A Preferida De Lord Voldemort escrita por Satine


Capítulo 20
Tourniquet


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas lindas
espero que gostem do capitulo :D



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Eu tentei matar a dor

Mas apenas trouxe mais

Eu comecei a morrer

E eu estou sangrando, remorso e traição

Eu estou morrendo, suplicando, sangrando e gritando

Eu estou tão perdida assim para ser salva?

Eu estou tão perdida assim?

Encontro-me novamente no portão da mansão Malfoy. Inquieta... Angustiada. Mordo o lábio e engulo em seco.

– Angel, eu vim aqui te pedir perdão. Fui uma péssima amiga, pior do que isso, eu fui uma mentirosa, traidora, destruidora de famílias, não me orgulho do que me tornei. Fomos amigas em Hogwarts e eu espero que um dia você possa me perdoar... - sussurrei para mim mesma, mas não consigo terminar, sinto minha garganta se fechar.

Cadê sua coragem, Elizabeth? - penso quando giro nos calcanhares e dou as costas para o enorme portão da mansão Malfoy, desistindo mais uma vez de contar toda a verdade a Ângela naquele fim de tarde, pelo menos era isso que Druella insistia para que eu fizesse. - Por isso fui designada à casa da sonserina e não para a grifinória.

Aparatei para o vilarejo de Hogsmeade. Era inverno e nevava fraco. Entrei no Três Vassouras, sacudi a neve que ficara presa em meu vestido negro e pedi que me servissem uma cerveja amanteigada.

Abri um jornal do Profeta Diário que esqueceram na mesa que escolhi, o jornal era recente e as noticias publicadas com frequência nas páginas do jornal bruxo me assustavam, era claro que ele voltara, Lord Voldemort estava agindo, mas por que não veio diretamente a mim? E se não veio diretamente a mim é porque sabe sobre Abraxas e eu? E se sabe, por que nem Abraxas e nem eu estamos mortos ainda?

Suspiro, são tantas perguntas sem respostas.

–Não devia andar tão preocupada, sabia? - ouço aquela conhecida voz arrastada e me pergunto como ele sabia que eu estava aqui.

Levanto meus olhos encontrando os olhos acinzentados de Malfoy, sem dizer nada até que ele continua:

– Eu te vi da janela da minha casa, sempre que você quer esquecer, você vai para o Caldeirão Furado beber e sempre que você quer pensar, você vem pra cá.

– Porque é familiar, gosto daqui. - explico, mas continuo em meus pensamentos “me lembra de Hogwarts, na época em que Tom e eu estávamos juntos”.

– O que fazia lá? O que fazia frente à minha casa, Liz? - ele pergunta, embora saiba a resposta, eu arqueio uma sobrancelha.

– Ora, iria contar tudo a Ângela, não foi isso que você disse que faria? Que a deixaria, para ficar comigo?

– Não é assim tão fácil, não seja tola e nunca mais pense em fazer isso. - ele me repreende.

– Por quê? Tem medo de ser julgado por trocar uma perfeita bruxa de puro sangue por uma mestiça? - eu o desafio e sei que é exatamente esta a resposta, pois ele não me responde. Apenas se senta na cadeira à minha frente e segura minha mão.

– Ficaremos juntos Liz, mas agora não podemos. - ele diz num tom de voz calmo, como que para me acalmar, mas eu concordo balançando a cabeça positivamente, há muitos motivos pelo o qual não podemos ficar juntos. Gosto de Abraxas, eu me sinto muito bem com ele, protegida e ele não é um enigma como Tom, nem cruel e manipulador, apenas arrogante e patético às vezes, mas gosto de sua voz arrastada, de seu ar elegante e sexy, de como me sinto confortável com ele. - Primeiro precisamos passar pelo Lorde das Trevas, pela minha esposa...

Eu assinto. Logo descontraidamente começamos a conversar. Olho para Abraxas me perguntando se posso ou não confiar nele, se eu devo contar a ele quem eu sou de verdade, de onde vim, por que sou tão perdida e na maioria das vezes, parece que eu não pertenço a este tempo, mas decido esperar um pouco, lhe contarei apenas quando tiver certeza de que posso confiar nele.

– O que acha de deixarmos todo o problema de lado por algum tempo? Walburga foi visitar Ângela hoje, espero que elas fiquem um bom tempo juntas, para que não sintam minha falta.

– O que sugere? - pergunto me levantando, ia pagar a cerveja amanteigada que tomei, mas ele me impediu e a pagou para mim. Agradeci, ele segurou minha mão e as protegeu dentro do bolso de seu sobretudo negro, saímos do estabelecimento.

– O que acha de passarmos na Dedos de Mel? Ando com saudade de nossas visitas a Hogsmeade da escola.

Eu assinto. O resto da tarde com Abrax foi perfeito, sua companhia sempre me fazia muito bem. E, por fim, já passava da meia noite quando ele me deixou no vilarejo de Little Hangleton e nos despedimos com um beijo rápido.

Sigo sozinha até a mansão, mas noto que há algo errado antes mesmo de entrar, algo como um pressentimento, balanço a cabeça para os lados tentando tirar esse pensamento da cabeça e entro. Atravesso o jardim e encontro o meu jardineiro Frank caído, sem vida próximo à porta de entrada, sinto um arrepio percorrer meu corpo e empunho a varinha.

Giro a maçaneta da porta que está aberta, como eu já esperava, tinha alguém ali dentro, pois eu sempre a trancava. A possibilidade de que fosse Tom, fazia com que tolamente meu coração disparasse e uma mistura de sentimentos confusos tomasse conta de mim.

A primeira visão que tenho dele são de suas costas largas, a capa negra que rasteja no chão, os fios negros desgrenhados, iluminado apenas pela luz branca da lua que entra pela janela.

– Boa noite Elizabeth. - ele diz sem olhar para mim, seu tom de voz é frio. Eu engulo em seco, sinto um misto de medo, raiva, dor, porém gosto de ouvir sua voz, gosto de saber que ele está ali bem diante de mim e que o Tom que se foi, o Tom que eu amo, ainda está ali em algum lugar.

Com um acenar de varinha, eu acendo a luz e a lareira, tornando a sala muito mais confortável. Noto que Tom observa um quadro de Salazar Slytherin pendurado na parede, um quadro que não estava ali antes.

– Ahm... - limpo a garganta, mas não me aproximo, continuo paralisada, apenas fecho a porta atrás de mim. - Vim para a mansão de seu pai assim que foi embora, queria que tivesse um lugar, uma fortaleza para quando voltasse sendo o Lorde que eu sabia que viria a ser.

– Com algumas mudanças e será o lugar perfeito. Ótima escolha Elizabeth, como sempre. - ele se vira para mim e eu prendo a respiração quando nossos olhares se cruzam, meus olhos verdes ingênuos em contraste com seus olhos vermelhos como sangue, frios, cruéis e perversos.

Meu coração bate rápido e minhas mãos soam quando ele se aproxima tanto a ponto de eu sentir sua respiração gélida contra o meu rosto. Seu olhar é impossível de se ler, mas seus lábios se curvam ligeiramente em um sorriso malicioso, enquanto seus olhos percorrem todo o meu corpo antes de se fixarem nos meus olhos, fazendo com que minhas bochechas esquentassem e uma breve e baixa risada debochada escapasse por entre seus lábios. Ele cola nossas testas, com uma mão gelada acaricia meu rosto e a outra segura minha cintura. Isto faz com a raiva que eu sentia por 13 anos longe sem mandar nenhuma carta ou qualquer sinal, diminuísse e toda a saudade de tanto tempo longe viesse a tona.

– Os anos lhe fizeram bem, embora eu esteja desapontado com você. - ele diz colocando uma mexa de meu cabelo atrás da orelha.

– Desapontado comigo? - pergunto franzindo a testa, seu olhar me hipnotiza e faz com que eu esqueça tudo e é como esses 13 anos não tivessem existido.

– Divertiu-se muito com Malfoy? - sua voz tornar-se fria e agressiva.

– Ah! Isso... - sussurro abaixando o olhar ao mesmo tempo em que ele se distancia de mim, seu olhar parece indignado e furioso e temo que ele volte a me torturar, mas não... Ele não se contentaria com uma simples maldição. Ouço o silvar de uma cobra e então eu a vejo. Uma serpente enorme desliza próxima a meus pés, parece prestes a me atacar, abrindo a boca e deixando suas presas à mostra, eu arregalo os olhos e aperto a varinha nas mãos, mas não me mexo nem por um momento. - Tom, eu...

Minha garganta se fecha novamente.

– Milorde. - ele me repreende. - Deve se por em seu lugar, ou se esqueceu que és apenas uma serva... Reduzida a uma simples amante de Abraxas Malfoy. - ele praticamente cospe as palavras.

– Não... - eu sussurro, mas logo minha fúria volta e digo com força e revolta. - Você se foi por 13 anos, 13 longos anos, o que queria? Não pode me julgar por isto, aliás, eu não sou só amante dele, eu... Me importo com ele e ele comigo, diferente de você ele pode amar.

Voldemort riu, uma risada fria e cruel que ecoa pelo enorme casarão.

– Tornou-se tão tola e fraca, Elizabeth. - ele diz entre dentes no mesmo momento em que um homem enorme e brutal adentra a mansão, ele está com Abraxas, segura-o pela gola da camisa, o loiro parece atordoado, sangue escorre de seus fios louros para sua testa. Nossos olhares se cruzam antes de ele olhar para Tom. - Ótimo trabalho Fenrir.

Identifico-o como Fenrir Greyback, um lobisomem acusado da morte de muitas crianças mesmo quando não é lua cheia, ele continua ali parado. Abraxas, sem forças, cai de joelhos. Voldemort aponta a varinha para ele.

– Tsc tsc tsc... Eu lhe avisei tanto Abraxas, Elizabeth pertence a mim. - ele diz levantando o queixo do Malfoy com a varinha.

Temo o que ele possa fazer com Abraxas, mas não posso fazer nada, uma vez que estou encurralada pela cobra.

– Ah! Minhas desculpas, Elizabeth. - Voldemort diz num tom de voz sarcástico. - Devo lhe apresentar Nagini.

– Não faça nada com ele. - digo entre dentes.

– Milorde... - sussurra Abraxas. - esperávamos a sua volta.

– Devia aprender a ser mais obediente como ele, Elizabeth. - Voldemort ri. - Sempre foi bajulador Malfoy, desde a época da escola. Como um lorde, lhe darei opções Elizabeth, como gostaria de vê-lo morto?

Desesperada, tento lançar um feitiço, mas ele me desarma com muita facilidade.

– Os amantes desafortunados, patético. Fenrir, prenda-a em um dos quartos lá em cima. Eu espero que aprecie os gritos desesperados de seu querido Malfoy, Elizabeth.

– Não! - grito quando Greyback me segura pelos pulsos com força fazendo meus olhos marejarem de dor e desespero. Ele praticamente me arrasta e me tranca em um dos luxuosos quartos da mansão Riddle, fechando a porta e janela com magia e protegendo a casa com um feitiço anti-aparatação, me deixando sem meios nenhum de fugir.

Encolho-me em um canto do quarto quando os gritos agonizantes de Malfoy preenchem a casa, tento cobrir os ouvidos com as mãos. Odeio fazer um amigo sofrer, odeio que ele esteja sofrendo pelas mãos do homem que amo e odeio saber que quando os gritos pararem significará que Abraxas Malfoy está morto.


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Notas finais do capítulo

então gostaram? mereço reviews? sugestões? criticas construtivas? perdoem qualquer erro ortográfico...
Eu espero que tenham gostado
até o próximo capitulo
beijoos