Caroline’s POV

Eu gostaria de dizer que era apenas um sonho. Ou melhor, um pesadelo, daqueles que você acorda morrendo de medo. Que você deseja nunca ter tido. Eu preferiria ser cega a ver Louis e Eleanor transando na minha cama.

Vocês compreenderam as minhas palavras? Louis, Eleanor, transando, minha, cama. Entenderam a gravidade dessas palavras juntas? PORRA, NA MINHA CAMA, NO MEU QUARTO!

Eu e Harry olhamos aquela cena de olhos e boca arregalados até eu fechar a porta com tudo. Olhei para ele e ele me olhou também. Não sabia se ria, se chorava, se entrava em pânico, em estado de choque... Então eu saí correndo.

Quase caí tropeçando nos degraus da escada, mas tudo bem. Era muita informação para minha cabeça. Ouvi passos atrás de mim e deduzi ser Harry. Abri a porta de cara e quando estava quase entrando na outra casa aquela voz do capeta grita:

- CAROLINE!

- O que? – fui grossa com ela.

- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ENTRAR NO QUARTO DOS OUTROS E FICAR ATRAPALHANDO O MOMENTO DELES? – Eleanor gritou brava e eu dei risada.

- Quarto dos outros? AQUELE QUARTO É MEU SUA OTÁRIA!

- Seu? – ela baixou um pouco a guarda, mas logo voltou a gritar de novo. – FODA-SE, QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA INTERROMPER DESSE JEITO?

- EU SOU A DONA DO QUARTO E A PESSOA QUE DORME NA CAMA EM QUE VOCÊ ESTAVA TRANSANDO COM SEU NAMORADO! E QUEM VOCÊ ACHA QUE É PRA FALAR ASSIM COMIGO?

- EU... EU... EU... NÃO IMPORTA! NÃO SE PODE TER MAIS PRIVACIDADE NESSA CASA?

- É CLARO QUE PODE, DESDE QUE VOCÊ VÁ PARA O QUARTO CERTO! OU VOCÊ É BURRA O SUFICIENTE PARA NÃO PERCEBER AS COISAS NOS QUARTO DO SEU NAMORADO ESTÃO TODAS COLORIDAS E CHEIAS DE FOTOS? – me referi a como meu quarto era.

- MINHA QUERIDA, ACHA QUE EU VOU FICAR PRESTANDO ATENÇÃO NISSO? EU ESTAVA MUITO OCUPADA PARA OLHAR ISSO!

Aquilo fez meu sangue ferver em minhas veias. Eu ainda vou socar a cara dessa desgraçada. E vai ser hoje ainda.

- SE NÃO QUISESSE SER INTERROMPIDA QUE PELO MENOS TRANCASSE A PORTA DO QUARTO! VOCÊ NÃO ESTÁ NA SUA CASA, QUERIDINHA.

- EU APOSTO QUE SE SUA MÃE TIVE... – ela ia falar mas eu logo a interrompi.

- TUDO É A MINHA MÃE, TUDO TEM A VER COM ELA! – berrei mais brava do que nunca. – SERÁ QUE NÃO DÁ PRA ESQUECER NEM POR UM SEGUNDO ELA? OU SUA FIXAÇÃO POR ME DEIXAR PRA BAIXO NÃO DEIXA? O QUE SERÁ QUE SEU NAMORADO QUERIDO ACHARÁ SOBRE VOCÊ FICAR ME INSULTANDO PELAS COSTAS DELE? O QUE SERÁ QUE SEU AMADO LOUIS ACHARÁ QUANDO SABER QUE VOCÊ ME CHAMA DE GORDA, RETARDADA, IDIOTA, BALEIA ENTRE OUTROS NOMES LINDOS? – vi ela recuar um pouco. – OU MELHOR, O QUE SERÁ QUE SUA MÃE ACHARIA SOBRE ISSO? ACHO QUE ELA NÃO SE ORGULHARIA DE SABER QUE A FILHA FOI PEGA TRANSANDO NO QUARTO DE OUTRA PESSOA, AINDA MAIS QUE ESSA PESSOA É INSULTADA POR VOCÊ. E AÍ, SERÁ QUE SUA MÃE GOSTARIA?

Sem ter o que falar, Eleanor tentou me dar um tapa na cara, mas como já estava acostumada com aquilo, segurei seu braço com força e precisão. Coitada, acha que vai conseguir me bater mesmo...

- VOCÊ É UMA VADIA! – ela gritou histeria.

- NÃO SOU SUA PARENTE! – falei quase cuspindo na cara dela.

- EU VOU TE MATAR. – Eleanor tentou me arranhar.

- VAI, FAÇA MAIS FORÇA, NÃO ESTÁ DANDO CERTO ME MATAR DESSE JEITO. SÓ TOMA CUIDADO QUE A HORA QUE EU COMEÇAR A TE BATER DAÍ O NEGÓCIO VAI FICAR FEIO PRO SEU LADO.

Eleanor tentou me bater novamente, só que com a outra mão. Quando vi já estávamos entre tapas e puxões de cabelo. Claro, eu puxava o cabelo dela loucamente e ela só me acertava com uns tapinhas de nada.

Senti meu corpo ser afastado de Eleanor. Alguém me segurava pela cintura. Vi Louis segurá-la pela cintura também. Ambas estávamos respirando com dificuldade e mesmo assim nos debatíamos para poder atacarmo-nos novamente. Deveria ganhar um Oscar essa cena.

- UÉ CAROLINE, CADÊ O CUIDADO QUE EU TENHO QUE TOMAR? NÃO SENTI NENHUM TAPA! – Eleanor é muito mentirosa, puta que pariu.

- NÃO SE FAÇA DE OTÁRIA, VOCÊ LEVOU UMAS BELAS BOFETADAS E PUXADAS DE CABELO. OPS, ESQUECI COMPLETAMENTE! VOCÊ NÃO CONSEGUE PARAR DE SER OTÁRIA!

- CALA A BOCA SUA VADIA! – ela gritou histérica novamente.

- JÁ FALEI QUE NÃO SOU SUA PARENTE! TEM CERTEZA QUE A VADIA SOU EU? NÃO SOU EU QUE FICO COMENDO OS OUTROS NO QUARTO ERRADO!

- EU JÁ DISSE QUE ESTAVA OCUPADA DEMAIS PRA OLHAR SE ERA O QUARTO CERTO.

- ENTÃO VOCÊ TEM QUE CALAR ESSA SUA MALDITA BOCA PORQUE NÃO ESTÁ COM MORAL PRA GRITAR COM NINGUÉM AQUI.

- AH É? VOU CONTAR PRA SUA MÃE QUE VO... – ela foi interrompida novamente, mas dessa vez não foi por mim.

- CALA A BOCA ELEANOR! – Louis gritou, assustando-a. – NENHUM DE NÓS DOIS ESTÁ APTO PARA GRITAR COM CAROLINE. FICA QUIETA QUE É O MELHOR QUE VOCÊ FAZ!

Uma vontade louca de rir me atingiu, mas eu me contive, claro. Ver Louis gritando com ela me deu medo. Ele quando fica irado me dá medo. Eleanor não falou mais nada, apenas foi arrastada por Louis até o portão de casa.

Olhei para cima e vi que era Liam me segurava pela cintura. Quando ele viu que eu tinha me acalmado foi me soltando aos poucos. Notei que seu rosto parecia cansado.

- Da próxima vez que Caroline for brigar com alguém eu pego uma camisa de força e a amarro. – ele falou olhando para Niall.

Parei para pensar em tudo que tinha acontecido e senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas eu não iria chorar. Levei minhas mãos até meus cabelos e os afaguei. Estava com dor de cabeça.

Lentamente fui me abaixando, até que sentei no chão. Minhas pernas estavam bambas, não conseguia mais ficar em pé. Respirei fundo não sei quantas vezes. Meu coração batia descompassado em meu peito.

- Carol... – ouvi uma voz me chamar e virei em sua direção. – Tudo bem? – Harry me fitou preocupado e eu assenti levemente.

- Caroline. – escutei a voz receosa de Niall e o olhei também.

- Eu estou bem. – falei com um pouco de dificuldade, pois minha voz estava rouca. – Harry, posso dormir com você hoje? –Harry assentiu rapidamente e me ajudou a levantar. – Desculpa Liam. – sussurrei de cabeça abaixada.

- Não tem que desculpar, sei bem como é estar com os nervos a flor da pele. – ele sorriu meigo e me deu um beijo na testa.

Zayn se aproximou e me deu um abraço apertado. Depois olhou em meus olhos e beijou minha bochecha e sussurrou em meu ouvido: estou orgulhoso de ver que minha princesa também tem garras.

Niall acariciou minhas bochechas e me abraçou forte. Repousei minha cabeça em seu peito e ouvi as batidas do seu coração. Precisava daquilo para me acalmar. Ele deu um beijo no topo de minha cabeça e partimos o abraço.

Entrei com Harry em casa e passei reto em meu quarto. Acho que jogaria álcool gel na minha cama para desinfetá-la. Harry me deu uma blusa dele que, só para variar, batia no meio da minha coxa.

- Noite longa. – ele comentou suspirando pesadamente.

- Pois é...

Deitei na cama e ele também. Me acomodei em seu peito e Harry começou a afagar meus cabelos, como sempre fazia. Pedi para ele cantar Oasis para mim e assim eu apaguei.