Central City

Diana

Essa cidade... tão gigantesca.

Tantas... pessoas andando pelas ruas.

Tão... barulhento.

E o ar... imundo. Quase irrespirável, se comparando com a Ilha Paraíso.

Bem, a primeira impressão desse mundo não foi muito boa, convenhamos... Ainda estou meio baqueada por essa visão, enquanto Steve olha para mim, com uma expressão de quem está se divertindo.

- Assustada, Princesa?

- Isto é... colossal...

Steve olha para mim de cima a baixo, coçando o queixo. Estaria ele atraído por mim? Mas ele me disse que tinha esposa e filhos...

- Essa sua roupa... vai chamar a atenção por aqui, Diana. Talvez seja de bom tom comprar roupas mais 'normais' para você...

- Er... se for o necessário para me adaptar, que seja. Mas não tenho moedas que sirvam aqui.

- Não se preocupe. Eu passo no meu cartão de crédito. Mas, antes de qualquer coisa, precisamos arrumar um lugar onde você possa ficar, planos do que você vai fazer para representar sua ilha...

'Representar minha ilha'... não sei se quero muito fazer isso, para ser sincera: queria ter, na verdade, uma vida diferente da que eu tinha na Ilha Paraíso.

- Eu... não sei se quero representar alguma coisa.

- Mas, você...

- Sou uma mulher livre, tenho direito de fazer o que bem entender.

- Mas...

- Bem, o que você estava falando mesmo? - eu o interrompo de forma nada gentil – O que podemos fazer para eu me incorporar a esta sociedade?

Steve coça a cabeça, em dúvida. Devo tê-lo surpreendido de alguma forma com minha decisão irresponsável e drástica.

- Eu... conheço uma amiga da família, chamada Samantha... ela é uma garota mais ou menos da sua idade, poderá abrigá-la em seu apartamento... à época em que me perdi, ela procurava uma colega de apartamento...

Que ótimo! Conviver com uma irmã mais ou menos da minha idade! Ela poderá me mostrar os costumes desta estranha civilização, ajudar-me de todas as nuances desse estranho povo...

- Parece ótimo para mim, Steve.

- Bom, antes de qualquer coisa, vamos passar em uma loja para comprarmos pelo menos duas mudas de roupas normais para você... todos estão olhando na nossa direção...

…

Compramos algumas ‘roupas’, que Steve gentilmente comprou com seu... cartão... eu acho. Prefiro mil vezes minha túnica grega, estas roupas são extremamente desconfortáveis, pinicam minha pele...

Enquanto coço meus braços, estamos à frente de uma porta, a do chamado apartamento dessa Samantha. Steve toca um botão, que ele diz chamar ‘campainha’.

Quem atende é uma garota de mais ou menos 1,70, loira, cabelos compridos. Os dois se beijam no rosto. Acho que isso é um tipo de cumprimento aqui.

- Oi, Steve... essa é a Diana, que você tinha me falado?

- Sim, Diana, esta é Samantha, ou Sam, como a chamamos.

Eu estendo minha mão direita para ela pegar, como já sei que é feito por aqui, mas ela ignora e coloca os braços em volta do meu corpo, abraçando-me. Não estou acostumada com essa intimidade com estranhos...

- Querida! Como vai ser bom dividir o apartamento com você! Depois de tanto traste que veio aqui...

- Er... para mim também será uma honra, irmã...

- ‘Irmã’? Que fofo, ela já me acha a BFF dela!

Por Zeus... em que lugar estranho eu vim parar?

Barry Allen

- Allen!!! Mais uma vez atrasado? E os casos que você tem pra analisar, que já deviam estar prontos há décadas atrás?

Essa é a minha vida... ser achincalhado pelo chefe logo de manhã, depois de pegar um trânsito infernal... Meu nome é Barry Allen, sou perito criminal da Polícia de Central City.

- Sr. Didio, por favor... o trânsito está muito ruim...

- Barry, por favor, só comece a trabalhar... o caso Fox precisa ser solucionado rápido.

- Okay...

Vou até meu canto no laboratório, onde tiro dos seus compartimentos os elementos químicos com os quais eu trabalho para colher evidências criminais. Fica perto da vidraça, gosto de admirar a cidade enquanto trabalho.

Só que... o tempo parecia estar claro... por que ficou escuro de repente?

Diana

Algum tempo depois, Steve foi embora, deixando-me com a irmã com a qual dividirei esta acomodação.

- Bom, Diana... o que você pretende fazer aqui em Central City?

Nós estamos sentadas no chamado... sofá, assistindo a um aparelho chamado TV.

- Bem, eu... pretendo... conseguir um trabalho, antes de tudo.

- Ah... que bom pra você, amiga...

Vejo algo curioso na tela: um homem com uma roupa verde muito estranha, convocando raios, ventos e outras intempéries, atormentando a população. Seria um demônio grego que controla o clima?

- Sam, isso está acontecendo agora?

- Ah, não, é o Mago do Tempo de novo... - ela diz, colocando a mão sobre o rosto - Ele é um desses super-malucos que estão surgindo ultimamente... e sim, a transmissão é ao vivo. Parece ser... no bairro Greenward.

Eu sorrio e me levanto do sofá, correndo em direção à minha mala, onde está meu traje de guerra, que começo a vestir.

- O que... é isso, Diana?

- Meu traje de guerra. Em qual direção fica esse local onde esse ‘Mago do Tempo’ está? - pergunto ansiosa, meu corpo pedia mesmo por ação.

- Traje de guerra? Do que você está falando?

- Depois eu explico! Em qual direção fica, Samantha?

Boquiaberta, a irmã me aponta uma direção, e eu saio voando pela janela, indo em direção à ação. É hora dos meus punhos de amazona finalmente entrarem em ação...

Barry Allen

Oh, céus! O Mago do Tempo está aprontando de novo... e justo aqui?

O que será que ele quer desta vez? Da outra, queria roubar uma joalheria, e meus colegas não conseguiram detê-lo...

Eu me aproximo da vidraça pra olhar o que o cara está aprontando. Mas o que é aquilo, se aproximando voando? Uma... morena?!?

Diana

Em dois minutos estou no local de batalha, que está um caos: o homem de verde solta raios e ventos contra alguns homens, que, acredito eu, sejam os responsáveis por manter a lei neste lugar. Há vários deles feridos.

- Ha, ha, ha! Policiais fracos, ajoelhem-se perante meu poder, eu sou o seu mestre, o Mago do Tempo!

Eu mergulho e fico de frente para ele, que me olha espantado.

- Quem é você?

Como Steve me chamou mesmo? Ah...

- Eu sou a Mulher Maravilha, e você deve se render àqueles que defendem a lei neste momento, antes que sofra as consequências!

- Mulher Maravilha? Que piada sem graça é esta?

Ele aponta a varinha que carrega em sua mão direita em minha direção, e um relâmpago é lançado em mim.

Eu consigo juntar meus antebraços, rebatendo o raio com meus braceletes... só que o raio refletido atingiu um edifício... será que alguém se feriu?

Barry Allen

Será uma prima do Superman essa morena? Que mundo é este, onde começam a aparecer pessoas que voam, que usam roupas coloridas, lutando pela justiça?

Vejo que o Mago e ela conversam por um tempo, até que o vilão ergue seu braço e joga um relâmpado na morena.

Ela parece ter juntado as mãos e... oh, não...

- AAAAARRRGGHHHH!!!

Sr. Didio, chefe do Barry

Oh, meu Deus! O Barry parece ter sido atingido por um raio...

Eu corro em direção a ele. Barry está caído inconsciente, com o jaleco chamuscado e todo molhado, pois os produtos químicos da bancada caíram sobre ele.

O puxo para longe da zona que está acontecendo lá fora... precisa ser levado ao hospital, urgente!

- Vamos, seus moloides, me ajudem a levar o Allen ao hospital!!!

Diana

Certo, ele não quer se entregar. Hora de revidar!

Eu mergulho em sua direção e desfiro um soco de direita, que acabou pegando na lateral do corpo dele, deslocando-o alguns metros à esquerda. Ele me empurra com um pequeno tufão, fazendo-me colidir com um prédio. Admito que doeu um pouco.

Eu vou em direção a ele novamente, e mais uma vez sou repelida por um tufão, caindo ao chão. Acho que não vou conseguir manter uma distância curta sem ser arremessada por um desses malditos ventos que ele gera pela... espere aí...

A varinha! É através dela que ele consegue direcionar seus ataques!

Eu tiro minha tiara.

- Última chance, vilão! Vai se render?

- Você está por baixo, lindinha... quem tem que se render é você.

- Está bem...

Seguro minha tiara com meus dedos indicador e médio da mão direita e, com um movimento seco, atiro-a na direção do vilão. Ela vai rodando e, conforme eu havia previsto, explode em pedaços a varinha do tal Mago, que cai ao chão, sem poderes.

Aproximo-me dele e, com um chute na cabeça, nocauteio-o. Agarro-o pelo colarinho e desembainho minha espada... mas, antes de abatê-lo, preciso tirar uma dúvida.

- Ei, irmã. Seria heroico eu tirar a vida deste homem? Mesmo tendo-o vencido de forma justa?

Ela nega com a cabeça.

Ufa, que bom que perguntei.

- Obrigada, irmã.

- Ah, que merda, cheguei tarde!

Espantada, olho em direção à voz que roubou minha atenção, e vejo um homem forte e alto, usando uma roupa que parece bastante avançada na cor azul, com um S no peito e uma capa e botas vermelhas. Ele flutua a uns dois metros do chão, está com os braços cruzados sobre o peito.

Eu conheço esse homem... é o chamado Superman...

- Oi, gatinha... posso saber de onde você veio?