A Princesa E O Alienígena escrita por Beto El


Capítulo 31
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Olá, povo! Demorei menos desta vez, não?



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Havia sido um dia difícil para mim.

Com a LJA, combati um tal de Chave, um maluco com poderes psíquicos, que, após nocautear a todos com uma rajada psíquica, conseguiu aprisionar TODOS os nossos membros, colocando-nos em uma máquina que nos fez sonhar.

Segundo o que pude apurar, a energia onírica proveniente dos sonhos de meta-humanos propiciaria ao vilão acesso a um portal que lhe daria controle do mundo.

Não contei para ninguém o sonho que tive, pois ele me embaraça.

Dream mode ON

Eu habitava sozinha uma Terra cuja população humana fora devastada por uma praga. Meus dias resumiam-se a obter alimentação e procurar desesperadamente por algum sobrevivente, mas essa procura era infrutífera.

Nos anos que se passaram, rodei o planeta, localizando nada mais do que cidades inteiras totalmente vazias, com a natureza começando a clamar seu terreno de volta.

Em um dia, um homem vestindo uma roupa azul e capa e botas vermelhas desceu como um deus do céu. Era Clark, mas no sonho eu ainda não o conhecia.

Foi bom conversar com alguém depois de tanto tempo.

Aquele homem forte e de sentimentos rústicos aos poucos foi me conquistando, e, inevitavelmente, iniciamos um relacionamento cheio de altos e baixos, mas sempre impregnado de paixão bruta.

Nunca fui tão feliz, mesmo tendo perdido tudo.

Até que...

Dream Mode OFF

… Barry, com sua mente superacelerada, conseguiu acordar de seu sonho, libertando-nos logo a seguir. Pusemos um fim à ação do Chave, trancafiando-o em uma prisão psíquica desenvolvida por Jonnz e Jordan.

Tão logo adentrei minha residência, tirei as botas, sentindo com prazer o chão frio sob meus pés. Não havia ninguém com quem eu precisasse me preocupar, estava só.

Então, sentei no sofá, aliviei-me da tiara e massageei minhas têmporas. Uma angústia inexplicável dominava meus pensamentos.

Queria ter alguém com quem conversar, mas não qualquer um. À minha mente, vinha apenas uma pessoa, a minha melhor amiga desde criança.

– Elysia…? - falei por meio dos braceletes.

– Diana, como está? - a voz de minha amiga respondeu diretamente de Themyscira.

– Eu… eu… preciso de conselho, irmã.

– Estou aqui para isso, irmã.

– Você sabe que estou em uma relacionamento com Ian, Lysia… mas… eu sinto vergonha de falar sobre isso… bom, tudo começou com um ataque terrorista em Metrópolis, onde o Superman salvou muitas pessoas.

– Isso é bom, prova que você começa a influenciá-lo de forma positiva.

– Mas a terrível notícia eu soube depois. Depois de procurá-lo, Superman me confessou que o responsável pelo massacre fizera isso em vingança por um ato de pura raiva do Superman. Por ele ter arruinado suas mãos…

– Oh, Grande Hera… Então, você quer saber se deve detê-lo…?

– Não! Eu o convenci a aproveitar a oportunidade para virar um verdadeiro campeão perante o povo do Patriarcado. O problema é que…

– O quê, Diana?

– Eu… o beijei depois disso.

– Oh…

– Lysia, eu não sei o que fazer! Eu acho que gosto do Ian, mas… até tive um sonho com o Superman, mas não é justo, eu acho que gosto do Ian, mas… eu não sei...

Minha irmã demorou alguns segundos para responder.

– Diana… Eu penso que não é justo você ficar com esse Ian se você não gosta dele. Mas você já tem a resposta nas suas mãos, minha irmã. Fale com o laço, ele te dirá se você quer ou não esse Superman.

– Mas…

– Preciso ir. As irmãs querem que eu limpe nossos estábulos. Até, Diana.

Nossa comunicação foi cortada. Olhei para os lados, fitei cada canto da nossa sala, que, naquele momento, parecia estranhamente silenciosa. Meu laço repousava na poltrona.

Levantei-me e o segurei nas mãos, dirigindo-me em seguida para a frente do espelho. Meu quarto estava um pouco escuro, e o brilho do laço iluminava meu rosto.

– Eu… quero ficar com o Clark.

Larguei o laço, me despi do uniforme e me joguei na cama. Estava muito cansada e precisava dormir algumas horas.

Ao menos já sabia o que fazer.

Na noite seguinte, encontrei-me com Ian em uma lanchonete. Ele vestia uma camisa branca e jeans pretos, sempre muito bonito, como usual. Meu coração parecia destroçado, mas era meu dever fazer o que tinha de fazer.

A lanchonete tinha ares retrô, como dizem no Patriarcado, lembrando a década de 50. Motos antigas, garçonetes com vestidos antigos e uma jukebox perfaziam o ambiente, bastante agradável.

Ian pegou na minha mão, seus olhos colaram nos meus, o jeito carinhoso ao qual eu já estava acostumada.

– Ian… eu preciso lhe dizer algo.

– Sim, amor?

– Nós não podemos mais ficar juntos.

De súbito, suas mãos deixaram as minhas e seu olhar mudou de carinhoso para espanto. Permaneci calma, olhando para ele.

– Mas…? Por quê, Diana?

– Eu gosto de você, mas não da maneira que amantes deveriam se relacionar, Ian. Lamento.

– Mas, Diana…

– Ian. - o interrompi - Não torne isso mais difícil. Eu estou sendo justa com você, ao deixá-lo livre para escolher seu caminho. Você é uma boa pessoa, tenho certeza de que não será difícil achar uma companheira que lhe será fiel e o amará. Mas não serei eu.

– Eu… eu…

Coloquei minha mão sobre seu rosto.

– Será feliz com outra mulher, Ian. Tenho certeza.

Ainda conversamos algum tempo, e, para minha felicidade, Ian soube administrar bem seus sentimentos.

Momentos depois, despedimo-nos com um último beijo e logo após eu entrei em um beco, invocando meu uniforme mágico.

Voei para um prédio próximo e admirei a paisagem da cidade, envolta em uma bela noite, as luzes dos prédios reluzindo como vagalumes em carvalhos, tal qual eu admirava quando adolescente em Themyscira.

O vento movia meus cachos, esclarecendo minha mente.

Cheguei à conclusão que meus desejos eram irrelevantes. Minhas ações como heroína de Themyscira exigiam que eu me mostrasse mais apegada às razões pelas quais fui escolhida representante dali, e menos a questões pessoais.

Central City já tinha o Flash para cuidar de seus assuntos de segurança, talvez eu devesse escolher outro centro populacional para me estabelecer, conseguir outra forma de sustento que fosse compatível com minhas funções primárias.

Era hora de levar a Mulher-Maravilha a sério. Relacionamentos, portanto, estavam fora de questão.

Então, o ruído de viaturas atrás de um veículo chamou minha atenção.

Era hora de agir.

Finalmente estava livre de dúvidas e certa do meu destino.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Seguinte, pode ser que alguém ache que a WW foi meio seca nesse fora, mas pensei que, sendo uma amazona, ela não seria muito chegada a rodeios ou nhenhenhém, indo direta no assunto.

Viram como os dois começaram a se completar? Graças à Maravilhosa, o Super começou a ser um verdadeiro herói, e graças ao Super, a Maravilha começou a aceitar suas atribuições como embaixadora de Themyscira, que ela recusou no começo, lembram?

Bem, vamos ver o que bolo mais pra frente.

Obrigado pelas leituras!



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