A Princesa E O Alienígena escrita por Beto El


Capítulo 3
Capítulo 2




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Planeta Diário.

Não sei por que ainda faço questão de manter esta identidade secreta. Talvez... uma parte minha queira ficar perto desses humanos frágeis.

É.

Acho que é isso.

Enquanto caminho pelos corredores do jornal (carregando comigo mais uma ridícula matéria que o White me mandou fazer - uma tal conscientização para a doação de sangue), trombo com o idiota do Steve Lombard.

O cara é uma figura: bigode ridículo, peruca ruiva para fingir que ainda tem cabelo, corpo todo marombado e entupido de anabolizantes, estilo zoador. Ah, também vive aprontando com todo mundo, e Clark é sua principal vítima.

– Kent? Mais uma matéria emocionante pro Perry? O que foi desta vez, o aniversário da mulher mais idosa de Metrópolis?

– Campanha de doação de sangue.

Ele me dá um tapa forte no ombro, e finjo ter doído, dando uma balançada com meu corpo para a frente. Meus óculos saem do lugar.

Idiota.

Se eu não me movesse, certamente quebraria o pulso. Eu arrumo os óculos.

– Hah! Clark, Clark, você tinha de ser mais macho, peitar o White!

– Eu gosto de fazer essas matérias. E tenho certeza que o Sr. White está observando meus esforços.

– OK, esperançoso e ingênuo Clark...

Dizendo isso, ele sai para atormentar outro colega. Você deve estar se perguntando por que eu não faço nada, quando possuo poder para pulverizar uma montanha.

Bom, a grande verdade é que... não ligo. Para ser sincero, prefiro o Lombard a vários outros que tentam ser amigáveis comigo. Ao menos, Lombard consegue, bem, bem, bem lá no fundo me irritar um pouco.

É... um sentimento que algum humano me faz ter.

Aliás, vejo de relance outro humano que me faz sentir alguma coisa. Alguma coisa, não. Muita coisa.

Lois Lane.

Com seus belos cabelos negros ondulados, a garota está brigando de novo com Perry. Quer trabalhos mais desafiadores, detestou perder o pulitzer deste ano.

Enquanto ela gesticula como uma louca (eu já fui o alvo desses gestos), lembro-me dos bons momentos que tivemos juntos.

Já fomos namorados.

Mas ela me deixou quando aquele playboy do Lex Luthor chegou junto nela.O que dinheiro não faz...

Eu realmente pensava que ela gostasse de mim. Estava prestes a revelar meu segredo.

Retirando-me do mundo dos sonhos, ela passa por mim.

– Oi, Clark... muito atarefado?

– Sim... matéria nova.

– Será que pelo menos vão aproveitá-la? Da última vez, foi a sua matéria que foi cortada.

– A esperança é a última que morre, Lois.

– Tá legal... a gente se vê.

E lá vai ela, toda rebolante... Vadia. Se soubesse o que eu poderia lhe dar...

Bom, chega de divagar, Kal-El. Hora de entregar esta matéria.

Eu mereço um pouco de diversão. Acho que vou caçar mais tarde.

Central City, 23:57

Ele deve pensar estar à salvo, por estar em uma cidade distante de Metrópolis. Tranquilamente, tira de uma maleta alguns aparatos tecnológicos para arrombar o cofre de um dos bancos da cidade. É meio gordinho, tem jeito de ser inteligente. Talvez o balofo mesmo tenha feito esses aparelhinhos.

O gatuno tem trabalho para montar seus trequinhos. Demora cinco minutos para isso.

Nem percebe que estou flutuando atrás dele.

– Caramba, rolha de poço... isso demora, hein? Pelo menos funciona?

Com terror no rosto, ele cai pateticamente sentado ao chão quando me vê.

– Su-su-su-su...

– Superman? Sim, eu mesmo... - digo sorrindo, aproximando-me dele, sem encostar os pés no chão. Não preciso me rebaixar ao nível deles...

– V-v-v-você... M-M-M-Metró... tró...

– De novo certo! Mas sabe... em Metrópolis, gente da sua laia já sabe o que eu faço... fica meio difícil achar alguém... pra brincar, sabe? - ele está com tanto medo que começa a se mijar nas calças. Eu adoro causar essa impressão...

– P-p-por favor... eu.. eu tenho filho pequeno... não me machuque... eu... nunca feri ninguém, nunca matei... só roubo dinheiro de bancos e joalherias...

Eu o agarro pelo colarinho.

– Mas suas ações afetam outras pessoas indiretamente. É tão ruim quanto qualquer outro... Mas não se preocupe.

Eu acendo minha visão de calor para criar um ar mais dramático, e abro um largo sorriso.

– Vai ser rápido...

Seus gritos desesperados ecoam pelos corredores vazios do banco, enquanto fraturo cada um dos 30 ossos dos membros superiores dele.

É por momentos assim que eu ajo, sabe... meu trabalho é exterminar o mal.

Uma pena que eles quebrem tão fácil.

Uma pena que ele fosse tão frágil... adoraria ver novamente sua face de terror enquanto queimava, seus melancólicos pedidos por misericórdia. Uma pena eu ser inexperiente na época. Fosse hoje, teria sofrido muito mais.

Mas, ainda assim, muito menos do que eu sofri...

Mas isso não vem ao caso, os humanos de fato são muito frágeis.

O que eu não daria para massacrar alguém que pudesse revidar...

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Derrotei Gallyn, Ursula e Acácia. Todas com relativa facilidade, para espanto das outras irmãs, que sempre viam Elysia como uma garota romântica e pouco apegada a batalhas (e realmente ela o é).

– Irmãs, chegamos à luta final. Competidoras, comecem.

À minha frente, como eu esperava, Artemis. Nós nos cumprimentamos e entramos em pose de ataque.

Ela toma a frente, desferindo um chute de lado, que mirava minha cabeça, o qual consigo desviar.

Infelizmente, era um mero embuste. Rápida como um raio, ela desfere uma joelhada na região do meu estômago, fazendo-me perder o ar. Sou obrigada a arcar um pouco meu corpo.

Ela aproveita para me agarrar, lançando meu corpo ao chão.

Como eu temia, Artemis é muito poderosa.

Enquanto estou deitada, ela pula, na intenção de desferir um murro em meu rosto.

Por sorte, consegui me esquivar. O local onde ela dá o golpe racha.

Aproveito seu momentâneo desequilíbrio e dou uma cotovelada que a atinge nas costas, jogando-a ao chão.

Rolo para o lado oposto, levantando-me com habilidade; ela olha para mim surpresa, ainda de guarda baixa. Então, aproveito para chutá-la na altura do peito, jogando-a longe.

Tenho de aproveitar o momentum. Eu avanço na direção dela, pronta para desferir um murro muito forte.

Infelizmente, Artemis se esquiva e me dá uma rasteira, fazendo-me novamente cair. Isso está ficando embaraçoso.

Ela tenta pisar em mim com força, mas, novamente, eu me esquivo e aproveito para pegar seu tornozelo. Com toda a força que possuo, jogo-a contra o chão, um golpe violento, que abre rachaduras.

Foi o primeiro golpe que ela sentiu de verdade. Não perco mais esta luta.

Usando uma antiga técnica grega de imobilização, agarro-a, prendendo sua respiração e circulação do sangue para o cérebro. Ela se debate como uma insana, mas é inútil.

Em poucos segundos, seus olhos reviram e a consciência começa a ir embora.

Eu afrouxo o golpe quando sinto seu corpo mole. Delicadamente eu a deito no chão.

– Obrigada pela fantástica luta, irmã.

Minha mãe se levanta do trono.

– Parabéns, Elysia. Você é a escolhida por mérito para nos representar junto ao mundo do Patriarcado.

Não preciso mais manter o embuste. Eu tiro a máscara.

– Eu aceito com honra, Mamãe.

Hipólita fica boquiaberta e indignada.

– Diana?!? Eu a proibí de participar desta competição!

– Mas eu venci, Mamãe. Mereço representar-nos.

– NÃO! VOCÊ ESTÁ PROIBIDA DE DEIXAR THEMYSCIRA!

– Quer a senhora queira ou não, eu vou!

Minha mãe está muito alterada. Mesmo a vários metros de distância, consigo ver suas veias da testa saltarem. Phillippus se levanta e coloca a mão direita sobre o ombro de Hipólita.

– Minha Rainha, perdoe-me por me intrometer, mas... Diana venceu as guerreiras mais poderosas de Themyscira. Não consigo ver alguém melhor para nos representar.

– Mas... mas... minha filha... no mundo dos homens!

– Diana já é uma mulher adulta, Majestade. Saberá se cuidar.

Minha mãe se senta, apoia o queixo em suas mãos. Parece estar pensativa.

– Que seja.

Consegui!

– Obrigada, Mam...

– Calada! Você nos representará, Diana. Mas não a considero mais minha filha. Tratá-la-ei como uma das minhas súditas! Agora, acompanhe Phillippus para os preparativos para a sua viagem.

Dizendo isso, ela simplesmente deixa o ginásio, visivelmente consternada.

Phillippus se aproxima de mim.

– Princesa, não se preocupe. Hipólita a acolherá novamente.

Eu não respondo, apenas dou um sorriso tímido e aceno levemente para ela.

Conhecer o Patriarcado começa a me custar caro...



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Notas finais do capítulo

Gostaram dessa nova abordagem sobre o Superman?
Obrigado!