer: Eu nunca vi um irmão mais ciumento do que ele.

Potter deu um pedala* (n/a: sorry, eu não resisti. lol) na cabeça de Sirius.

“Seu veado!” Sirius berrou, mas foi abafado pelo som alto da música que tocava.

“Veado é o seu pai!” Eu já estava rindo de me acabar a essa altura.

Eles tiveram aquelas briguinhas clichês de melhores amigo, sabe? Eu os ignorei e me acomodei em uma das mesinhas dispostas pelo salão. Estava bombando e eu até me levantei para dançar um pouco. Eu sai pegando as doses de uísque, vodka e tudo o que as pessoas me ofereciam. Depois de um tempo eu já estava em um estado lastimável.

Já estava até começando a ver algumas coisas dobradas.

Não é muito interessante eu ficar bêbada, sabe? As pessoas podem se aproveitar de mim enquanto eu estou nesse estado!

Uma mão puxou o meu braço, me conduzindo para uma sala escura, iluminada apenas pela luz bruxuleante de uma vela. Eu não consegui distinguir quem era, estava entorpecida demais para isso. Uma maquininha começou a perfurar minha perna, no inicio eu até me debati um pouco, c'mon, estavam furando minha perna!, mas logo foi ficando dormente e eu parei de me movimentar.

Aliás quem será que está fazendo isso? O que diabos é isso?

ESTÃO DECAPITANDO MINHA PERNA!

A pessoa deu uma pequena tapinha na minha perna e me fez ficar de pé. Saí dali rapidamente e voltei para o salão, tinha menos pessoas agora. Dei de ombros e passei os dedos pela minha perna, meio que para verificar se ela ainda estava lá.

Aproximei-me do bar e peguei uma vodka.

“Red, eu acho que você já passou da conta.” James falou enquanto tomava o copo da minha mão.

“Não finja que se importa, Jamie.” Murmurei atrapalhada, tentando recuperar o copo das mãos dele.

“Merlin! Será que não é suficiente a Lethicia me chamando assim?” Eu revirei os olhos.

Ele tentou inutilmente me puxar dali, mas eu acabei por empurrá-lo para um canto da sala, onde eu colei nossos lábios. Ele não pareceu se incomodar com meu hálito de álcool, porque correspondia a altura.

Caímos num sofá e eu ainda conseguia ouvir os comentários e as risadas de Leth e Sirius um pouco mais afastados dali.

“OMFG! Isso ali é o James e a Lily na maior agarração?” ela indagou rindo alto.

“Nossa, eu nunca pensei que veria aquilo.” Sirius completou.

Ambos riram ainda mais.

“James é um animal!” Leth exclamou.

“Well, literalmente, né?”

Riram um pouco mais.

Talvez eu esteja bêbada o suficiente para não me importar, mas... O que Black quis dizer com "literalmente"? Acho que depois eu pergunto para ele. Se eu me lembrar.

Além de que eu estava mais concentrada em beijar a boca de James até que ambos ficássemos sem ar.

E esse momento não tardou a chegar e ele desceu beijos pelo meu pescoço e colo.

Mas, em um movimento, ele se levantou, me fazendo resmungar.

Ele riu gostosamente.

Eu me levantei também, um pouco trôpega.

Ele pôs a mão na minha cintura, me mantendo em pé.

Minha visão estava embaçada demais para que eu pudesse distinguir onde nós estávamos. Então, eu supus ser o dormitório masculino. James estava com a cabeça enfiada dentro do próprio malão, a procura de algo.

Caminhou com uma gravata do uniforme até a porta e a pendurou na maçaneta.

“Para quê?” Perguntei referindo-me a gravata pendurada.

“Não quero que ninguém nos incomode. Afinal, esperei muito tempo por isso” Disse e seus olhos brilhavam.

Ele se sentou ao meu lado e pôs sua mão em minha cintura. Diminuí o espaço entre nós e colei finalmente nossos lábios. Havia algo de diferente no seu beijo, algo eletrizante que me deixava presa. Senti a língua dele contra a minha. Consciente de como meu corpo reagia ao dele e como dele ao meu.

Ele abaixou o zíper do meu vestido, jogando-o no chão, alguns momentos depois todas as roupas que nós vestíamos foram fazer companhia a ele.

James me beijou novamente, depois desceu para os meus ombros, me encheu de carinhos e mais carinhos. Então, finalmente, nós começamos a fazer amor. Completamente clichê, eu sei! Mas você não pode me culpar.

Eu me sentia completa, como uma troca de sentimentos; muito provavelmente eu estivesse apenas me iludindo, contudo, era como estava me sentindo naquela hora e, para mim, foi uma extraordinária primeira vez. (que eu provavelmente não iria me lembrar, mas deixa em off)

Quando nós dois terminamos, ele me abraçou. Passou seu braço pelos meus ombros e me fez descansar minha cabeça em seu peito, sussurrou que me amava baixinho.

“Eu te amo, Lily.” Disse rouco, me fazendo ter arrepios.

“Eu também...” Suspirei mais para mim do que para ele.

E foi assim que a noite terminou.

Suas mãos deslizavam pelos meus cabelos e eu escutava o lento martelar de seu coração.

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*o troço do pedala é que me lembra o clipe That Girl de Mcfly, que o Danny da um pedala no Dougie, eu acho. lol, eu não resisti.