Evolet Potter escrita por Victorie


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Ooooi gente.
To demorando menos pra postar vocês repararam? Então espero que os reviews aumentem por causa disso hein.
Quem ai ta com saudades do Christian e da Laurie?
*leitores levantam a mão*
Então hoje tem um pouquinho deles no capítulo. E eu estava pensando em escrever um capítulo bônus Laurian ou Chrisrie ou alguma outra combinação que de pra fazer com o nome deles HSUAUS'
Só que... eu só escrevo o bônus do Chris e da Laurie se vocês pedirem nos reviews u.u
Chantagista eu? Imagina.
Por hoje é isso, beijos.



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LEIAM AS NOTAS

***

Dessa vez eu me vesti de modo adequado, nada de fazer feitiços para colocar um vestido que, embora seja lindo, não combina nada com o inverno de Londres.

Ontem à noite Laurie me mandou uma carta me xingando ate a geração dos meus futuros bisnetos e dizendo que se eu não encontrasse com ela e com o Christian hoje ela nunca mais iria falar comigo.

Puro drama é obvio. Mas se tratando da Laurie é melhor obedecer do que esperar ela cumprir a promessa, ou no caso ameaça.

Acordei quatro e meia da manhã - se não fugisse de madrugada não fugiria nunca - e depois de tomar um banho bem rápido, colocar uma calça bem quente, várias blusas, botas de neve, luvas, cachecol e fazer a minha maquiagem básica eu me esgueirei pela casa ate a porta.

Tomei cuidado pra não acordar a Gina enquanto me arrumava, dei uma última olhada no espelho pra ver o meu cabelo e sai do quarto.

Não corri o risco de acender a luz da varinha, mas deu pra ver pela luz fraca de uma vela que estava quase apagando que o corredor estava vazio e todas as portas dos quartos estavam fechadas. Desci as escadas e prendi a respiração quando passei em frente ao quadro da mãe do Sirius, só o que me faltava era acordar aquela velha e ela começar a gritar.

Estava quase chegando à porta quando tropecei em alguma coisa e cai de cara no chão, não conseguindo reprimir um gritinho de desespero.

O barulho foi enorme. Escutei o suporte de guarda-chuva cair no chão do meu lado e todos os guarda-chuvas que estavam neles se espalharam. Prendi a respiração e não me mexi, prestei atenção pra ver se escutava alguém descendo pra ver que barulheira era aquela, mas só consegui escutar o barulho do meu coração disparado querendo sair pela garganta.

Soltei o ar e me levantei com cuidado. Tentei levantar o suporte de guarda-chuva mais ô coisa pesada.

_O que você tá fazendo? - alguém sussurrou atrás de mim.

Derrubei outra vez o maldito suporte que eu tinha conseguido levantar alguns centímetros, só que dessa vez no meu pé.

_Puta que pariu, Harry! - sussurrei - Quer me matar do coração garoto?

_Você é que ta querendo matar alguém do coração fazendo um barulho desses a essa hora da madrugada. - ele sussurrou de volta.

_Para de reclamar e me ajuda a tirar isso do meu pé. - mandei.

Harry me ajudou a erguer o suporte e colocou os guarda-chuvas de volta no lugar. Sentei no chão e tirei a minha bota e a meia pra ver o estrago no meu pé.

_Merda. - xinguei.

Meu pé tinha ficado roxo onde aquela coisa caiu e estava dolorido.

_Ótimo, só eu pra conseguir uma coisa dessa mesmo. - choraminguei.

_Acho melhor você colocar um gelo nisso dai - Harry disse.

_E eu acho melhor você cuidar da sua vida - respondi mesmo sabendo que ele tinha razão, coloquei a meia e a bota outra vez - resolveu sair da toca? - perguntei debochada.

Harry estava trancado no quarto desde que voltamos do St. Mungus, não tinha saído nem para jantar.

Ele fingiu que não escutou o que eu disse.

_Onde você pensa que vai essa hora da madrugada? - perguntou reparando que eu não estava de pijama igual a ele.

_Vou encontrar a uns amigos de Beauxbatons - me apoiei na parede pra levantar - e se você contar pra alguém dou um jeito de você não contar nada pra ninguém por uma semana - ameacei.

Harry rolou os olhos.

_Só não seja pega por um comensal. - avisou e subiu as escadas me deixando sozinha.

Sai da casa mancando e sentindo meu pé latejar. Pensei em ir a um hospital trouxa já que eu ficaria um bom tempo ate amanhecer rodando por ai, mas resolvi deixar quieto já que eu odiava hospitais trouxas.

Graças a minha falta de sorte estava nevando e a rua estava completamente deserta. Não gostei nada disso. Coloquei a mão no bolso da blusa e segurei a varinha pronta pra usa-la se precisa-se.

Manquei por meia hora até chegar a uma pracinha longe o bastante da casa do Sirius para que eu pudesse descansar sem me preocupar em dar de cara com alguém da Ordem.

Sentei em um banquinho da praça e tirei a bota e a meia, fiz uma bolinha com a neve que estava no chão e coloquei no pé.

Ah... Doce sensação de alivio!

Comecei a pensar no que eu iria fazer agora. Meus planos eram sair do Largo Grimmauld antes que todo mundo acordasse, ir para o Beco Diagonal e ficar esperando o Christian e a Laurie ate as onze da manhã, só que com esse pé todo quebrado ficava difícil andar ate lá.

Pensei em aparatar só que ainda não tinha aprendido, era menor e não tava a fim de deixar metade do meu corpo de cada lado da cidade.

Resolvi então gastar o meu pouco dinheiro trouxa e pegar um taxi ate a casa da Laurie.

Tirei a neve do meu pé que ainda estava roxo e coloquei a bota. Comecei a mancar outra vez, agora procurando um taxi.

Só fui conseguir encontrar um quando já estava amanhecendo.

_Bom, agora é só decidir a fúria de quem eu vou enfrentar primeiro - pensei quando o taxi me deixou na rua das casas do Chris e a Laurie - Laurie - olhei para a casa da direita, maior e amarela - ou Chris - olhei para a casa da esquerda, menor e branca.

Olhei para o céu, o sol ainda estava baixo então deveria ser umas sete horas quase.

_Com certeza o Chris. - murmurei pra rua vazia.

Laurie iria me matar se eu acordasse ela a essa hora, Chris também não ficaria feliz mas de dois males sempre fique com o menor.

Fui ate a casa da esquerda e bati a porta, passou um tempo e ninguém veio atender. Bati de novo. Nada. Comecei a bater na porta sem parar ate escutar alguém xingando do lado de dentro.

_Mas será as pessoas desse lugar não entendem que um adolescente precisa... - escutei Chris resmungar mal-humorado do outro lado da porta enquanto destrancava a mesma.

Segurei uma risada, sabia que ele iria reclamar por ser acordado.

_Que é que você... - ele começou a falar irritado quando abriu a porta. Quando me viu fez cara de espanto e arregalou os olhos. - Evolet? É você mesmo?

_Não, Merlin - disse sarcástica e rolei os olhos - agora pare de fazer essa cara e me ajude, meu pé tá me matando. - entrei na casa sem ser convidada.

_Evolet? - Chris fechou a porta e se virou pra mim.

_Sim?

_A Laurie quer te matar - ele avisou, deu risada e veio me abraçar.

_Eu sei. - choraminguei e retribui o abraço.

Chris me soltou e eu manquei ate o sofá e apoiei meu pé na mesinha de centro.

_O que você tem? - ele perguntou e riu quando me viu mancando.

_Derrubei um suporte pra guarda-chuva de cinquenta quilos no pé quando tava fugindo da casa do Si... - quase disse da casa do Sirius mas me corrigi a tempo - do Ronald, o amigo do Harry.

_Evolet eu sei que você está mentindo, você não esta na casa desse Ronald coisa nenhuma. - ele disse se sentando ao meu lado - Você pode conseguir enganar a Laurie mas eu não sou tão idiota.

_Não sei do que você esta falando - menti olhando pro meu pé machucado.

_Você sabe sim - ele disse - você estava na casa do seu padrinho, na sede da Ordem da Fênix.

Senti meu corpo congelar, de alguma forma Chris sabia da Ordem.

_Como sabe disso? - perguntei.

_Lembra quando Dumbledore apareceu na casa da Laurie pra dizer que você teria que ir pra Hogwarts esse ano? E que eu e a Laurie ficamos atrás da porta escutando a conversa de vocês? - ele perguntou, seu tom de voz era sério.

Assenti com a cabeça.

_Então, - ele continuou - quando Dumbledore disse que Sirius não era um assassino e que Você-Sabe-Quem estava escondido em algum lugar eu fiquei curioso. Lembrei que meu pai quando morreu estava participando de um grupo que Dumbledore criou para lutar contra Você-Sabe-Quem dai eu fui perguntar pra minha mãe, ela disse que meu pai estava participando da Ordem da Fênix. - Chris deu de ombros - Falei com a Madame Maxime mas ela fingiu que não sabia do que eu estava falando.

_E como sabe que a casa do Sirius é a sede da Ordem? E como sabia que eu estava lá? - perguntei ainda confusa.

_Encontrei com um cara, tal de Mundungo Fletcher, ele tava com uns caldeirões que eu percebi que eram roubados e ameacei de entrega-lo para o Ministério se não me contasse tudo o que sabia sobre a Ordem da Fênix, - Chris deu risada - foi fácil o cara era um idiota. E quando você mandou a carta dizendo que não ia vir pra cá eu deduzi que ia pra casa do Sirius, a carta estava muito sem detalhes, parecia que você estava escondendo algo.

_Ual - exclamei sem ter outra coisa pra dizer.

_Só estou esperando terminar a escola, quando me formar quero me juntar a eles - Chris disse com um brilho nos olhos.

_Não acha perigoso demais Chris? - perguntei preocupada - Além do mais você só tem dezessete anos, não acho que eles vão te aceitar.

_Isso eu vou ver depois - ele deu de ombros.

Balancei a cabeça, mesmo que eu quisesse tirar essa ideia da cabeça do Chris sabia que não ia conseguir então resolvi deixar pra lá.

Ficamos um tempo em silêncio, Chris ligou a TV e começou a zapear pelos canais ate parar em um filme trouxa que eu já tinha assistido que falava de um cara que tinha uma melhor amiga a anos e que descobriu que era apaixonado por ela quando ela conta pra ele que vai se casar então ele faz de tudo pra mostrar que amadureceu e quem sabe fazer ela gostar dele. Se eu não me engano o filme é O Melhor Amigo da Noiva. (n/a: Amo esse filme)

Esse filme me lembrou de uma conversa que eu estava querendo ter com o Chris desde que ele tinha me mandado uma carta dizendo que achava que estava gostando da Laurie.

_Sabe, esse cara é um idiota, ele devia ter dito pra garota que gosta dela antes que ela arrumasse um noivo. - Chris comentou concentrado no filme.

_Também acho, - concordei - é a mesma coisa que penso de você. - disse - Mas não, você só vai assumir que gosta da Laurie quando ela arrumar um namorado e desistir de esperar você tomar vergonha na cara e assumir que gosta dela.

_O que? - Chris perguntou de olhos arregalados e balançou a cabeça - Não sei do que você ta falando.

_Agora é você quem está mentindo. - acusei.

_Sabe Christian, - a mãe do Chris disse do alto da escada - Evolet tem toda a razão, o dia que você assumir que gosta da Laurie ela já vai estar em outra. Ou acha que ela vai ficar te esperando pelo resto da vida?

Vi o Chris corar ate as orelhas do meu lado

A Srª Fournier era uma mulher de uns quarenta anos mas que aparentava muito menos, tinha os cabelos negros e lisos iguais aos do Chris, olhos azuis e algumas marcas de expressão no rosto, era magra e alta, quase da altura do Chris que devia estar chegando a um metro setenta e cinco mais ou menos. E diferente do filho que tinha a pele bem bronzeada a Srª Fournier tinha a pele bem clara.

Ela estava vestida com um vestido de lã que ia ate a altura dos joelhos de mangas compridas e uma meia calça preta por baixo com sapatos de salto também pretos e tinha uma capa cinza nas mãos.

Por mais que fosse uma viúva ela não tinha nada de amargurada, estava sempre alegre.

_Srª Fournier - cumprimentei quando ela chegou perto de mim e me deu um abraço.

_Devia colocar gelo nesse pé. - ela disse quando viu meu pé inchado em cima da mesinha de centro. - Chris eu estou indo trabalhar, ajude a Evolet com esse pé e tomem cuidado quando saírem ok? - ela pediu preocupada.

_Tá mãe - Chris disse baixo ainda com vergonha do que ela tinha dito antes.

Depois de se despedir a Srª Fournier colocou a capa e foi trabalhar, ela era dona de uma loja aqui perto.

Chris subiu para tomar banho e trocar de roupa para podermos ir a casa da Laurie, eu não tinha reparado antes mas ele estava apenas com uma calça de pijama xadrez deixando o peitoral definido a mostra.

Sério, se eu não tivesse um namorado lindo, se a Laurie não fosse apaixonada pelo Chris e se ele não fosse como um irmão pra mim, eu pegava.

Já era quase nove e meia quando saímos da casa dele e paramos na frente da casa da Laurie.

_Chris, se ela tentar me atacar a segure, não estou em condições de sair correndo - pedi.

Chris deu risada mas concordou.

Antes de batermos na porta os pais de Laurie a abriram, estavam indo trabalhar e disseram que Laurie ainda estava dormindo mas que podíamos acorda-la.

Quando entramos no quarto da Laurie eu reparei que ele não tinha mudado nada desde a última vez que eu tinha vindo aqui. As paredes amarelas - cor preferida dela - estavam do mesmo jeito, com os pôsteres das Esquisitonas, do Victor Krum e de outras bandas trouxas pregados na parede, a cortina cor de rosa de quando ela ainda era bebê ainda estava lá e a bagunça ainda era a mesma, sapatos e roupas jogadas para todos os lados, os livros da escola empilhados ao lado do espelho de corpo inteiro e a penteadeira de madeira branca cheia de esmaltes e maquiagem. A única diferença era que a última vez em que eu estive aqui tinha uma cama de armar onde eu sempre dormia, dessa vez ela não estava lá

Laurie estava dormindo toda esparramada com uma coberta rosa em cima dela.

_Eu acordo - Chris avisou divertido.

Me encostei no batente da porta enquanto Chris foi ate a janela e a abriu deixando o sol e uma rajada de vento frio entrar e bater bem na cara da Laurie.

Ela não acordou, virou de costas pra janela incomodada com a luz e puxou a coberta ate cobrir seu rosto e continuou dormindo.

Chris então foi ate o banheiro e voltou com um copo cheio de água na mão.

_Chris não - sussurrei - ela vai te matar.

Ele deu de ombros.

_Eu ainda não me vinguei da vez que ela jogou tinta na minha ex. - ele sussurrou de volta.

Chris tirou a coberta da cabeça da Laurie e sem hesitar virou o copo de água no rosto dela.

Laurie pulou da cama assustada e tossindo.

_SEU FILHO DA MÃE - ela começou a berrar quando viu o Chris dando risada - EU VOU TE MATAR, VOCÊ PERDEU O POUCO DE JUIZO QUE TEM?

Laurie começou a dar tapas nele, Chris tentou segurar seus braços mas não conseguia por causa do ataque de risos que estava tendo.

Resolvi interferir antes que alguém se machucasse.

_Nossa, como é bom ver vocês dois brigando outra vez - comentei para chamar a atenção da Laurie e dei risada.

Quando ouviu minha voz ela parou de bater no Chris e se virou pra mim, sua boca aberta em um O de surpresa.

_EVOLET - ela gritou e correu pra me abraçar - EU NÃO ACREDITO, QUE SAUDADE, EU ACHEI QUE VOCÊ IA ESPERAR A GENTE NO BECO DIAGONAL, EU QUERO SABER TUDO, TUDO, TUDO. VOCÊ TEM QUE ME CONTAR DO SEU NAMORADO, COMO ELE É? E VOCÊ TEM QUE ME CONTAR DAQUELE ROLO QUE ESTAVAM FALANDO QUE VOCÊ ESTAVA GRAVIDA. E POR MERLIN EU TENHO TANTA COISA PRA TE CONTAR VOCÊ NÃO SABE O QUE EU FIZ COM A EX DO CHRIS E... - ela parou de falar e me soltou.

Lá vem à bronca, pensei.

_E VOCÊ, SUA VACA, EU VOU TE MATAR EVOLET POTTER. TO QUERENDO ARRANCAR MECHA POR MECHA DESSE SEU CABELO VERMELHO. QUE ESPECIE DE AMIGA VOCÊ É QUE ME DEIXA SEM NOTICIAS HEIN? COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO? E QUE HISTÓRIA É ESSA DE NÃO PODER PASSAR AS FÉRIAS EM CASA? VOCÊ ESTA AQUI AGORA NÃO ESTA? ENTÃO COMO PODE NÃO VIR PASSAR AS FÉRIAS AQUI, É BOM QUE VOCÊ TENHA TRAZIDO AS SUAS MALAS PORQUE VOCÊ NÃO VAI SAIR DAQUI ANTES QUE AS FÉRIAS ACABEM.

_Laurie, sempre escandalosa. - Chris comentou - Quer parar de gritar com ela?

_NÃO ME MANDE PARAR DE GRITAR FOURNIER, - ela berrou pra ele - EU TAMBÉM VOU ARRANCAR MECHA POR MECHA DESSE SEU CABELO, QUE IDEIA É ESSA DE JOGAR ÁGUA NA MINHA CARA? - Laurie voltou a olhar pra mim - E VOCÊ EVOLET? COMO PODE IR A CASA DELE ANTES DE VIR AQUI?

_Eu sabia que você ia ter um ataque então precisava de alguém pra te segurar se precisa-se. - disse e dei uma risada fraca.

_Hunf! Então fique com ele já que eu sou louca o bastante pra precisar de alguém pra me segurar - ela disse dramática, entrou no banheiro e bateu a porta.

_Essa garota é louca - Chris comentou.

_LOUCA É A SUA VÓ. - Laurie gritou do banheiro.


(...)


Depois de meia hora pra convencer a Laurie a me perdoar por não ir a casa dela antes de ir a do Chris e depois de mais meia hora pra convence-la de que por mais que quisesse eu não poderia passar o resto das férias na casa dela conseguimos arrasta-la para o Beco Diagonal.

Como nós duas não tínhamos começado a comprar os presentes de Natal começamos a passar de loja em loja procurando presentes enquanto Chris ficava com cara de tédio atrás da gente e carregava as sacolas.

Se dependesse dele todo mundo ganhava sapos de chocolate e pronto.

_Você devia agradecer por eu ser uma boa amiga e comprar os presentes pra você - Laurie disse pela terceira vez quando ele reclamou de ter que carregar as sacolas - devia agradecer ainda mais por eu ter a boa vontade de mandar os presentes e de embrulhar, o que você poderia muito bem fazer sozinho agora que já pode usar magia fora da escola.

_Laurie é por isso que eu compro Sapos de Chocolate pra todo mundo - ele retrucou - não tem que fazer nada disso, é só comprar e entregar, nada de passar de loja em loja procurando alguma coisa que tal pessoa goste e depois embrulhar e ficar pensando se ela vai gostar.

_Christian nem todo mundo gosta de Sapos de Chocolate - Laurie avisou.

_Ah claro, - Chris rolou os olhos - cite uma pessoa que você conheça que não goste de Sapos de Chocolate.

_Eu já volto - avisei. Eles nem olharam pra mim.

Deixei os dois discutindo e fui para a Floreios e Borrões, comecei a ver alguns livros que eu queria comprar e a procurar algum que fosse bom para dar de presente de Natal.

Passei um tempo revirando as estantes de livros, achei um que acho que o Sirius deveria gostar e decidi comprar, seria bom pra ele passar o tempo quando todos fossem embora.

Quando estava saindo da loja vi um garoto de cabelos louros perto do Boticário. Senti meu coração se apertar, minha vontade era sair correndo para falar com ele, mas me obriguei a voltar para dentro da Floreios e Borrões, Draco estava com o pai e não seria nada legal se ele nos visse juntos.

Fiquei o observando pela vitrine da loja, Draco estava com uma calça social, uma blusa de linho preta e um blazer da mesma cor, roupas que eu já tinha visto ele usando varias e varias vezes mas não me cansava de ver como ele ficava bonito nelas. Seus cabelos estavam bagunçados o que era estranho, Draco era sempre arrumadinho, e ele tinha olheiras e parecia cansado, mas não foi isso que me preocupou.

Draco e o pai pareciam discutir alguma coisa séria em voz baixa, até que Draco virou as costas para o Sr. Malfoy com a intenção de ir embora só que Draco não teve tempo de dar mais de dois passos para o Sr. Malfoy segura-lo pelo braço e faze-lo parar, então o Sr. Malfoy disse alguma coisa em voz baixa para Draco e isso fez com que ele abaixa-se a cabeça e ficasse perto do pai.

Tive a impressão de que o Sr. Malfoy tinha ameaçado o Draco.

Esperei mais cinco minutos ate que os dois saíram de vista e eu pude voltar para a loja onde eu tinha deixado o Chris e a Laurie.


(...)


Depois de ver o Draco e o Sr. Malfoy eu voltei para junto da Chris e da Laurie, então fomos almoçar e depois ficamos andando pela Londres trouxa enquanto eu contava tudo o que podia da minha vida desde que tinha visto eles pela última vez na estação de Kings Cross até eu resolver ir embora, já era quase quatro horas da tarde e o Sirius e os outros deveriam estar pirando.

Só que decidir ir embora e a Laurie me deixar ir embora eram coisas bem diferentes.

_Mas Evolet, - Laurie choramingou outra vez - você tem que passar o resto das férias em casa. Por favor.

_Laurie deixa a Evolet ir embora, ela já fugiu da casa do tal Ronald pra poder ver a gente, contente-se com isso - Chris tentou me ajudar.

_Mas ela não tem que ficar na casa desse Ronald - Laurie queixou-se - ela nem é amiga dele. Ela é nossa amiga tem que ficar ou na minha casa ou na sua.

_Laurie eu prometo que tento voltar a ver vocês antes de voltar pra Hogwarts mas por favor me deixa ir embora. - pedi e tentei soltar meu braço que ela tinha prendido entre os seus.

_Não, não e não. - ela discordou e balançou a cabeça a cada ‘não’ que falava - Você não tem que tentar voltar a ver a gente, você tem que ir pra casa com a gente.

_Laurie a Evolet não esta indo embora pra sempre, mas que saco, quer parar de ser infantil e soltar o braço dela? - Chris mandou e a puxou para longe de mim a obrigando a me soltar.

_Ótimo, você me acha infantil? Então agora que eu vou começar a fazer birra e espernear igual aqueles pirralhos que eu vi com a minha mãe quando a gente foi no mercado. - ela retrucou, cruzou os braços e fez bico.

_Por Merlin Laurie, nem pense em fazer uma coisa dessas - pedi me lembrando daquele bando de pirralho que ficava fazendo birra por qualquer coisa no orfanato - Agora é sério, eu tenho que ir, Harry deve estar preocupado.

Laurie descruzou os braços mas continuou fazendo bico. Seu rosto começando a se transformar em uma careta de choro.

_Então jura que vai passar um tempo em casa nas próximas férias? - Laurie pediu com a voz embargada.

_Juro. - disse e a abracei - Se não ocorrer nenhum imprevisto outra vez - completei amargurada.

Laurie balançou a cabeça e me largou para que eu pudesse me despedir do Chris.

Igual fiz com a Laurie eu fui ate ele e o abracei.

_Diga a ela. - sussurrei sem mais explicações em seu ouvido e o soltei.

Sabia que ele iria entender.

Depois de me despedir deixei uma Laurie chorosa e um Christian pensativo e fui atrás de um Taxi. Meu pé tinha melhorado um pouco mas não o bastante para que eu pudesse ir embora andando.

Quando cheguei a porta do Largo Grimmauld fiquei parada por um tempo tomando coragem para entrar.

Abri a porta e entrei devagar, prestei atenção para ver se alguém estava por perto mas todos pareciam estava no porão jantando ou nos quartos.

Fechei a porta e quase tive uma sincope quando voltei a olhar para o corredor. Não consegui reprimir um grito quando vi a Sr.ª Weasley me olhando furiosamente com uma colher de pau na mão.

Sem querer acordei a mãe do Sirius.

_ESCORIA! - berrou o quadro da mãe do Sirius - COMO SE ATREVEM A IMACULAR A CASA DOS MEUS ANTEPASSADOS...

_Sr.ª Weasley. - cumprimentei docemente.

_Evolet. - ela cumprimentou de volta, só que nada docemente.

_Querem calar a boca desse quadro - Sirius apareceu no corredor correndo para fechar a cortina do quadro da mãe.

Fiquei em silêncio, esperando. Sirius fechou a cortina do quadro e a Sr.ª Black parou de berrar, depois ele se virou pra mim com um olhar nada amigável.

_Sirius - cumprimentei com um sorrisinho falso no rosto.

_Tem noção da preocupação que você nos deixou Evolet? - ele perguntou sério.

_Desculpa, mas eu...

_Não tem “mas” - a Sr.ª Weasley começou, sua voz estava irritada e se controlando para não começar a gritar - você podia ter sido atacada, podia ter sido capturada, ou pior, podia ter sido morta.

Ela estava furiosa e a cada alternativa que ela dava chacoalhava a colher de pau para o meu lado como se quisesse me bater com ela.

_Podia mas não fui. - respondi áspera e dei um passo para trás por segurança.

_Por muita sorte não foi. - Sirius disse ríspido começando a aumentar o tom de voz - Imagine se um comensal visse você na rua, sozinha e desprotegida, tem ideia do risco que você correu? Se um comensal visse você sozinha não perderia a chance de te atacar. Acha que Voldemort quer só a cabeça do Harry em uma bandeja? Se você não lembra quando ele matou Tiago e Lilian ele não estava só atrás do seu irmão.

_Eu não sou uma boneca de porcelana que precisa ser protegida, sei muito bem me cuidar, não preciso de uma guarda patética igual ao Harry cada vez que eu colocar o pé na rua.

A Sr.ª Weasley abriu a boca para retrucar mas eu fui mais rápida.

_E se vocês me dão licença eu não sou obrigada a ficar aqui escutando a bronca de duas pessoas que me conhecem há dois dias. - falei friamente e passei por eles correndo.

Subi as escadas e fui para o quarto. Senti meu rosto corar de raiva, eles não tinham nada que ficar cuidando da minha vida.

Quando abri a porta tive uma surpresa, Gina estava sentada em sua cama e na outra - que por sinal era a que eu usava - estava Hermione com seu malão aberto jogado em cima da minha cama com alguns livros em volta.

_O que está fazendo aqui? - perguntei bruscamente, descontando a minha raiva nela.

Hermione pareceu surpresa, eu tinha parado de trata-la mal há algum tempo.

_Dumbledore me mandou pra cá - ela respondeu.

_E o que você esta fazendo com as suas coisas em cima da minha cama? - arqueei uma sobrancelha.

_Gina disse que eu podia usa-la - ela deu de ombros.

Fuzilei a Weasley fêmea - apelido do Draco - com os olhos.

_Achei que você ia ficar na casa da sua amiga, desculpe. - Gina disse sincera.

_Achou errado, - avisei ríspida - se quiser dar a cama de alguém pra ela de a sua.

Percebi que o ar ficou tenso e que Gina estava se controlando para não me mandar a merda como eu tinha certeza que ela queria.

Tirei o casaco e as luvas e os joguei em cima da cama. Elas não voltaram a conversar como provavelmente estavam fazendo antes de eu entrar o que mostrava que elas não me queriam aqui tanto quanto eu não queria estar aqui.

_Onde está o Harry? - Hermione perguntou a Gina.

Eu estava abaixada perto do meu malão tentando colocar os presentes que eu tinha comprado lá dentro sem amassar os pacotes, eu podia não gostar deles e detestar ter que estar aqui mas tinha comprado presente pra todos.

_Lá em cima com Bicuço. - Gina respondeu.

Lembrei que Bicuço era o hipogrifo que Harry tinha me contado que ficava escondido na casa do Sirius porque queriam mata-lo.

_Ele ainda esta ignorando todo mundo? - perguntei me metendo na conversa.

_Sim, só apareceu pra tomar o café e depois se trancou lá em cima. - Gina respondeu.

_Por que ele esta fazendo isso? - Hermione perguntou confusa.

Gina contou pra ela o que tinha acontecido no Hospital e sobre o Moody achar que ele pode estar sendo possuído por Voldemort.

_Eu vou falar com ele. - Hermione avisou e se levantou.

Bati a tampa do malão desistindo de tentar arruma-lo.

_Não, - me virei pra ela - eu vou. Arrumem alguma coisa pra ele comer, o idiota deve estar azul de fome.

Antes que elas reclamassem sai do quarto e fui para o andar de cima onde o antigo quarto da mãe do Sirius era usado como quarto pro Bicuço.

Entrei sem bater a porta mas com cuidado para não assustar o hipogrifo. Harry estava sentado ao lado de um saco de ratos mortos e jogava alguns para o Bicuço.

_Já voltou? - Harry perguntou quando me viu.

_Não ainda to na casa da Laurie. - respondi sarcástica - Gina disse que você ficou trancado aqui o dia todo, não acha que tá na hora de sair da toca?

_Não. - ele respondeu seco.

_Anda Harry, - pedi - vamos descer, se não você não vai ganhar presente de Natal. - brinquei tentando anima-lo.

Não funcionou.

_Ou então desça pelo menos pra ver a Hermione, ela tá ai. Gina deixou ela se apossar da minha cama então é bom você descer lá e dizer pra aquela garota baixar a bola que eu cheguei primeiro e que se ela quiser ficar no meu quarto que arrume um colchão de ar.

_Você podia tentar ser mais amigável com ela. - Harry pediu, jogou mais um rato morto para o Bicuço e levantou limpando as mãos no jeans.

Não sei se o que fez ele se mexer foi o fato de Hermione te vindo pra cá ou a minha voz de quem estava querendo mata-la.

Descemos ate o quarto dele. Hermione, Rony e Gina estavam esperando por ele com um prato de sanduiches.

Era obvio que eu não era bem vinda mas fiquei no quarto do mesmo jeito. Peguei um sanduiche do prato e recebi um olhar de censura de Hermione. Arqueei a sobrancelha pra ela a desafiando a reclamar e dizer que os sanduiches eram pro Harry.

Como previsto Hermione me virou as costas e começou a falar com o Harry.

_Então, como esta se sentindo? - ela perguntou preocupada.

_Ótimo - ele respondeu seco.

_Beep – imitei aqueles apitos de programa trouxa de perguntas e respostas - resposta errada.

_Não minta Harry, Gina me contou que você esta ignorando todo mundo menos a Evolet desde que voltaram do Hospital ontem - Hermione disse sem paciência.

_Como se alguém conseguisse ignorar a Evolet mesmo que quisesse - Harry murmurou.

_Eu sou diva demais pra ser ignorada - disse - mas não é disso que ela estava falando.

_O caso é que você esta ignorando a gente - Gina disse - Não quer nem olhar pra gente.

_Vai ver vocês dois estão se revezando para olhar por isso se desencontram - brinquei.

_Muito engraçado Evolet - Harry disse virando as costas - só dei a oportunidade de você ficarem falando de mim sem terem que disfarçar.

_Só que nós queríamos falar com você– disse Gina - mas você tem que ficar escondido junto com aquele hipogrifo. O que é uma idiotice sua sabendo que não conhece ninguém que tenha sido possuído por Você-Sabe-Quem além de mim - ralhou ela - e que eu podia lhe dizer exatamente como a pessoa se sente.

Essa era novidade, só que pelo visto só pra mim pois nenhum dos outros pareceu surpreso com o que ela disse.

Harry pareceu se sentir mal com o que Gina disse e voltou a se sentar ao meu lado.

_Eu me esqueci - Harry disse.

_Sorte sua - Gina respondeu calmamente.

_Espera ai - me intrometi - será que alguém pode me explicar essa história?

_Longa história - disse Rony pela primeira vez desde que eu e Harry tínhamos entrado no quarto.

_Então, você acha que eu não estou sendo possuído? - Harry perguntou a Gina.

_Você lembra de tudo o que faz? - Gina perguntou - Tem longos períodos de ausência e não consegue se lembrar do que andou fazendo?

Harry balançou a cabeça negativamente.

_Então Você-Sabe-Quem nunca possuiu você - ela afirmou - quando ele fez isso comigo eu não conseguia me lembrar de onde tinha estado por horas e aparecia em tal lugar sem me lembrar de como tinha ido parar lá.

_Mas o sonho que eu tive...

_Harry - começou Hermione - você já teve sonhos assim antes. Visões do que Voldemort estava tramando ano passado.

_Mas esse foi diferente - ele teimou - E se Voldemort tiver me transportado para Londres?

_Não se pode aparatar em Hogwarts idiota. - avisei - Nunca leu Hogwarts: Uma história?

_E eu vi você se debatendo na sua cama pouco antes e conseguir te acordar - Rony disse.

Harry começou a andar de um lado para o outro do quarto refletindo, voltei a comer meu sanduiche.

Depois de um tempo ele parou e pegou um dos sanduiches do prato com um sorriso e começou a comer. Finalmente ele tinha aceitado que não tinha sido possuído por Voldemort.

Sirius passou na porta cantando “Deus lhe dê a paz, alegres hipogrifos” e percebi que Harry teria feito um coro junto com ele se não estivesse com a boca cheia.


















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Notas finais do capítulo

Qualquer erro me avisem.