Eu não sou uma líder. Era apenas uma missão, liderar um pequeno grupo de comensais da morte, entre eles Bellatrix Black, Rodolphus Lestrange, Fenrir Greyback e Theodore Nott, num ataque ao ministro trouxa, mas eles pareciam não me respeitar como respeitavam o Lorde das Trevas, afinal, por que respeitariam uma mestiça e simples curandeira do St. Mungus.

– Partimos à meia noite, tentem não serem vistos, não queremos chamar a atenção, não ainda. - digo antes de partirmos. - Cuidem dos outros, eu vou direto ao ministro trouxa.

À meia noite aparatamos para o chique e enorme prédio trouxa, vidros são quebrados, trouxas mortos com a maldição da morte, papéis espalhados, feitiços, gritos.

“Tentem não chamar a atenção” - foi à ordem do Lorde das Trevas penso enquanto analiso furiosa, quão cautelosos eles foram.

Cerro o punho e sigo com o plano, enquanto bruxos das trevas encapuzados atacam o ministério trouxa.

Rio ao perceber que o ministro trouxa achou que uma porta trancada o protegeria de nós. Usando alohomora abro a porta e encontro o velho careca e de óculos abaixado ao lado de um armário, parece trêmulo.

– Levante-se. - ordeno, mas ele continua onde está, reviro os olhos. - Imperio.

Eu o levanto usando magia, até que seus pés já não encostem mais no chão, uso magia para que uma corda mágica invisível comece a enforcá-lo.

A porta é aberta e Fenrir passa por ela.

– Membros da Ordem da Fênix. - ele avisa parecendo surpreso ao encontrar o ministro trouxa quase enforcado. - Não devíamos levá-lo vivo ao Lorde das Trevas?

– Isto não significa que não possamos nos divertir não é, Greyback? Aliás, parece-me que este velhote sabia que podíamos aparecer, ele avisou Dumbledore e por isto eles estão aqui. Crucio.

– Elizabeth...

– Princesa, princesa mestiça Fenrir. - peço realmente preocupada e não porque realmente me intitulo uma princesa, não sou assim tão presunçosa, sei que Dumbledore já sabe, mas se mais alguém da Ordem souber quem eu sou no passado, muita coisa pode mudar, eu posso não nascer e isto seria uma tragédia. - A Ordem da fênix não pode saber meu nome, tenho motivos para isto, eles não podem saber quem eu sou.

– Ahm... Tudo bem, princesa mestiça, o que devemos fazer agora? - ele pergunta desconfiado.

– Vamos embora, já temos o que precisamos, aparatem todos para Little Hangleton, eu os espero lá.

Estuporo o ministro antes de aparatar com ele. Encontro todos eles na rua principal de Little Hangleton próxima a mansão, a rua está deserta com exceção dos comensais que agora tiram os capuzes.

– Quanto alarde. - digo furiosa para eles. - Quando o Lorde das Trevas ficar sabendo, ele...

– O que devo ficar sabendo, Elizabeth? - ouço a voz gélida de Tom e engulo em seco, mas o encaro sem medo, enquanto os outros abaixam a cabeça, amedrontados e se curvam perante seu Lorde, Bellatrix ri debochada olhando para mim.

– A Ordem da Fênix estava lá...

– Pensei ter dito que queria cautela. - ele diz perigosamente calmo demais, abaixo a cabeça como os outros, como a líder da missão, eu falhei, mas me surpreendo ao ver Greyback dar um passo à frente.

– As coisas saíram do controle, milorde. - ele diz, sua voz parece um rosnado retumbante. - Devemos dizer que o extinto impulsivo da garota Black e do Lestrange estragaram um pouco nossos planos, além de que eles acabaram de completar 17 anos, pareciam ansiosos para provar o que sabiam.

– O que?! - Bellatrix explodiu furiosa. - Calado, seu imbecil, ela era a líder, cabia a ela que as coisas não saíssem do controle.

– Chega. - diz Voldemort e todos se calam, ele se dirige a Theodore Nott quando continua: - Leve o ministro para as celas nas masmorras. Vocês já podem ir.

Bellatrix lança-me um olhar furioso antes de aparatar, Lestrange aparata com ela. Voldemort desaparece tão rápido quanto veio.

– Obrigada. - digo a Greyback antes que ele vá também.

– Surpreendi-me com o que fez com o ministro trouxa e gostaria de saber qual é o segredo que tanto esconde, és talentosa Elizabeth, ou melhor, princesa mestiça.

Eu sorrio e aceno para ele em despedida, ele aparata. Sigo para a mansão e encontro Willy na cozinha.

– Fiz sopa quente, senhora Elizabeth.

– Já falamos sobre o “senhora”, Willy. Obrigada, eu vou adorar, mas antes... Você sabe onde está o Lorde das Trevas?

– No porão, senhora... Desculpe, Elizabeth Tyler.

Eu sorrio e vou para o porão, descendo as escadas em espiral que me leva até lá. Nunca mais entrei ali desde que ele voltou, bato na porta e me anuncio.

– Tom? Sou eu, posso entrar?

– Entre. - ouço-o dizer.

A primeira coisa que noto ao entrar no porão é a enorme reforma que foi feita ali. A sala de pedras rústicas parece muito maior do que antes, há uma estante apenas com livros, porém como já temos uma biblioteca, acredito que aqueles são apenas livros de magia das trevas, outra estante com frascos de poções e é a estante que mais me interesso e que mais acho fascinante, outra estante com objetos curiosos. Um espaço grande para treinamento e agora sei porque Tom passava algum tempo com Bellatrix ali, embora ela já não esteja mais frequentando essa casa como antes desde que Tom e eu nos beijamos na sala principal.

Tom está sentado em uma poltrona de coro marrom escuro, usa uma blusa preta de manga comprida e tecido fino, calça jeans desbotada e toma café forte, a guerra tem tomado muito seu tempo, ele tem recrutado muito, além de bruxos das trevas, mas também outras criaturas, está tentando fazer com que os dementadores venham para seu lado.

– Eu falhei. - digo mordendo o lábio inferior. - Devíamos ter passado despercebido, eu sinto muito.

Eu me curvo para meu lorde, amedrontada com aqueles olhos rubros me fitando, furiosos. Ele apontou a varinha para mim, para meu pescoço, deslizou-a até minha boca.

– Beije-me. - ordenou e eu nem pensei em desobedecê-lo. Ele beijou-me feroz. - O ministro trouxa está trancado em uma daquelas celas, se saiu muito bem para sua primeira missão.

Olhei para o corredor de pedras rústicas que parecia estreito demais e era ladeado por celas escuras e apertadas que me davam arrepios.

– Ah! - tiro do bolso da capa um pergaminho. - Aqui está o que me pediu, a lista dos membros da Ordem, alguns talvez ainda não estejam nela, mas com certeza estarão em breve.

– Ótimo! - ele diz colocando o pergaminho na mesa e levantando-se, segurando meu pescoço e sussurrando em meu ouvido. - Tenho outra missão para você.

Sinto novamente arrepios percorrer meu corpo.

– Espere-me nua em meu quarto. - prendo a respiração e mordo o lábio inferior, sinto a bochecha esquentar e abaixo os olhos para o chão, eu ouço sua risada o que me faz sorrir tímida. - Não era tão tímida assim antes.

Reviro os olhos e saio do porão sem lhe responder, mas não o decepciono, mais ansiosa do que deveria para isto, agora que Bellatrix é apenas uma serva e Malfoy apenas um colega comensal da morte, nada mais nos impede de ficarmos juntos. Uma pena que a sopa de Willy terá que ficar para amanhã.