Caroline's POV

Depois que falei com Louis acabei pegando no sono no sofázinho mesmo. Sonhei a noite inteira que estava rodeada de casais felizes e apenas eu não tinha com que compartilhar um sorriso.

As pessoas pareciam não me notar, mesmo eu conversando com elas. Ninguém me respondia, ninguém me olhava, ninguém percebia que eu estava ali. Eu estava abandonada novamente.

[...]

- Caroline, acorda! - Nathan parecia desesperado e me chacoalhava insistentemente.

Abri os olhos puxando o ar para meus pulmões de forma violenta. Eu estava pingando de suor e meu coração estava acelerado, assim como minha respiração descompassada.

- O que aconteceu? - perguntei fracamente para Nate, que me olhava assustado.

- Você estava se debatendo muito e falou a noite inteira praticamente. Tudo bem que você fala enquanto dorme, mas não como você falou essa noite.

- Desculpa. - encolhi os ombros.

- Não precisa se desculpar, Carol. - Nathan passou o braço por meus ombros - Pesadelos? - assenti - E tem motivos para isso ocorrer? - mordi o lábio inferior.

- Falei com Louis ontem. - disse receosa, vendo Nathan respirar fundo.

- Por que ele te ligou?

- Ele disse que queria ouvir minha voz. - sussurrei tentando conter um sorriso. 

- E você acreditou? - Nathan falou em um tom debochado.

- Não quero falar sobre isso. - levantei e fui para o banheiro tomar um banho.

O telefonema de ontem tinha mexido muito comigo, mesmo eu não querendo admitir. Ouvir a voz de Louis tristonha acabou comigo, me senti um pouco culpada até. Ficar com Wes me deixou com um sentimento de culpa, mas mesmo assim não me arrependo nem um pouco, afinal o que passou, passou.

Louis' POV

Não sei de onde tirei coragem para ligar para Carolie e não sei como ela atendeu. Já fazia umas boas horas que eu estava revirando na cama quando finalmente resolvi kigar para ela. Depois da breve conversa consegui pegar no sono.

- Você ligou para a Caroline ontem? – Harry me olhou de olhos arregalados.

- Liguei e ela atendeu, Harry! – aposto que meus olhos estavam brilhando de felicidade.

- Me surpreendi agora, porque Caroline guarda mágoa, mesmo negando que não guarda. – ele deu de ombros.

- Ela guarda mágoa? – arregalei os olhos.

- Claro que sim, Louis. Todos guardamos.

Caroline deve estar muito magoada comigo. Acho que o fato de eu ter torcido seu pulso não é tão chocante como as coisas que falei pra ela, porque eu a fiz acreditar que eu me importava com ela, que ela era especial para mim. E o que eu faço depois? Falo um monte de merda, contrariando minhas ações.

- Vamos logo para o estúdio. – Harry me chamou e eu assenti.

Entramos no meu carro e fomos. Como era de se esperar, tinha algumas fãs e paparazzis na porta do estúdio. Paramos para tirar fotos, dar autógrafos e falar com algumas fãs.

- HARRY, HARRY! – uma delas gritava bem perto de mim. – Cadê a Caroline?

- Você não viu as fotos dela com os meninos da The Wanted? – a menina que estava do lado falou para a outra e eu fiquei mais atento à conversa delas.

- Não, não vi nenhuma foto.

- Saiu um monte de fotos deles na praia.

- LOUIS! – a menina gritou e eu me assustei.

- Oi. – dei um sorriso torto.

- A Caroline está namorando o Nathan Sykes? – ela perguntou e meu sangue ferveu.

- Não, eles só são amigos. – falei com a voz ocilante.

- Que bom, porque vocês formam um casal lindo. – as duas sorriram verdadeiramente para mim.

- Sério? – não percebi na hora, mas meu sorriso chegava quase nas minhas orelhas.

- Sério, vocês combinam muito.

- Por que acham isso? – perguntei.

- Ela é muito linda, concorda? – assenti rapidamente. – Caroline te completa, Lou. – sorri mais ainda.

- Ela é super engraçada, brinca com todos, faz pegadinhas junto com vocês, é durona, mas ao mesmo tempo fofa, trabalha no mesmo ramo que você, não tem ciúme das fãs e se dá muito bem com elas, sua família adora ela e é amiga de todos os seus amigos.

- E o principal: Caroline sempre vai estar do seu lado de ajudando e apoiando em tudo. – as duas se entreolharam e trocaram risadinhas. – Louis, você está vermelho.

- Sério? – levei as mãos até o rosto e me escondi, rindo sem graça.

- Por que vocês não estão juntos? – uma delas fez bico.

- Ser adulto não é fácil. – dei risada e a puxei para um abraço apertado. – Obrigado por estar com a gente, ok? – murmurei e ela assentiu. – Vem aqui. – abri os braços para a outra me abraçar também.

- Não tem do que agradecer, Louis. Apoiaremos vocês independente da decisão.

- E torcemos para notícias sobre você e Caroline aparecerem logo. – ela deu uma piscadela e eu ri.

- Preciso ir, meninas. – abracei novamente as duas e corri para o estúdio.

Assim que entrei fui para o banheiro me recuperar emocionalmente. Por que porra eu fui fazer aquilo com ela? Se nada disso tivesse acontecido Caroline estaria nos meus braços nesse exato momento. Sinto tanta falta dela...

- Louis, anda logo. – alguém bateu na porta e eu saí do banheiro. Josh. Esse sim quer me matar. – O que aconteceu?

- Nada. – dei de ombros e suspirei alto.

- Está com saudade dela também? – ele perguntou baixinho e eu o olhei assustado. – Você que faz a merda e todos sofremos a consequência. – Josh me fuzilou com o olhar. Abaixei minha cabeça.

- Sim, estou com saudade dela sim. E eu sei que fiz merda. – cerrei os dentes. – E não aguento mais todo mundo jogar isso na minha cara todo dia. Eu sei que a machuquei, que feri seus sentimentos e já estou me culpando o suficiente. Não preciso de mais ninguém me colocando pra baixo. – explodi com Josh e ele ficou me encarando com os olhos arregalado. – Desculpa, você não tem culpa de nada.

- Foi mal. – ele murmurou. – Você precisa se expressar de alguma maneira ou vai enlouquecer. – Josh entortou a boca.

- Mas como?

- Já pensou em escrever uma música? Vocês estão gravando um disco novo, mas ainda falta algumas músicas...

- Boa ideia. – sorri de canto. – Valeu, Josh.

Fui até a sala principal e peguei um caderno qualquer e uma caneta. Coloquei na mochila que tinha em minhas costas e fui encontrar o resto do povo. Niall estava gravando uma parte de Little Things e logo depois seria eu.

- Sua vez, Louis.

Cantei a parte que me cabia, mas não estava dando certo. Não estava bem adaptado para a minha voz. Nem a minha nem de Harry. Tentei mais seis vezes e falhei em todas. O diretor me mandou sair.

- Louis, o que está acontecendo? – ele me perguntou bravo.

- Essa parte não é para mim. – encolhi os ombros. – Na verdade essa parte está muito estranha. – fiz careta.

- Eu concordo. Minha parte também não está boa. – Harry falou.

- Não está boa? Então mudem a letra! – o diretor jogou a música em cima de nó nervoso. – Se até o fim do dia vocês não conseguirem modificar a letra vai assim mesmo.

Encarei Harry e assentimos. Fomos para um canto mais afastados e encaramos a música à nossa frente. Não sabíamos por onde começar, o que escrever.

- Vou ligar pro Ed. – tirei o celular e disquei o número dele. Um tempo depois ele atendeu. – Hey Ed, é o Louis.

- Fala Louis. O que manda?

- Eu e o Harry precisamos da sua ajuda.

- Estou no viva voz?

- Sim. – Harry falou.

Explicamos para ele toda a situação e falamos que não tínhamos a mínima ideia de como modificar aquela parte da música.

- Analisem direito a música e escrevam sobre alguém que vocês dois conhecem. – eu e Harry nos entreolhamos. – Falem sobre os hábitos e as coisas que ela não gosta sobre ela, mas que é bobeira da cabeça dela. Entenderam?

- Entendemos. – eu e Harry falamos em uníssono.

- Louis, fale sobre algumas que a Caroline faz e Harry, fale sobre as reclamações que ela faz pra você. – arregalei os olhos.

- Como sabe que vamos falar sobre a Caroline? – Harry perguntou por mim.

- Ora Potter, não sou idiota. A propósito, amanhã farei um show em L.A e vou chama-la para assistir. Acha que ela aceita?

- Não vai precisar pedir duas vezes do jeito que ela gosta de você. – dei risada. – Ei, espera um pouco. Como você tem o celular dela?

- Eu sei a senha do celular do Harry. – Ed soltou uma gargalhada.

- Isso é invasão de privacidade, Wesley! – Harry disse indignado.

- Vai se foder e comecem a escrever logo essa música.

- Ele desligou? – Harry perguntou e eu assenti. – Que viado.

- Vamos logo escrever isso. Tive uma ideia.