Louis’ POV

Cheguei em casa estava anoitecendo. Não tinha avisado ninguém quando voltaria, afinal ninguém tinha perguntado. Na verdade não era nem para eu estar em casa agora, era para eu estar na França ainda, mas não aguentei mais ficar naquele país sabendo que magoei Caroline.

Durante a vôo de volta eu parei para pensar na promessa que eu e Harry fizemos de protegê-la de qualquer coisa e cheguei à conclusão que tenho que protegê-la de mim mesmo, pois, querendo ou não, eu a machuco. E muito.

Não que eu vá me afastar dela. De maneira alguma. Eu só vou ter um cuidado redobrado quando falar com ela. Porque mesmo se eu quisesse me afastar dela eu não conseguiria.

Subi para meu quarto silenciosamente e notei que ele estava todo organizado, ao contrario do que eu tinha deixado. Larguei minha mala na cama, sentando na mesma.

Ouvi as vozes de Harry e Caroline no quarto ao lado. Me coloquei atrás da porta para ouvir o que eles tanto conversavam de porta fechada no quarto da Caroline.

- Vai logo Harry! Suas putinhas te esperam. – Caroline falou.

- Vem com a gente. Até o Liam e a Danielle vão. – Harry parecia implorar.

- Não to em clima pra balada, Harry. Quero ficar em casa.

- Mas eu não quero que você fique sozinha. – ele choramingou.

- Estou mais do que acostumada a ficar sozinha e sei muito bem como me cuidar, então fique tranqüilo. – Caroline deu uma risada.

- Você vai ficar bem? – Harry perguntou. – Sério mesmo? Qualquer coisa me ligue. – ouvi os passos dele se aproximando da porta e corri para meu quarto. Fingi estar abrindo a porta quando ele também abriu. – Louis? – ele parou assim que me viu, o que fez Caroline tropeçar nele e bater a cabeça fortemente na porta.

- Ai Harry! – ela soltou um breve gemido, levando uma mão até a cabeça.

- Desculpa minha pequena! – Harry a abraçou forte. – Doeu muito? – Carol negou com a cabeça e Harry deu um beijo demorado em sua testa. – Se cuida, minha pequena.

Dei um rápido aperto de mão nele e o vi descer as escadas com pressa. Olhei para Caroline, que ainda tinha a mão na cabeça. Olhei para seu pescoço e encontrei o que queria. O colar que eu dei para ela. Um alívio enorme tomou conta do meu peito. Me aproximei de Caroline sem nem perceber e quando vi já estava afagando seus cabelos, onde antes estava sua mão.

- Ta doendo? – sussurrei.

- Um pouquinho. – ela disse no mesmo tom que eu.

- Já já passa. – dei um beijo delicado no topo de sua cabeça e a puxei para um abraço. Continuei afagando seus cabelos por um bom tempo até Caroline desencostar a cabeça de meu peito e me olhar nos olhos. – Passou? – dei um sorriso quando ela assentiu. – Senti sua falta, anjo.

- Também senti a sua. – ela afundou a cabeça em meu peito novamente.

- Por que não quis ir pra balada junto com os outros?

- Não estou com ânimo para festas. – ela deu de ombros.

- Assiste um filme comigo? – perguntei animado e Carol assentiu. – Mas primeiro eu quero ver seus presentes.

Ela me arrastou para seu quarto e me mostrou tudo com um brilho nos olhos que eu nunca tinha visto antes. Vi que ela tinha criado uma afeição enorme pelas pelúcias que os meninos deram e pude perceber que Caroline gostava de coisas simples. Não precisava de marca, etiqueta, grife para fazê-la feliz. Só precisava ser de coração.

- Nossa, deu uma vontade louca de comer brigadeiro de panela. – ela passou a língua pelos lábios.

- Comer o que? Briga... – tentei falar mas não deu certo. – O que é isso?

- É o melhor doce do mundo! – Carol pegou minha mão e fomos para a cozinha.

Caroline tirou alguma coisa do armário e eu não reconheci aquilo. Era um enlatado, mas eu nunca tinha visto na minha vida. E olha que eu entendo muito bem de enlatados.

- O que é isso? – perguntei curioso.

- Leite condensado. – ela sorriu e me entregou a lata. – Abre por favor?

Abri a lata sem dificuldade e não resisti e provei um pouco daquilo. Céus, aquilo é o paraíso! Quando ia pegar mais um pouco, Caroline tomou a lata de minhas mãos.

- Não é pra comer ainda. – ela fez bico.

- Mas é muito bom! – tentei pegar a lata de novo, mas não consegui.

- Espera só até o brigadeiro ficar pronto. – ela sorriu divertida, me fazendo sorrir involuntariamente. – Vai lá escolhendo o filme que eu já vou pra lá.

- Ok.

Olhei os DVD’s que tinham na estante e a maioria era de terror. Se escolhesse um filme de terror Caroline me mataria, então resolvi escolher outro. Romântico? Não. Comédia romântica? Também não. Ação? Não também. Comédia? Sim. A ressaca.

- Já escolheu? – Caroline apareceu na sala com uma panela e duas colheres.

- Já ta pronto? – espiei o conteúdo dentro da panela e parecia chocolate derretido.

- Já. – ela sorriu largamente. – Qual vai ser o filme?

- A ressaca. – falei me sentando ao seu lado no sofá.

- Já assistiu? – Carol perguntou e eu neguei. Peguei uma colher de sua mão. – Cuidado que ta quente.

Quando eu coloquei um pouco daquele doce na boca eu entrei em êxtase. Acho que nunca tinha comido algo tão bom nesses últimos tempos. Caroline me olhou apreensiva e eu dei risada da cara dela.

- Ta ruim? – ela perguntou afobada e eu neguei rapidamente.

- Isso é uma das melhores coisas que eu já comi na minha vida! – dei um beijo na bochecha dela. Por que eu fiz isso?

- Que alívio. – ela deu risada. – O filme vai começar.

Demos boas risadas com aquele filme. Era muito engraçado e eu e Caroline ficamos zoando de um cara, falando que era parecido com Zayn. Fora que ficávamos comentando o filme todo, o que tornava ainda mais engraçado.

No final estávamos com a barriga doendo de tanto rir. O briga... bigra... SEI LÁ! Aquele negócio dos deuses lá já tinha acabado no meio do filme. E olha que tinha bastante.

- Vamos assistir esse filme? – parei em um canal. – Parece ser legal...

- A Casa dos Sonhos? – Caroline falou o nome do filme e eu assenti. – Ah Louis, não sei não. É de suspense... – ela disse receosa.

- Eu estou aqui, qualquer coisa é só me agarrar. – dei um sorriso convencido.

- Tudo bem...

Fico imaginando como seria ver Caroline assistir Atividade Paranormal 5. Deveria ser muito engraçado ver os sustos que ela tomaria. O filme nem tinha terror, só um suspense leve e Caroline estava quase me cortando no meio, de tão forte que ela me abraçava.

- Desculpa Louis, devo estar quase te matando. – ela disse envergonhada.

Passei meu braço por seus ombros, trazendo-a para ainda mais perto de mim. Caroline se aconchegou melhor em meu peito e eu dei um beijo no topo de sua cabeça.

- Se quiser pode apertar mais. – dei uma risada baixa.

Quando o filme estava na metade não sentia mais os apertos de Caroline. Olhei para ela e vi que dormia tranquilamente em meu peito. Puxei-a para meu colo, ajeitando melhor sua posição para dormir.

Fiquei alisando seu delicado rosto até ouvir a porta ser aberta. Por um milagre de Santo Deus, Harry não estava bêbado. Ele olhou para mim e depois para Caroline e deu um sorriso fraco.

Conversei um pouquinho com ele até que resolvi dormir também. Já estava bem tarde e eu não tinha notado isso. Peguei Caroline no colo e a levei para o quarto. A deitei na cama e a cobri. Dei um beijo em sua testa e sussurrei:

- Dorme bem, meu anjo.