Querido Christian.

Primeiro, mande a Laurie parar de quicar do seu lado querendo saber por que eu escrevi para você e não para ela e entregue o outro pergaminho que está junto com esse, é uma carta que vai fazê-la se manter afastada por um tempo.

Não deixe que ela leia a sua carta até que você tenha terminado, Laurie precisa parar com essas manias de ler as suas cartas antes que você.

Ela é ciumenta demais, cruzes.

Mas não se preocupe, o que vou falar aqui não é nada de tão importante para que Laurie não possa ler, na verdade é até mesmo bom que você a deixe ler depois que terminar para que ela não fique pensando que eu estou querendo te roubar para mim, do jeito que a Laurie é ciumenta vai acabar criando milhares de coisas em sua mente se não ler a carta e eu não quero dor de cabeça por isso.

Eu não sei se você ainda recebe o Profeta Diário ai em Beauxbatons então vou dar uma resumida ao que está acontecendo por aqui.

O Lord das Trevas retornou.

Tá, eu sei que você já sabe disso, mas o que quero dizer é que agora todo mundo também sabe e acredita pois ele invadiu o Ministério da Magia há três noites e foi visto pelo ministro e mais um bando de aurores.

Harry, eu e mais alguns colegas estávamos lá - acredite, a história é longa demais para ser contada em carta então se aguente até as férias para saber dos detalhes - e infelizmente nosso padrinho, meu e o Harry quero dizer, foi morto por uma Comensal da Morte.

Eu sei, é triste, mas não se preocupe comigo, eu estou me recuperando do choque de ter mais uma pessoa da minha família morta por culpa de Voldemort.

Só seria melhor se vocês estivessem aqui.

Enfim, era basicamente isso que eu tinha que contar de importante, se quiser saber mais - e eu sei que você quer - vai ter que esperar até as férias.

Cruel, eu sei, sofra por mim.

Mas colocando as noticias tristes de lado...

PARABÉNS PELA FORMATURA!

Ai meu Merlin, nem acredito que você já está se formando na semana que vem, queria tanto estar ai para poder ver você na formatura e ver a Laurie e a Senhora Fournier se debulhando em lágrimas quando a Madame Maxime falar o seu nome lá na frente.

Infelizmente as minhas aulas ainda vão durar duas semanas então não tem jeito nenhum de eu estar ai.

Mas pense assim, pelo menos o meu brilho não vai ofuscar o seu dia!

Espero que tudo aconteça direito e assim que você receber a sua carta de aceitação ao curso de auror quero que me conte, entendeu?

Não vejo a hora de ver você e a Laurie nas férias, e agora como um casal!

Não que eu ache que vocês tenham mudado muito com isso, tenho certeza que as brigas continuam.

Até as férias.

Com saudades,

Ps: Dê um jeito de tranquilizar a Laurie, ela já deve estar pirando ai do seu lado pelo que eu contei na carta dela, diga que eu vou para a casa dela assim que conseguir me livrar dos Dursley’s.

Enrolei os dois pergaminhos que continham as cartas colocando a carta da Laurie dentro da do Chris para que ele pegasse as cartas antes e amarrei o rolinho que tinha sido formado na pata de uma das corujas da escola.

Tinha colocado a carta da Laurie dentro da do Chris para que ele recebesse as cartas, pois na última carta que tinha recebido dele Chris contou que Laurie estava com uma péssima mania de ler suas cartas antes dele para saber se ele não estava lhe traindo.

Em alguns momentos Laurie era insegura demais.

Na carta dela eu não tinha escrito nada demais sobre Voldemort ou o começo da segunda guerra bruxa, só tinha lhe dado um sermão pelo que ela estava fazendo com Chris e contei que não iria direto para a casa dela nas férias já que teria que passar um tempo com os Dursley's, mas que prometia que daria um jeito de ir para lá logo.

Depois de despachar a coruja para Beauxbatons sai do corujal e voltei para o castelo.

Era sábado, o céu estava lindo como há muito tempo eu não via e a maioria dos alunos estava aproveitando o belo dia nos jardins conversando e rindo.

Até parecia que ninguém tinha visto as noticias que saíram no Profeta Diário falando sobre Voldemort e sua passada pelo Ministério da Magia na quinta à noite.

Mas até que era compreensível o que eles estavam fazendo, ninguém sabia quais rumos à guerra iria tomar então porque ficar se preocupando ao invés de simplesmente curtir o tempo que resta para tal coisa?

Estava pensando nisso quando entrei no castelo mas fui obrigada a mudar o rumo dos meus pensamentos ao ver o meu lindo irmão e o meu mais lindo ainda ex-namorado discutindo em pleno Saguão de Entrada.

Estavam os dois um de frente para o outro e Draco tinha do seu lado Crabbe e Goyle.

_Os Dementadores abandonaram Azkaban - dizia Draco - Meu pai e os outros vão sair logo, logo.

_É, imagino que sim. Mas pelo menos agora todo mundo sabe os canalhas que eles são. - respondeu Harry furioso.

Draco que parecia querer matar Harry levou à mão as vestes para pegar a varinha só que Harry foi mais rápido e antes que Draco conseguisse pegar a varinha Harry já estava com a própria varinha apontada para Draco.

_Mas o que é que vocês dois pensam que estão fazendo? - gritei me aproximando deles.

Nenhum dos quatro tinham me visto assistindo à cena e ficaram surpresos ao me ver.

Harry olhou para mim de lado com uma expressão de raiva mas eu percebi que a raiva que ele sentia não era de mim e sim de Draco.

Draco nãos se deu ao trabalho de me olhar.

_Então? - perguntei outra vez - O que está acontecendo aqui?

Antes que eles respondessem Snape apareceu no alto da escada que dava para seu escritório e gritou:

_Potter!

Harry o olhou com ódio.

_Que está fazendo, Potter? - Snape perguntou frio e se aproximou de onde estávamos.

_Estou tentando me decidir que feitiço lançar no Malfoy, professor. - Harry respondeu com ferocidade.

_Guarde essa varinha, Potter. - Snape mandou - E dez pontos a menos para a Grif... - Snape olhou para as grandes ampulhetas que marcavam os pontos das casas - Vejo que não sobrou nenhum ponto para retirar - continuou - sendo assim acho que vamos ter que...

_Acrescentar?

Olhei para trás, McGonagall estava parada na porta do castelo onde eu estava alguns minutos atrás, parecia abatida mas tinha certeza que estava melhor do que na quarta feita à noite quando foi estuporada.

Tinha em uma das mãos uma mala pequena e na outra uma bengala onde se apoiava.

_Professora McGonagall! - exclamou Snape - Vejo que teve alta do St. Mungus!

_Tive, professor Snape - disse ela enquanto retirava a capa de viagem - Vocês dois... Crabbe... Goyle... Levem isso para o meu escritório. - mandou autoritária entregando a mala e a capa.

Depois que eles saíram ela continuou:

_Muito bem, então, acho que Potter e os amigos devem receber, cada um, cinquenta pontos por terem alertado ao mundo para o retorno de Você-Sabe-Quem! Que é que diz, professor?

_Quê? - perguntou Snape fingindo não ter escutado direito - Ah... Suponho que...

_Ótimo, então - concluiu McGonagall sem deixar que Snape terminasse de se opor - são cinquenta pontos para o Potter, para os dois Weasley, para o Longbotton e para a Srta. Granger - pedrinhas de rubis subiam na ampulheta da Grifinória enquanto ela falava - Ah, e também cinquenta para a Srta. Lovegood. - um punhado de safiras também surgiu aumentando os pontos da Corvinal. - Agora já pode retirar dez pontos do Sr. Potter, professor. - outro punhado de rubis se mexeu desaparecendo da ampulheta da casa dos Leões.

_Hem, hem– pigarreei discretamente.

Pareci a Umbridge fazendo isso, credo.

_Não está esquecendo alguém, Prof.ª McGonagall? - perguntei.

_Oh, mas é claro, - ela respondeu meio a contra gosto por ter que dar cinquenta pontos também a Sonserina - cinquenta pontos para a Srta. Potter.

Assim como as outras ampulhetas um punhado de esmeraldas apareceu na ampulheta verde aumentando os pontos da Sonserina.

_Bem, Potter, Malfoy, e claro, você também Srta. Potter - McGonagall falou energicamente - acho que deviam estar aproveitando o dia de sol lá fora.

Assim que escutou isso Harry saiu correndo para os jardins.

Snape também saiu voltando às escadas que davam ao seu escritório.

McGonagall continuou seu caminho como se não tivesse parado no Saguão andando com um pouco de dificuldade apoiada na bengala mas ainda parecendo animada.

No final ficamos apenas Draco e eu.

_Então, saiu da Ala Hospitalar agora? - perguntei tentando arrumar um assunto para conversarmos.

_O que isso te interessa? - Draco perguntou de volta seco - Vá cuidar da sua vida Potter.

E então Draco saiu e foi para o corredor que dava acesso as masmorras.

Isso mesmo, SAIU!

Simples assim.

_O que foi que eu fiz? - perguntei a mim mesma.

Tudo bem, eu não tinha falado com Draco desde quinta-feira quando Gina fez o favor de azara-lo, desde então ele tinha ficado na Ala Hospitalar e eu não tinha ido visita-lo.

Eu sei, não é uma coisa que você deve não fazer ao seu ex-namorado que há quase uma semana meio que tinha virado seu amigo sendo super fofo e simpático se certificando de que você não iria ficar sem comer e nem passar mal, mas eu fiz.

E, claro, também tinha o fato de que estava no meio do rolo no Ministério onde o pai dele tinha sido preso.

É, mas isso não é um motivo para ele me tratar daquele jeito.

Ou é?

Oh, Merlin, me ajude!