O tirano Mongul, governante do Planeta Bélico, estava, àquele momento, extremamente irritado com a inaptidão de suas forças invasoras, que tinham a simples missão de conquistar aquele ridículo planeta azul, que contava com apenas um punhado de seres capazes de oferecer alguma resistência.

Como Mongul era impaciente e irritadiço, depois de ver suas forças serem rechaçadas insistemente, resolvera cuidar do problema com suas próprias mãos, como lhe ensinara seu pai, ele próprio assassinado pelo brutamontes.

Ao lado da criatura de pele amarela estavam seus fiéis generais, os mais poderosos dentre os seres que o serviam, prontos para atacar o inimigo.

Mongul estava particularmente interessado em uma contenda com o kryptoniano, o último de sua espécie, que, segundo relatos esparsos, adquiria poderes extraordinários sob o prisma de uma estrela nova, tal qual a que banhava o planeta Terra.

E lá estava ele, vestido basicamente nas cores azul e vermelha, flutuando logo à sua frente. Era feio como aqueles seres desprezíveis do planeta Terra, com a diferença que seus olhos brilhavam em um tom avermelhado. Talvez fosse um dos poderes que a radiação solar amarela lhe proporcionasse.

Mongul não estava preocupado. Era o ser mais forte (à exceção, obviamente, de seu Mestre) que já havia visto, além de possuir o poder do Cristal de Merkaba, que estava pendurado em votla do seu pescoço. O poderoso objeto, tomado de um risível pirata espacial que fora abatido pelo tirano em pessoa em sua arena, lhe conferia letais rajadas de energia.

Ele riu confiante.

- Ataquem, meus leais seguidores. O kryptoniano é meu. - no momento em que ouviu isso, Superman sorriu com o canto da boca e apertou seus poderosos punhos.

Os batedores de Mongul perfaziam 7 poderosos seres, um de cada de raça, e todos olharam com selvageria, escolhendo cada qual seu adversário.

E, sem demora, todos se engalfinharam com seus oponentes, defensores do Planeta Terra.

Mongul, satisfeito por ver suas ordens sendo prontamente obedecidas, retirou seu manto, massageou seus punhos e se preparou para mais uma vitória. Seu sorriso era de confiança.

- Kryptoniano. Depois que terminarmos isto, você será meu escravo, e colocarei você como meu principal gladiador. Talvez eu poupe alguns dos seus camaradas, menos o maldito Lanterna Verde. Para este, vou reservar um espaço em minha sala de troféus, será lindo ter o crânio dele ao lado de seu anel energético...

Superman, ainda flutuando, posicionou-se a 10 metros de distância do tirano. Surpreendentemente, ele também sorria.

- Ei, amarelão... você é meio mal-educado, hein? Antes de sairmos na porrada, deveríamos nos apresentar, por favor, como dois cavalheiros. Eu me chamo Kal-El. Você é... MONGO, não? - o kryptoniano questionou num claro tom de sarcasmo, enquanto coçava seu queixo.

A criatura cerrou seus dentes, uma veia saltou em sua testa. Mongul estava furioso, e quem pagaria seria o kryptoniano.

- Ora, seu inseto... Eu vou esmagá-lo com uma mão só!

Surpreendendo o Superman com sua velocidade, apesar de seu tamanho, Mongul logo o agarrou pelo pescoço, prensando-o com força contra o asfalto. Superman apertava os antebraços do atacante com força, mas este era tão forte quanto ele.

Ainda pressionando o herói contra o chão, Mongul livrou a mão direita e acertou um forte golpe em seu rosto. A nuca de Superman afundou no asfalto.

- Rá! Isto está mais fácil do que eu esperava! Você é fraco!

Entretanto, Superman, que estava deitado, chutou o traseiro de Mongul com seu pé direito, jogando-o para a frente, e fazendo-o cair pateticamente de rosto no chão.

Surpreso com o golpe baixo, Mongul se levantou rapidamente.

- Seu... seu... sujo! Nunca foi golpeado de maneira tão baixa! -  a criatura amarela desabafou, enquanto massageava suas nádegas.

- Na guerra e no amor, vale tudo, seu boçal...

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Mulher-Maravilha

O Superman fez isso que eu acabei de ver? Chutou as nádegas de Mongul?

Enquanto seguro meu agressor, um alienígena parecido com uma formiga de aproximadamente dois metros de altura, tenho tempo para voltar um pouco minha atenção à luta do Superman contra Mongul.

Eu... nunca pensaria em dar um golpe desses, mas... não o condeno, pois o que está em jogo é o planeta.

- Sssssssssss!!! Terráquea, solte-me!

Logo depois de dizer essas palavras, a criatura com a qual estou lutando reverbera suas asas, criando um som insuportável, obrigando-me a largá-la e cobrir meus ouvidos. Aproveitando meu momento de distração, ela agrediu-me com sua pata pontiaguda, mas felizmente, tive tempo para me defender com meu bracelete.

Chutei-a com minha perna direita, abalando-a. Então, enrolei meu inimigo com meu laço mágico, pois me lembrei de algo que pode nos ajudar.

- Diga-me, sua criatura asquerosa, qual é o ponto fraco desse Mongul?

- Ah, cale-se!

Surpreendentemente, a criatura me atacou com uma cabeçada, que me atirou para trás. Hera... ela é resistente ao meu laço!

Mas à lâmina da minha espada ela não é.

Eu puxei a ponta do meu laço com força, atirando a criatura em minha direção, ao mesmo tempo em que desembainhei minha espada, colocando-a em riste à minha frente. Resultado? A maldita criatura foi empalada pela minha lâmina, aniquilando-a.

Meu inimigo se foi.

Agora, preciso atacar o líder dessa bagunça...

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Superman avançou contra Mongul, desferindo poderosos golpes em sua cara; passo a passo, a criatura recuava, surpresa com o poder daquele oponente, que ela não imaginava ser tão estupendo; estava obrigada a tomar uma atitude ou perderia aquela luta.

O Cristal de Merkaba, localizado alguns centímetros abaixo do seu rosto, começou a brilhar.

- Admito que você é mais forte do que eu imaginava, ser de uma raça extinta... mas Mongul tem mais recursos do que você imagina!

Um raio de força atingiu o kryptoniano, jogando-o longe.

E Mongul riu confiante de que havia derrotado seu inimigo. Na verdade, estava tão confiante que não percebeu a aproximação furtiva de Diana, que o apanhou com seu laço mágico, derrubando-o no chão.

A poderosa amazona aterrisou com os dois pés sobre o peito do gigante, que soltou um ‘UUUFFF’ bastante alto. Entretanto, a criatura simplesmente a apanhou pelo tornozelo, erguendo-a como se pesasse uma pena. livrando-se a seguir do laço dourado.

- Uma mulher. Fosse de outra cor e maior, poderia até mesmo adicioná-la ao meu harém...

Diana se debatia desesperadamente, na intenção de livrar sua mão direita e apanhar sua espada, porém, antes que conseguisse isso, foi solta por Mongul, depois de haver um clarão vermelho.

- Isso não é jeito de se tratar uma dama. - Superman se levantou, após se recuperar do raio do Cristal de Merkaba. Seu cabelo estava bagunçado e da boca corria um fio de sangue.

- Ah, kryptoniano... resistiu a uma rajada do Merkaba... - Mongul disse sorrindo.

- Mal fez cócegas, seu panaca. - o herói respondeu ironicamente, enquanto limpava a boca.

Diana se ergueu, olhando para os dois oponentes. Apanhou sua espada com a mão direita, mas foi repreendida pelo Último Filho de Krypton.

- Esta luta é minha, ‘Princesa’. Você já se divertiu com aquela barata gigante.

A morena, em princípio, pensou em negar o pedido do colega, mas se deteve, pois realmente a luta era dele, e ela detestaria se fosse a situação contrária. Com relutância, a Mulher-Maravilha guardou a espada na bainha.

Superman se inclinou para a frente, lançando-se como um torpedo em direção a Mongul. Os dois combatentes se engalfinharam em uma briga selvagem, cada hora um golpeando extraordinariamente o outro. Até mesmo Diana, acostumada a viver entre as belicosas amazonas, se espantava com a selvageria demonstrada à sua frente. E, intimamente, admirava a tenacidade com a qual o kryptoniano lutava.

Em um determinado momento, Mongul, que era tão ou mais forte e resistente quanto Kal-El, apanhou este pelo pescoço, apertando-o com sua gigantesca mão, que possuía a força de um guindaste capaz de erguer 500 toneladas. O herói se debatia, apanhava o antebraço de Mongul com suas duas mãos, mas era inútil.

O tirano do Planeta Bélico sorria, certo da vitória.

- Acabou, kryptoniano. A vitória é de Mongul, logo depois de você, irei cuidar pessoalmente dos seus colegas... a começar pela mulher.

Entretanto, o que Mongul não esperava era que aquela posição era justamente a qual Superman esperava. Seus olhos se incendiaram, e uma rajada concentrada da sua temida visão de calor atingiu os dois olhos de Mongul, que o soltou na hora, berrando de dor.

- MEUS OLHOS! VOCÊ DESTRUIU MEUS OLHOS, SEU TRAPACEIRO! - Mongul urrava perante o desespero de perder repentinamente sua visão, definitivamente avariada pela visão de calor. A dor era intensa, e o ditador foi obrigado a se ajoelhar no chão.

Superman, sem demonstrar piedade, aproximou-se com passos lentos. Sorrindo, olhou para a patética figura caída à sua frente.

Então, mudou sua expressão, e chutou o estômago de Mongul, o que o fez se arquear mais ainda. Pegou-o pelo colarinho e desferiu diversos duros golpes em sua face, que pouco a pouco ficou deformada.

Mudou seu alvo para a região do estômago, castigando-a severamente com seguidos ganchos com as duas mãos. Ao fim, Mongul caiu ajoelhado, com a boca e nariz sangrando, totalmente derrotado.

Superman o pegou pelo pescoço e o ergueu.

- Superman, não... - finalmente Diana resolveu interceder - Não é necessário fazer isso agora, ele está derrotado... - seguido da fala, a morena colocou sua mão esquerda por sobre o ombro direito dele.

Kal-El olhou-a de canto; a Mulher-Maravilha, que geralmente lhe dirigia palavras agressivas, estava daquela vez com um olhar doce e compreensivo, sem qualquer sinal de agressividade. Olhou ao redor, e viu que seus aliados haviam detido seus adversários.

- Uma coisa é abater um inimigo por necessidade, no calor da batalha, e outra bem diferente é ceifar sua vida por puro prazer, quando este já está caído...

Os olhos do kryptoniano mudaram da cor vermelha para o azul cristalino de suas orbes, e ele lentamente soltou Mongul, que caiu inconsciente no chão. Superman se abaixou e puxou o cordão do Cristal de Merkaba, colocando-o em um compartimento do seu cinto.

- Isto fica comigo, vai pra minha sala de troféus.

- Justo. Você o venceu... - Diana olhou para baixo - Foi uma... boa luta. Você é um guerreiro poderoso.

- Prefiro o termo super-herói. Acho mais pomposo.

Ambos trocaram sorrisos e olharam para seus colegas, que se reuniam sobre os escombros de Nova Iorque.

Diana suspirou, ao ver a bagunça.

Aquele povo teria muito trabalho pela frente para arrumar tudo aquilo...