_Eve? - Harry chamou baixinho, só sabia que era ele por causa do apelido ridículo.

_Que? - perguntei mal-humorada.

_Como o que? - ele perguntou de volta - Você sumiu o dia todo, ninguém te viu desde... - ele deixou a frase morrer - Você sabe.

_A cena deplorável do Malfoy se agarrando com a Parkinson? - perguntei sem demonstrar emoção.

_Bem... É. - ele respondeu - Passou o dia todo aqui?

Abri os olhos e franzi o cenho, do que ele estava falando? Eu só estava aqui há alguns minutos.

Me sentei e olhei para Harry ajoelhado ao meu lado, ele parecia preocupado.

_Que horas são? - perguntei baixinho.

_Quase oito horas.

_Da manhã?

_Da noite. - ele respondeu - Evolet você passou o dia dormindo no banheiro?

Olhei para a minha mochila no chão, lembro-me de ter deitado e usado ela como travesseiro depois que consegui parar de chorar, mas ainda era de manhã quando eu deitei.

_Acho que sim - respondi ainda meio confusa - Oh, Merlin - disse assustada - Eu perdi todas as aulas?

Harry deu de ombros.

_Ótimo. Bela época pra perder aula. - comentei sarcástica.

Levantei do chão e percebi que as minhas roupas estavam molhadas, olhei para o chão, estava tudo molhado.

_Você devia ter fechado a torneira - uma voz irritante disse.

Olhei para a pia, o fantasma da Murta estava sentada em cima da pia e a torneira que eu tinha deixado aberta continuava aberta e dentro da pia estava cheio de papel higiênico entupindo o ralo.

_Você inundou o banheiro? - perguntei irritada - Comigo dormindo?

Ela deu de ombros, a ignorei.

Peguei a varinha das vestes, limpei a água do chão e o monte de papel molhado na pia. Sequei as minhas roupas e minha mochila com outro aceno de varinha e a peguei do chão.

Quando fui fechar a torneira minha mão latejou, não estava mais sangrando mas em compensação minha mão estava vermelha, cheia de sangue seco e dolorida, com cuidado tirei a aliança que Malfoy tinha me dado e a guardei no bolso, tinha me esquecido dela.

_Vem, vou com você a enfermaria - Harry disse.

Concordei e fui com ele a enfermaria, quando chegamos lá Madame Pomfrey me deu uma bronca por não ter vindo aqui antes e cuidou da minha mão. Harry e eu ficamos em silêncio enquanto ela limpava a minha mão e tirava pequenos cacos de vidro que tinham ficado presos.

_Como me achou no banheiro? - perguntei quando Madame Pomfrey terminou e foi cuidar de um aluno que estava passando mal.

Harry tirou um pergaminho velho do bolso, olhou para os lados para ver se Madame Pomfrey não estava olhando e o abriu, tocou a varinha no pergaminho e murmurou alguma coisa que não consegui escutar.

O pergaminho velho se transformou em um mapa de Hogwarts e nele tinham uns pontinhos com nomes de pessoas.

_Isso... Somos nós aqui? - perguntei vendo dois pontinhos um escrito “Evolet Potter” e outro “Harry Potter” depois de arrancar o mapa das mãos de Harry.

_Sim, todas as pessoas de Hogwarts estão no mapa - ele respondeu.

_Sem comentários. - murmurei observando os pontinhos com nomes de desconhecidos e conhecidos andarem - Onde arrumou isso?

_Longa história. - respondeu vagamente.

Estava prestes a dizer que tinha tempo para longas histórias quando vi dois pontinhos muito juntos em um armário de vassouras perto do Saguão de Entrada. Um era de Draco e outro da Parkinson.

_Tire isso de perto de mim. - mandei seca devolvendo o mapa.

Harry pegou o mapa e deu uma olhada confuso.

_Por que... Oh. - exclamou quando viu porque eu tinha me irritado. - Quer conversar sobre isso? - Harry perguntou.

_Sobre o que? - me fiz de desentendida.

Harry tocou o mapa com a varinha e dessa vez eu entendi o que ele disse “Malfeito Feito”.

_Você sabe... - disse enquanto guardava o mapa de volta no bolso interno das vestes junto com a varinha, percebi que ele se demorou no que estava fazendo para evitar me olhar - O show que o Malfoy e a Parkinson deram hoje de manhã. - Harry disse, parecia meio indeciso em ser um bom irmão e tentar me consolar e em mostrar que estava certo o tempo todo e me passar um sermão. - Eu disse que ele não era confiável Evolet, quando eu e Sirius dissemos que ele só estava te usando...

_Ele não me traiu - me adiantei a dizer antes que Harry continuasse - Eu terminei com ele ontem à noite. E eu nunca disse nada sobre a A.D., ele não sabia que eu estava nela ate ajudar a Umbridge ontem à noite.

_Você fez bem em terminar com ele - Harry disse - Vai ficar melhor sem ele Eve.

_Não quero falar disso, ok? - avisei irritada - Tenho que ir.

Sai da enfermaria quase correndo. Harry não fez menção de querer me impedir e eu agradeci por isso.

Ainda tinha muita gente nos corredores do castelo e ficaram me olhando quando passei.

Tentei ignorar ao máximo.

Quando cheguei ao Salão Comunal algumas pessoas se deram ao trabalho de me olhar mas não por muito tempo.

Passei em frente ao mural de recados e congelei quando vi o aviso.

POR ORDEM DO MINISTÉRIO DA MAGIA

Dolores Joana Umbridge (Alta Inquisidora) substituiu Alvo Dumbledore na diretoria da

Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

A ordem acima está e acordo com o Decreto Educacional Número Vinte e Oito

Assinado: Cornélio Oswaldo Fudge, ministro da Magia.

Agora que essa escola vai de mal a pior, pensei comigo.

(...)

E não é que eu tinha razão?

A escola estava indo de mal a pior.

Era só passar pelo Saguão de Entrada e dar uma olhada nas ampulhetas que marcavam os pontos de cada casa que já era possível ver a diferença. Graças aos queridinhos da Umbridge - vulgo Brigada Inquisitorial - a contagem dos pontos estava sendo completamente injusta já que a Brigada podia tirar pontos de quem quer que fosse.

Não que eu ligasse, estava pouco me importando com a injustiça desde que ganhássemos, mas fiquei com um pouquinho de pena das outras casas.

Tirando o poder de tirar pontos das casas a Brigada também estava inspecionando a correspondência de todos os alunos o que me irritava e muito já que eu não podia mandar uma carta a Laurie falando o que realmente queria sem correr o risco da carta cair nas mãos de Draco.

E falando sério, o que eu queria dizer a Laurie era que não estava nem um pouco bem por ter terminado com Draco, não estava nem um pouco bem sabendo que ninguém gostava de mim em Hogwarts e que a coisa que eu mais queria era ser uma garota normal, com uma vida normal, com mãe, pai, amigos, um irmão que não é caçado por Voldemort e um namorado que não tinha pais Comensais da Morte.

Só queria desabafar, era pedir demais?

Pra mim lógico que era.

E não era só isso, fiquei sabendo por Harry que ontem enquanto eu dormia profundamente no banheiro alagado da murta os gêmeos Weasley tinham soltado fogos de artifícios por todo o castelo o que deixou Umbridge pirando em seu primeiro dia como diretora já que ela era chamada a cada cinco minutos para dar um jeito nos fogos pois os professores se recusavam a fazer qualquer coisa para ajuda-la.

Deveria mandar um presente aos gêmeos por causa disso.

E isso era só o começo do que estava por vir, eu tinha certeza, com Dumbledore fora a escola ainda iria piorar muito.

Na verdade, pensando bem, desde julho passado quando eu soube da volta de Voldemort que as coisas já vêm piorando, era questão e tempo ate a guerra estourar de verdade e todos verem que Harry e Dumbledore não estavam mentindo para chamar atenção.

E isso podia demorar cerca de anos - o que eu esperava veemente - ou dias.

Pensando nisso eu fui ate a minha cômoda e abri a única gaveta com tranca a procura do espelho que Sirius tinha me dado.

Eu tinha prometido a mim mesma que não tentaria falar com Sirius a não ser que tivesse um bom motivo, mas eu não iria me magoar ninguém descumprindo uma promessa que fora feita a mim mesma.

_Sirius? - chamei debilmente olhando para o espelho.

Esperei meio minuto e não houve resposta.

_Sirius? - tentei outra vez.

Não houve resposta então comecei a me sentir completamente idiota por querer falar com alguém através de um espelho. Desisti e coloquei o espelho de volta ao seu lugar na gaveta.

Quando a estava fechando escute a voz de Sirius me chamar.

_Evolet? - perguntou incerto.

Peguei o espelho e olhei para ele surpresa. Ao invés de ver o meu reflexo no espelho eu vi o de Sirius.

_O que foi? O que aconteceu? - ele perguntou rapidamente - Harry esta bem? Snape fez alguma coisa? Soube que Dumbledore quase foi preso por Fudge, Umbridge fez alguma coisa com vocês depois que ele foi embora?

_O que? - perguntei confusa com tantas perguntas - Não - respondi depois de entender tudo o que ele falou - Estamos bem. Eu e Harry estamos bem.

Tão bem quanto se pode estar depois de terminar com o namorado, completei mentalmente.

_Eu só queria saber como você esta. - confessei - Eu e Harry não temos noticias suas desde o Natal então...

_Ah, - Sirius exclamou - Estou bem, ainda preso em casa, mas sobrevivendo.

_E a Ordem teve alguma notícia sobre Voldemort? - fui me sentar na cama, Boris que estava esticado nela veio se aconchegar ao meu lado, com uma mão comecei a fazer carinho nele. - Já sabem o que é a arma que Voldemort esta procurando?

_Evolet, - Sirius começou como se lamentasse - sabe que não estou autorizado a contar nada a você e Harry sobre a Ordem, tudo o que você pode saber tenho certeza que Harry já lhe contou.

Concordei com a cabeça.

Não perguntei mais nada sobre a Ordem, contei a Sirius sobre Umbridge ter descoberto a A.D., sobre Draco e sobre o que os gêmeos tinham feito. Sobre a A.D. ele já tinha sido informado por Dumbledore, sobre Draco disse um simples “Sinto muito” pouco sincero e sobre os Weasley’s ele comentou:

_Quando Molly souber disse, coitados - e deu uma gargalhada coisa que eu nunca tinha visto Sirius fazer.

Conversamos mais um pouco ate que eu me lembrei de que as férias de Páscoa começariam na sexta e perguntei subitamente.

_Será que eu e Harry podíamos passar as férias de Pascoa com você? - perguntei esperançosa - Harry vai adorar, agora que Umbridge virou diretora acho que ele deve querer sair daqui um pouco.

_Sinto muito Evolet - Sirius respondeu sincero - Mas acho que o melhor pra vocês é ficar em Hogwarts, mesmo sem Dumbledore ai é mais seguro.

Fui pega de surpresa, achei que ele ficaria feliz em não ter que ficar sozinho mesmo que fosse apenas por uma semana.

_Tem razão - disse sem demonstrar surpresa - Além do mais precisamos estudar para os N.O.Ms.

_Evolet, - Sirius começou - sabe que amo você e Harry como meus filhos e bem... Seus pais me nomearam como tutor de vocês e... Harry já disse que aceita há muito tempo e eu acho que você não vá querer continuar no orfanato depois que tudo isso acabar e Voldemort for derrotado. Poderíamos procurar outra casa, mais bonita, e...

_Quer que eu vá morar com você? - perguntei surpresa - Eu, você e Harry? Como uma família normal?

_Bem... É - Sirius afirmou.

_Mais é claro que sim - respondi - Vai ser ótimo nunca mais ter que voltar pro orfanato, sempre nas férias eu fico na casa da Laurie mas tenho que ficar pelo menos duas semanas no orfanato tendo que aguentar aquele povo e eu e Harry vamos poder ter nossos próprios quartos e... - de repente eu senti um desespero sem motivo e senti que começaria a chorar, meu peito se contraiu e eu tive a impressão de que isso nunca fosse acontecer.

_Sirius eu... Preciso estudar - inventei - Outra hora nos falamos.

Ele concordou e se despediu. O reflexo de Sirius desapareceu do espelho e o meu apareceu.

A sensação de desespero aumentou ate que eu resolvi tomar um banho quente para ver se passava.

(...)

As férias de Páscoa tinham começado e com ela o meu desespero para estudar para os N.O.M.s.

Em termos estava feliz pelos N.O.Ms já que tinha que me concentrar nos estudos e isso me impedia de pensar em qualquer outra coisa - como Draco - que não fossem as provas e em termos era horrível porque só faltavam seis semanas para as provas e eu estava entrando em desespero achando que não daria tempo de estudar para tudo.

Estava na biblioteca sábado à noite estudando História da Magia e devorando o ovo de Páscoa que Laurie tinha me mandado, fiquei feliz por ela ter me mandado chocolate, pois, a única coisa que me deixava calma com a aproximação das provas era chocolate.

Na verdade não iria me surpreender em nada se começassem a surgir espinhas no meu rosto ou se eu tivesse que fazer um longo regime depois das provas considerando o tanto de chocolate que estava comendo ultimamente.

Pelo canto do olho vi Pansy virar o corredor onde eu estava e vir ate a minha mesa. Ela se sentou a minha frente e cruzou os braços sobre a mesa.

Lembre-se Evolet, se você lançar um Avada nela vai ganhar uma passagem só de ida para Azkaban, disse a mim mesma quando ela se sentou, não vale a pena passar o resto da vida lá por causa de uma vaca igual a Parkinson.

_Pansy - disse com a voz amigável tentando ficar calma, desde o dia em que a vi com Draco estava com vontade de estapeá-la ate a morte - A que devo a honra da sua presença na humilde biblioteca de Hogwarts? Achei que buldogues não sabiam ler.

Vi o rosto dela se contrair em raiva, ela abriu a boca para me insultar mas pensou melhor e resolveu ignorar a última parte da minha fala.

_Não vou discutir com você - ela disse amigavelmente - Na verdade vim aqui como uma amiga para dizer o quando eu sinto muito por o fim do seu namoro com Draco.

Minha boca se abriu de surpresa. Como uma pessoa podia ser tão falsa a esse ponto?

_Afinal - ela me olhou como se fosse superior a mim - Nós duas sabíamos que isso ia acontecer, Draco sempre foi meu. Só começou a namorar você para te levar para cama. - Pansy olhou para as suas unhas mal feitas as avaliando e continuou - Na verdade eu fiquei surpresa quando soube que ele não conseguiu, achei que tinha ido para a cama com ele há muito tempo e era assim que estava conseguindo segura-lo. Mas foi esperta e o segurou de outro jeito, pena que ele não quis esperar mais e te deu um pé na bunda. Mas, como eu disse, todos sabiam que ele iria acabar voltando pra mim, afinal, Draco sempre foi apaixonado por mim desde que nos conhecemos.

Eu olhei para Pansy perplexa com o que ela disse.

_Malfoy disse pra você que ele terminou comigo? - perguntei entre dentes.

_Bem... Não exatamente - ela deu de ombros - Mas é meio obvio não acha?

Respira fundo Evolet, respira fundo.

_Pois para a sua informação - disse mantendo a voz calma. Apontei para as amigas de Pansy que estavam escondidas atrás de uma estante de livros. - E para a informação das suas amiguinhas ali, quem terminou com o Malfoy fui eu. E se não fosse isso ele ainda estaria comigo porque eu não sou uma vadia como você que precisa segurar ele com sexo.

“E já que esta com ele aproveite enquanto ele não encontra outra vadia melhor de cama do que você e te larga sozinha para ser consolada pelo brutamontes do Crabbe que eu sei que foi pra ele que você correu quando Malfoy te chutou pra ficar comigo. E melhor, de o golpe da barriga, não sei se Malfoy é idiota o bastante para ficar com você só por causa de um filho mas tenta, quem sabe. - dei de ombros - Agora se me der licença, - disse enquanto guardava as minhas coisas na bolsa - eu tenho mais o que fazer do que perder meu tempo escutando os seu latidos.”

Levantei de onde estava, joguei meu cabelo para trás e sai de cabeça erguida e nariz empinado.

Estava no meio do corredor quando escutei Pansy dizer uma azaração. Tirei minha varinha do bolso e virei para ela.

_Protego! – gritei antes que ela terminasse de dizer o feitiço - Densaugeo!

Pansy gritou e seus dois dentes da frente começaram a crescer rapidamente ate quase chegarem aos seus pés.

As amigas de Pansy saíram correndo para socorrê-la, Pansy começou a gritar e a chacoalhar a varinha mas com o tamanho dos dentes ela não conseguia pronunciar nenhum feitiço certo.

_Pense melhor da próxima vez que quiser exibir o troféu Malfoy - disse e sai de lá de nariz empinado e com toda a classe que eu tinha.

*** –-LEIAM AQUELA COISA CHEIA DE LETRAS AI EMBAIXO QUE CONHECEMOS COMO NOTAS FINAIS PORQUE É IMPORTANTE E VAI EXPLICAR O PORQUE DA MINHA AUSÊNCIA--