A Princesa E O Alienígena escrita por Beto El


Capítulo 14
Capítulo 13 - Dedicado à CahNog


Notas iniciais do capítulo

Olá! Cap dedicado à CahNog, que fez uma bonita recomendação. Bom, novo capítulo no ar...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223112/chapter/14

Clark Kent

Sentado no meu cubículo, tamborilo com meus dedos a mesa, enquanto a outra mão apoia meu queixo. Meus óculos caem um pouco na curva do nariz, e de vez em quando eu bufo de raiva.

Ainda não acredito que aquela bruxa dos infernos conseguiu me controlar.

E olha que eu já encarei telepatas poderosos. Eles não conseguem invadir minha mente kryptoniana, sequer conseguem ler meus pensamentos...

Teria mesmo aquela mulher algum controle sobre a magia? Começo a acreditar que sim.

Enquanto a Mulher-Maravilha ficava pê da vida comigo, dei uma olhada no DNA da tal Circe. Ela não é uma mutante, mas seu código genético é diferente de um humano ordinário. Além do mais, percebi certas similaridades entre o código dela e o da Mulher-Maravilha.

Que coisa. Fora kryptonita, eu não conhecia nada que me machucasse. Claro, aquele anel energético do cabeçudo roxo me abalou um pouco, mas nem chegou perto de me derrotar, diferente desta vez.

Será que eu sou suscetível à chamada magia? Isso existe?

Engraçado. Você deve estar pensando que estou com medo ou algo do tipo, mas essa informação, até certo ponto, é, na verdade, estimulante.

Pelo menos eu tenho um potencial desafio à frente. Há algo lá fora que talvez me derrote.

Mas, também, não precisava ser humilhado do jeito que fui, né?

Perry passa por mim e me lança um olhar ansioso; nem preciso ler mentes pra saber que ele está doido para eu entregar a matéria da luta.

O problema é que estou totalmente travado. Provavelmente uma parte minha não quer escrever sobre uma quase derrota de mim mesmo...

Hm. Cat está com aquela lingerie vermelha hoje, cuja calcinha parece mais um fiozinho... Eh, eh... Alguém vai se dar bem hoje.

Chega. Volte ao seu trabalho mundano, Kal.

Estalo os dedos, gerando um barulho razoavelmente alto, respiro mais ou menos fundo (se eu o fizesse à toda força, metade do escritório viria até mim) e fito o monitor.

É hora de trabalhar.

0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0

SUPERMAN E MULHER-MARAVILHA CONFRONTAM FEITICEIRA NO CENTRO DE METRÓPOLIS

Por Clark Kent

Nesta tarde, o justiceiro conhecido como Superman confrontou uma suposta semideusa grega denominada Circe, cuja repentina aparição apavorou os cidadãos que calmamente circulavam pelo Centro de Metrópolis.

Bradando pela presença imediata do herói, Circe enfrentou as forças policiais presentes no local, valendo-se de uma impressionante gama de poderes supostamente mágicos para transformar policiais em animais diversos.

A chegada do justiceiro Superman não trouxe paz à situação.

Apesar de confrontar a bruxa, o herói acabou por sucumbir ao poder dela, ficando à mercê de seus poderes.

Felizmente, a presença da suposta amazona Mulher-Maravilha, vinda de Central City. Conforme relatos esparsos, a amazona veio ao encontro da vilã por esta se tratar de uma já conhecida inimiga das guerreiras amazonas.

A bruxa, valendo-se de algum feitiço arcaico, conseguiu transformar o Superman em um híbrido de animal (no caso, um tigre) e humano, estando este à sua mercê. Após um breve embate entre os dois supostos heróis, Mulher-Maravilha, utilizando-se de um artifício para ludibriar o herói, conseguiu desvencilhar-se de seus ataques, confrontando diretamente a semideusa vilã.

Com muito custo, a amazona conseguiu derrubar sua oponente.

Em um acesso de raiva, contudo, Superman ateou fogo no cabelo de Circe, para logo depois congelá-la, sob intenso protesto da Mulher-Maravilha.

“Circe é um assunto das amazonas, ela será devidamente julgada em Themyscira.”, limitou-se a registrar a heroína, para logo em seguida voar com sua prisioneira inconsciente sobre seu ombro direito.

O caso da chamada Circe é apenas mais um entre tantos de meta-humanos que têm surgido recentemente no mundo.

A pergunta de todo cidadão somente é: aonde isso nos levará?

0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0

Hm. A matéria parece ter ficado boa. Você pode estar se perguntando o porquê de eu ter falado tão mal de mim mesmo.

A resposta é simples: eu sou um repórter, eu tenho de dizer a verdade, doa a quem doer. No caso, mesmo que seja eu.

- Sr. White, terminei.

Perry vem no meu computador, olha rapidamente a tela.

- Caramba, você conseguiu uma declaração da Mulher-Maravilha?

- Claro, tenho tudo gravado no meu celular. - Deus abençoe a supervelocidade...

- Está bom. Já podemos publicar no portal, só falta eu escolher umas fotos decentes do Olsen. Bom trabalho, Kent. Vou até liberar um site de putarias pra você ver aí.

Enquanto meu chefe se afasta, entro no site de putarias.

Brincadeira!

Pra que eu faria isso se consigo ver qualquer mulher que eu quero pelada?

Na verdade, estou com vontade de fazer um coisa que me parece meio irracional e perigosa... hum. Okay, vou fazer.

Só vou precisar dos meus super-sentidos...

0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0

Diana

Ahn... deixe-me ver... um sanduíche de presunto para a mesa 14, um achocolatado para  a 12... um suco de abacaxi para a 10.

Se minha mãe Hipólita me visse agora, trabalhando como serviçal dos homens... ela certamente teria um ataque.

- Oh, meu Deus! - exclama um senhor sentado ao balcão.

Olho com curiosidade para o lado, em busca do que chamou sua atenção.

Grande Hera...

É o Superman em pessoa entrando na lanchonete...

Eu procuro me esconder, enquanto o vejo se sentando em uma mesa que está justamente no meu setor. Ele tranquilamente pega o cardápio e, assobiando, parece olhar para os lados, à procura de quem o atenda. Eu não vou! Ficarei escondida aqui atrás do balcão. Ele deve ter descoberto minha identidade, qual outro motivo para vir aqui?

Todos olham para o alienígena com um misto de curiosidade e medo, bem característico em se tratando do Superman, pelo que aprendi no pouco tempo que estou no Patriarcado.

- Er... garçonete? Alguém?

Annie me dá uns toques no ombro.

- Di, ele está no seu setor. Vai lá.

- Não! Vá por mim, Annie!

- Olha, eu te amo mesmo, Di, e, se fosse qualquer outro, eu iria... mas eu morro de medo dele...

Estou rendida. Eu me levanto, sorrio para Annie, e, com o dispositivo onde anoto os pedidos em mãos, vou vagarasomente em direção ao intruso.

- Hm... boa tarde, senhor. Em que posso ajudá-lo? - Disfarço a voz o máximo que posso, e procuro não encará-lo nos olhos.

Para minha surpresa, ele sorri abertamente.

- Boa tarde! Quero um steak, por favor. E uma cerveja.

- Okay. Já trago.

Vou ao Ramirez e ele, como nunca vi antes, prepara a refeição do Superman em dois tempos. Logo, estou levando a bandeja para o kryptoniano. Reparo que alguns clientes se foram.

- Ah, valeu, moça.

Dou as costas e volto às minhas funções, procurando ignorar a presença daquele homem ali.

Ele come como um glutão em poucos minutos.

- Ei, garçonete!

Bolas...

- Sim, senhor?

- Pode ficar com o troco.

Superman me dá uma nota de cem, isso é muito mais do que o valor da conta.

- Senhor, é muito...

- Ah, tudo bem. Valeu pelo serviço. Só gostaria de trocar umas duas palavrinhas com você, querida.

Olho para os lados, isso foi inesperado.

- Er... bem... eu... não posso, estou a serviço.

- Ah, é? Quem é o responsável por esta lanchonete?

Todos se encolhem, até que Brandon, todo ressabiado, se apresenta para o kryptoniano.

- E-Eu...

- Então, Brandon... Tem algum problema sua garçonete se ausentar por alguns minutos?

Se eu pudesse dizer isso, diria que Brandon diminuiu de tamanho ao ver todo a imponência do alienígena, que parecia um gigante frente a frente com meu gerente. Por incrível que pareça, ele pega delicadamente na minha mão direita e me guia para fora, enquanto todos olham espantados para mim.

- Aceita uma carona? - ele me perguntou tão logo entramos na calçada. Eu faço uma cara feia, mas ele nem liga, me pegando pela cintura. Logo alçamos voo.

Quando chegamos a um local reservado, eu me solto dele de forma rude, e coloco meu dedo indicador em riste logo à frente do rosto dele.

- O que você quer? Como você me descobriu aqui?

Com um sorriso cínico, ele apontou para seu nariz e depois para o ouvido.

- Superaudição. Superolfato.

Super isso, super aquilo, acho que nunca vi um homem mais arrogante na minha vida.

- Você ainda não me respondeu. O que você quer aqui em Central City?

Eu ergo meus punhos e ele recua, ostentando suas mãos à frente.

- Calma, moça. Não vim brigar. Eu... queria remediar algo.

- O quê?

Ele se senta em uma pedra, joga a capa vermelha para o lado.

- Bom. Eu... admito que agi mal quando você enfrentou a Circe, e acho que lhe devo desculpas. Se não fosse por você, eu não sei como eu ficaria com aquela feiticeira.

Desculpas? Isso é novidade.

- Eu... nunca imaginaria que alguém arrogante como você pediria desculpas algum dia.

Superman levanta uma sobrancelha. Sua expressão não é de raiva, é de achar graça do que eu disse.

- Você é corajosa, amazona. Só a Shayera tem coragem de falar desse jeito comigo...

- Quem é Shayera, sua concubina?! - Ei, por que raios eu perguntei isso? Não é da minha conta!

- Hah! Não, é só minha amiga extraterrestre.

Olho para ele com espanto.

- Tem mais gente como você neste planeta?!

- A verdade está lá fora, morena. - ele se levantou - Bem, eu fiz o que queria, pedi desculpas. Espero que possamos recomeçar do zero.

Superman voa. Algo em mim me faz detê-lo.

- Ei!

Flutuando, o homem para e me olha curioso.

- Eu... aceito suas desculpas. Também espero recomeçarmos do zero...

- Beleza. Agora... para o alto e avante!

Ele vai em alta velocidade, transformando-se em um borrão azul e vermelho. Apoio-me em uma árvore e reflito um pouco...

Talvez ele não seja ruim, apenas, talvez... tenha uma percepção errada do planeta. Mas, se você quer saber, eu imagino como deva ser a vida dele. Pelo que eu soube, Superman é o último de sua raça, obrigado a conviver com pessoas estranhas a ele.

Eu mesma me sinto assim às vezes.

Contudo, eu tenho minhas irmãs a um portal de distância. Ele, não.

Deve ser muito solitária  a vida de um Super-Homem...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigado, galera!
Leiam a fic da minha camarada Darleca - Fim da Justiça (http://fanfiction.com.br/historia/298565/Fim_Da_Justica/), tá show de bola!
Valeu e até a próxima!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Princesa E O Alienígena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.