Jeito Maroto escrita por sammartinn


Capítulo 10
Capítulo X: Patrono


Notas iniciais do capítulo

Ai está ^^



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Capitulo X: Patrono

POV James

Passou alguns dias desde a morte da minha mãe, e dos pais de Lily. Fomos ao enterro da minha mãe, foi muito comovente. Sirius chorou tanto que achei que fosse um bebê babão. Marlene, Remus e Peter com seus olhos vermelhos e inchados. Eu e Lily, sem expressão. Ela estava meio depressiva, não falava muito, não comia quase nada, não fazia nada. Não queria que ela ficasse assim, a dor doía cada vez mais no fundo do meu peito. Não disse nada. Depois da nossa conversa da Sala Precisa, não tivemos mais nenhum dialogo longo, o seu olhar dizia tudo, ou nada. Vi minha mãe morta, com um vestido preto e longo, salto, brincos e colares valiosos. Segurava sua varinha junto com uma rosa vermelha, que se destacava. Sua pele translúcida, seu nariz arrebitado e sua boca numa linha fina. Lembrei-me do sorriso encantador e confortador. Seu ataúde de madeira mogno e espaçosa, ela gostaria. Em baixo com seda branca com flores dadas por parente e amigos. Com um discurso médio e sussurrado apenas para ela, despedi-me com um beijo em sua testa falecida. E por antes de olhá-la novamente, vi sua lapide com os dizeres: “Aqui jaz Dorea B. Potter, uma bruxa espetacularmente talentosa, amada e honrosa.”

O feitio tenso só realmente ficou, digamos mais fraco, no aniversário de Lily. Ela não queria festa e nem nenhum tipo de celebração. Os Marotos junto com a ajuda de Marlene, Dorcas, Alice, Frank e eu fizemos uma comemoração no meu dormitório.

-Tem certeza que ela virá? – Alice me perguntou descrente.

-Ah! É claro, ela me ama não consegui viver um minuto sem mim vocês vão ver – disse pomposo.

Bateram-me com o travesseiro.

-Todos sabem que o caso é contrario – disse Marlene me dando língua.

-A ruivinha fica é com pena de você, e fica do teu lado – falou Almofadinhas.

-Vocês poderiam falar mais baixo e grudar esses balões – rebati.

Quase no meio do quarto estava uma mesa pequena com o bolo de glacê dourado com as palavras em vermelho: “Parabéns Grifinória!” Devo acrescentar que os elfos esqueceram o nome de Lily, então Dorcas remendou em baixo com o nome torto. Também tinha uns doces da Dedosdemel, Varinha de Alcaçuz, Feijõezinhos de Todos os Sabores, Delicias Gasosas e Sapos de Chocolate.

Em cima da minha cama se encontravam os presentes. E sacos de embalagens. Depois das ultimas bolas de ar estar pressas dei uma olhada nas escadas, e nada. Desci os degraus, tinham algumas pessoas na Sala da Grifinória, mas nada de Lily. Fui ao seu dormitório, vazio. Senti minha testa enrugando. Sai da Sala da Grifinória indo à Torre de Astronomia, e lá estava ela. Com suas pernas cruzadas olhando sonhadoramente as estrelas. E percebi que seus músculos que andavam contraídos e rígidos, estavam relaxados com o toque frio do vento. Era uma noite quente para o inverno. Comum, dois a quatro dias em inverno estar quente. Me senti mais feliz, ver ela bem me deixava bem. Então, minha varinha soltou um jato prateado e as lembranças mais felizes preencheram minha cabeça. O grupo inteiro rindo lá na Mansão, meu pai e minha mãe acenando quando eu saia do Expresso de Hogwarts pela primeira vez, Lily e eu... E então o Cervo saiu sem permissão e caminhou até Lily, sentou ao seu lado.

-Olá Jay – disse ela sem se virar.

-Oi Lil – respondi me sentando do seu lado esquerdo. – O que faz aqui?

-Estava pensando – disse.

Seus olhos verdes encontraram os meus, ela sorriu. Ela sorriu mesmo, doce sorriso. Não de: “estou bem (mal) e não pergunte mais nada”. E sim de: ”estou feliz e pergunte o que quiser”. Sorri de volta antes de dar um beijo em seus lábios rosados.

Ela suspirou pondo a cabeça em meu ombro e segurei a sua cintura.

-Ah! Tem gente te esperando – falei lembrando a festa.

Ela me deu um beijo no pescoço e murmurou:

-É uma festa, eu disse que não queria.

-Eu não disse que era uma festa – ela me encarou, depois riu.

-Ok, vou fingir que não sei de – e sussurrou no meu ouvido –: nada.

-Se esta tentando me seduzir está conseguindo – falei pondo seu cabelo atrás da orelha.

Ela riu.

-Idiota – murmurou. O Cervo começou a desaparecer. – Não James, eu gosto tanto dele.

-Ele estava cansado, e solitário.

-Vamos – ela disse se levantando com a mão estendida. – Tem uma festa me esperando.

-Eu sabia! – disse uma voz meio grogue atrás de nós.

Eu me virei. E dei o meu melhor sorriso maroto.

-Que você precisa lavar esses cabelos? Não é novidade Snape.

Ele fingiu não me ouvir e olhou para Lily:

-Que você ficaria com ele igual as outras vagabundas de Hogwarts.

-Não fale assim com ela! – Me voz se sobressaiu.

-E você Potter, só queria adicionar ela a sua coleção de garotas.

-A única sessão que eu quero adicionar Lily é no amor. – Me virei para ela. – Nunca quis nada disso, te querer como uma coleção, você não é nada que ele fala Lírio.

-Amor? Não sabia que no amor existia traição – desdenhou Snape.

-Traição um droga! Passei todo esse tempo com ela, não beijei nenhuma garota enquanto estive com ela, não sou desse nível, machucar uma garota é uma desonra.

Minha mãe me dizia isso, sempre. Nunca, nunca mesmo machuque os sentimentos de uma menina, elas são frágeis por dentro. Podem parecer duronas, mais são frágeis, como porcelana. Garoto maluco, trair, não está no meu dicionário.

-Aposto que fingiu que estava toda depressiva só pra agarrar o Potter. Eu sabia todo esse tempo, que você não passava de uma Sangue-Ruim! – Snape gritou.

Sem pestanejar tirei a varinha.

-Petrifi-

-Sectumsempra! – Snape gritou apontando a varinha para mim, e só lembro-me do rosto de Lily embasado junto ao meu e desmaiei.

Estava um campo de grama bem verde e muitos lírios, o sol na altura perfeita, eu corria com Lily, que estava com um vestido branco e rodado até o joelho, seus pés descalços e seu cabelo ruivo esvoaçando. Ela deitou cansada, olhei-me, calça creme e uma camiseta de botões – alguns desabotoados –, estava descalço.

Ela sorriu me puxando para seu lado.

-O que acha de vivermos aqui? – Ela perguntou com a cabeça descansando nos cotovelos.

-Acho maravilhoso – respondi.

-E se for para sempre, só eu e você?

-Melhor ainda.

-E seus amigos?

-Quer dizer, nossos amigos?

Ela assentiu.

-Porque eles não vêm para cá? – Perguntei.

-Não sei – respondeu.

-Jay acorde vamos! – uma voz chorou nos campos.

-Quem é? – Perguntei a Lily.

-Eu numero dois. O outro lado, o mundo de tristeza. Se você acordar, nós sumimos, voltamos ao mundo real, onde tudo é dor. Se você escolher ficar aqui, só terá alegria. Nada de dor. – Ela disse beijando meu pescoço.

-E a nossa família?

-Meus pais estão num campo só deles, sua mãe está com seu pai em outro campo.

-Meu pai morreu?

-Não. Estamos no meio da terra e do paraíso. Você quis que eu estivesse aqui.

-Sempre.

-Então não acorde – ela sorriu me beijando.

-Jay, por favor, eu te amo, não me abandone. – A voz gritou chorosa ao campo.

-Tenho que acordar – eu disse.

-E me deixar? Deixar esse lugar incrível?

-Você é só imaginação, este lugar também. Estou desmaiado. É só imaginação. – Levantei. – A Lily do mundo real precisa de mim e eu dela, da minha família e dos meus amigos.

-Não pode ir – Lily Imaginada choramingou. – Lá é ruim. – Ela me puxou.

Eu tentei acordar, mas ela continuava me puxando.

Acordei já sentando. Olhei ao redor, tudo borrado. Alguém me deu um abraço sufocado, o doce aroma da sua pele entrou nas minhas narinas. Retribuir e depois cocei os olhos, agora entrando em enfoque.

Lily estava com os olhos vermelhos e as lagrimas saiam sem titubeação.

-Nunca mais faça isso – ela me deu um tapa no ombro. – Fiquei desesperada, achei que você tivesse... – E a voz dela sumiu.

Puxei ela para outro abraço, quando os Marotos, Dorcas, Marlene, Alice e Frank entraram na Ala Hospitalar.

-Que bom que ta vivo Pontas – Disse Aluado.

-Vamos da o troco no Seboso – falou Almofadinhas fazendo gestos de luta.

-Nada disso – intervém Lily.

-Como assim? – Marlene, Dorcas, Alice, Sirius e eu perguntamos juntos.

Entreolhamos-nos.

-Eu que vou resolver isso, ninguém machuca o meu namorado, só eu posso – ela disse sentando ao meu lado.

Todos começaram a rir.

-Qual é a graça?

-Nunca imaginamos que você estaria a favor da violência – Frank disse.

-Violência não – ela começou. – Vingança – e sorriu maldosa.

-Até eu fiquei com medo de você – murmurei.

-Vamos indo – Madame Pomfrey entrou. – Sr. Potter tem que descansar, e vocês fazem barulhos demais.

-Posso ficar mais um pouco? – Lily perguntou.

-Só cinco minutos. Agora os senhores e as senhoritas, precisam deixá-lo descansar.

Sirius bufou o que fez Madame Pomfrey lançar um olhar cruel, e eles saíram deixando apenas eu e Lily.

Lily passou a mão em meu tórax – percebi que estava sem camisa – por cima das cicatrizes.

-Eu fiquei tão preocupada – ela disse balançando a cabeça. – Por um momento achei que te perderia.

Perguntei-me se contaria para ela sobre a outra Lily. Não queria segredos entre nós.

-Eu sonhei com você – falei com desdém.

-Sério? – ela ficou ereta e girou para me olhar melhor. – Com quem mais?

-Eu e você, só.

-Qual é o problema? – Ela percebeu.

-Acho que a outra Lily não queria que eu acordasse, para eu ficar ali para sempre. Mais você falou comigo, eu ouvi. Ela falou que aqui era pura tristeza e lá eu ficaria... Feliz. Sem preocupações.

-Porque não ficou? – Ela falou com uma pontada de ciúmes por si mesmo.

-Você... Precisa de mim aqui, eu sei. Pensei. Não te deixar, nem o meu pai, nossos amigos.

Ficamos um pouco em silencio.

-Você... você é tão altruísta – murmurou.

-Não acho que sou – contrariei. – Já fui muito egoísta, família, amigos, e você. Estou tentando me redimir.

-Está errado – disse. – James, você se preocupou tanto comigo quando você não me encontrou, e sua mãe... E hoje, foi atingido por um feitiço provavelmente de Magia Negra porque nunca ouvir falar, que você estava a um passo da morte, e tudo porque me defendeu do surdo do Snape. Você se incomodou mais com a falência dos meus pais, e em como eu estava que nem falou sobre o assunto, sua mãe. Eu estava mais triste por você não falar nada comigo e guardar tudo para você, eu só quero seu bem.

-Eu sei, eu sei – falei puxando-a para um abraço. – Eu achava que você estava querendo não tocar no assunto.

-Lembre-se James Potter, não importa o quanto estarei infeliz, saiba que ficarei ainda mais se não compartilhar suas emoções comigo. Amo você, e sabe disso. Pode me contar tudo.

Eu suspirei.

-Eu também te amo Lírio.

Dois dias depois fui liberado pela Madame Pomfrey. Aula de Defesa Contra as Artes das Trevas com o Profº Zenon.

-... Energia positiva que quando é conjurado corretamente encarna a forma de um animal de aspecto único que cada bruxo conjura... – Falou Zenon, enquanto eu desenhava meu típico pomo com as letras L e E.

-Então Sr. Potter porque não me diz como esse feitiço pode ser realizado, para mostrar que estava prestando atenção na aula? – Zenon perguntou me tirando do desenho e sorri para ele com pouco-caso.

-Só podemos conjurar quando pensamos numa lembrança feliz, e é: Expecto Patronum.

-Muito bem, dez pontos para Grifinória – comemorou.

Profº Zenon era legal, mas às vezes ele era “espertinho”.

-Vamos à pratica – falou Profº Zenon. – Pensem na lembrança mais feliz que já tiveram – ele passou o olhar em todos. – Sr. Longbottom, pelo visto tem muitas lembranças felizes porque você não começa? – Frank se virou vermelho, pois estava beijando Alice no fundo da sala.

-Sim, claro, Professor Zenon – disse Frank indo à frente. Respirou fundo e soltou: – Expecto Patronum!

Apenas saiu uma luz fraca e cinza. Almofadinhas riu, eu dei um tapa na nuca dele. Professor Zenon limpou a garganta e disse:

-Sr. Black, qual é a graça? – Perguntou com uma sobrancelha erguida.

-Nada Z – respondeu Sirius.

-Profº Zenon – corrigiu Zenon. – Venha, já que se acha engraçado o suficiente.

Sirius riu levantando-se indo até ao lado de Frank, e falou o feitiço fazendo um cão-lobo prata correr pela sala. Zenon pareceu surpreso, e murmurou um “parabéns”.

-Vamos, levantem-se, é para praticar. Pensem só na sua lembrança mais feliz e fale o feitiço bem simples.

Marlene soltou da sua varinha um gato prata que ficou se escondendo do cão do Sirius. Uma coruja sobrevoou a sala e pousou nos ombros de Dorcas. Aluado um lobo, Rabicho um rato, Frank um leão e Alice uma égua.

Observei Lily encostada em sua mesa soltando fiapos de luzes pálidas, andei até ela.

-Qual é o problema? – Perguntei encostando-me a sua mesa.

-Sei lá, eu não consigo – ela respondeu.

-Vamos, é simples, faça comigo.

Ela acompanhou os meus movimentos com a varinha e soltou outro fiapo pálido. Passei meu braço em sua cintura e o outro junto com o seu direito, e nossas varinhas próximas.

-Feche os olhos – sussurrei em seu ouvido. – Sei que tem lembranças confortáveis, com os seus pais – hesitei. – Comigo – ela sorriu. – Com nossos amigos. Agora, juntos.

-Expecto Patronum – nossas palavras foram levadas pelos patronos prateados que andaram juntos.

-Ai Minha Morgana – ela falou pausadamente quando abriu os olhos, virou para mim. – É uma corça...

Seus lábios foi aos meus, de repente ela saiu do beijo.

-Estamos em aula, estamos em aula – ela murmurou.

Eu a puxei pro fundo, dando um beijo rápido e pondo-a em cima da mesa.

-Eu sinto muito ter estragado seu aniversario – falei pegando sua mão.

-Não foi você – ela olhou para o outro lado da sala. – Não acredito que eu já fui amiga daquele ser. – Ela voltou a olhar para mim. – Percebo que ele me influenciava na opinião sobre os Marotos. Quando, no entanto ele também enfeitiçava vocês e me dizia o oposto.

-Me apaixonei pela garota certa – murmurei. – Se não tivesse percebido antes, não estaríamos aqui.

Eu segurei sua cintura beijando-a.

-Lil você me ama? – perguntei pondo uma mecha atrás do seu cabelo.

-Claro, eu te amo como nunca amei ninguém – respondeu. De repente seus olhos se abriram ainda mais. – Você vai me deixar?

-Nunca, nunca – repeti beijando sua mão.

Pus a mão no bolso tirando uma caixinha vermelha.

-Lily você gostaria de se casar comigo? – Abri a caixa mostrando um anel em platina e no topo um diamante rosa*.

-Ah... Merlin... James tem certeza? – Ela olhou para mim, revirei os olhos. – Sim.

E depois só vi seus braços envoltos no meu pescoço.

-Foi o anel de noivado da minha mãe, ela quis que fosse seu – eu disse. – Venha, deixa eu colocá-lo.

Peguei sua mão direita pondo o anel que cabia perfeitamente, depois com um beijo selamos aquele momento.


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Notas finais do capítulo

*O Diamante Rosa do anel de noivado, é simplesmente muito raro e caro. Mas, todos sabem como James abriria mão de tudo para ser romantico. Uma imagem do anel: http://papojoia.files.wordpress.com/2010/11/rszpinkdiamond2-sothebys-novsale1.jpg
Lindo não é?



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